Duda narrando.
-você que agendou seu quarto pela internet, certo?
-sim, senhora. –sorri para uma senhora da recepção do chalé
-Número seis, tudo bem? –ela me entregou a chave
-Okay –peguei a chave e fui até o quarto. Porta roxa, número seis.
Revirei os olhos tendo em vista que era o número preferido do Justin.
Respirei fundo com minhas malas e entrei no quarto que era mais bonito do que eu esperava.
Cem dólares por semana.
Peguei minhas malas e coloquei cada coisa em seu devido lugar.
Olhei no relógio.
Oito horas.
Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e vesti uma calça jeans justa, uma camisa qualquer, meu all star, e um moletom que era bem maior que eu.
Aí você pergunta:
-por que comprou um moletom BEM maior que você
E eu respondo:
-porque eu gosto de moletons maiores que eu
E você pergunta, novamente:
-Mas esse não é BEM maior que você?
Então eu respondo:
-é.
E você, curiosa demais, volta a perguntar:
-E o que leva um ser tamanho M comprar um moletom GG masculino?
E eu explico:
-O simples fato de que quando eu e meu ex marido saímos, estava calor, eu falei pra ele me deixar trazer uma blusa, mas ele disse que não usaríamos, então, começou a nevar. E a única solução era comprar.
ARGH!
Eu realmente tenho que parar com isso!
Enfim, peguei a chave e saí de ‘’casa’’ .
Como eu disse VÁRIAS vezes, a cidade é minúscula.
Tudo é perto.
Então eu fui a pé até a casa dos meus pais.
-FILHA! –minha mãe me sufocou com seu abraço
-Hey, mom –ri fraco.
-Pode entrar, Carin está que nem uma morta viva lá –minha mãe riu
-Tudo bem –respirei fundo entrando. Dei um baita abraço no meu pai e claro, tirei sarro da minha irmãzinha que estava com a cara verde por conta de um creme e rolinhos no cabelo.
Fiquei ajudando minha mãe e meu pai com ás entregas para segunda.
E em seguida, os ajudei com o almoço.
Carin é uma bundona mesmo.
Nos sentamos na mesa e começamos a comer
-Ei, Duda. Justin está trabalhando hoje de novo? –meu pai perguntou. Quase engasguei com a comida, mas abaixei a cabeça e continuei comendo.
-Como assim? não sabe do seu marido? –Carin riu. Permaneci séria, comendo
-Duda, cadê sua aliança? –minha mãe perguntou assustada. Também não respondi e continuei comendo .
-Eduarda, estamos falando com você! –meu pai disse, meio rude.
-Eu vou pedir divórcio, ta legal? –disse em um bom tom largando os talheres com força no prato. Senti meus olhos marejarem, mordi o lábio pra que nenhuma lágrima escapasse.
Todos me olharam surpresa, evitei olhar no rosto de todos.
-Eu já saí de casa, estou em um chalé aqui perto –disse baixo, tomando de volta meu garfo e comendo. A comida descia rasgando. Vontade de comer? Nenhuma.
-O que aconteceu? –Minha mãe perguntou aflita
-Não dava mais...
-Se fosse por algumas brigas, eu e sua mãe também teríamos nos se... –cortei meu pai
-Ele me traiu. E bom... –sorri fraco –isso contribuiu pra tudo.
-E como você vai se virar? –minha mãe perguntou
-Eu vou pedir a vaga de professora de futebol a um amigo.
-Você como professora? –carin riu fraco
-Carin, dá pra calar a droga da boca , pelo menos uma vez? –Larguei de vez o meu talher me levantando bruscamente e indo até o lixo da pia jogar a comida fora
-Você não comeu nem a metade da comida –minha mãe se preocupou
-Não estou com fome –disse baixo ainda virada para eles
-Duda, nós sentimos muito... mas não sabemos ainda como lidar com isso –meu pai disse
-Eu também não sei –dessa vez me virei para olha-los –eu não sei o que fazer. Eu só quero esquecer isso. –Disse passando as mãos nos olhos antes que as lágrimas caíssem
-Filha... tenho certeza que não vai acabar assim –minha mãe se levantou e me abraçou forte.
Um dos melhores abraços nos piores momentos
‘’já acabou’’
Pensei.
-Obrigada pelo almoço e... desculpa por isso –ri fraco. Meu pai me deu um abraço sussurrando ‘’vai ser sempre minha princesa ao avesso’’.
