Fanfic: A História de Ana Raio e Zé Trovão (AyA)

Capítulo 56 (terça 10/03/2009)

- Abertura <http://br.youtube.com/watch?v=ERHcrJiEx4Y>

Cam mostra Zé Trovão entrando no caminhão de Dulce Estrada.

Dulce – Zé? O que que vc ta fazendo aqui? Pensei que vc nunca mais fosse entrar no meu caminhão!

Zé – Eu queria saber o que que ta acontecendo com vc e a May?

Dulce – Ah, to estranhando isso tb! Achei que vc não fosse se interessar nem por mim e nem por ela!

Zé – Não fala besteira Dulce, vc sabe que eu gosto muito da May.

Dulce – Então vc deveria tentar convencer ela de não namorar esse tal de Jacaré, um cara aí que não tem nem onde cair morto!

Zé – Vc nem conhece ele! Se a May ta gostando dele é pq ele deve ser uma boa pessoa, quem sabe ele tb não está gostando de verdade da May!

Dulce – Ele pode até estar gostando dela, mas não serve pra May, ela merece uma coisa muito melhor.

Zé – Eu acho muito estranho vc dizer isso viu, pq aqui todo mundo nasceu pobre viu, inclusive vc!

Dulce – Nasci mas não sou mais e tenho o direito de querer pra minha filha tudo do bom e do melhor.

Zé – Eu acho bom eu falar com ela sobre isso, ver o que está acontecendo!

Zé vai se retirando e Dulce fala:

Dulce – Zé, me faz só um favor, volta aqui depois que vcs tiverem essa conversa.

Zé – Eu volto.

Dulce – Obrigada.

Corta cena para May e Zé conversando.

May – O que vc quer falar comigo Zé? Eu já estou atrasada lá no restaurante pra ajudar a Gorda, e eu acho é que vc deveria estar preocupado é com a Ana... desculpa!

Zé – Eu só queria saber se vc está bem?

May – Eu to bem Zé.

Zé – E o Jacaré, ta gostando dele?

May – Não sei... mas pq que vc quer saber?

Zé – Ué, pq eu me preocupo com vc! Ele é boa pessoa?

May – Eu acho que sim Zé! Eu não sei o pq que a mãe agora deu pra se preocupar comigo, vc tb! Eu já to crescida Zé, mais cedo ou mais tarde eu tinha que encontrar alguém que eu gostasse, que gostasse de mim tb, que não fosse só aquela ilusão que eu tinha por vc Zé! Quando eu gostava de vc, eu só podia falar de vc pro meu diário, mas agora com o Jacaré é diferente, eu posso mostrar pra ele quem eu sou, dizer as coisas que eu sinto!

Zé – Ta certo, como vc mesmo falou, vc já é uma mulher, não quer mais brincar de amor, não quer mais fantasia, agora vc quer um amor de verdade! Só não vai se magoar viu e se vc precisar falar com alguém, não procura seu diário, procura eu.

May sorrindo – Ta bom Zé. Zé, e o Niltinho hein, eu não queria que ele ficasse sentindo isso por mim não!

Zé – Eu vou falar com ele, agora vc procura ele tb, conversa com ele.

May – Eu vou procurar ele sim.

Zé beija o rosto dela.

May – Obrigada.

Corta para feira de rodeio – barraca do seu Jesus.

André – Oi seu Jesus, como é que vai as coisas aí?

Jesus – Oi André, por enquanto ta indo bem, mas é daqui a pouco que o movimento de gente aqui vai aumentar, daí é que nós vamos ter uma idéia se iremos ter sucesso ou não.

André – Vai ser um sucesso sim seu Jesus, com certeza! E a Ana hein, faz um tempão que eu não vejo ela?

Jesus – A Ana saiu com o Chris, mas os dois já deviam ter voltado viu, eu to começando a ficar meio preocupado.

Corta cena para delegacia. Ana e Chris esperavam impacientes pela chegada do homem de rosto marcado que o delegado havia mandado buscar.

Ana – Aí Chris, será que eles vão demorar?

Chris – Eu não sei não viu Ana, agora se demorar muito era melhor a gente avisar o seu Jesus, ele deve de estar muito preocupado.

Ana – É.

Chris – Vou perguntar pro homem. (perguntando) O seu delegado, alguma novidade?

Delegado – Não, ainda não, calma! Meu pessoal ta procurando esse tal de Canjerê e logo, logo, eles vão estar aqui!

Chris – Obrigado viu!

Corta cena para Canjerê com uma pedra de diamantes na mão olhando. Ele esconde a pedra dentro de uma marionete e vai pra sala. A campainha toca.

