Fanfics Brasil - TRÊS: Drummond manda piratas para nos atrasar O Caçador de Piratas

Fanfic: O Caçador de Piratas | Tema: Piratas do Caribe


Capítulo: TRÊS: Drummond manda piratas para nos atrasar

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Acordei repentinamente com um barulho infernal de tiros de canhão, tinidos de espadas e gritos. Primeiro achei que fosse um sonho, mas quando abri a porta da cabine, me deparei com uma zona de guerra no convés.


Já era noite. A luz da Lua iluminava toda uma batalha entre o Gato do Mar e um navio pirata a bombordo de meu navio, bombardeando-o com várias balas de canhão redondas estourando por todos os lados. Eles não tinham canhões giratórios, mas nós sim. Minha tripulação respondia ao ataque, e com muito mais intensidade. Os canhões giratórios atiravam em toda parte do navio pirata, balas de canhão de muitos tipos explodiam no inimigo, perfurando cada parte do casco, da popa, rasgando velas.


— Vamos, homens! Acabem com essas drogas de piratas — eu gritei, incentivando ainda mais minha tripulação.


Os piratas, já derrotados na base do tiroteio entre navios, seguraram em cordas e “embarcaram” no Gato do Mar. Imediatamente os marinheiros deixaram os canhões e retiraram as espadas da bainha. Os filhos da puta — claro, os piratas — atacaram e os bravos homens se defenderam.


Mais piratas subiram a bordo do navio, armados com machados e pistolas. Entrei na cabine de volta e peguei minha espada e também uma pistola de reserva. Voltei ao convés e entrei na luta. Antes que um filho da puta atirasse em um homem meu, fui mais rápido e atirei em suas costas, e sangue espirrou. Ele caiu, largando sua arma.


Desferi vários golpes de espada nos piratas. Me desviei de tiros de pistolas e lutei até o último pirata que sobrou, que veio me enfrentar com um simples machado, e eu, sem dó alguma, tratei de enfiar bem fundo a lâmina de minha espada em seu coração.


O filho da puta arregalou os olhos para mim, e eu sussurrei em seu ouvido um “Morra!”, e ele caiu a meus pés.


Um grito de vitória ecoou pelos mares ao longe.


— É isso o que devemos fazer — eu gritei, quando a tripulação cessou a pequena comemoração. — Exterminar essas porras de piratas infernais.


Um marinheiro trouxe taças e serviu vinho para cada tripulante.


— Um brinde? — o homem perguntou.


Eu fiz que sim, levantei minha taça e gritei: — Ao fim da pirataria!


Nós bebemos e trabalhamos em equipe para a limpeza do Gato do Mar. O navio pirata ao lado estava em chamas. Removemos os corpos dos filhos da puta, jogando todos nos restos do navio para queimarem juntos.


Alguns marinheiros pegaram baldes e escovas para esfregar o convés e limpar o sangue espirrado pelos piratas.


— Vamos! O navio precisa continuar a navegar. Sem demora! — disse à tripulação. — Imediato, para a cabine!


Voltei então à cabine com o Imediato logo atrás. Sentamos e bebemos mais alguns goles de vinho. Perguntei a ele sobre o ataque e ele começou a contar-me.


— Estava escurecendo, o senhor estava na cabine (não contei a ele que eu estava dormindo). — Vimos luzes ao longe. O vigia afirmou que era um navio pirata, e então, nos preparamos para lutar. Quando o navio se postou ao nosso lado, um pirata disse que nós estávamos perdidos, que íamos afundar para a escuridão das profundezas. É claro que não ficamos com medo. Sabíamos que eles não teriam a menor chance contra o Gato do Mar. Aí, eles atacaram, e nós revidamos. Passaram alguns minutos e o capitão saiu da cabine.


— Você está me dizendo que eles atacaram, sem fazer nenhuma negociação? Atacaram direto? — perguntei, tentando raciocinar.


