Fanfic: Falsa Traição - Somic | Tema: Rebelde
CAPÍTULO VII
— O que pensa que vai fazer?
— Preparar uma cama improvisada — Sophia informou-o, enquanto tirava um cobertor e um travesseiro do armário.
— Nossa cama é bastante larga — declarou Micael com uma suavidade perigosa.
— Não vou dormir com você — falou Sophia com determinação.
— É em mim que não confia? Ou em si mesma?
— Em você.
Ela foi à saleta e colocou duas poltronas juntas, uma de encontro à outra, e concluiu que ficaria muito confortável se tomasse a posição fetal.
Segundos após tirou uma longa camiseta de sua mala e foi ao banheiro para se trocar.
Deitou-se. Não muito confortável, confessou a si mesma, depois de vinte minutos deitada.
Ela rememorou os eventos do dia, pensando no entusiasmo que teria Branca ao abrir uma filial em São Paulo... e mudou a posição das poltronas.
Não funcionou, pois uma de suas nádegas logo ficou adormecida devido ao estofamento. Muito duro. