Fanfic: As Relíquias de Draco | Tema: Harry Potter
Estou pronto pra embarcar.
Estou só.
Ainda não entendi bem o que aconteceu. Mas tudo bem. Acho que nunca vou entender mesmo...
Meu braço direito não é mais o mesmo.
Tenho trabalho a fazer.
Acho que embarco pro meu último ano de vida. Não vai demorar muito.
Só que eu tenho um plano. O armário. Ele tem que funcionar.
Tenho que acreditar!
Não posso ser pessimista.
Porque no fim, vai dar tudo errado.
Como sempre.
Quem visse o quão cedo eu cheguei diria que estou ansioso. Para quê? Para ir pro inferno?
Não. Só quis tentar entender. Ficar sozinho.
Mas agora os outros estão embarcando.
Aí vem ela.
Deve se sentar ao meu lado. Como sempre.
Senta mesmo. Ela olha pra mim e sorri. Eu olho e não sorrio. Ela tem a blusa decotada, um botão desabotoado. Acho que foi de propósito.
Aí não seguro.
Abro um sorriso quando olhos os seios de Pansy.
Lindos. Deliciosos.
Ela ri satisfeita.
Eu não consigo tirar os olhos.
Acho que ela gosta de mim.
Eu não gosto de ninguém.
***
Chegamos.
Pansy realmente gosta de mim.
Ficou apavorada com a idéia de não me ver ano que vem.
Pior é que ano que vem ela provavelmente não vai me ver mesmo!
Ela me chama pra ir junto. Mas antes tenho algo pra fazer.
***
Eu só queria saber como esse bocó conseguiu ficar invisível.
Mas tanto faz!
Porque foi divertido chutar a cara do desgraçado.
Preciso contar pro Zabini. Ele vai se divertir.
Vou zoar à beça essa noite.
***
Acordo.
Hoje é o primeiro dia de aula.
Hoje é o primeiro dia do último ano. Do meu último ano. De vida.
Porque no final eu provavelmente vou morrer.
Falo isso com tranqüilidade. Mas por dentro tremo de pavor.
Eu não quero morrer. Não ainda...
Mas não tenho muito que fazer.
Preciso assistir essa porcaria de primeira aula...
Mas antes o cagadão lendo a página esportiva do Profeta.
***
Hoje foi mais um daqueles belos dias.
Daqueles que me enojam.
Tenho vontade de vomitar só de lembrar.
O merdinha do Potter ganhou a sorte líquida. Ainda não entendo como ele conseguiu preparar a poção do morto-vivo.
Acho que é isso que ele é.
Um morto-vivo.
Por isso é que ele deu sorte. A poção da sorte...
Eu precisava tanto dela!
Bela porcaria esse dia. Bela porcaria essa vida que tenho agora. De uns tempos pra cá.
Eu não pedi pra nada dessa porra acontecer. Ou será que pedi?
Agora tanto faz.
Agora já cutuquei a merda. E merda cutucada fede. Mas eu não posso ficar aqui cheirando merda pra embananar meu cérebro. Não agora.
A merda é uma merda.
Preciso me distrair. Preciso comer alguém.
Rápido.
Vou ver a Pansy.
Ela gosta de mim, eu sei. A gente transou várias vezes nessas férias.
Acho que ela não vai recusar transar comigo aqui em Hogwarts. É só saber pedir.
Vou atrás dela agora.
Rápido.
***
Gozo uma enxurrada. Fico deitado no chão. As mãos na nuca.
Pansy se vai sorridente. Só visto o cuecão. O chão tá gelado, minhas costas sabem.
Acho que vou dormir por aqui mesmo. Ainda é de tarde.
Mas à noite eu nunca durmo.
***
Não faço idéias de que horas seja. Apenas ando pelo castelo.
Sei que é de noite. Mas não sei das horas.
Não sinto sono há tempos.
Sei que Filch anda pelo terceiro andar. Mas das horas eu não sei.
Já andei o castelo todo. Sozinho.
You´ll Never Walk Alone. The Beatles, Liverpool. Lembro.
Se eu fosse trouxa, torceria por ele.
Maldito seja Harry Potter!
Maldito seja Voldemort!
Maldito sejam esses dois vermes que tornaram minha vida um inferno. Maldito seja Lucius, que me obrigou a aceitar essa maldita marca maldita.
