Fanfics Brasil - Never Too Late To Start Over Book With One Shots - Cap: [15/??]

Fanfic: Book With One Shots - Cap: [15/??] | Tema: Amizade, Aventura, Comédia, Darkfic, Death Fic, Drama, Horror, Mistério, Romance, Shoujo-ai, Shounen


Capítulo: Never Too Late To Start Over

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Classificação: Livre
Gêneros: Drama, Yaoi
Sinopse:
"Nunca é tarde para recomeçar de novo, apenas temos de deixar ir aqueles que já há muito partiram."






Mais um dia banhado pela chuva. Encontrava-me na sala de aula, aonde o professor explicava a matéria, sem muito interesse na minha opinião. Não é que odiasse a disciplina pelo contrario até é a minha disciplina favorita, ou melhor dizendo era a minha disciplina favorita.


Sem a presença dele aqui, os meus dias tornaram-se como o dia de hoje chuvoso e acinzentado sem cor alguma.


O toque para almoçar já se ouvia pela escola toda. Na cantina almoçava sozinho, por vezes olhava para o meu lado direito, era onde ele costumava-se sentar comigo fazendo-me companhia, contando-me algumas piadas ou novidades.


Depois das aulas acabarem costumava-mos apanhar o comboio juntos, já que morávamos no mesmo bairro, era o nosso sitio favorito porque a extensa multidão cobria-nos, e assim podíamos estar de mãos dadas até que o comboio chega-se, mas agora apenas o que sinto na minha mão é um ligeiro vazio.


Conhecemo-nos no nosso primeiro ano da secundária, nesse mesmo dia partilhei com ele o livro de leitura já que tinha esquecido do meu em casa. O que mais saltou-me mais á vista em relação a ele foi o sorriso dele, era como de um anjo. Notei isso quando ele salvou-me de ser buliado pelos alunos mais velhos. Foi na enfermaria ao cuidar dele que comecei ter aquela sensação estranha, em que o meu coração batia aceleradamente, ainda demorei algum tempo a mentalizar-me que estava apaixonado por ele. Já para não dizer que levei alguns meses a declara-me a ele, pois não sabia ao certo se ele sentia a mesma coisa por mim.


Houve uma ocasião que nós fomos visitar o planetário para ver as estrelas no céu estrelado da noite, nessa noite vimos uma estrela cadente. Eu estava fascinado com todo isto, ele sabia bem que adorava astronomia pois tinha partilhado isso com ele. Não sabia descrever a máxima felicidade que tinha. Sentamo-nos num dos bancos a comer uma sandes e no meio do nada ele declara-se a mim com a maior naturalidade do mundo, o que fez engasgar-me porque apanhou-me de surpresa. Ele poisou mão dele em cima da minha agarrando-a firmemente. Eu apenas sorri-me, e contei-lhe que já alguns meses tinha sentimentos por ele, a única coisa que fez foi dar-me o sorriso angelical dele.


Nessa noite dê-mos o nosso primeiro beijo sobre o seu estrelado, foi algo magico. Hoje ainda lembro-me daquela sensação maravilhosa como se tivesse sido ontem, quando a minha mente está vazia de pensamentos.


Na estação de comboios quando encaminhava lembrei da nossa primeira zanga que tivemos, para dizer a verdade a maior parte delas foi por causa dos meus ciúmes estúpidos, isto por causa das raparigas á volta dele. Houve uma vez que apanhei uma das raparigas a beija-lo, o que irritou-me profundamente, dessa vez íamos quase acabando, mas ele de alguma forma consegui-o dar a volta.


Agora que penso nisso foi uma estupidez ter-me irritado daquele maneira por algo tão insignificante, porque agora sem ti aqui aquelas discussões já não têm muito significado. Lembro-me de como gostavas de levar-me a vários sítios, mas principalmente o que adorava mais nessas saídas era a tua cultura geral e de como explicavas ao pormenor as coisas com grande entusiasmo, como eras tão fofo. Após termos feito um anos de namoro compramos a meias aqueles dois anéis de prata com os nossos nomes gravados neles.


Hoje ainda uso esse anel apesar de ele não estar mais aqui ao meu lado. As pequenas gotas da chuva que começavam a caiam sentias no meu rosto, por isso abri o chapéu de chuva, já não faltava muito para ir visitá-lo, para dizer a verdade já estava á porta do cemitério é a primeira vez que venho aqui desde a morte dele.


Lembro-me que foi num dia como este, que tudo desmoronou-se para nós os dois. Foi aquele maldito carro branco que não parou no sinal, quando este ficou vermelho para ele. A única que vi depois do choque foi ele estendido ao meu lado, queria chama-lo, mas as palavras não saiam vi a minha mão cheia de sangue, as pessoas curiosas que passavam pela rua aproximavam-se bem como as ambulâncias. Nesse momento perdi a consciência e só dias depois já no hospital é que acordei, foi o médico que explicou-me o que tinha acontecido. Ele também delegou que teria de fazer fisioterapia, porque a pancada que tinha levado nas pernas danificou-as um pouco.