Saí de casa com um número em mãos.
Disquei o numero no meu Iphone e no terceiro toque atenderam
-Advocacia, pois não? –um cara atendeu
-Hey, aqui é Duda. Duda Bi... Simpson! Duda Simpson. Enviei um email ontem.
-Oh sim. Ex-esposa do Bieber, certo?
-Isso mesmo.
-Então, senhorita Simpson, eu já estou quase terminando a papelada, se importa se eu passar na sua casa amanhã pra você olhar?
-Não, pode vir
-Tudo bem, até amanhã senhorita Simpson
-Até –desliguei o telefone.
Respirei fundo.
Por que comigo, hein?
Comecei a correr.
Fazia um certo tempo que eu não me exercitava.
Junte a corrida com a Raiva.
É, coisa boa não sai.
Mesmo as ruas estando completamente vazias por conta do clima, consegui trombar em alguém. Caí pra um lado, enquanto a pessoa continuava de pé, por ser um homem!
-Desculpa! –o cara me ajudou a levantar. Quando dei por mim, percebi que era o Will.
-Hey, will! –disse sem ânimo algum
-Desculpa, duda –rimos fraco
-está tudo bem? –ele perguntou, olhei pra baixo
-sim , sim.
-Sério? Por que não parece. –ele sorriu fraco levantando meu rosto
-hã... digamos que agora eu sou solteira.
-Você se separou do Bieber? –ele arregalou os olhos
-É. Mais ou menos isso –sorri falsa
-WOW! –ele fez uma careta.
-AH! Ainda está de pé a proposta de emprego ? –desviei o assunto
-Sim! Você vai topar? –ele perguntou risonho
-bom... eu estava pensando e... sabe, eu topo –rimos
-Aí sim –ele por impulso talvez, me abraçou. Nunca fui boa em abraços, com exceção de Justin, que eu conseguia retribuir tudo que ele me dava, pena que isso foi falso.
Tentei afastar esses pensamentos e ri fraco do menino que me balançava.
-pra uma menina que brigou com o time de futebol você está bem fraquinha –ele riu. Abri a boca incrédula
-seu moleque de meia tigela! Vou te mostrar quem é fraca! –ele levantou as mãos em um ato de rendimento rindo
-‘’moleque’’ SOU MAIS VELHO QUE VOCÊ, PIRRALHA –ele riu mais
-EU NÃO SOU PIRRALHA! SOU UMA MULHER JÁ, OK? –Acabei rindo também.
-UI, ELA JÁ É UMA MULHER.
-Para! Eu só pareço menina –joguei os cabelos, o fazendo rir
-E eu só pareço um moleque então.
-Você não parece tão moleque. –Disse simples
-Ta me chamando de velho? –ri
-se a carapuça serviu, posso fazer nada, né. –ele riu.
-Seguinte então, MULHER, segunda-feira não trabalhamos, mas precisamos te registrar e te mostrar as coisas, então, segunda, ás três horas no ginásio.
- Achei que treinassem no parque.
-Nós treinamos, mas com esse tempo, é melhor o ginásio. –ele sorriu de lado.
-Tendeu. Então nos vemos lá –sorri –agora, volta a correr aí –disse risonha e saí andando.
-Demorou, e tenta não atropelar ninguém no caminho –ele gargalhou. Como eu sou uma pessoa passiva, mandei logo o dedo médio, E DEPOIS, um beijinho.
Continuei o caminho pra ‘’casa’’.
É, eu não vou tirar as aspas nunca.
O vento estava forte, a propósito, a qualquer momento o céu desabaria, de novo.
Assim que cheguei em casa fechei a porta respirando muito.
Na boa, isso está ME irritando.
Ele me traiu?
Eu o amo?
TA, PASSOU! Ou pelo menos vai passar.
EU .NÃO. VOU. MAIS. CHORAR. POR. ISSO.
É hora da Duda fria de dezesseis anos voltar!
THIS!
No domingo, fui ao salão que a Carin ia, e pedi pra mulher repicar meu cabelo e tirar as luzes que tinham. Fala sério, eu parecia meiga com um cabelo enorme, californianas nas pontas. Mas ainda sim, não tive coragem de o cortar por inteiro, portanto, só o deixei mais escuro e repiquei. E aproveitando que não tinha nada pra fazer, peguei meu carro e dirigi a cidade vizinha e fui em uma loja e coloquei um piercing. Não vou dizer que não assustei, mas também não doeu.
Enfim, voltei e fui aproveitar o domingo tedioso
**
Assim que acordei tomei um banho, vestindo uma meia calça e um camisetao, junto com o all star.
Como não tinha comido nada, fiz um bolo de chocolate. Mas antes que eu começasse a comer, a campainha tocou.
Resmunguei algo e fui abrir a porta.
-hãm... oi –disse ao (
Cara) que apareceu na minha porta com uma roupa social.
-Senhorita Simpson? –ele perguntou com uma voz que eu já havia ouvido
-Eu mesma. Quem é você? –ele riu fraco olhando pra baixo mas logo em seguida direcionando o olhar pra mim.
-Henrique Spears.
-Você é parente da Brithanny Spears? –perguntei simples
-Não –ele riu –Eu sou seu advogado
-AAAAAAAAAAH! Por que não disse antes? Entra e –sorri dando espaço pra ele entrar.
-Pode se sentar, só vou pegar um negocio –disse. Enquanto ele se sentava fui correndo pegar bolo. Mas como eu sou educada, peguei um pedaço pra ele também.
-Não, não. Obrigado –ele sorriu de lado
-Come logo –disse pegando o bolo e mordendo. Parece que ele não resistiu e pegou.
-WOW! Está ótimo! Comprou nos simpsons, né? –ele sorriu
-Não... eu não comprei nos meus pais. Eu fiz.
-Você é filha do Josh e da maria? –assenti com a cabeça. –ta explicado –sorri sem mostrar os dentes
-você é mesmo advogado? –perguntei sentando de indiozinho no sofá.
-Sou. Pelo menos meu diploma diz que sim –rimos –por que?
-Eu sempre imaginei advogados de uns 40 anos e todo empacotados e sendo chatos.
-Vou levar isso como um elogio –ele sorriu
-não foi um elogio –eu disse séria
-Mas eu vou levar como um –ele me desafiou
-Não leve, não foi –disse com tédio
-Foi sim. Você me achou um menino, gato e engraçado e quer meu celular –ele sorriu
-Não foi. Você é um menino mesmo, só que feio, sem graça e eu já tenho seu celular –rimos. Realmente, o cara era bonito.
-ta, vamos parar de falar de mim ,agora. Aqui está o papel do divórcio –ele me entregou uma papelada, li alguns tópicos dos direitos.
-aqui esta dizendo que por eu nunca ter trabalhado legalmente, ele vai ter que me dar pensão, eu vou ficar com a casa, e com os móveis –ele sorriu enquanto eu arregalei os olhos -vai ser facinho conseguir isso
-Não, Não. Henrique! Eu não quero nada disso. Eu só quero me separar legalmente –disse devolvendo o papel a ele.
-o que? -ele estranhou
-Por mais que ele tenha me traído, eu só quero ser solteira no papel. –sorri de lado
-Acho que todos caras do mundo agradeceriam de ter uma esposa como você –rimos –conheci uma mulher que sugou até a energia do cara. –ri mais
-Sou de boa.
-Então eu... vou fazer outro de acordo e trago pra você de noite. Pode ser? –ele perguntou sorrindo e se levantando
-claro –me levantei o guiando até a porta
-Só uma pergunta: você não é muito nova pra ter se casado?
-EU TENHO VINTE ANOS! –disse indignada . Ele riu
-Jurava que tinha dezesseis!
-Na boa Henrique, vai fazer o acordo, vai –o empurrei e tranquei a porta.
Sim, delicadeza é meu forte.
Fiquei vendo tv até ver que deu a hora pra encontra o will.
Como sempre, fui a pé. Cheguei no ginásio vazio
-ei, alguém aqui? Will? –chamei tendo em vista que eu achava que estava sozinha
-CUIDADO, DUDA! –Will disse quando algumas bolas começaram a cair da arquibancada me acertando.
-está tudo bem? –Will chegou correndo estendendo a mão pra eu levantar do chão.
-claro, eu fui atingida por bolas de basquete e está TUDO MARAVILHOSO!!! -gritei me levantando com sua ajuda. Will riu. –‘
-você está bem diferente! Curti –ele sorriu
-To gata -pisquei
-Ta parecendo mais adolescente que antes –ele riu alto
-Besta –disse sorrindo e revirando os olhos
-você é muito estressada –Ele me roubou um beijo na bochecha
-sem ser meloso, por favor –disse simples.
