Fanfic: Mancha Escura | Tema: Romance na guerra

Klaus precisava enviar a carta. Era muito importante para sua carreira que o Grande descobrisse o soldado que tinha. Nas poucas batalhas que já haviam ocorrido, em sua pequena atuação na guerra que recém havia começado, destacou-se por não recuar. Julgava covardia o lutador que, em momento de derrota e antes mesmo de ser derrotado, deixava o local da luta. Esta qualidade de Klaus o diferenciava dos demais; o chefe com certeza pensaria que o jovem realmente havia entendido suas propostas de dominação.
Tudo porque o soldado queria ser grande também. Ele possuía muita vontade de mandar. Queria sim chegar a estar ao lado do líder da Alemanha. Imagine só se ele conseguisse ser o seu braço direito, que era o que mais sonhava na vida! Perdido em pensamentos do tipo, pôs-se a escrever novamente.
Não demorou tantas semanas e alguma resposta chegou. Uma carta que com certeza fora enviada com muito cuidado e esmero, tinha uma aparência limpa e seu papel era tão branco que se o branco do leite a visse, teria inveja. Klaus leu tudo muito rapidamente e decepcionou-se por ela não ter sido escrita pelo chefe, coisa que ele já imaginava que aconteceria, mas não queria perder as esperanças. O que o fez desesperar-se foram as últimas linhas do escrito: diziam que era para ele manter-se preparado, sempre pronto para novas lutas porque muito em breve atacariam sem piedade a Polônia.
Ele imaginava isto também. Um lugar tão cheio de judeus rapidamente seria alvo do Blitzkrieg. E Ana? Como ficaria a pobre mulher agora, que recém havia partido para seu verdadeiro lar? Como avisá-la sem que ficasse assustada?
Era uma batalha importante e não passava pela cabeça de Klaus opor-se a ela. Jamais. Como contrariar uma decisão tomada por Hitler? Mais fácil seria buscar a moça na mesma hora e trazê-la a força.
Dias de medo vieram e deixaram-no agonizado, pois a qualquer momento ele deveria largar sua residência e partir para a guerra. Lutar contra sua amada. Klaus estava triste e sem forças para mandar uma carta à Ana, com certeza demoraria muito até que ela recebesse e ele nem sabia como contar tudo sem que ela se desesperasse. Decidiu então deixar as coisas por assim, até porque Ana não era judia, era alemã pura.
Talvez ela sobrevivesse, talvez voltasse. Talvez o amor que ele sentisse por ela não fosse assim tão grande, e sua coragem não fosse assim tão verdadeira para ser capaz de destruir a honra de soldado que tinha apenas por amor.