Preferia tatuar o meu braço com uma moto.
Ou com o escudo do Pegas. Só que produzido por uma adaga.
Eu queria deixar uma marca na fuça desse merda. Do meu pai.
Só agora vejo em que enrascada ele me meteu.
Preciso continuar andando.
A vida é dura.
A Sala Precisa é por aqui. Tenho certeza.
Todos esses vermes querem foder com minha vida. Bando de desgraçados.
Minha vida. Penso. Logo existo.
Não sei onde vi isso.
A vida é feita de frases curtas.
As minhas são todas irônicas. As do Weasley são todas pobres.
E essa porra de armário que não funciona.
Não devia ter aceitado.
Vamos Draco, é bem simples. Basta matar Dumbledore.
Milorde, eu não posso...
Aceite Draco, é uma honra, me disse minha tia.
Maldita. Ela é quem começou com essa besteira. Ela deve ser gamada no imbecil do Voldemort, devia dar o cu pra ele quando eles estudaram aqui, por isso essa puta faz a vontade dele. Ele deve ter pau de ouro, pra ter todos aqueles comensais a sua mercê. Isso! Cada um deve adorar chupar o pau dele. Não é a toa que se chamam comensais. Todo mês ele come cada um deles.
Inclusive meu pai.
***
Onde é a Sala Precisa? Sei que é por aqui.
Aquele Potter é um idiota.
Um babaca. Um vacilão. Um otário.
Mais babaca que ele só o pobretão do Weasley.
Só ele não percebe. Só ele não vê.
Até um cego enxergaria. Menos o pobretão.
Eu não gosto de ninguém. Nunca gostei. Muito menos da Sabe-Tudo.
Que droga de horas será? 02h30min agora?
Mas nem me importa que ela seja sangue-ruim. Porque a bunda dela tem qualidades. Ah, se tem...
Lucius deve estar confortável em Azkaban. A Granger. Return of the King.
Ela tem uma bunda firme. Só o pobretão não vê.
Bela bunda a da Sabe-Tudo. Deve ser macia e suculenta.
Se ela pegar algo no chão sem dobrar os joelhos, deve revelar o paraíso.
A Sala Precisa fica mudando de lugar. É foda achar.
Quebrei a cara do Potter.
Acertei o chute bem no nariz.
Porque será que só as Sonserinas usam saias curtas?
Isso facilita...
A Granger também tem uns peitos de morrer. Bem que eu queria morrer naqueles peitos. Só o idiota do pobretão não vê.
Acho que o Santo Potter também não, senão ele já teria feito algo pra acordar o idiota. Afinal são amigos.
Ou não...
Vai ver é porque Potter tá afim da Granger.
Mas a ruiva... a Weasley... Gena, sei lá... Ela não tira os olhos dele. Ali ele come fácil, fácil. Aquela carinha de puta não nega.
Ela já namorou o quê? Uns dois ou três até agora?
Com certeza o cabacinho se foi...
Só o idiota do Potter não vê!
Será que ele tá preocupado demais com Voldemort pra não ver?
Freelance.
Ou tá afim da Sabe-Tudo? Bom, com aquela bunda que a Granger tem dá pra entender...
Porque eu nunca notei antes? Sei lá...
Mas a ruiva também é mó gostosa.
Até o Blásio acha isso. Hum... até a Pansy acha.
Ela disse isso no trem outro dia mesmo.
Queria ver se eu sinto algo pela ruiva.
Claro que sinto!
Puro ódio.
E tesão também.
Mas essas grifinórias não dá pra comer. Esse é o mal delas. Elas não se vendem.
Elas “irão se entregar por amor... Irão se entregar ao homem amado...”
Idiotas!
São umas malditas...
Por isso é que falo que Weasley e Potter comem fácil fácil...
Mas não enxergam isso!
Malditos.
Malditos cegos.
***
Vou lá na Murta. Ela sempre tá acordada. Fantasmas não dormem.
Ou dormem?
Maldito seja Greyback. Um dia estouro os seus miolos.
Se a Pansy soubesse o que tenho que fazer... Será que ela me apoiaria?
Vamos, Draco. Aceite. É a liberdade de seu pai em troca da vida de um velho gagá. Vamos. É a sua chance. Será o número um entre os comensais. Terá o lugar que era de seu pai. Será maior e mais influente que ele.
