Fanfic: O Caçador de Piratas | Tema: Piratas do Caribe
Voltei ao navio quando o luar e as estrelas já cintilavam no alto. Subi na popa e olhei pelo telescópio para o Forte de Rocher. Lá estava Bonny e Reid numa das torres de vigia de pedra cinzenta, observando o Gato do Mar. As informações que as duas piratas deram-me sobre Drummond estavam fervilhando em minha mente. A parte do mapa que faltava, segundo elas, estava no Aventureiro Audaz, escondido, guardado e protegido por Drummond. Eu precisava pensar em um plano para invadir o navio e encontrar o mapa, e depois descobrir o que a suposta mensagem queria dizer. Ela tem de ser decifrada, e isso eu não sei como. Tenho um palpite: a mensagem pode ser uma descrição da localização do tesouro, ou uma...
— Curso, capitão? — perguntou o Imediato, interrompendo meus pensamentos. Ele trazia cartas de navegação, compassos e uma bússola.
Eu nem tinha percebido que o Gato do Mar ainda estava ancorado, esperando uma direção certa para navegar.
— E-eu ainda... não sei nossa direção — consegui dizer. Eu não sabia absolutamente nada sobre a próxima parada do Aventureiro.
O Imediato pareceu confuso. Eu nunca ficava sem uma resposta, nunca ficava sem um curso para navegar, mas agora sim. Peguei uma carta de navegação e localizei Tortuga escrito no mapa e o Forte de Rocher. Olhei ao redor e vi outro ponto de terra, intitulado Jamaica. Então, medi a distância de Tortuga até Port Royal com um dos compassos. Pelas milhas, não era muito longe. Sem pensar, anunciei à tripulação:
— Levantar âncora! Içar velas! Soltar cabos! Vamos, vamos! — me virei para o Imediato. — Trace um curso para a Jamaica. Vamos atracar em Port Royal.
Ele assentiu e pegou a bússola. Ela me fez lembrar de minha bússola. Tateei nos bolsos de meu casaco e encontrei-a. Fazia tempo que eu não a usava. Era velha, mas funcionava perfeitamente. Foi a única coisa que consegui salvar de meu antigo navio, afundado pelo Pérola Negra.
— Contramestre! — chamei. — Quero meu jantar pronto daqui a dez minutos. Já!
Fui para minha aconchegante cabine e procurei ficar relaxado. Para tentar esvaziar a mente, peguei o livro A vida e as estranhas e surpreendentes aventuras de Arabella Drummond na mesa de cabeceira ao lado de minha cama e comecei a ler algumas páginas. Alguns momentos depois, meu jantar chegou servido por meu criado de camarote. Terminei meu delicioso jantar à luz de velas, deitei-me na cama novamente e adormeci imediatamente. Depois de algumas horas da madrugada, o que me pareceu minutos, acordei assustado com barulho de trovões. Olhei pela janela e me deparei com uma imensa tempestade. O navio balançava fortemente. Raios e mais raios iluminavam a cabine, fazendo tremer os vidros e as paredes. Havia berros do Contramestre no convés, dando ordens para a tripulação. Mais cedo estava uma noite perfeita para navegar, o que me fez ficar surpreso com a repentina tempestade. Continuei deitado. Não estava a fim de ir para o convés ver a situação do navio e me molhar. Com a barulhada dos trovões e os clarões dos raios, foi difícil dormir novamente, mas consegui.
No dia seguinte, levantei-me e fui direto para o convés. Estava terrivelmente frio. O céu estava repleto de nuvens. O vento gelado batia na direção contrária à nossa, queimando-me o rosto. O Gato do Mar navegava muito lentamente por causa do contravento.
— Bom dia, capitão! — saudou o Imediato.
— `Dia! — eu disse. — Vejo que navegamos muito pouco, não é! Eu acordei ontem à noite com a tempestade.
— Hum... Foi uma chuva horrível — anunciou ele. — Aconteceu de repente. Contraventos, raios que chegavam a centímetros do navio, trovões, ondas enormes. Nossa!
— Quantos dias você acha que levará até chegarmos a Port Royal? —perguntei.
— Não sei — admitiu. — A chuva nos atrasou muito. Acho que no mínimo uns... dois dias.
— Infelizmente! — eu suspirei e andei pelo convés, passando pelo mastro e gritando: — A tempestade nos atrasou. Quero trabalho máximo! Não liguem para o contravento! Lembre-se de quem estamos caçando. Mostrem a capacidade do Gato do Mar. Mostrem a capacidade de vocês, honrados homens do Rei George, honrados caçadores de piratas. Coloquem o navio para navegar de verdade!
Na manhã do terceiro dia o vigia, no cesto da gávea, anunciou seu conhecido "Terra à vista!". Navegando devagar até chegar ao atracadouro de Kingston, presenciamos uma cena de gelar o sangue, que mostra o destino que espera todos os que cometem roubos brutais em alto-mar. Vários piratas pendiam de cordas presas ao pescoço. Os corpos cadavéricos fediam à beça e pássaros voavam ao redor. Eu sabia que aquele lugar era chamado de Ponta da Forca. Estremeci e desviei minha atenção daquilo.
As velas foram arriadas e as amarras foram presas no atracadouro. Antes de descer do navio, o Contramestre me perguntou:
— Será mesmo certo aportarmos em Port Royal, capitão?
— Porque pergunta isso?
— É por que... o capitão sabe. Agora, Port Royal não é mais um lugar seguro para os piratas. O capitão acha que Drummond viria para cá? —perguntou ele, franzindo a testa.
Levantei a sobrancelha. Era verdade! Eu não pensara nisso.
Port Royal já teve a reputação de ser a cidade mais pervertida da Terra. Incontáveis piratas e malandros de todo o tipo aqui vinham gastar o que ganhavam em suas pilhagens, divertindo-se nas tavernas, antros de jogatina e outras casas de má fama, pagando preços extravagantes por objetos comuns. No entanto, em 1692 a cidade foi totalmente destruída por um terrível terremoto. Depois foi reconstruída, e desde então não é mais um abrigo seguro para os filhos da puta. Muita gente honesta supôs que esse desastre foi realmente um ato de Deus para dar fim à terrível conduta dos piratas nessa cidade.
— É, você tem razão. Mas de que adianta me dizer isso agora, se já chegamos aqui! — eu disse, e o Contramestre ficou com cara de quem pede desculpas. — Eu duvido que Drummond tenha aportado aqui, a não ser que viesse se encontrar com amigos em segredo. Mas quero ter a certeza. Preciso de informações sobre a vadia fujona.
Entreguei um saco de moedas para o marinheiro empregado de guardar o atracadouro. Ele agradeceu e então seguimos para Port Royal e nos deparamos com a familiar movimentação do centro da Companhia de Comércio das Índias Orientais. Pessoas iam e vinham, correndo de um lado para outro, segurando sacos com mercadorias, barris de pólvora, garrafas de rum e vinhos, animais em gaiolas etc.
A cidade estava completamente reconstruída. As imagens da destruição que o terremoto de 1692 causara invadiam minha mente, assim como um flashback. Caminhamos em direção às casas.
Nas portas de entrada de muitas estalagens, havia placas penduradas dizendo "Não há vagas". Dava para ver que algumas tavernas estavam completamente cheias.
— Prestem atenção! — eu disse à tripulação. — Vamos nos espalhar e procurar por algumas pistas sobre a Drummond. Dividam-se em dois e entrem em tavernas, estalagens, casas... enfim.
Dirigi-me Imediato e falei: — Você irá com o criado. E você — virei-me para o Contramestre. —, comigo.
