Fanfic: Tiny Memories - Cap: [11/11] | Tema: The Walking Dead
Hoje é dia da nossa partida, para dizer a verdade não sentia-me com espírito de estar feliz, ao contrario do meu irmão. O grupo de Tsubaki fez questão em despedir-se de nós.
- Obrigada por tudo Merle-san. – Diz uma das amigas de Tsubaki.
- De nada, senhoras. – Esfregando a cabeça.
- Toma, está aqui o pagamento que prometi. – Diz Tsubaki levando uma das quatros caixas médias até junto de nós.
- Obrigada. – Abrindo a caixa. – Isto vai dar muito jeito. Já agora por caso não têm um carro que poças emprestar, assim facilitava a nossa viagem.
- Sim claro sigam-me.
Para lá da casa não muito longe dela, existia um velho barracão, ao pé dele tinha quatro veículos, um deles reconheci logo, porque foi quando os quatro rapazes e Jiro levaram para viajar.
- Força, escolhe o que quiseres.
- Ok, então deixa-me fazer uma breve analise. – Aproximando deles.
Merle levou alguns minutos a decidir-se qual dos carros era o mais razoáveis. Por vezes olhava Tsubaki pelo canto do olho, a expressão neutra do rosto dela, era-me difícil de saber o que pensava, mas é claro que não era muito difícil de adivinhar a resposta. A leve brisa que pairava no ar, fazia dançar o cabelo dela, afastava-o com delicadeza do rosto, pondo-o para trás da orelha.
- Este serve para o efeito. – Diz Merle acenando-nos.
Aproxima-nos os dois do veiculo com certa distância entre nós.
- Ainda bem que serve. – Diz ela contente.
- Bem, vou ligar este “bebé” e tu Daryl põe as caixas no porta bagagens, ok?- Entrando no carro.
- Ok.
Mais uma vez ela autonomamente ajudou-me a arrumar as caixas.
- Bem parece que já está. – Satisfeita.
- Sim. – Sem olhar para ela.
O silencio meteu-se entre nós em grande escala, por vezes os nossos olhar cruzavam-se por breves segundos.
- Tsubaki – Inicie por fim. – eu--
- Espero que tudo corra bem na vossa viagem. – Com pequeno sorriso. – E que consigas encontrar aquilo que procuras.
- Sim claro... – Não encarando-a.
- Então é para hoje que vais entrar no carro ou não, rapaz? – Diz Merle um pouco irritado de esperar.
Olhei para ele e depois para Tsubaki, nada fiz-lhe ou disse, simplesmente afastei-me dela. Entrei no carro, pelo retrovisor direito vi claramente a tristeza nos seus olhos, é claro que desviei o meu olhar porque odiava vê-la assim.
- Aqui vamos nós. – Arrancando com carro.
Quase todos do grupo acenavam com braço dizendo-nos adeus. Não sei o que Merle tinha em mente como destino.
– Para onde vamos?
- Atlanta. – Olhando para mim.
Se calhar ouviu a conversa entre mim e Tsubaki, claro que não era nenhum segredo, mas...
- Não foi de Tsubaki, de quem ouvi mas sim do doutor chinoca o Jiro. – Rindo-se. – Foi numa vez em que ele viu-me o treinar as senhoras e na pausa do treinos contando-me.
- Ok.
- Alias, como viajamos sempre sem destino, agora para variar um pouco fazemos uma com destino.
- Hum...
- Isto vai ser uma longa viagem, meu rapaz.
Nada disse, apenas olhava pela janela fora com a bochecha apoiada na mão com cotovelo a fazer de suporte. Durante a viagem por vezes Merle cantarolava pequenos refrões de musicas, ás vezes nem mesmo eu sabia o cantava. Vários pensamentos preenchiam-me a mente muitos deles era da Tsubaki.