-Pedido negado –ele me abraçou de lado. Eu o empurrei
-véi, não começa –ri
-Tudo bem, tudo bem. Vamos ao escritório pra eu te registrar. –ele saiu na frente. Fui olhando tudo do ginásio. Dava pra pirar legal jogando basquete ali.
Enfim, chegamos em uma sala creme toda arrumadinha e cheia de papeladas, suponho que seja o escritório.
AVÁ DUDA! SUPÕE?
Ele se sentou em uma cadeira um pouco maior, me sentei de frente pra ele
-antes, você vai ser meu chefe? –perguntei. Ele sorriu divertido
-eu estou responsável por essa parte... mas não sou o chefe –ele riu fraco –por que?
-porque se você dissesse que sim, eu iria fingir que me importo e que iria ser submissa até conseguir o emprego -ele riu alto
-Acho que não precisamos de toda essa formalidade
-Diz isso mas se senta na cadeira maior. Lamentável, senhor Wilker –rimos
-Ok, ok. Já trabalhou antes? –ele perguntou com a ficha e o lápis em mãos
-aham. Na Loja de doces.
-Dos simpsons? –ele perguntou sorrindo.
-sim, meus pais –sorri.
-ELES SÃO SEUS PAIS? –ri
-é o que a certidão diz.
-Legal saber que minha parceira de trabalho vai trazer tortas pra mim. Que delícia
-você tem outra parceira de trabalho? –ele revirou os olhos rindo
-faz parte do acordo isso! Sem mais, Duda! –ri
- ensino superior, tem? –ele perguntou
-sim.
-de que?
-Educação física –sorri. Lembrei de quando eu estava fazendo faculdade, enlouqueci todos professores porque apesar de eu ser a aluna mais bagunceira, eu só tirava as melhores notas. Desde o primário, eu e o Bieber éramos os mais bagunceiros, fazíamos de tudo pra acabar com a existência um do outro mas no final, sempre tirávamos ótimas notas. Que depois de um tempo também virou competição, enfim.
-Uh! Perfeito –ele sorriu escrevendo
Fizemos mais algumas perguntas nada ver e então ele chegou na ultima, finalmente!
-estado civil –gelei.
-hm...
-casada... solteira...? –ele me incentivou
-eu sei o que é ,seu idiota! Só não sei meu estado civil.
-como assim?
-Lembra, eu pedi divórcio. Quer dizer, ainda estou pedindo. E Justin não recebeu o papel ainda. –fiz uma careta
-Então legalmente você ainda é casada –ele marcou o papel. Me deitei na mesa, sobre meus braços fazendo um grunido.
-Ei, se me permite perguntar... o que aconteceu entre vocês? –ele passou a mão sobre meus cabelos os bagunçando um pouco
-velho, não faz isso! Me sinto um poodle –disse abafado por conta de ainda estar deitada. Ouvi a risada dele, então reergui a cabeça, dando um suspiro longo.
-Ele e aquele maldito trabalho que o consumia. Tipo, eu nem via mais ele! E quando via, a gente brigava. Aí a biscate da minha irmã disse pra eu fazer uma surpresa pra ele, pensei em algo que ele gostava e fiz a surpresa, só que aí, foi eu que me surpreendi quando ele estava se agarrando com uma loira com cara de velha e com nove de vadia de escola americana –ele riu fraco no final de tudo
-você tem um jeito legal de simplificar as coisas –ri fraco suspirando. –e que tipo de surpresa você fez? Porque o que eu ouvia falar na época que vocês estavam no colegial, é que o Justin tinha fama de comedor. Só pensava em... –eu o cortei com uma risada.
-É. Isso mesmo. A surpresa era uma fantasia de jogadora de futebol minúscula e justa com a cor favorita dele –ri corando um pouco. Ele riu também.
-aposto que ele deve estar se odiando por ter desperdiçado –ele parou de rir me fitando. Fiquei um pouco constrangida, sim. Mas não deixei que isso aparecesse.
-Então, Eduarda Simpson Bieber... –ele disse organizando as fichas
-Se está querendo que haja um homicídio, fala logo, não precisa me chamar pelo sobrenome –rimos. Quando fomos passar pela quadra, quase caímos, aliás, todas as bolas estavam espalhadas por lá.
