Fanfic: A História de Ana Raio e Zé Trovão (AyA)

Capítulo 82 (quinta 09/04/2009)

- Abertura <http://br.youtube.com/watch?v=ERHcrJiEx4Y>

Cam mostra visão aérea do rodeio da Chapada, depois o locutor fala:

Locutor – Sem a presença do Zé Trovão o rodeio não pode continuar, vamos chegar Zé Trovão, esse é o peão número um do Brasil e sem ele o rodeio não pode continuar, me ajudem a chamar o Zé Trovão!

Cam mostra todos os peões ainda em volta do corpo de Mané Coxo e dona Antônia fala:

Antônia – Faz o que ele pediu, vai lá para aquela arena e ganha dele.

Zé muito triste – Eu não posso.

Antônia chorando – Não sou eu que estou pedindo, é ele, é ele!!! (colocando a mão do marido dela morto ali no chão no rosto de Zé).

Pensamento de Zé:

Mané chorando – ...(gritando) ganha de mimmmm, ganha de mimmmm, pq se vc não ganhar Zé, vc é um fraco...

Fim do pensamento.

Cam mostra todo o publico gritando e chamando por Zé Trovão:

Povão – Zé Trovão! Zé Trovão! Zé Trovão!

Cam mostra Chris observando de longe e Luminosa chega perto dele.

Luminosa – Ei irmãozinho, o que será que ta acontecendo que o Zé Trovão ta demorando tanto hein?

Chris irônico – Não sei, vai ver que ele está se perfumando!

Luminosa – Escuta Chris, será que aquele moço que caiu lá, será que foi muito grave hein?

Chris – Não sei.

Corta cena pra Niltinho chegando no acampamento correndo a cavalo e gritando.

Niltinho – Andrééééé!!! André, André.

André – Fala homi.

Niltinho – André... (ele estava ofegante).

Albinha – O que aconteceu?

Niltinho – O Mané Coxo... morreu!

André fica chorando com a noticia e Niltinho desembesta a falar.

Niltinho – A mulher dele falou pra ele não montar, ela falou mas ele montou, não tinha que ter montado nada, ele não podia montar, ele não tava montando, isso pq ele era peão dos bons e ele chamava Mané Duro, aí depois ele virou Mané Coxo, depois que o touro pisou no pé dele e ele ainda colocou bota de boi no lugar, aí ele só ficava tocando viola de coxo, aí o Zé qdo ele tava pra montar o Zé falou, se vc não montar Mané, eu não monto tb, eu achei lindo isso do Zé, mas ele não quis, ele foi teimoso, ele foi lá montar e antes de montar ele falou, abre a porteira do paraíso, e aí ele foi montar, e touro foi duro e pulou pra um lado e pulou pro outro aí ele pegou e de repente ele caiu, ele caiu e deu um grito e aí com o tombo acho que ele teve algum problema e aí todo mundo foi lá socorrer ele e aí de repente a dona Antônia foi lá chorando...

Albinha corta Niltinho gritando – Para Niltinho, para, pelo amor de Deus chega! Vc ta louco Niltinho, vc não ta vendo que o André ta mal, vc vem aqui, fala, fala e não  para de falar, ainda mais falando de uma morte de alguém que morreu numa arena de rodeio, o André caiu ontem na arena, vc não ta vendo que ele ta mal na cama? Vc fica falando de morte, dum homem que morreu num acidente que tentou montar, não faz isso Niltinho, vc ta louco?

Niltinho – Desculpa... desculpa...

Niltinho sai dali e Albinha beija André.

Albinha – Não fica assim não viu André, ele era muito mais velho que vc, vc é jovem, não liga para o que ele falou não!

André estava estático, pensando em tudo que Niltinho falou sobre a morte de Mané Coxo e uma lágrima escorre do seu olho. Volta cena para arena de rodeio. O povo chamava por Zé Trovão.

Povão – Zé Trovão, Zé Trovão, Zé Trovão!

Atrás da arena Zé ainda está sentado no chão com a cabeça de Mané Coxo sobre sua perna, ao lado de dona Antônia. Ana fala pra ele.

Ana – Vai peão, tão te esperando, vai peão!

Marilda e Ucker chegam no local pra verem o que estava acontecendo.

Marilda – Não te falei.

Ucker – Ele morreu aí ou na arena?

Marilda – Não sei eu fui te chamar! Tão chamando o Zé.

Ucker – Só que ele não vai, eu conheço ele Marilda, ele não vai, ele é cheio de coisa com esse negócio de sentimento, ainda mais pelo Mané Coxo que ele se tornou amigo, eu tenho certeza que ele não vai entrar nessa arena hj.

Marilda – Entra Ucker, o Zé Trovão que eu conheço entra!

Ucker – Só que se ele entrar, não vai ser o Zé Trovão que vc conhece!

O locutor fala.

Locutor – Calma minha gente, calma minha gente, o Zé Trovão já vem aí, aconteceu um acidente com o peão Mané Coxo aqui da cidade da Chapada dos Guimarães, mas a nossa festa já vai continuar, calma que o Zé Trovão já vem aí.

Dulce fala no palco:

Dulce – O que que está acontecendo lá atrás meu Deus do céu?

Victória – Chegou o resgate, parece que o acidente foi grave!

Dulce – Ah, mas acidente sempre acontece, pq que o Zé não entra?

Victória – É, pq o peão Ucker já não foi lá grande coisa, agora se o Zé Trovão não monta, as chances da minha contratada aumentam e muito!

Dulce – Cala a boca Victória, cala a boca, o resgate ta aí, não me custa mandar mais um pro hospital viu querida!

Corta cena para Niltinho contando do acontecido pra May, Gorda e Arcanjo.

Gorda – O que que vc ta me dizendo Niltinho?