O que estará a fazer ela agora? Ela disse-me que o seu grupo iria também até Atlanta, se for assim farei as coisas diferentes, apesar de...Olhando ligeiramente para Merle. Não sei como ele irá reagir.
As horas que se seguiram da viagem a paissagem era quase sempre a mesma, bosques, casas abandonadas com algum mortos a vaguearem ou então carros abandonados nas bermas da estrada ou mesmo nela.
- Estás muito calado, para o meu gosto, rapaz. – Olhando para mim por breves segundos. – Não estás ansioso por chegares a Atlanta?
- Hum. – Continuando a olhar pela janela do carro sem muito interesse na pergunta.
- Bem que entusiasmo. – Um pouco desapontado. – Era capaz de dizer que não estás com muita vontade.
Suspirei.
- E estou apenas não dormi grande coisa. – Esclarecendo-o.
- Pois claro. – Não acreditando muito na minha resposta. – Lembras-te daquela vez em que o pai quis que fizesse-mos equipa para a caça?
- Claro que lembro-me como podia esquecer, tu serves-te de mim como um isco, mas no final foi eu quem salvou-te o cu. – Sorrindo-me.
- Sim é verdade, mas sabes o velho nunca teve coragem de te dizer o quanto ficou orgulhoso de ti pelo teu desempenho. – Com certa nostalgia e tristeza também.
- Não sabia disso.
- Bons velhos tempos.
- Merle achas que algum dia podemos voltar a ter uma vida normal?
- A isso não sei responder-te, mas isso acontecer a primeira coisa que iria fazer, era ir a uma tasta para beber uns copos e engatar miúdas boas.
Agora tenho a certeza absoluta que ele nunca á de mudar.
- E tu o que farias?
- Eu.... – Prolongando a minha resposta.
De repente Merle pára o carro bruscamente, olhei em frente e o que vi não foi um dos melhores cenários de todos. Um grupo de mortos caminhavam na nossa direção, lentamente.
- O que fazemos? – Disse. – Se sairmos agora eles notaram o nosso cheiro.
- Já sei a melhor coisa a fazer é tapamo-nos com algo. – Merle olha para os bancos de trás. – Usa o revestimentos dos bancos. Talvez resulte.
- Ok, é para já. – Tirando a minha navalha. Rasguei com alguma rapidez o revestimento. – Toma fica com este. – Dando-lhe. – E este é para mim.- Acabando de tirar o meu.
Tapamo-nos até á cabeça, depois deitamo-nos nos bancos e por fim encolhemo-nos, o mais possível ficando imóveis mas antes Merle desliga o motor do carro. O ruídos deles ficada vez mais audível á medida que aproximavam-se, o que certa forma tornava-se irritante, e a lentidão que duravam a passar parecia uma eternidade, mas no final sempre acabaram por passar.
- Acho que safamo-nos de boa. – Merle destapando-se e olhando sorrateiramente pela janela do carro.
Mas afinal o que fazia aqui tantos mortos juntos?
- Vou dar uma vista do olhos. – Saindo do carro.
Eu também o fiz o mesmo, levei comigo a minha arma de flechas automáticas. Pelas nossas sombras apercebi-me que o sol do meio dia já ia alto. Avançamos lentamente pela estrada, não existia muitos carros abandonados na via, por um lado ainda bem assim passava-mos sem problemas.
- Espera. – Detendo-me Merle. – Olha. – Passando a mão em algo vermelho que tinha num carro. – Será sangue? – Desconfiado.
Alguns metro de nós vi o que pareciam ser corpos de pessoas, pela tonalidade vermelha que cobria a zona dos corpos de certeza que era sangue.
- Ali, Merle. – Apontando para o sitio.
Aproximamo-nos do local e o cenário era macabro, porque todos os corpos, tinham sidos mordiscados, para não falar dos rostos desfigurados de todos eles.
- Devia ser algum grupo de sobreviventes. – Disse.
- Sim e pelo resultado não foram muito bem sucedidos na fuga.