Me disseram.
Grande bosta!
Draco, Draco, começou o Milorde, Snape tomou o lugar de seu pai. Destrone Snape, seja o meu favorito!
Nada respondi, mas ainda olhando pro chão balancei a cabeça aceitando o serviço.
Foi aí que me traí.
Que noite linda lá fora. Vou sentar aqui no parapeito da janela.
...
Quem disse que quero ser comensal? Aquela ali é a constelação do Dragão.
Rozan Sho Ryu Ha!!! Lembro.
Que será que a Sabe-Tudo usa pra dormir?
...
Aquilo ali é um planeta. Isso eu sei. Parece estrela mas não é. Nisso os trouxas são melhores que os bruxos. Sabem ver melhor essas coisas do espaço.
Vou vim aqui toda noite.
Porque eu gosto de olhar as estrelas.
Porque aqui é o meu mundo. Porque aqui, faço o que quero.
Que se fodam Dumbledore e o regulamento.
Que se fodam Filch e sua gata.
Que se foda o Snape. Nesse, nem quero pensar.
Não agora.
Vou lá na Murta. Se ela não fosse morta...
Pansy gosta de mim, isso eu sei. Não pelo meu dinheiro ou por meu pai ser comensal. Ela simplesmente gamou. Ela se preocupa. Mas eu não gosto dela. Nunca gostei. Eu nunca gostei de ninguém.
E agora vou morrer.
Ou Dumbledore me mata ou Voldemort.
Mas já nem ligo.
Já não estou apavorado mais.
Já me conformei.
Já não me importo.
Se pelo menos eu pudesse comer a Granger uma vez... Ou a Weasley. Ou com aquela Corvinal peituda. E as gêmeas, as duas de uma vez. Ou qualquer outra.
Mas eu só como a Pansy.
...
Se ela soubesse que penso isso, bateria na minha cara.
Ele se entrega por amor. Eu, por prazer.
Quando ela vem por cima, dá pra sentir que ela se esforça pra demonstrar que me ama. Também sinto sua frustração quando ela percebe que não demonstro amor. Mas o que ela queria?
A vida é dura, Pansy.
O amor não é a marcha que conduz a vitória.
Por isso eu nunca amo.
O que foi Draquinho? Tá tristinho?
É a Murta. Nem me dou o trabalho de responder.
Ainda assustado porque vai morrer?
Ela tem um sorriso de deboche no rosto.
Não mais. Já perdi o medo.
Ah, mas a minha morte foi pavorosa. Ela diz isso com evidente satisfação. Está tentando me amedrontar...
Enquanto a escuto, aproveito pra mijar.
Um basilisco me matou. Ela fala se inclinando, olhando.
Ela olha embasbacada. A boca meio aberta.
É, sei. Você já me contou.
Ela nem ouve. E não tira o olho do meu pau.
Antes de morrer quero foder gostoso com uma grifinória. Eu penso que a Murta bem que podia me ajudar. Afinal, pra me contar como é morrer ela pediu pra ver meu pau. Tentou até chupar, mas não conseguiu. Ela é mais sacana do que parece. Agora mesmo ela tá olhando de boca aberta, com cara de desejo.
E você pretende deixar seu fantasma por aqui? Podemos morar no castelo pra sempre. Ela diz isso com um sorriso safado, exalando segundas intenções.
Não pretendo.
Ela demonstra frustração. Deve ser duro ser fantasma adolescente e não ter outro pra brincar de papai e mamãe.
As garotas grifinórias transam aqui? Eu arrisco.
Hum... Tá pensando no que Draquinho?
Em transar com elas, claro. Penso mas não falo. Mas é claro que a Murta entendeu. Ela finge espanto, mas no fundo deve ter gostado, deve ter ficado excitada. Deve realmente ser triste morrer virgem e não ter um fantasminha camarada disposto a tirar teu cabacinho. E olha que a Murta é do tempo em que as menininhas brincavam de pique – esconde e pula corda. Hoje em dia elas brincam de pica – esconde e pula cobra.
Vou ver o que posso fazer. Ela diz rindo safada.
Será que ela pensa que eu quero apenas olhar alguma garota nua?
Eu devia ter sido direto. Mas agora já era.
A vida é dura.
Autor(a): theb
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