-Duda, você está grávida –aquelas quatro palavras fizeram as chaves do meu carro e o controle na mão da duda, caírem.
Junto á nossas bocas.
Ok, eu queria isso, mas agora, já estava certo psicologicamente que não iria acontecer.
-não estão felizes? –Dr simon perguntou mais do que feliz.
-CARA, O QUE ACONTECEU COM A FALTA DE POTÁSSIO? –Duda gritou se levantando.
-querida, tome mais cuidado! Não passe emoções muito fortes –ele disse.
-A EMOÇÃO É MINHA E EU PASSO O QUANDO EU QUISER, AGORA, CHAME DE QUERIDA A PUTA QUE O PARIU! –ela gritou. –O QUE ACONTECEU COM O ULTIMO DIAGNÓSTICO?
-ah sim! Eu confundi você com uma outra paciente minha. Agora eu só tenho que falar pra ela esquecer a ideia de comprar um enxoval. Bem que seria estranho uma senhora de 74 anos ter bebê agora –ele parou pensando –enfim, é isso aí! Parabéns! –ele sorriu mas viu que nossa reação não foi das melhores –ok, já vi que não caiu a ficha. Mas não liguem, depois, vocês vão perceber o grande acontecimento na vida de vocês! Agora, vou dar um tempinho á vocês –ele piscou e então saiu.
Meu ar já havia me abandonado.
Eu não sabia o que fazer.
Duda se jogou no sofá com as mãos no rosto apertando fortemente os olhos, em seguida, juntou as pernas e as abraçou, mordendo o lábio inferior e piscando inúmeras vezes.
Sinal de que ela iria chorar.
Abri a boca inúmeras, mas nada saía.
E enfim, saiu a coisa mais idiota possível :
-parabéns. –além da pequena engasgada, ela se virou, me fitando com seus olhos castanhos esverdeados. Ela não tinha uma reação concreta. Talvez ódio, amargura, tristeza, decepção... não sei ao certo. Nunca tinha presenciado um momento que exigia tantas emoções dela.
Ela ficou me olhando daquele jeito por um longo tempo. Acredite quando digo longo.
-eu... hm... eu vou sair. Até outra hora –disse, idiota como sempre. Ela riu fraco, totalmente sínica e irônica, passando a língua sobre os dentes caninos, e por fim, soltou um longo suspiro. Seus olhos ficaram um pouco menor, sim, ela tinha ficado com raiva. E a prova disso, foi quando ela desviou a atenção de mim, brincando com os próprios dedos e murmurando um ‘’até’’, que eu juro que se eu não tivesse prestando atenção nos mínimos detalhes, eu não ouviria.
Sai de casa ainda meio atordoado, mas parei 5 passos depois percebi o que estava fazendo.
Eu, Justin Bieber estava tendo a atitude mais cuzona da vida.
Pega a gravidade da situação, eu iria mesmo, deixar minha esposa grávida, sozinha, ainda mais, nessa tempestade? Eu fiz aquele ser dentro dela.
Eu estava me martirizando até agora por ontem. Quero dizer, tudo que eu queria, era esquece-la, e sabia que beija-la não me ajudaria. Então, sim, eu fiz algumas coisas com a ruiva que não lembro o nome.
Prazer? Nenhum.
O único prazer que eu teria, seria de talvez, esquece-la por alguns minutos, mas nem isso.
Ela tem o poder de me deixar pensando nela todo tempo, coisa que nenhuma garota fez e não fará.
Tentei seguir em frente, mas a única coisa que fiz, foi puxar o Iphone do bolso e mandar uma mensagem pra chaz e nolan, dizendo que teria assuntos importantes pra resolver e dar meia volta.
Abri a porta vendo uma situação crítica. Ela chorava muito, sabe, aqueles choros que vem da alma, choro de soluçar.
Eu previa que aconteceria, mas não sabia que me afetaria tanto.
DUDA NARRANDO.
-eu... hm... eu vou sair. Até outra hora. –IDIOTA! Continuei o fitando com a expressão mais sínica que eu poderia lhe dar. Passei a língua sobre os dentes caninos e desviei a atenção, brincando com meus próprios dedos. Sussurrei um ‘’até’’ e assim ele fez, saiu pela porta como se não tivesse nada a perder.
DROGA, DUDA!
Por que fui me entregar daquele jeito? Eu deveria ter tido controle, pelo menos uma única vez. E agora, estou eu, aqui, sozinha.