Ainda perguntei-lhe por ele para saber como estava, aquela expressão pesada que o médico fez, nunca esqueci até hoje. Foi nesse dia que os nossos sonhos e projectos futuros que tínhamos simplesmente acabaram ali naquele hospital.


O médico dá-me seus sentimentos, é claro que não acreditei nas palavras dele, e o que fiz logo em seguida foi sair da cama é claro que fui direito ao chão, porque as pernas não respondiam-me, então arrastei-me até á porta do meu quarto chamando pelo teu nome com as lágrimas a caírem-me do rosto. É claro que o médico chamou logo as enfermeiras e deu-me um calmante depois de estar na cama.


Desde esse dia nunca mais fui a mesma pessoa, hoje em dia ainda sinto pequeno vazio no interior do meu corpo. Os dias que passei no hospital pareciam uma eternidade, porque só deixavam-me sair de lá quando conseguisse andar foi por isso que não consegui ir ao teu funeral. Várias noites as lágrimas viram-me aos olhos no quarto do hospital antes de sair de lá.


Inúmeras vezes perguntei a mim mesmo porque deus levou-te a ti e não aos dois. O teu nome escrito na campa, fez-me lembrar de como tenho saudades do teu toque bem como dos teus beijos, e não sei se conseguirei continuar assim por mais tempo neste mundo.....


– Meu jovem, o que se passa? Estás bem? – Diz um velho homem a limpar a campa ao lado da dele.


– Mais ou menos. – Com uma voz baixa.


– Foi alguém importante que perdes-te? – Olhando para o nome da campa.


– Sim, muito importante.


– Estou haver. – Continuando a limpar a campa ao lado da dele. – Já faz algum tempo que também perdi a minha mulher. – Olhando para campa com ligeiro sorriso triste nos lábios. – Ela sempre foi uma aventureira ao contrario de mim, penso que foi isso que nos uniu.


– Estou haver. Uma das coisas que gostava muito nele era o riso angelical dele. – Olhando para campa dele com os olhos semicerrados. – Mas este vazio que permanece....é algo tão sofredor....


– Compreendo o que queres dizer... – Olhando para mim. – A minha mulher sempre disse-me para continuar a ser feliz, mesmo se algum dia não estivesse aqui comigo. – Suspirando. – È mais fácil falar do que fazer, mas mesmo assim ainda hoje estou a trabalhar nisso.


– Hum...Como fez? – Intrigado.


– Simplesmente deixei-a a ir. – Olhando para mim.


– Deixou-a a ir? – Surpreendido com a sua resposta.


– Sim, não nos adiante estarmos sempre a viver num passado que já não vai voltar e que já não podemos modificar, porque única coisa que esse passado pode dar-nos é apenas as lembranças e as recordações que fez-mos. Eu não estou a dizer que recordar ou lembrar é algo mau, mas apenas devíamos “fechar” a porta do passado e olhar para a porta do presente, para assim podermos abrir a porta do futuro.


– Compreendo.


– Nunca é tarde para recomeçar de novo para ser feliz novamente. – Sorrindo-se para mim. – A única coisa que tens de fazer é deixa-lo ir, mas isso só tu o podes fazer.


Nada disse apenas fiquei pensativo. O velho homem afasta-se de mim despedindo-se. As coisas que ele disse tinham algum sentido, por mais que chore, por mais que lamente a morte dele, ele nunca mais vai voltar ao mundo dos vivos.


Agora lembro-me que houve uma vez ele disse-me que a minha felicidade era também sua felicidade. E o que tenho feito até agora não tem contribuído muito para a felicidade dos dois.


– Desculpa-me, - Olhando para a campa. - O que tenho feito até agora tem sido uma idiotice, verdade? De certeza se esteve-se aqui dirás que estava a ser um grande parvo, verdade? – Rindo-me. – Não existe mal em recordar-te de vez enquanto, verdade? – Tirando o anel dele do meu bolso. – Esta na hora de deixar-te ir, verdade? – Dando um pequeno beijo no anel dele com as lágrimas a caírem-me dos olhos. – E erguer a cabeça para o futuro que me espera, verdade?


Poisei o anel na campa dele e depois o meu que levava no dedo. O céu aclarava um pouco e o sol quis iluminar um pouco o ambiente, fechei o meu chapéu de chuva e olhei para céu azulado, a pequena brisa que pairava no ar fez dançar o meu cabelo um pouco. O som do leve vento que tocava nas folhas das arvores era agradável.


– Obrigada Hiro. – Diz uma leve voz masculina.


Nesse mesmo instante olhei para o meu lado direito, não acreditava no que os meus olhos amostravam, era ele esboçando aquele sorriso angelical para mim. Nada disse apenas retribui-lhe com meu sorriso. E pouco tempo depois ele desaparece subtilmente.


Volto a olhar outra vez para céu azul e aquele vazio que sentia de certa forma diminui ligeiramente. Talvez era isto que precisava de fazer.


Aquele dias cinzentos que costumava pintar o céu, talvez agora tornem-se mais coloridos, com este novo recomeço.


“Acabou...mas não estou triste, estou feliz, pois aconteceu e tenho esperança de um novo recomeço.”





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