Ele assentiu e então continuei: — Se não conseguirem informações sobre Drummond até o pôr-do-sol, me encontrem na Ponce de Leon. A taverna é de um velho amigo. Ele pode me dar algumas pistas.
A tripulação se separou em duplas e foram para diferentes lados. O Contramestre e eu seguimos para a taverna Ponce de Leon. No caminho, encontramos um conhecido meu que trabalhava para o Comércio das Índias Orientais. Seu nome era James Harrington. Ele era pirata, mas decidiu deixar a vida desgraçada da pirataria e desde então é Corsário.
Os Corsários são marinheiros que navegam com uma permissão denominada “Carta de Corso”. Essas licenças são emitidas pelos governos e permitem ao corsário capturar navios inimigos e apossar-se de tudo o que eles contêm.
Eu tinha esperanças de receber alguma informação dele. Infelizmente, ele não tinha absolutamente nenhuma pista de Drummond.
Sem sucesso com James, continuamos andando até chegar à taverna. Atravessamos uma estreita ponte de pedra e viramos à esquerda. No final da rua ladeada por estalagens, havia uma grande taverna de tijolos e madeira velha. Acima da porta, um letreiro pregado na parede mostrava o nome Ponce de Leon. Uma placa dizia “Proibida a entrada de piratas”. A porta da taverna se abriu rangendo e entramos.
O lugar estava quase vazio, a não ser por alguns marinheiros num canto jogando cartas e outros bebendo e conversando. Uma lareira pequena, velas e alguns candeeiros iluminavam e aquecia a taverna. No balcão, um homem de cabelos grisalhos, aparência velha e cansada e vestes de segunda mão, fumava um longo cachimbo e limpava algumas canecas. Chegamos perto dele, agitando com as mãos a fumaça que subia do cachimbo. Ele ergueu os olhos rapidamente e perguntou:
— Piratas?
Mas antes que eu pudesse responder, meu velho amigo Jack Paul abriu um enorme sorriso ao me reconhecer.
— Oho! — exclamou ele. — William Lubber. William Lubber. Nossa! Não posso acreditar. Meu Deus! Will!
Jack saiu de trás do balcão e fez uma reverência para mim, dizendo:
— Salve William Lubber! Salve o Caçador de Piratas! Salve o capitão do Gato do Mar! — Não pude deixar de rir. Jack sempre fazia isso. Primeiro por que também odeia os piratas. E segundo por que gosta do que sou. Ele acha que poucos homens têm coragem de caçá-los e trazê-los à justiça. Eu gostava dele. Fazia anos que não nos víamos, e eu admito, estava com saudade de seu jeito extrovertido.
— Jack, como vão as coisas por aqui hein, meu velho amigo? — perguntei, feliz ao vê-lo novamente, depois de muito tempo.
Desejei não ter feito aquela pergunta. O sorriso em seu rosto desapareceu e foi substituído pela tristeza.
— Ah, meu amigo. Minha taverna está quase falindo — disse Jack, infeliz, apontando para os marinheiros presentes. — Depois do terremoto de 1692, as coisas por aqui estiveram meio que... vazias. Estou a ponto de fechar isto aqui.
— Lamento muito. — Fui o que pude dizer.
— Ahn, mas isso não importa! Fale-me de você. Está caçando algum pirata infernal por aí?
Jack não sabia ainda de minha caçada por Arabella Drummond. Como disse, fazia muito tempo que eu não o via.
— Sim, sim. Estou atrás de... hum... uma pirata.
— Fascinante! — disse ele. Então voltou para de trás do balcão e pegou três canecas e uma botija de cerâmica com vinho. Sentamo-nos em uma mesa distante dos marinheiros. Peguei uma caneca para mim, e vi que era uma blackjack. Os piratas gostam de bebidas fortes. Alguns tomam mata-diabo, uma mistura de rum com pólvora, nas blackjacks, canecas de couro revestidas com alcatrão. Quando Jack serviu o vinho, fiquei com aflição de bebê-lo em canecas típicas de piratas. Você pode estar achando que tenho muita frescura, mas quando se odeia intensamente os filhos da puta, qualquer coisa que tenha relação a eles se torna desagradável. Pode acreditar!
