Fanfic: Os Seres Que Quase Ninguém Conhece | Tema: Aventura, Drama, Fantasia, Monstros, Alice, Coraline, Nárnia, Onde Vivem Os Monstros
A chuva ainda caía, e a girafa, melhor dizendo, Pífigo, abriu um grande guarda chuva que estava preso nas costas e conseguia proteger tanto ele quanto o garoto, mesmo com a altura que segurava. A rua estava deserta, não via sequer um carro passar, as pessoas estavam todas dentro de suas casas, ou quase todas: mais à frente, havia a sombra de um homem grande largo, e parecia olhar para eles. À medida que Dim se aproximava, a sombra ia tomando uma forma mais definida e “clara”. Um leão sorridente vestido com um casaco bege (combinando com seu pelo) estava parado de braços cruzados. Sua juba estava toda molhada e cobria parte do seu rosto, e tirando ela de cima do olho disse alegre:
– Vocês demoraram muito, precisei pegar esse casaco para que as pessoas não se assustassem comigo.
– E fez muito bem, meu caro Honke. – disse Pífigo, colocando a mão no seu ombro. – Veja só – gesticulou com a mão aberta para Dim aproximar –, este é o pequeno Dimitri.
– Olá garoto! – gritou com uma voz aguda e a boca aberta mostrando uma fileira de dentes afiados – Eu sou Honke, prazer. – Então o leão puxou a mão de Dim que era do tamanho de um dedo dele, e começou a balançar. Era bem grande, mas não do tamanho de Pífigo, talvez fosse descontando o pescoço.
– Olá – respondeu o garoto, meio atônito. – Pode me chamar de Dim...
– Dimitri, Dim... que nome estranho! – disse Honke caminhando. Pífigo o acompanhou.
– Não, o seu que é estranho. – retrucou Dim – Honke – repetiu alto e apressou-se para acompanhar os dois.
– Pois acho meu nome bem legal. – respondeu Honke, sem mudar sua expressão feliz – Inclusive, seu nome também é legal.
– Mas você não acabou de dizer que era estranho?
– Sim, disse sim. E o que impede que uma coisa estranha seja legal?
– Se nunca aceitar que as coisas estranhas podem ser legais, vai deixar de viver muita coisa. – explicou Pífigo, entrando na conversa.
Dim nunca tinha parado para pensar assim. Mas que ótimo jeito de pensar! Agora poderia conversar com estranhos sem ter que se preocupar, se sua mãe o proibisse, repetiria a tal frase. Porém, era muito provável que ela reprovasse a tal ideia. Por pensar em sua mãe, Dim sentiu um leve aperto no coração, como se tivesse esquecido alguma coisa e pensou se devia ter deixado alguma carta explicando o que tinha acontecido, “escrever uma carta explicando seria bem estranho!”, pensou um pouco alto, tanto que Pífigo e Honke ouviram.
– Explicando o quê, meu caro Dim? – disse Pífigo, olhando para baixo com uma sobrancelha levantada. Honke também olhava, pois também queria saber.
– Minha mãe. – respondeu desviando o olhar distante (do alto) de Pífigo, e olhando para o vazio da estrada molhada se aproximando da floresta – Acho que devia ter dado alguma explicação... aos dois, meu pai e ela.
– Então porque não contou? Eles não iam se incomodar em você ir caçar sapos.
Dim continuou pensativo, e disse num tom baixo:
– Eles iam sim, papai talvez não, mas mamãe com certeza não gostaria disso... Ela diz que tem sapos venenosos.
– Ah, mas ela está certíssima! – disse Pífigo.
– Têm sapos muito perigosos, sabe. Certa vez um cuspiu no meu dedo, até hoje não cresce pelo no lugar. – completou Honke, mostrando o dedo indicador com uma região rosada completamente sem pelo.
– É por isso que temos que caçá-los! – gritou Pífigo. – Já pensou se o Língua Preta resolve cuspir em toda a Aldeia Biscoito? Oh, nós estaríamos fritos!
– Literalmente! – disse Honke rindo, junto com Pífigo. Dim riu também, mas pela alegria da “simples” companhia dos dois. Algo que percebeu naquela hora: sentia-se bem ao lado deles. Não quis perguntar sobre o tal “Língua Preta” ou a “Aldeia Biscoito” que Pífigo mencionara, então só manteve o sorriso no rosto, ansioso, até chegar à floresta.
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