Fanfic: O meu assaltante é um principe!

Eu estava sentada no jardim. Era inicio de tarde, um clássico dia de outono. Céu limpo como no verão, e vento frio como no inverno. Deixei meu chapéu sobre o balanço e segurava a bainha do meu vestido rosa para não sujar-lhe de terra. Caminhava até um canteiro cheio de violetas e, como toda tarde, arranquei uma flor.

- Flores para uma flor. - Como toda tarde, o rapaz Uckermann me disse entregando-me uma genérica rosa. Não sou princesa, não sou uma plebéia, não sou apaixonada por flores, não tenho uma loja de chocolates. Sou apenas educada, amada e isolada em segredo. Peguei a rosa da sua mão, a qual havia marca de espinhos.

- Gentil senhor. Agradeço mais uma vez sua simpatia por mim. Mas mais uma vez tenho que informá-lo, não gosto de rosas. - Ele me pareceu desapontado.

 Voltei a caminhar, busquei meu chapéu e sentei-me no balanço. O rapaz Uckermann pediu minha licença e, com a minha permissão, sentou-se ao meu lado. Eu não o ignorava, mas ele não se fazia presente. Aquele era o jardim do parque central de Londres, sempre ia até lá quando sou solta e agradeço esses poucos minutos que me são a liberdade. 

 -Meu primo chegara amanhã. - Ele disse antes de por as mãos tremulas sobre os meus joelhos, assim eu não poderia ignorá-lo. Deixei-o falar - Faremos um jantar pela sua vinda a Londres, a família Uckermann convida sua família a participar. Eu convido-a á ir, Dulce. - Eu tiro suas mãos de meus joelhos e me afasto para outro lugar no balanço.

- Senhor Uckermann, fico lisonjeada com seus convites. Quero que agradeça Senhora Uckermann por eles e que peça desculpas por não aceita-los. E peço que não me chame de Dulce, Sr. Uckermman.

- E eu peço para que não me chame de Sr. Uckermman. – Eu conhecia esta frase, o discurso e as perguntas que viriam depois também. Ele tocou no meu rosto e bruscamente o virei para o lado oposto. – Nos conhecemos desde pequenos, Dulce. – “Entortei” meu nariz ao ouvir o nome. – Brincávamos juntos neste parque até a adolescência e lembro-me de uma morena gritando Poncho entre os jardins. Onde foi parar esta menina morena?

Aquela era uma pergunta para qual eu não tinha resposta. Voltei a mirá-lo no fundo dos olhos. Garoto bobo, meu pensamento ria dizendo, é realmente apaixonado por mim. Então eu ouvir soar o relógio da torre. Marcando duas horas, era um triste aviso que minha liberdade havia acabado e que eu devia voltar ao “calabouço”.

- Tenho que ir. – Levantei-me do balanço pondo meu chapéu, segurando minha bolsa e a bainha do vestido. Não sei o porquê de eu não ter dito Sr. Uckermman no final da frase e ele reparou nisso. Quando nós dois estávamos em pé ele segurou-me pelo cotovelo. Não era rude simplesmente um toque que prendeu minha atenção.

- E sobre o jantar? Você irá? – Ele transbordava esperanças. Deixei que da minha boca fechada um pequeno riso saísse. Ele sorriu. Voltei a minha expressão vazia, mas com a mesma alegria eu o respondi:

- Aposto que seu primo prefere um pequeno jantar somente com a família próxima depois de uma longa viagem do que ter que se comportar a mesa por causa de estranhos convidados. – Eu não sabia da onde o tal primo vinha na verdade. Muito menos se ele gostaria de companhia para jantar ou não, mas me pareceu uma maneira educada e sem dizer não para recusar o convite, de novo.

- Com isso não se preocupe, ele não iria de comportar de qualquer jeito. – Minhas sobrancelhas se ergueram com tamanha certeza que ele tinha da falta de educação do tal primo. O relógio soou a segunda badalada. Impulsivamente eu olhei em direção a ele com o meu coração começando a apertar dentro do peito. Mais alguns minutos e chegaria atrasada.

- De boas-vindas ao seu primo por mim. Pois minha reimpedindo dsposta ainda é não. Tenha uma boa tarde, Sr... – Seus olhos buscaram os meus, me e continuar. Talvez se eu falasse baixo e com tristeza ele não escute e nem se emocione. – Tenha uma boa tarde, Alfonso. – Não esperei que ele retribuísse a despedida já estava demais atrasada.

Andava a passos longos e rápidos, diferente do jeito que uma lady deve andar. Mirava meus pés para não ter que cumprimentar conhecidos na rua e me atrasar. Comecei a dobrar a esquina, e teria que ser realmente muito rápida para não ser vista. Se eu tivesse sorte, ela não estaria na vitrine. Mas eu ouvi os sinos pendurados na porta e correr seria inútil.

- Doce menina !! – Seus gritos na porta da livraria não assustavam mais as pessoas, todos naquele bairro conheciam a Dona Joaquina. Eu me virei com um sorriso que era realmente iluminado ao ver a minha velha amiga. Ela andou brava até a minha direção. –Aposto que estava rezando para que eu não a visse ! Que falta de educação... Bem, uma xícara de chá e tudo ficará bem. – Ela me puxava para dentro da sua livraria. O cheiro de incenso, as pilhas de livros e o pó das prateleiras que na infância fora meu lugar secreto. Eu tentava educadamente esquivar-me de entrar.

- Você sabe como meu pai é Dona Joaquina... Estou quase atrasada. – Ela finalmente desistiu de me levar para dentro da loja, então pôs as mãos na cintura e começou a andar na minha frente.

- Seu pai, seu pai... Bom, então esqueça o chá. Vamos só conversar no caminho. Venha menina, te levarei em casa. – Ela me prendeu com seu braço esquerdo.

- Sabe que meu pai fica na janela. Terá que me deixar no inicio da estrada. – Ela bufou e eu suspirei. – O que você quer saber Dona Joaquina ?

- Primeiro: Qual foi a investida do rapaz Uckermman está tarde ?