O Imediato acenou com a cabeça. Alguma coisa estava absolutamente errada, eu sentia isso. Os piratas não gostam de atacar os navios inimigos diretamente. Se o navio afundar, eles perdem tudo que desejam pilhar. Piratas preferem abordar os navios em silêncio, pela popa, ou ainda unir as duas embarcações com cordas e ganchos, antes de subir a bordo.


Eu estava confuso. Tentei pensar, colocar meus pensamentos em ordem. Piratas... ataque... sem negociação... luta... Drummond... Drummond! Mas é claro! Aqueles filhos da puta foram enviados por aquela vaca para nos derrubar. Ou melhor, para nos... ATRASAR!


— Capitão? — disse o Imediato, e minha cadeia de pensamentos foi interrompida. Nem percebi que estava andando de um lado para outro.


Abri a porta da cabine e gritei para a tripulação no convés.


— DRUMMOND! DRUMMOND NOS ENVIOU AQUELAS PORRAS DE PIRATAS PARA ATRASAR O GATO DO MAR. PERDEMOS TEMPO NAQUELA LUTA. AGORA EU QUERO VELOCIDADE MÁXIMA DO NAVIO. VAMOS!


— Mas, capitão! O vento está contra nós. Não vai ser possível...


— NÃO QUERO SABER! DEEM UM JEITO NISSO! NÃO LIGUEM PARA O CONTRAVENTO. USEM OS REMOS, QUALQUER COISA, MAS COLOQUEM ESSA PORRA DE NAVIO EM VELOCIDADE MÁXIMA PARA TORTUGA.


O Imediato estava a meu lado, indignado. Com certeza nunca havia me visto assim, e estava assustado.


— E... você — eu disse lentamente, tentando me acalmar. — Vá trabalhar. E-eu preciso descansar, relaxar a cabeça.


Voltei à cabine, com minha cabeça a mil, fervilhando de palavrões e amaldiçoando eternamente Arabella Drummond. Andei de um lado para outro, tentando pensar aonde ela atracaria a seguir. Estava com uma leve impressão de que não era Tortuga. Senti o navio aumentar um pouco a velocidade. Devem estar usando os remos, pensei.


Minha cabeça falhou, se entregando à confortável cama. Dei o meu melhor para não pensar, esvaziar minha mente. Sentia-me exausto e muito cansado. Poxa! Dois ataques em um só dia.


Antes de o sono vir a mim, uma dor de cabeça do cacete me invadiu. Ela doía cada vez mais quando eu pensava em piratas. Eles me dão nojo, são sujos, uns verdadeiros vagabundos do inferno. Meu estômago começou a revirar, senti náusea. Por que essas pestes têm de existir?, perguntei a mim mesmo. Comecei a ficar tonto. Minha visão dava voltas. Levantei-me e corri para o banheiro. Abri a tampa do vaso sanitário e vomitei. Fiz questão de despejar ali toda perturbação do dia. Puta merda! Eu tenho que dar um jeito em Drummond. Ela irá pagar por todos seus crimes no inferno, aquela vadia, prometi, quando o vômito cessou e eu continuei a arrotar em seco.


Voltei para a cama e a partir dali não pensei mais em nada.




A porra da luz do Sol me faz acordar, ardendo-me os olhos. Ainda sentia a ressaca do dia anterior, não havia descansado muito bem. Minha barriga roncou quando olhei para o café da manhã em cima da mesa. Estava com fome, e então ataquei a comida. Depois espreguicei-me e fui para o convés. A tripulação me viu e disse:


— Boa tarde, capitão.


— ‘Tarde, homens — eu respondi.


O Gato do Mar navegava em uma velocidade fora do comum. Um vento muito forte soprava na direção em que íamos. Não havia contravento dessa vez. O Imediato mostrava um sorriso ao dizer:


— Capitão! Hoje o mar está a nosso favor. Está nos ajudando muito. Logo, logo estaremos em Tortuga.


— Muito bem! — não consegui deixar de sorrir também.


As velas estavam içadas, os cabos perfeitamente presos à elas. O navio navegava a todo vapor.


— Hum... capitão! O senhor ainda acredita que foi Drummond quem...