O que veio-me logo á cabeça foi Tsubaki e o seu grupo. Eles na mudança para Atlanta podem ser surpreendidos pelos mortos, se isso acontecer.... Nem quero pensar.
– Ei!!! – Diz Merle pondo-me a mão no ombro, acordando-me dos meus pensamentos. – Vamos sair daqui.
Voltamos a entrar no carro e continua-mos a viagem. Até ao anoitecer fomos em silencio. Parámos numa berma da estrada, e lá fizemos o nosso “acampamento” dentro do carro, por que lá fora, seria suicídio já que eles andavam vagueavam por ai. Fui eu quem fez o primeiro turno, enquanto Merle dormia de costas voltadas para mim, olhei para pequena flor de Tsubaki, aquele doce e leve aroma que emanava era agradável. Fechei meus olhos por momentos aquele pequeno buraco de sofrimento que apoderava-se do meu coração, diminua-a por breves segundos, mas ao abri-los, aumentava mais um bocado. Tinha saudades de toca-lhe no rosto, no cabelo suave dela, mas cima de tudo de tê-la nos meus braços, protegendo-a. Porque não fui sincero para com ela acerca dos meus sentimentos? Passando a minha mão pelo meu cabelo enquanto olhava o tecto do carro.
- Tsubaki.... – Em murmuro.
Guardei a flor e horas depois Merle acorda.
- Agora é a minha vez. – Com genica.
Voltei-me de costas para ele simplesmente e fechei os olhos á espera que o sono viesse.
A claridade do sol, acordou-me lentamente, senti uma leve brisa nas minhas costas, voltei-me para porta do condutor, encontrava-se aberta, pôs-me logo em alerta, ouvi pequenos passos aproximar-se, peguei na minha arma já pronta para o que viesse. Nesse instante Merle aparece e surpreende-se comigo.
- Então queres matar-me de susto, ou quê? – À espera que abaixa-se a arma.
- Nada disso, apenas pensei que fosse algum morto. – Guardando-a.
- Tive de ir mijar, não? – Rindo-se. – Tenho esse direito?
- Sim claro. – Saindo do carro.
Troquei com Merle a vez de conduzir, porque a ultima coisa que queríamos era ter um acidente de carro, por ter adormecido ao volante. Por isso deitou-se um pouco antes de voltar outra vez ao seu posto. A viagem em si decorreu normalmente, sem grandes imprevistos, a não ser o meu irmão a ressonar levemente. Poucas horas depois desperta.
- Assim sinto-me bem melhor. – Levantando-se.
As tabuletas que passavam por nós, informava-nos que existia uma estação de serviço perto.
- Vamos até á estação de serviço. – Diz Merle. – Talvez lá encontramos alguma gasolina.
A zona estava completamente abandonada, nós os dois até surpreendemo-nos por não estar nenhum morto por estás bandas.
- Eu vou ver as bombas de gasolina e tu vê se encontras alguma coisa nessa loja de convívio. – Saindo Merle do carro encaminhando-se para as bombas.
- Ok. – Trazendo comigo a minha arma de flechas.
A loja não indicava indícios de que os mortos tenham, passado por aqui, simplesmente estava abandonada. Nas prateleiras existia comida de todo tipo, bem como sumos e até mesmo snacks, ao pé dá caixa registadora havia uma pequena moldura voltada para baixo, voltei-a para cima, nela tinha um jovem casal no fundo havia uma pequena frase. “Para sempre contigo”
Posei a moldura, com olhos semicerra, também levei alguma comida e bebidas. Na bombas Merle consegui-o ter sorte.
- Rica sorte. – Contentíssimo.
Pôs alguma comida e bebida no porta bagagem e outra parte ao pé de nós. Entrei no carro agora no lugar de passageiro, já que agora Merle estava apto para conduzir. Assim que terminou de encher o deposito entrou no carro. Mais uma vez o silencio ficou entre nós, após Merle ter arrancado com carro.
