Fanfic: Mancha Escura | Tema: Romance na guerra
— Venha Klaus, venha logo despedir-se de mim, não posso perder o trem — disse apressadamente, com voz de meter medo em quem escutasse.
— Acalme-se querida, preciso finalizar esta carta.
Há trinta minutos que estava escrevendo. Ana, sua futura esposa, sabia qual era a importância do documento; bem mais de quem estava para recebê-lo. Mesmo assim, mantinha-se impaciente.
— Olhe que já vou.
— Está bem, acabo a última linha depois.
Ele pegou suas malas e mais uma vez escutava de Ana aquela velha história:
— Quero logo marcar a data do casamento. É meu sonho desde que me dei por gente. Não quer também?
Ele nunca sabia como reagir a isso. Queria casar, e como queria, mas ele tinha seus compromissos de soldado. Em tempo de guerra há sempre certa dificuldade em manter a paz de um casamento. Era preciso esperar.
Carregou as poucas malas de Ana até a estação de trem que ficava não muito distante de onde ele morava. Aproveitaram para dar um último passeio juntos, coisa que quase não faziam e sabe-se lá quando é que fariam novamente.
— Pronto, minha querida. Esperarei até você partir. Quando eu sair dessa casa onde estou morando, quero que se mude para ela. É mais seguro que saia da Polônia logo.
— Está bem, mas por enquanto fico no meu país. Você tem seus compromissos sempre e detesto passar as tardes sem ninguém para conversar; lá ao menos tenho minhas vizinhas.
Enquanto ela subia no transporte, eles acenavam um para o outro, numa inexplicável troca de olhares; o elo de afeto que os unia nem a dor de uma guerra poderia destruir. Em plena mocidade em que estavam já se permitiram um sentimento tão sólido e profundo que dava mais vida ao coração. A despedida era como se o arrancassem dos dois; arrancassem de tal forma que sentiam ainda mais o amor, mesmo sem o órgão responsável por ele.
Com pouca demora ela partiu. Klaus acompanhou o trem até que ele sumisse de vista. A saudade já aparecia para deixar sua marca de tristeza no rosto do soldado.
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Prévia do próximo capítulo
Klaus precisava enviar a carta. Era muito importante para sua carreira que o Grande descobrisse o soldado que tinha. Nas poucas batalhas que já haviam ocorrido, em sua pequena atuação na guerra que recém havia começado, destacou-se por não recuar. Julgava covardia o lutador que, em momento de derrota e antes mesmo de ser derrotado ...
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