— Então, quem é o sujeito? — perguntou Jack, apontando para o Contramestre e dando-lhe um sorriso de cumprimento.
— O Contramestre do Gato do Mar. Homem fiel ao Rei, você sabe — eu disse, dando um amigável tapinha nas costas do marinheiro.
Nós bebemos alguns goles do vinho — eu ainda com receio — e Jack perguntou:
— E então, vai me dizer quem é a tal pirata, Will?
Levei o dedo aos lábios, pedindo silêncio. Olhei para os marinheiros distraídos nas conversas e jogos, e então falei:
— Estou em uma missão para caçar e capturar Arabella Drummond.
Por um momento, Jack pareceu congelar, mas depois tossiu, engasgado com o vinho.
— O quê? — sussurrou ele, parecendo alarmado. — Will, você está louco? Logo Arabella Drummond! Está se metendo numa grande encrenca. Arabella é o terror mortal dos mares, você sabe disso.
— É claro que sei. Por isso estou com uma ótima tripulação de oitenta homens. O Gato do Mar está incrivelmente armado para destruir o navio de Drummond. E eu, mais que tudo, preparado para acabar com ela e recuperar os tesouros roubados. Pedi uma Licença para o Rei, e ele me concedeu. Por que acha que estou aqui?
Mesmo com minha declaração, Jack não pareceu muito confiante.
— No momento, não sabemos onde Drummond está, ou para onde ela esteja indo. É por isso que vim para Port Royal. Busco informações e pistas sobre ela.
Jack estava boquiaberto. Pigarreou antes de dizer:
— Se veio até aqui achando que eu sei alguma coisa sobre Arabella Drummond, está enganado. Eu não sei nada sobre ela. Mas, eu admito, Will, que se eu soubesse, não diria a você. Odeio saber que meu velho amigo está se arriscando por aí, caçando o Aventureiro Audaz.
— Mas sou caçador de piratas, Jack!
— Não importa! Peço desculpas por não ter nenhuma pista sobre a Arabella. Sinceramente eu não daria a você se tivesse.
Fiquei aborrecido com ele, mas Jack era meu amigo e não queria que brigássemos. Pelo menos se importava comigo.
— Tudo bem, Jack! Minha tripulação também está procurando por informações.
— Me desculpe. Queria poder ajudar, e eu gosto muito do que você é, mas não me agrada vê-lo caçando aquela... vadia.
Ficamos em silêncio. Depois de um longo momento, Jack me propôs uma competição: quem xingasse ou amaldiçoasse melhor Arabella Drummond venceria. Nossas risadas extravasavam pela taverna a cada insulto. O Contramestre nos surpreendeu, ganhando a competição.
Jack serviu-nos mais vinho da botija e conversamos sobre os “velhos tempos”, quando eu ainda tinha meu antigo navio e sempre vinha à Port Royal. Lembramos de quando um bando de piratas entrou na Ponce de Leon. Eles argumentaram não ter visto a placa “proibida a entrada de piratas” e queriam apenas jogar por dinheiro. Jack e eu fizemos questão de expulsar todos e ameaçá-los de morte se voltassem ali.
Estávamos rindo disso quando a porta foi aberta e meu criado de camarote e o Imediato irromperam pela taverna. Olharam ao redor e logo nos acharam. O Imediato abaixou-se e sussurrou em meu ouvido:
— Capitão, a tripulação da Drummond está em uma taverna por aqui. Nós vimos os marinheiros do Aventureiro tentando capturar um médico.
Levantei-me imediatamente.
— Desculpe a pressa, Jack. Preciso ir agora. Até a próxima! — eu disse, disparando para a porta, em tempo de ouvir Jack dizer “Adeus, Will! Tenha cuidado!”.
