Fanfic: O lutador

Domingo - 11:00 am, Rio de Janeiro - Brasil

Lentamente começo a escutar um barulho que me parece um pouco irritante e que vai entrando fundo ao meu ouvido e ficando cada vez mais alto fazendo com que eu vá abrindo meus olhos, e rapidamente eu fico sentado a beira de minha cama com meus braços tremulos apoiados ao lado de meu corpo e levanto ainda um pouco tonto e dou uns 3 passos com os olhos meio fechados ainda, logo percebo que o barulho é minha mãe socando a minha porta e gritando para eu acordar, procuro a chave da porta pelo meu quarto e depois de quase 5 minutos procurando acabo achando a mesma jogada por debaixo de algumas roupas em cima da cadeira do meu computador e abro a porta mas ja virando as costas para não ter que escutar a minha mãe mais uma vez reclamando ao meu ouvido, mas é inevitavel, logo a propia começa a dizer

Mãe: menino, você não tem juízo mesmo né?, me chegar uma hora daquelas em casa naquele estado, e ainda deixar essa zona toda pela casa, não aguento mais isso menino, você ja está passando dos limites

Rapidamente eu respondo cortando ela para não ter que ouvir mais.

Renato: ta ta mãe, desculpa ok?

Olho minha mãe sair do meu quarto e vou em direção a porta trancando a mesma novamente e me jogo na poltrona ao lado de minha cama, pegando meu controle na mesa de cabiceira e ligando a tv que está em um canal de lutas e logo me esqueço que hoje é dia de campeonato de Judô da academia e eu combinei de ver alguns amigos meus lutar, mas ao sentir o peso da dor na minha cabeça logo desisto de ir, visto um short folgado, uma camiseta qualquer e vou para cozinha para ve se tem algo para comer, logo percebo que não tem mais ninguem na casa, e ao olhar para geladeira vejo apenas um litro de refrigerante e uma panela com um resto de macarrão, reviro meus olhos fechando a geladeira e ando para a sala, me jogando ao sofá e ali tiro mais um cochilo e acordo com a barulhada de meus primos entrando no apartamento e correndo de um lado pro outro, vejo a minha irmã olhar para mim e fazer um sinal de negativo com meu celular em suas mãos, logo fecho um pouco meu olhar e ela rapidamente ja entende jogando o celular para mim, então olho e tem um sms de um "amigo" meu o Alexandre, mais conhecido pelo pessoal como bebe por ser um dos mais novos da academia me chamando para ir a um lugar com ele a noite, respondo o sms confirmando o convite dele, e vou para meu quarto ao perceber que meus primos estão la fazendo uma zona, mais do que ja tava né, logo ao tirar eles do meu quarto, tiro meu short e coloco um mais arrumado, um short de artes marciais mistas, afinal ja eram quase 6 da tarde e sempre tinha uns caôs na pracinha, e isso era a minha praia, coloquei o tenis com a ponta mais dura que tem e peguei uma camisa folgada de um amigo meu colocando-a sobre meu ombro, logo ao sair de meu quarto escuto a voz da minha mãe dizendo.

Mãe: Aonde você vai renato?

Renato: Pelo amor de deus não me enxe coroa!

Mãe: Volta aqui menino, se você sair será pior

Ignorando o pedido de minha mãe aperto meu passo em direção a porta e saio rapidamente do apartamento caminhando em direção ao elevador, logo encontro a senhora do apartamento ao lado e fico ouvindo ela falar comigo.

Senhora: Renato e os seus treinos, e sua mãe? como está, e sua irmã tambem ta bem?, mande um beijo para o pessoal depois

Focado em ir para a praça nem sei praticamente o que estou respondendo a senhora para dispensa-la

Renato: ta ta sim, ok.

Sem precisar caminhar muito pois a pracinha é logo a frente de meu prédio, atravesso a rua e ja começo escutar as piadinhas dos moleques na quadra

(Domingo nunca ficava o pessoal da area, era sempre da baixada ou do bairro vizinho)

Moleque 1: ih la vem o marrento, veio pra arrumar confusão hoje foi ingrata?

Moleque 2: ih hj a ingrata vai tomar um pau se tentar alguma coisa com a gente hein!

Na medida que eu ia caminhando eu ia ouvindo mais a piada dos dois garotos que cada vez mais iam falando mais alto e aquilo tava entrando no meu ouvido e me deixando mais furioso até que então eu virei em direção a quadra e comecei a apertar meu passo mais disfarçando para que nenhum dos dois tentasse correr para pegar uma pedra ou uma madeira (Eles sabiam que eu faço jiu jitsu e um pouco de boxe), Até que o terceiro moleque começa a gritar com uma voz fina e irritante

Moleque 3: iiiiiih la vem o pitiboy, olha a carinha de babaca dele, iiiiiih cuidado hein galera.

Até que então sinto uma coisa pesada mais meio molenga passar raspando pelo meu braço e ao olhar para tras vejo que é uma fruta podre e ao retornar minha visão para quadra vejo uns 5 moleques sentado na muretinha da quadra rindo e me zuando, aquilo pra mim era um prato cheio, continuei a andar sem dar um pio até entrar na quadra, na qual cheguei bem perto da mureta e olhei dentro do olho do moleque 2 que tava soltando piada para mim e fiquei olhando para ele por alguns segundos, mas logo saí, a fome gritou mais alto dentro de mim e fui para uma lanchonete proxima tomar um açaí e comer um lanche.