Não o culpo, eu sabia que uma hora ou outra eu estaria sozinha. Mas não sabia, que estaria sozinha com uma criança. Nessas horas coisas horríveis e admito, estúpidas se passaram pela minha mente, mas a única coisa que consegui fazer foi chorar. Chorar feito uma criancinha.
E então eu lhe pergunto, como uma pessoa como eu conseguiria cuidar de um bebê?
A resposta é tão idiota quanto a pergunta : não conseguiria.
Já sentia meu corpo enfraquecer. Não sei se o que o médico disse, sobre fortes emoções era verídico ou não, mas de qualquer forma , eu não queria saber. Ouvi um barulho da porta batendo, abracei mais ainda minhas pernas, chorando tudo que teria pra chorar.
-por que voltou? –perguntei em meio ao choro.
-eu não iria te deixar sozinha... não agora. –ele murmurou vindo pra perto de mim. Ele passou as mãos nos meus braços, mas eu logo me afastei, me pondo de pé
-PARA! PARA COM ESSA HIPOCRISIA! VOCÊ JÁ ME DEIXOU SOZINHA! VOCÊ MESMO DISSE ISSO! EU NÃO QUERO FINGIR QUE VAMOS TER ALGO SÓ POR CAUSA DESSA COISA NA MINHA BARRIGA! PORQUE NO FINAL DA NOITE... –gritei. Não enxergava muito bem, porque eu chorava muito, então, dei uma pausa tentando me controlar, e abaixar o tom de voz -no final da noite você vai estar com qualquer garota, menos comigo –murmurei voltando a soluçar
-não fala assim, duda! É o nosso filho! Algo nosso! Não a nada de hipócrita! E eu vou estar com você sempre! Eu disse isso tantas vezes... –ele disse, se colocando a minha frente.
-e não cumpriu nenhuma delas. –eu disse. Ele suspirou pesado.
-eu cumpri! Só não vou te forçar a fazer uma coisa que você não quer. Mas nós vamos cuidar dessa criança com tudo de melhor...
-NÃO, JUSTIN! PARA, PELO AMOR DE DEUS! EU NÃO VOU CONSEGUIR FAZER ISSO! EU NÃO VOU! EU... –senti meu corpo inteiro se amolecer
-duda... está bem? –ele perguntou chegando mais perto. Meu corpo conseguiu ficar mais mole ainda, mas antes que ele se chocasse no chão, Justin me segurou. Antes que eu pudesse contestar, ele se deitou comigo no sofá. Eu praticamente estava deitada nele.
Ele sorriu confortador secando minhas lágrimas inutilmente, já que eu chorava mais e mais.
-calma, princesa –ele murmurou me fitando.
-eu não vou conseguir, jus –murmurei deixando mais algumas lágrimas escorrerem.
-eu vou estar aqui pra te ajudar. Vou estar aqui pra dizer ‘’nós conseguimos’’. Vou estar aqui quando formos ver nosso garoto nos campeonatos de futebol, ou se eu precisar socar o mané que vai chegar perto da nossa pequena. Eu nunca quis te perder... e não vou perder nosso filho, não mesmo –ele disse confortador, sorrindo totalmente calmo.
-por que as coisas tem que mudar? –perguntei, quase em um sussurro
-Porque princesas tem que virar rainhas –com aquelas simples palavras, ele conseguiu fazer minhas lágrimas cessarem, e até, surgir um pequeno sorriso em meus lábios, consequentemente fazendo com que o seu sorriso aumentasse.
-agora, sem emoções fortes –ele disse me ajeitando em seus braços
-fala sério, acredita mesmo nisso? –perguntei
-não acreditava, até te ver berrando feito uma descontrolada e quase desmaiando depois –ele disse rindo.
Ri dando-lhe um soco.
-idiota.- Ficamos abraçados um longo tempo, até ele quebrar o silêncio.
-qual vai ser o nome dele? –ele perguntou
-não sei. –dei de ombros
-e se for ela? –ela perguntou inquieto. Ri fraco
-não sei, Justin.
-Mas precisamos ver! –ele se apavorou.
-ainda temos sete meses! –ri.
-ta bom. Mas não vai se chamar Will nem Henrique –ele revirou os olhos.
A única coisa que fiz antes de achar a posição ideal para o meu soninho, foi rir.