Luíza – Pode deixar que eu vou atender.

Luíza sai atender a porta e Canjerê pergunta a filha.

Canjerê – Vc ainda não está chateada com a conversa que a gente teve hj de manhã, está?

Maria Lua – Não pai, só acho que vc não precisava ter falado daquele jeito comigo, eu não queria te desobedecer não viu, eu só queria me divertir um pouquinho, a gente sai tão pouco de casa!

Canjerê – Eu entendo filha, mas vc tb precisa ter um pouco mais de paciência né! Eu não te deixei ir no rodeio?

Maria Lua – Deixou.

Canjerê – Então, quem te ouve falar até pensa que eu não penso na sua felicidade, o que não é verdade!

Luíza volta.

Luíza – Doutor Canjerê, tem um homem aí fora querendo falar com o senhor. Eu achei ele meio estranho.

- Música de suspense.

Corta cena para delegacia de polícia. O telefone toca e o delegado atende.

Delegado – Alô!

...

Delegado – Ta bom!

...

Ana – Acharam ele seu delegado?

Delegado desligando o telefone – Acharam!

Ana sorri. Corta cena para horas depois. Os policiais trouxeram o homem de rosto marcado pra ser reconhecido pela Ana. Ele estava com o rosto abaixado e ao se levantar Ana fica triste.

Delegado – É ele?

Ana triste, faz sinal com a cabeça dizendo que não. Era um outro homem que tb tinha o rosto marcado. Volta cena pra casa de Canjerê. Ele vai até a porta ver quem é que estava querendo falar com ele.

Canjerê – Queria falar comigo?

Rapaz – Eu tenho um bilhete pra entregar pro senhor.

Canjerê abre o bilhete e lê:

To sendo rastreado! Não vou poder mais te telefonar! Aguarde o próximo recado pra concluir a transação! Avise o Mosca que não é pra entrar mais em contato comigo!

Volta cena para delegacia.

Ana triste – Será que não era ele que estava lá naquele carro Chris? Será que eu to acreditando na conversa daquela velha loca (Biga) e to ficando louca tb? Aí eu podia jurar que era ele!

Chris – Vai ver que não era ele mesmo não Ana, vc deveria estar muito preocupada por causa do acidente.

Ana – Ah mas eu não vou desistir não Chris! Eu vou atrás dele e da minha filha nem que eu leve a minha vida inteira pra achar.

Corta cena para Niltinho triste pensando no beijo que ele viu a May e o Jacaré dar. Zé vai falar com ele.

Zé – Que isso peão, vai ficar o dia inteiro escondido igual a um tatu aqui nessa barraca?

Niltinho – Deixa eu vai Zé, não to bom não! Já fiz tudo o que tinha que fazer aí na companhia, agora me deixa ficar quieto aqui no meu canto vai!

Zé – Vamos dar uma conversada vai?

Niltinho – Que conversar, que conversar, não tem conversa nenhuma que vai me fazer esquecer o beijo que eu vi a May dando naquele Jacaré.

Zé – Vamo conversa sim, vamos lá peão.

Zé rindo, tira Niltinho da barraca.

Niltinho – Eu não quero conversar não Zé, me larga!

Cam mostra os dois correndo a cavalos pelos pastos da Chapada.

Niltinho – Sabe Zé, vc é o melhor amigo do mundo! Sabe que a gente é tão amigo que eu nunca consegui sentir raiva de vc! Sabe, eu sabia que a May gostava de vc mas eu não conseguia ter raiva.

Zé – É, mas agora a May ta gostando do Jacaré, larga a mão um pouco dela, vai cuidar da sua vida peão, vai ser feliz!

Niltinho – É, eu sei disso, mas é difícil Zé, é difícil, mas eu vou tentar viu, vou tentar!

Zé – Pq que vc não aproveita agora e se joga no rodeio de vez, começa a treinar duro, eu te ajudo!

Niltinho – Treinar eu posso até treinar né, mas eu nunca vou conseguir ser um Zé Trovão!

Zé – Deixa de besteira.

Niltinho – Não é besteira não, não é besteira, vc é o maior peão do mundo!!! Eu nunca vi peão nenhum enfrentar desafio na arena que nem vc e depois, vc só gosta de pegar boi duro, é ou não é?

