Fanfics Brasil - DOIS: O tesouro de Teach é roubado O Caçador de Piratas

Fanfic: O Caçador de Piratas | Tema: Piratas do Caribe


Capítulo: DOIS: O tesouro de Teach é roubado

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Navegamos por vários dias. Eu sabia que a Enseada de Ocracoke estava próxima. A maior parte do tempo, fiquei dentro da cabine, consultando mapas de navegação. Consegui até ler mais um pouco do livro A vida e as estranhas e surpreendentes aventuras de Arabella Drummond. Comprei-o de um comerciante das Índias Orientais, que o trouxe de Londres. É uma história triste, mas de forma alguma justifica os crimes e as maldades cometidos por ela.


— Terra à vista! — ouvi o vigia gritar no cesto da gávea, quando estava folheando as páginas do livro, em busca de outras viagens de Drummond.


Fui para a proa, e com meu telescópio, pude ver a Enseada de Ocracoke ao lado direito do navio.


— Virar a estibordo! — ordenei ao timoneiro do navio, e o Gato do Mar foi virando à direita lentamente. — Imediato! — chamei, e imediatamente o segundo comandante do navio se postou a meu lado.


— Sim, capitão?


— As águas em torno da Enseada de Ocracoke são rasas demais para o Gato do Mar. Vamos entrar até onde for possível e de lá remamos até a praia no bote, entendeu?


— Sim, capitão. — ele acenou com a cabeça e voltou ao trabalho.


— Aproveitem o vento! — gritei, quando senti o vento soprar na direção de Ocracoke.


Verifiquei os cabos presos às velas, dando ordens aqui e ali para os afrouxarem mais, ou os apertarem mais. Assumi o comando da direção do navio, só para me distrair.


Ocracoke se aproximava mais e mais. Fui obrigado a diminuir a velocidade do navio quando a Enseada estava muito perto, e pegar uma linha de prumo para saber até onde o Gato do Mar poderia passar em segurança, sem encalhar.


Senti a profundidade da água ficando rasa, e então gritei para a tripulação:


— Lançar âncora! Preparar botes!


Deixei alguns marinheiros de vigia no navio e logo estávamos remando em direção à Enseada de Ocracoke. A primeira coisa que veio a minha mente quando chegamos à praia: nem um sinal de Drummond e de seu Aventureiro Audaz.


A praia era mais conhecida como Buraco do Teach. Alguns marinheiros afirmam que o Barba Negra enterrou parte do seu tesouro nessa praia, para escondê-lo dos seus próprios homens.


— Homens! — exclamei, e todos se viraram para mim. — Vocês se lembram do que disseram em Boston? — Os marinheiros assentiram, mesmo não sabendo do que eu estava falando. — Aquele filho da puta do Teach com certeza enterrou seu tesouro, assim como a vadia da Drummond. Quero que deem o seu máximo para encontrar esse tesouro. Já!


A tripulação se espalhou, e imediatamente começaram a procurar o tesouro enterrado de Barba Negra. Alguns decidiram procurar pelo tesouro na praia, e então eu e mais outros tripulantes adentramos a floresta da ilha.


Havia diversos bichos na floresta, alguns muito bonitos, e outros extremamente nojentos. Procuramos a porra do tesouro por vários lugares. Muitos dizem que Barba Negra o enterrou bem no centro da ilha. O espaço entre as árvores ficava cada vez menor quando adentrávamos mais na floresta, fazendo com que a luz do Sol diminuísse e a escuridão caísse sobre nós.


A floresta estava muito silenciosa. Às vezes eu sentia como se alguém estivesse nos observando. Andamos e andamos, até que ao longe vi um pequeno desmatamento, árvores cortadas de todos os lados.


— Deve ser ali! — murmurei.


Antes de ser cortadas, pude ver que as árvores formavam um círculo em volta de um buraco, que já estava cavado. O Buraco de Teach, pensei. Ah! É isso.


— Com certeza é aqui que Barba Negra enterrou seu tesouro...


— Que você não colocará as mãos! — fui interrompido por uma voz que ecoou das sombras de uma árvore atrás de mim.


Ouvi o barulho de várias espadas sendo retiradas da bainha e logo depois vários homens saíram de trás das árvores. Estávamos cercados. Eles eram piratas, disso eu não tinha dúvidas, e com certeza ficavam ali de vez em quando para guardar o tesouro de Barba Negra. Eram muitos, estávamos em desvantagem, mas mesmo assim decidi lutar.