May – Aí o Mané morreu?

Niltinho – Gorda, vamos lá comigo na arena vai, o Zé deve de ta precisando de alguém, ele ta arrasado!

May – Eu vou com vc Gorda.

Gorda – Não, vc fica aí que vc não pode se desgastar, espera aí que eu já volto.

May – Minha Nossa Senhora, o Zé deve de estar arrasado! Niltinho, então depois vc volta pra me dar noticias.

Niltinho – Não sei se as noticias vão ser boas não viu May, pq do jeito que eu deixei o Zé lá na arena, acho que ele não vai montar mais hj não.

May – Ah, mas como não vai montar? E vai perder o rodeio, vai entregar de mão beijada pro Ucker?

Niltinho – E vc quer que o Zé monte como May? Ta louca? Como é que o Zé vai ter cabeça e vai ter forças pra montar depois que o Mané Coxo morreu nos braços dele?

Gorda puxando Niltinho – Vamos embora Niltinho, vamos embora.

Eles saem dali.

May – Aí que dó meu Deus, morreu nos braços dele! (empurrando Arcanjo de cima do caminhão) Arcanjo, larga do meu pé um pouquinho por favor!

Volta cena para arena de rodeio. O resgate estava tirando o corpo de Mané Coxo do chão e dona Antônia fala pro motorista do resgate.

Antônia – Moço, (olha pra Zé) eu não quero que o resgate saia daqui antes do Zé montar.

Zé – Pra que prolongar mais esse sofrimento dona Antônia?

Antônia – Meu sofrimento não termina aqui não Zé, ele só ta começando, vai lá para aquela arena, faz o que o meu Mané te pediu, pra eu poder ir embora daqui com menos essa dor no meu peito!

Zé põe o chapéu, a luva e vai pro brete. Ana sorri pra ele e faz um gesto como se tivesse dando forças a ele. Gorda e Niltino chegam ali.

Gorda – Fiquei sabendo filha, onde ta o Zé?

Ana – Foi pra arena... vencer pelo Mané Coxo!

E o locutor anuncia:

Locutor – Chegou o Zé Trovão, chegou o Zé Trovão, vamos aplaudir agora o Zé Trovão que chegou meu povo, uma salva de palmas ao Zé Trovão que chegou, triste, preocupado, nervoso, e clame o nome de Zé Trovão, é Zé Trovão, é Zé Trovão!

Povão – Zé Trovão, Zé Trovão, Zé Trovão!

Locutor – Vai sair o peão numero 1 do Brasil!

Todos estavam ansiosos esperando pela montaria de Zé Trovão. A tristeza era nítida nos olhos dele. Zé acaricia o touro, olha pro céu, faz sinal e sai.

- Música Cavaleiros do céu < http://www.youtube.com/watch?v=2Zy6bWxKCdk&feature=channel_page >

O povo aplaude, Zé fica mais de 8 segundos superando Mané Coxo como ele queria, porém não faz sua melhor apresentação. Cam mostra o povo aplaudindo na arquibancada.

Luminosa – O que houve, que cara de bravo é essa Adalberto? Ele ficou mais de 8 segundos em cima do touro, vc não acha que ta muito bom?

Adalberto – Mas hj ele não foi o mesmo, não é o Zé Trovão que a gente sempre conheceu!

Zé volta triste pra trás da arena. Dulce de cima do palco chama por ele:

Dulce – Zéééé!

Ele nem olha pra trás e Dulce fica preocupada.

Dulce – Aconteceu alguma coisa.

Victória – Não vais ficar para aplaudir a minha cow girl?

Dulce dá um sorrisinho sínico e se retira.

Victória para locutor – O senhor que entende, como é que foi a performance do Zé Trovão?

Locutor – Não foi das melhores pra ele, mas ta no pareo.

Cam mostra o corpo de Mané Coxo dentro do resgate. Eles fecham a porta e Zé chega.

Zé – Eu fiz o que eu pude dona Antônia, eu fui até onde o meu coração agüentou.

Antônia – Eu vivi com meu Mané mais de 10 anos e lhe digo uma coisa peão, há muito tempo, desde que ele ficou coxo que eu não via na boca dele o sorriso que ele está estampando depois de morto! A dor que eu sinto agora no meu peito só Deus sabe o tamanho, mas eu entendi uma coisa, que não deve de ser maior que a felicidade que ele teve de morrer no rodeio! Não é justo derramar mais nenhuma lágrima por ele Zé Trovão, ele sempre me dizia que essa vida de peão era que nem cachaça e agora eu to vendo que ele morreu embriagado de felicidade, só agora eu entendi, vendo ele descansando, o tamanho dessa paixão!

Zé – Dona Antônia, a muito tempo que eu to com umas coisas na minha cabeça, não foi a toa que eu fui visitar vcs lá aquele dia não, eu fui lá pq eu queria entender melhor o que é ser peão, eu me preocupo muito com o futuro dessa vida, não é com o meu futuro não, é como futuro dessa gente aqui, é com o futuro dessas pessoas que de repente pode querer experimentar um golinho dessa cachaça, eu nunca falei pra ninguém isso aí, mas eu quero montar uma escola pra peão, eu quero ensinar essa meninada a suportar a ressaca dessa cachaça que as vezes a gente obriga a passar e se essa escola acontecer dona Antônia, ela vai se chamar escola Mané Duro!

Dona Antônia abraça Zé. Ana estava junto ouvindo toda a conversa. Dona Antônia tb abraça Ana. Zé põe o chapéu de Mané Coxa nela e ela sai dali. Ana abraça Zé. Tela escurece.

- Créditos Finais < http://www.youtube.com/watch?v=r8yHFbH2hmI >

FIM DO CAPÍTULO 82