Olhei no meu relógio de pulso, uma e quinze.
Nada demais em passear. Certo.
Comprei um milk shake e fui até o parque da cidade.
Um sorriso veio no meu rosto quando lembrei de Justin, que me trouxe aqui quando saímos daquele jantar com os Hudson.
Mas logo meu sorriso quis beijar o chão porque eu fui atingida por uma bola
-TOM! PEGA A BOLA, VAI –Um cara gritou e correu até mim, estendendo a mão. Ignorei sua mão estendida e me levantei
-VÉI, VOCÊ TEM PROBLEMA? –Perguntei
-não foi eu...mas não, eu não tenho problema. –o cara colocou as mãos no bolso.
-Ta, ta. Tanto faz –revirei os olhos pegando o milk shake que caiu no chão e jogando-o no lixo.
-Ei galera, Acabou por hoje–O cara disse pra uma turma de crianças.
Olhei bem pra ele.
Branquinho, cabelo curto preto, voz MUITO grossa, lábios carnudos. Hm.
-Eu... posso pagar outro milk shake pra você? –Ele perguntou sem graça
-Não, na verdade não pode. –voltei a caminhar
-Você é uma menina muito mal humorada! Foi suspensa da escola? –ouvi ele dizer. Parei no mesmo instante
-Escuta aqui, quantos anos você acha que eu tenho? –coloquei as mãos na cintura o fitando
-dezesseis –o cara disse simples
-EU TENHO VINTE, SEU IMBESSIL! –gritei e o cara riu, muito.
-Não parece. Usando all star, camiseta e shorts...–ele disse
-você é um idiota –sorri sínica voltando a andar
-oh, então... MULHER... vai querer um novo milk shake? –parei de andar
-Bom ir rápido –ele sorriu me acompanhando até a sorveteria, que por um acaso, era também dos meus pais. É, expansão.
-Por que? Tem algum compromisso?
-só vou aproveitar meu dia –disse andando ainda
-entendi.
-Ow, aquilo que me atingiu foi uma bola por uma criança de dez anos? –perguntei rindo me lembrando da cena
-Na verdade, tom tem nove anos -ele riu
-Daora. Um menino de nove anos me derrubou. Pra quem deu balé em um time de basquete isso realmente é uma decadência –rimos
-Você fez o que? –ele perguntou
-Ah, no colegial o time de basquete me encheu o saco uma vez aí eu briguei com todo mundo, consegui sair sem um arranhão. E ainda, joguei uma partida e fiz uma cesta de três pontos em um dos machões. –rimos
-você deve ter dado trabalho.
-como assim deve? Eu não me acertei totalmente.
-Você é doidona. –ele riu
-Ok. Falou o cara que anda com uma penca de crianças... pedófilo.
-preferia ser chamado de professor, obrigado –rimos. Aposto que corei
-Ou isso também. Mas você é novo pra ser professor. –me sentei em uma das cadeirinhas do lugar.
-Vinte e quatro anos. Nem tanto. Mas do mesmo jeito, sou professor de futebol. Pra isso não tem idade –ele sorriu e foi fazer o pedido. Aguardamos por pouco tempo e logo ele voltou com dois milk shakes na mão.
-que legal! Eu era do time de futebol da minha escola –sorri me levantando e voltando a caminhar
-aposto que fez sucesso no time feminino –ele sorriu
-Time feminino? Eu jogava no masculino. As meninas eram todas cheias de nhenhenhé. E eu era a única interessada nisso.
-Você é boa, mesmo?
-Ahn... acho que sim –sorri
-topa ficar comigo para próxima aula?
-Eu não sei –paramos no parque onde estávamos antes
-Vai ser legal. Podemos jogar uma partida. São adolescentes e pré adolescentes dessa vez.
-sério... não sei mesmo. Mas valeu pelo milk shake –ergui o milk shake no ar e saí andando
-entendo. Você já é uma mulher agora. Não gosta tanto de futebol quanto antes –me virei e o fitei
-Não ouse dizer isso
-então, vai dar uma demonstração? –ele sorriu divertido
-por que não? –ri fraco
-eles chegam daqui... –ele conferiu o relógio de pulso –quinze minutos
-ok. Demorou. –disse simples.
-eu... eu ainda não sei seu nome –ele disse corando um pouco.
-Duda. Duda Bieber.
-Você é parente dos Biebes?
-É. Na verdade, eu sou a... –antes que eu falasse uma moça me cortou. Ela aparentava ter uns 40 anos, por aí.
Toda chique a tia.
-Hey, Will! –A mulher chegou mais perto
-Olá, Adriana. Onde está o Lucas? –O cara, que agora eu sei que se chama Will, perguntou simpático.
-Eae will, bro! –o menino fez um toque com o ‘’will’’ ri daquilo. Ele era um pirralho, deveria ter o que? Uns... Doze anos e já tinha um ego inflado.