-Hey, o que acha de me ajudar aqui?
-Não acho bom, não –disse chutando a bola rindo da cara dele.
-vai... por favorzinho –revirei os olhos.
-só porque eu sou uma pessoa muito boazinha –disse rindo.
Ficamos nessa de guardar as coisas por um longo tempo, quando dei por mim, já estava escuro.
-uh, que horas são? –perguntei assim que Will trancou a porta do ginásio.
-Sete e meia. –ele olhou no relógio de pulso
-vish! Tenho que ir
-aceita uma carona? Estou de carro hoje –ele sorriu
-alugou ou pegou emprestado? –perguntei rindo e abrindo a porta do carro esporte. Ele riu entrando e colocando o cinto, em seguida ligando o carro.
-Eu tenho carro desde os dezesseis, troco todo ano. Mas eu prefiro andar, ou ir de bicicleta.
-Uh! Boa escolha! Justin vivia querendo me levar de carro pros lugares que eram perto –revirei os olhos
-andar é ótimo!
**
Fomos conversando e rindo até chegar em ‘’casa’’.
Assim que cheguei, vi um baita de um carrão estacionado.
Henrique.
-Ai... Tchau will. Até amanhã –saí correndo do carro, passando pela portaria e indo até o corredor, onde eu já via Henrique parado com um Iphone em mãos.
-Hey... –disse sorrindo amarelo e acenando.
-Até quem enfim –ele disse bravo vindo me cumprimentar.
-Não briga comigo não –disse pegando a chave e abrindo a porta. Ele riu fraco
-Claro que não vou brigar com você, senhorita simpson. Mas por que não atendeu o celular? –assim que ele entrou, fechei a porta.
-Não levei o celular. Fui ao meu novo emprego –sorri e saltitei. Henrique já estava sentado no meu sofá, o acompanhei sentando no sofá ao lado.
-Mas já? –ele se surpreendeu
-como você acha que vou me manter? Esperar que Justin me dê algo? Ou ainda pior, esperar que meus pais me banquem? –ri. Ele sorriu.
-pelo visto você é uma menina independente. –ele se apoiou no braço do sofá
-uma mulher. Eu sou uma mulher independente –sorri pra ele.
-mas tem jeitinho de menina –ele riu, revirei os olhos
-falou o senhor idoso.
-Quase lá.
-tem quantos anos? –perguntei me levantando e indo até a cozinha pegar algo para comermos
-Vinte e cinco. –ri alto.
-FALA SÉRIO, VOCÊ É CINCO ANOS MAIS VELHO QUE EU E QUER SE ACHAR? –voltei com dois cup cakes em mãos, lhe dando um
-Ei, não importa o tempo. Sou mais velho, me respeita
-Tudo bem senhor, me desculpe pela irreverencia. Mas e aí? Que que ta rolando com os papéis? –perguntei sentando de indiozinho. Ele riu do primeiro comentário e tirou da pasta alguns papeis. Mas eram bem menos de quando ele veio aqui de manhã.
Peguei o papel e li.
Tudo de acordo.
Respirei fundo mordendo o lábio.
Divorciada aos vinte anos. Não era isso que eu tinha planejado pra minha vida.
-Esta tudo bem, senhorita Simpson? –ele perguntou me fitando
-Está sim. Onde assino? –ele apontou e então eu assinei.
Foi ruim.
Sabe aquela sensação estranha e uma voz que fica dizendo ‘’não faz isso’’ ?
É.
-pronto –entreguei de volta o papel.
-Então é só isso, eu vou voltar ao escritório ainda. Vou pedir pra minha secretária enviar ao seu ex marido de manhã. Tudo bem?
-tudo –fiz uma careta ficando de pé e rumando a porta, assim como ele.
- o que foi? –ele perguntou rindo
-muito zoado. Divorciada aos vinte anos? Me sinto aquelas velhas feias e que ninguém quer. –ri fraco abrindo a porta. Ele passou para o lado de fora sorrindo divertido.
-Com todo respeito, senhorita Simpson, acho que a senhorita está bem longe disso. –ele sorriu e me olhou nos olhos. Sorri em resposta
-até mais, Henrique –sorri sem mostrar os dentes enquanto eu trancava a porta.