Fanfic: Showbiz | Tema: Muse, Avenged Sevenfold, 30stm
O Jimmy pareceu ouvir os nossos planos telepaticamente, quando chegámos à garagem ele estava de pé, com os membros da banda reunidos. Todos com a cara obviamente de alguém que estivesse sobre os efeitos do álcool. Mas era de manhã, bem cedo, e com o passar do dia poderiam talvez recuperar as suas caras dignas de estrelas de rock.
Como sempre, haviam dois carros, cada um pertencia a cada banda. Os carros não estavam na garagem, pois se alguma vez quiséssemos sair pela garagem, iriamos ser automaticamente assassinos em série pela maneira como aquela rua nojenta e apertada, estava sempre cheia de pessoas da mesma caracterização. Mas já me tinha contentado com o facto que era ali que eu pertencia, embora do lado talentoso da rua. Eu pertencia ali, ao lado do rock, das substâncias presas no ar que pareciam nunca desaparecer, em que sobriedade era uma palavra que não constava na lista de adjectivos que usaria para descrever aquele lugar, eu pertencia ali ao lado dos rapazes. Aqueles que não iriam sair do meu lado por nada, em que nem mesmo a morte poderia quebrar a nossa ligação.
Os carros estavam no estacionamento à frente da casa, aquela zona tinha duas faces. A das casas, em que o ambiente era angelical, asseado e perfeito, onde se podiam imaginar crianças a correr de um lado para o outro juntas sem correr perigo.
Mas por trás, havia o tão famoso “bairro” que já descrevi bastante, estreito, havia garagens em todo o lado, caixotes do lixo sem propósito, pois a própria rua era um lixo. O trilho era de terra batida, separado por duas finas linhas de terra, que mesmo assim eram largas para os pneus de um carro normal. Embora nunca passassem lá veículos. Naquele lugar, para além dos sons das bandas formadas por pessoas sem qualquer controlo da vida, havia todo o tipo de porcaria que se pudesse imaginar, eram aqueles bairros típicos de um documentário que contasse a vida de uma prostituta, estas também apareciam de vez em quando. Havia traficantes e assaltos, mas já me tinha habituado ao perigo e á adrenalina de todo aquele lugar.
Os condutores sentaram-se no seu devido lugar, e eu dirigi-me para o carro dos meus irmãos. O Syn olhou-me confuso, não era vulgar, ou raridade mesmo, eu ir com eles. Costumava ir sempre atrás no outro carro ao lado dele. Mas naquele dia, algo tinha mudado em mim, já não via o Syn da mesma maneira, já não caía nas suas palavras enroladas, esperava que finalmente fosse sinal de crescimento, já estava na hora de crescer.
– Vais com eles?- gritou relativamente baixo, pois já tinha fechado a porta do carro, acenei positivamente com a cabeça, mesmo que não o visse da mesma maneira, o facto de provavelmente o estar a esquecer assustava-me. Naquele lugar de onde nunca tinha saído, não me via com mais ninguém, não havia mais ninguém. Mas ficar sozinha, ou ficar com o Syn, era agora, a meus olhos, a mesma coisa.
Por um lado, ficava contente, era uma paixoneta idiota de demasiada duração, já muitas tinham sido as vezes que abdicara de oportunidades de uma vida so para não o deixar, por outro, ainda o amava, não queria crescer, não queria que a banda ganhasse fama, não queria vêlo rodeado de mulheres. Não queria que ele se sentisse livre.
Ele olhou-me por um curto espaço de tempo e entrou no carro atrás. A viagem não foi longa, não eramos muito famosos e por isso, quando falávamos em concertos, nunca saíria de Huntington beach.Este era num bar, daqueles do mesmo tipo em que já tínhamos actuado muitas vezes. Uma esplunca, mas pelo menos o publico parecia entusiasmado, afinal, Avenged Sevenfold, era um nome conhecido na cidade.
Os rapazes iniciaram o seu ensaio, e eu decidi não assistir, todos pareciam olhar-me de lado, estava estranha, e eu própria tinha reparado nisso, sentei-me num dos bancos do bar. Não bebia, mas naquele dia foi diferente, o senhor viu nos meus olhos, pois não deveria ser difícil reparar, que não sabia o que queria.
– Não se preocupe, eu surpreendo-a – E saiu, nem vi bem o que ele tinha posto no copo que, passado alguns minutos estava no balcão à minha frente, hesitei em beber, pensei em todos os perigos que podiam estar dentro daquele recipiente vidrado. Mas por um lado, os rapazes estavam a uma parede de distancia. Engolei o líquido ácido e um pouco espesso deixando o copo vazio, num gole.
Senti-me abanar pesadamente, como se algo estivesse mudado, e eu só tinha bebido um copo. Não estava a ser a melhor expriência da minha vida. Saí do banco com as pernas bambas, mas consegui dirigir-me à sala onde os meninos estavam a ensaiar. Sentei-me no sofá, o barulho todo daquelas musicas familiares que costumava adorar, pareciam agora ecos insuportáveis vindos da minha cabeça. Apoiei os meus braços nas minhas pernas, e a cabeça nos mesmos. As minhas pernas, estavam paradas, mas o efeito de qualquer merda que fosse aquela bebida não me faziam ver isso, elas estavam a tremer, a mover-se lentamente sem ir a lado nenhum.
E num piscar de olhos, a visão do chão vermelho sujo, das minhas pernas dobradas e juntas, e dos meus cabelos caídos, tornou-se preta, negra. Deixei de ouvir, respirar e sentir, simplesmente… Desmaiei.
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"Beep… Beep…" era estável e chato, mas foi o primeiro som que ouvi quando abri os meus olhos, mas ouvia tudo ainda como se estivesse debaixo de água. A minha visão estava desfocada. E quando ficou decente, fechei os olhos imediatamente assim que encontrei um candeeiro de tecto branco e deprimente. A luz era fraca, mas eu tinha acabad ...
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