Zé – Vc me deixa feliz falando isso viu Niltinho! É verdade, a arena me trás uma felicidade especial! Cada touro duro que pula, cada cavalo que sai disparado assim, me faz compreender o que eu vim fazer nesse mundo, pra que que eu sirvo! Cada vez que um touro desses sai pulando, meu coração sai pulando junto de felicidade! Eu aprendi muito nesses rodeios da vida, aprendi a enfrentar as situações, a lutar, a levar um tombo feio na vida e me levantar de cabeça erguida, por isso que eu te falo da May, larga a mão, não deixa esse amor arrasar com vc não!

Corta cena para horas depois. Zé chega no restaurante de Gorda, beija ela e vai cumprimentar May.

Zé – Oi May!

May – Oi Zé!

Zé – Tudo bem?

May – Tudo!

Zé – Eu falei com o Niltinho viu, as coisas estão andando bem! E o Jacaré?

May – A não sei Zé, ele não apareceu mais, não mandou mais nenhum recado, to achando que a mãe deve de ter assustado ele.

Zé rindo – Imagina May, se ele gosta de vc ele vai aparecer aí.

Zé vai se sentar em uma mesa e Dulce chega.

Dulce – Zé? Vc ficou de voltar no meu caminhão pra me contar a conversa que vc ia ter com a May e não voltou!

Zé – Eu ia lá depois.

Dulce – E ela, o que ela falou?

Zé – Deixa a May, Dulce! Deixa ela fazer a escolha dela!

Dulce rindo – A escolha dela??? A May é uma criança, não sabe nada da vida, não sabe o quanto uma mulher tem que batalhar pra conseguir um lugar ao sol! Eu na idade dela já sabia bem o que eu queria. O meu sucesso não veio a toa não.

Zé – Então deixa ela caminhar com as pernas dela, deixa ela aprender, a criar confiança, vc sabe que pra ser o primeiro lugar no rodeio, tem que tomar muito tombo antes, vc sabe disso, então deixa ela!

Cam mostra a velha Biga entrando no restaurante. Gorda fica de olho na estranha mulher que pulava, sorria e balançava uma caneca com moedas. Ela para ao ver Zé Trovão e se aproxima dele. Biga pega na mão de Zé Trovão e fica olhando pra ele. Gorda se aproxima da mesa dele.

Zé – O que que a senhora ta me olhando dona?

Dulce – O Gorda, de onde é que surgiu essa mulher?

Gorda – Eu não sei!

Dulce – Mas o que é isso? Vc é louca?

Zé – Calma Dulce.

Biga começa a falar.

Biga – Quem diria hein! Depois de um nascimento tão triste, ter toda a sorte que vc tem na vida, é um campeão!

Gorda e Dulce olham assustadas pra Biga.

Biga – Só que um dia sua vida vai voltar a ter sofrimento! Vai ficar tudo escuro e só vai restar lágrimas, a lágrima dolorosa da mentira, da mentira que foi o teu nascimento!

Gorda e Dulce parecem estar desesperadas com o que Biga pode contar pra Zé Trovão.

Zé – Que mentira dona? Que mentira é essa sobre o meu nascimento?

Dulce com receio – Não tem mentira nenhuma Zé! Essa mulher é uma bêbada!

Biga olha pra Dulce.

Biga – A mentira é um vício pior que a bebida dona, a gente se acostuma nela e depois não pode mais sair!

Zé – A senhora poderia me explicar melhor isso? Fala pra eu entender melhor!

Biga – Mas eu não posso lhe dizer mais nada, só a vida que vai te responder tudo! É, agora deixa eu ir embora!

Biga tenta se retirar mas Zé a segura pela mão.

Biga – Deixa eu ir embora, eu não tenho mais nada pra lhe dizer, eu vou embora!

Gorda preocupada – Deixa ela ir embora Zé!

Biga começa a rir, pular e balançar sua caneca com moedas. Ela sai do restaurante que nem uma louca, mas de louca a velha Biga não tem nada, pelo contrário, ela é uma mulher muito sábia e boa. Zé fica intrigado com as coisas que ela tinha lhe falado.

Zé – Gorda, o que ela quis dizer com isso hein?

Gorda disfarçando – Eu não sei Zé, ela deve de ser alguma coitada, alguma louca, é isso!

Zé – Que mentira é essa que ela tava falando?

Dulce assustada– Mentira nenhuma Zé! Não ta vendo que ela é uma louca? Vc não deveria dar bola para o que ela disse!

Gorda disfarçando – É, a Dulce ta certa, ela deve de ser alguma louca, alguma coitada, uma aproveitadora aí!

Zé fica desconfiado e percebe que Dulce e Gorda escondem alguma coisa dele sobre a morte dos pais dele. Tela escurece.

- Créditos Finais < http://br.youtube.com/watch?v=_c39GWYkWNw >

FIM DO CAPÍTULO 56