-Quem é? –ele perguntou apontando pra mim. Cruzei os braços sorrindo sarcástica deixando claro que eu ouvia a conversa –diz que é aluna nova! –ele sorriu e piscou. Will riu envergonhado.
-É uma convidada minha. Mas adriana, a aula dele começa daqui a quinze minutos
-Eu sei ,Will. Mas eu tive que entrar mais cedo hoje e... –a mulher se afobou toda
-Ei ,tudo bem. Relaxa. Ele nos ajuda, aqui. –Will sorriu
-Obrigada mesmo. Tchau filho e comporte-se, tchau gente –a mulher nem esperou a resposta e já entrou no carro arrancando.
-Ela é sua namorada? –O menino perguntou.
-Não. Eu a conheci hoje. –Will juntou o cenho.
-então, prazer, meu nome é Lucas e... que sorte a sua, conhecer uma pessoa maravilhosa hoje.
-Sou Duda. E realmente, o will parece ser um cara legal –sorri sínica. Will gargalhou
-uh. Feroz. Papai gosta –ele veio pra perto de mim. Coloquei a mão em seu rosto saindo de perto
-diga isso de novo quando você crescer uns cinco centímetros, quem sabe.
Aos poucos os alunos iam chegando e Will recepcionava bem cada um deles. A faixa etária era de 11 anos á 14.
Bitch, please.
Eu tenho vinte.
Eram só meninos. Agora, imagine.
-Bom galera, agora que estão todos aqui, antes de tudo eu quero apresentar uma amiga. Aquela ali –ele apontou pra mim –é a Duda. E ela vai nos ajudar hoje.
-Você não comentou nada de ajudar ninguém –disse sem ânimo. Ele riu achando que era brincadeira. Cara! Nem com vontade eu faço as coisas, imagina sem ela.
-Então, embaixadinhas rápidas -Will disse e assim eles fizeram.
-Ta muito simples, não ta não? –Perguntei. Todos pararam e me olharam
-Aé? E o que uma mulherzinha sabe? –Um dos meninos disse. O olhei bem.
-Quando eu estava no colégio me diziam bastante isso –disse simples pegando a bola da mão do moleque. Que mais parecia uma cacatua com aquele cabelo
-E o que você fazia? Aposto que ia pra casa das amigas chorar. Nhé nhé nhé –um outro pirralho disse
-Na verdade...
Assim que eu terminei, me olharam de boca aberta
-na verdade, eu fazia cuecão em quem falava isso –sorri sínica jogando a bola no menino, que se assustou mas conseguiu pega-la.
-wow. –Will disse ao meu lado.
-Agora parem de ser mariquinhas e façam algo de verdade. E se eu ver algum moleque machista aqui, vocês vão furar a bola com o dente, entenderam? –perguntei. Eles assentiram rápidos. –Agora, de dois em dois, treinem passe de bola. Embaixadinha até uma foca consegue
-É impressão ou você está dando coordenas na minha turma?
-Impressão –disse. Ele riu.
-Você seria uma boa professora. As vezes eles reclamam demais.
-Eu sendo professora? –ri –seria legal se não fosse crime machucar ao próximo.
-Não, não. Sério. Você tem talento. A Escola pra quem represento precisa de outra instrutora. Você já trabalha?
-não –ri óbvia.
-Então! São dois mil dólares por mês, trabalhando quatro vezes na semana e ainda por cima com uma coisa que você gosta e é boa!
-eu não sei. Quem sabe –deixei a hipótese.
-Hey. Duda, né? -um menino de óculos perguntou
-Isso. Firmeza? –Fiz uma joinha com a mão
-sim, acho. –ele riu fraco corando um pouco –é quem... hm... bom, eu não tinha dupla pra treinar...
-vamos lá cara! Eu vou com você –Will sorriu indo até ele
-Não,Will. Eu queria treinar com a Duda, se não se importar –O menino disse receoso. Will abriu a boca incrédulo, enquanto eu, bem, EU SOLTEI MAIOR GARGALHADA.
-Vem, vamos treinar, moleque. Gostei de ti. –tirei a bola de sua mão e fiquei dando chutes leves até chegar no espaço de treino.
**
-wow! Já está tarde, melhor eu ir –disse olhando meu relógio de pulso assim que todos alunos foram embora.
-São quatro horas ainda. Tenho mais uma turma. Seria um prazer tê-la aqui.
-Nem rola, desta vez. –disse fazendo uma careta e me afastando um pouco.
-AH! Pensa no emprego! –ele sorriu
-Ok, Ok. Falow –disse e me virei caminhando em passos largos
-HEY DUDA! –ouvi me chamar e me virei –Meu nome é Will Wilker se tiver que me aceitar em qualquer rede social, sabe... –rimos. Sorri em resposta e me virei voltando pra casa