— Me obrigue a não pegar o tesouro de Edward Teach, seu pirata de merda — eu desafiei, e retirei minha espada da bainha. Minha tripulação fizeram o mesmo.


— Não sou eu quem vai te obrigar, é Arabella Drummond — disse o que parecia o líder dos piratas.


Nessa hora, eu congelei. Achava que Drummond estava ali, pronta para lutar comigo. Aí caiu a ficha. Ela já havia estado aqui, já havia roubado o tesouro de Barba Negra antes de mim, e esses piratas de merda não conseguiram detê-la. Era por isso que aquele buraco já estava cavado.


— Então, Arabella Drummond chegou antes de mim, não foi? — perguntei.


— Sim. Ela sabia que você estava vindo para cá. Nossa missão é guardar o tesouro de Barba Negra. Nós tentamos lutar quando ela chegou aqui, mas infelizmente não conseguimos. Então, aquela pirata safada nos deu ouro, objetos de grande valor, e fez jurar que não íamos contar sobre o roubo ao capitão Teach, e mandou-nos acabar com vocês quando estivessem aqui.


— Hum! — eu ouvi tudo com muita atenção, e a raiva e o ódio por Arabella Drummond foi aumentando, até que extravasou. — Piratas... não prestam mesmo!


Avancei para o pirata e dei-lhe um golpe com a espada. Ele se defendeu e uma luta começou.


Meus homens eram mais ágeis e habilidosos, e é claro que, um por um, os piratas foram sendo derrotados. Eu dava golpes e mais golpes no líder deles, e ele defendia todos. Como pirata, ele sempre fazia qualquer coisa para conseguir vencer a luta. Jogava alguns objetos que Drummond lhe dera, como taças de prata e ouro, anéis, diamantes, ou jogava terra em mim para atrapalhar-me, sempre trapaceando. Mas eu sempre me defendia.


Entre muitos tinidos de espadas se chocando eu vi um marinheiro meu entrar no buraco cavado do tesouro de Barba Negra e pegar uma pá que havia lá dentro. Começou a cavar mais, tentando procurar qualquer coisa.


O líder pirata avançou para mim com a espada acima de sua cabeça, e quando lançou um golpe direto na minha cabeça, eu consegui recuar — senti a ponta da espada a centímetros de mim — e a espada foi direto para o chão, ficando presa. Assim que ele tentou arrancá-la, desferi um golpe em sua mão, e o sangue espirrou por todos os lados. O pirata deu um berro de dor, e caiu, ainda gritando.


— Seu filho da puta infeliz! — berrou para mim, e coloquei a ponta de minha espada bem perto de seu pescoço. Rapidamente silenciou, tentando reprimir o grito.


— Capitão, eu encontrei isto aqui — disse o marinheiro, que vi cavando mais o buraco do tesouro de Barba Negra. Ele me mostrou um saco vermelho de ouro em pó.


— Parece que Drummond esqueceu disso — comentei. — E você, sabe para onde ela foi?


O pirata ficou mudo, estava com os olhos fixos em minha espada.


— Responda? — gritei, encostando a lâmina em sua pele. Ele estremeceu e falou rápido.


— AchoquefoiparaTortuga.


A única palavra que eu entendera fora “Tortuga”.


— Drummond foi para Tortuga? — perguntei, impaciente.


— Sim, sim.


Então, ela tinha escapado mais uma vez. E pior, ainda levando mais tesouros.


— Bom, não podemos perder tempo aqui. Temos de voltar ao navio! — disse para a Tripulação. — Chamem o resto dos homens. E leve isto para o Gato do Mar.


O tripulante com o saco de ouro em pó fez que sim e seguiu correndo os marinheiros.


Os corpos dos piratas derrotados estavam jogados no chão, alguns sangrando muito, gemendo, e até mortos.


— Este é o fim que vocês merecem, seus merdinhas — disse para eles, e cuspi ao pé de um pirata que sangrava no pescoço.




Voltei para a praia, onde minha tripulação me esperava já dentro dos botes. Chegamos ao Gato do Mar, e os homens de vigia nos encheram de perguntas.


— Nada de mais, homens. Ao trabalho. Vamos! Temos que navegar. Tracem um curso para Tortuga.


Fui para a cabine, com a raiva ainda percorrendo meu corpo. Levei comigo o saco de ouro em pó e tranquei-o em um baú.


— Pelo menos isso — disse para mim mesmo.


Decidi tomar um pouco de vinho para esvaziar o ódio em mim. Peguei o livro sobre Drummond e li algumas páginas, antes de adormecer.



 



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Autor(a): Uchiha_Potter

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