— Sim — respondi rapidamente ao Imediato. — Com certeza. Não há dúvidas de que ela quer o Gato do Mar longe de seu Aventureiro Audaz.


Afastei-me do Imediato e fui para a proa ver um pouco as águas à nossa frente. Peguei o telescópio do vigia e olhei ao longe, só para me distrair. Queria chegar logo à Tortuga, ter notícias de Arabella Drummond.




O vigia gritou seu conhecido “Terra à vista!” na manhã do dia seguinte. Tortuga estava próxima. Lá eu conseguiria pistas sobre Drummond e de seu Aventureiro Audaz.


— Em Tortuga, daremos uma breve visitinha a uma velha pirata que com certeza deve estar aqui. Vamos atracar no Forte de Rocher — disse eu à tripulação.


Navegamos mais uns minutos até passarmos ao norte da Ilha de Tortuga, que outrora foi base de uma confederação de bucaneiros chamada Irmãos da Costa.


Os bucaneiros eram, originalmente, colonos franceses e ingleses das ilhas de Cuba e Hispaniola. Eles foram expulsos pelos espanhóis, e muitos se mudaram para a Ilha de Tortuga, onde formaram uma confraria chamada Irmãos da Costa. Roubavam navios espanhóis que navegavam pela Passagem Windward. Por fim, foram expulsos e alguns se tornaram entalhadores de madeira na Baía de Campeche, no México. François L’Ollonais foi dos mais cruéis bucaneiros de Tortuga. Às vezes torturava suas vítimas para descobrir onde escondiam o ouro.


A âncora foi lançada e então desembarcamos na Ilha de Tortuga. A velha pirata que eu desejava visitar era Anne Bonny, uma das várias mulheres que se vestiram de homem e se tornaram piratas, assim como a Drummond, a irlandesa Grace O’Malley e também Mary Reid. Bonny e Reid foram ferozes lutadoras que navegaram com Calico Jack, um pirata de pouca importância que foi capturado e levado à justiça em Port Royal, na Jamaica. Elas foram as únicas pessoas da tripulação a opor resistência quando o navio foi tomado, pois os homens estavam bêbados demais para lutar. Acusadas de pirataria, elas escaparam da forca “pedindo com a barriga” — pois ambas estavam grávidas. Depois do julgamento, Anne Bonny visitou Calico Jack em sua cela, onde ele esperava para ser executado. Lembro-me de cada palavra que ela dissera a ele, pois eu estava lá naquele dia. “Lamento vê-lo desse jeito”, disse ela. “Mas se você tivesse lutado como homem, não precisaria ser enforcado como um cão”.


Na Ilha de Tortuga, nos deparamos com um castelo velho e de pedras cinzentas. No alto, havia duas pequenas torres de vigia. Era o antigo Forte de Tortuga (agora chamado de Forte de Rocher). O castelo protegia os bucaneiros de Tortuga contra os Espanhóis.


— Lá dentro... — disse eu aos homens, apontado para o Forte. — está Anne Bonny. É claro que ela já se aposentou como pirata, está velha demais para continuar navegando por esses mares. E também Mary Reid. Ela era... ãh... vocês sabem quem é. Preciso ter uma conversa com aquelas duas.


Verifiquei se o mapa do tesouro de Drummond estava em minhas vestes, sim, estava. Não podia deixar uma coisa tão valiosa no navio.


— Bom — continuei, acenando para a tripulação. — Sigam-me.


Caminhamos até o castelo, que estava silencioso e parecia abandonado, mas eu sabia que havia piratas lá dentro. Me postei diante do Forte e pronunciei em alta voz:


— Sou o capitão William Lubber, caçador de piratas de Sua Majestade, Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda, Defensor da Fé etc., e capitão do navio Gato do Mar. Ordeno que abram os portões do Forte de Rocher, na Ilha de Tortuga, para que eu possa falar com Anne Bonny e Mary Reid.


Minha voz ecoou pela Ilha. Passaram-se alguns minutos e os portões foram se abrindo.


— Hum! Até que foram rápidos — comentei, pensando que eu iria ter de forçar minha entrada.




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Autor(a): Uchiha_Potter

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