O Imediato nos levou até a taverna. Era longe da Ponce de Leon. Corremos o mais rápido possível, virando à esquerda e à direita, atravessando pontes e passando por becos. Chegamos afinal. Eu estava ofegante e respirava com dificuldade. A taverna era um pouco maior que a de Jack, e menos velha. Na lateral da porta, lia-se Piratas e Marinheiros. Andei até a porta e quase a abri, mas o Imediato puxou-me para trás.
— Está louco, capitão? — disse ele. — Se entrar aí, os homens de Drummond irão te ver. Mande o criado.
Olhei para o criado de camarote, que se encolheu. Eu sabia que ele não acharia nem um pouco agradável entrar em uma taverna lotada de piratas e marinheiros.
— Hum... Você tem que entrar. — O criado abaixou a cabeça, mas pareceu tomar coragem. — Olhe! Tente entrar sem ser percebido. Fique com os olhos fixos na tripulação, disfarçadamente. Peça uma bebida e tente escutar a conversa deles.
O criado assentiu e entrou na Piratas e Marinheiros. Tudo o que pudemos fazer foi esperar numa casa abandonada ao lado da taverna.
O Sol já quase começara a sumir no horizonte quando eu ordenei ao Imediato:
— Quero que reúna a tripulação e leve-a de volta ao navio.
— Mas, capitão...
— Vá! Precisa ir logo, antes que os homens vão para a Ponce de Leon, como ordenei de nos encontrar lá até o pôr-do-sol.
Ele se foi, e então ficamos apenas o Contramestre e eu na espera por uma informação do criado.
Passou-se muito tempo até que o Sol desapareceu completamente. Ouvi o barulho de vozes e risadas e vários piratas saíram da taverna. Um dos piratas segurava pelo braço um homem com roupas surradas. Era, pelo que pude ver, um médico. Ele se debruçava inutilmente para tentar espaçar do aperto em seu braço. A tripulação do Aventureiro Audaz — eu sabia que era — dava altas risadas vendo o esforço do médico. Achei que Drummond havia se arriscado demais ao deixar seus homens andando por Port Royal.
As vozes e gargalhadas foram se distanciando. Logo depois, vi meu criado de camarote abrindo a porta da taverna. Saí da casa abandonada e corri até ele. Puxei seu braço e nós três começamos correr em direção à Kingston, tomando cuidado para não encontrarmos com os homens de Drummond.
Passamos por Port Royal e chegamos ao Gato do Mar. Graças ao Imediato, a tripulação já estava dentro do navio, esperando-nos. Subimos a bordo e soltamos as cordas do atracadouro.
— Preparar-se para navegar! — gritei. — Içar as velas! Afrouxar os cabos!
— Precisamos de um curso — disse o Timoneiro.
Abri a boca para falar, mas uma voz me interrompeu.
— Drummond irá deixar o Caribe e seguir para o Pacífico — gritou meu criado de camarote. Todos ficaram surpresos. Eu sorri, satisfeito com ele.
— Vocês ouviram, homens. Seguir para o Pacífico.
Virei-me para o criado e perguntei:
— O que você ouviu naquela taverna?
— Não muita coisa — respondeu ele. — Eles estavam jogando cartas com outros marinheiros. Os homens da Arabella venceram e, como prêmio, levaram à força o coitado de um médico-cirurgião. Disseram que estavam com problemas no navio, com muitos piratas doentes a bordo que precisavam de cuidados.
Ouvi tudo com muita atenção. — Muito bem. Você nos ajudou muito.
O criado sorriu e foi para a cozinha.
— Então... rumo ao Pacífico. A todo o pano, homens! — eu gritei.
Bem no fundo, tive uma enorme impressão de que Arabella Drummond não escaparia de nossa perseguição mais uma vez.
Autor(a): Uchiha_Potter
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