- Afinal no que estás a pensar para deixar-te assim tão silencioso, rapaz? – Olhando para mim.
- Em nada. –Continuando a olhar pela janela.
- Tens a certeza?
Olhei-o um pouco intrigado por causa da pergunta dele.
- Ainda penas nela, não é?
- Não sei aonde tiraste essa ideia.
- A serio? Então por quê ontem disseste o nome dela?
Ele ouviu-me.
- E dai, o que tem? – Sem saber o que responder.
- Ficas-te mesmo apanhadinho por ela. – Rindo-se.
Não disse nada.
- Eu apanhei-vos varias vezes, juntos. – Num tom um pouco serio. – Apesar ter-te dito para afastar-te dela.
Continuei ouvi-lo em silencio.
- Mas sabes, esse teu lado gentil sempre fez-me alguns ciúmes.
- Ciúmes? – Um pouco surpreendido com ele.
– Sim, lembras-te quando andava-mos na secundaria, sempre que arranjava uma miúda nunca durava mais do que duas ou três semanas com a mesma, enquanto tu o tempo a largava-se para meses. Nunca percebi muito bem o por que. Talvez por tu teres herdado a personalidade da mãe e eu a do pai.... – Suspirando.
Nesse momento Merle pára o carro.
- Talvez é melhor regressares para junto dela. – Olhando para o volante.
Terei ouvido bem? Espantado.
– O que se passa, rapaz?
– Então e tu?
– Eu o quê? Eu já sei tomar conta de mim, mesmo.
– Não é isso.
– Eu sei. – Olhando para mim. – Tu só viste comigo porque sou teu irmão, não foi? Porque era o teu dever, apesar do teu coração dizer outra coisa, verdade? – Semicerrando os olhos.
Nunca tinha visto este lado de Merle, nem parece ele.
- Vá ponte a mexer. – Curvando-se para meu lado abrindo-me a porta do carro. – Não te preocupes nós voltaremos a encontrar, já sabes a onde encontrar-me, por isso......
- Tens razão. – Dando-lhe um pequeno riso.
- Vai logo antes que me arrependa do que estou a fazer, se quiseres tira o que precisares para levar.
- Ok. – Saindo do carro.
Levei comigo uns snacks e agua para viagem de regresso. Aproximei-me do carro, Merle desce a janela.
- O que se passa?
- Nada, apenas quero agradecer-te, irmão.
Vi claramente que ele surpreendeu-se. Porque ele podia muito bem ter seguido viagem sem hesitar.
- Ok, ok, ok já chega de cenas de lamechas. – Despachando-me.- Eu só fiz isto, porque de certo modo não tenho o direito de interferir com a tua felicidade. – Dando um riso. – Eu não quero que te tornes igual a mim, aliás eu NÃO quero outro eu de mim, já basta eu. – Num tom brincalhão.
- Ok, compreendido.
- Vi a uns metros mais atrás uma mota, deu-me a sensação de estar em boas condições, mas não tenho a certeza. De qualquer forma faz boa viagem.
- Tu também.
Merle desaparece no horizonte. A mota em si não estava assim muito longe era um modelo 71 Triumph com motor 69, não tinha danos graves apenas alguns arranhões, para minha sorte tinha as chaves na ignição, nela também tinha umas pequenas bolsas de lado, lá pôs a comida e a agua. Liguei-a, tudo funcionar normalmente. A viagem que agora tinha em mãos ia ser longa, mas iria valer a pena fazê-la.
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Pelos sítios que já tinha passado com o meu irmão, não apresentavam grande perigo, alias vagamente havia perigo. A primeira noite que passei sem o meu irmão abriguei-me dentro de um carro, também camuflei a mota e principalmente usei a mesma tática que eu e o meu irmão usamos quando tivemos aquele encontro com grupo ...
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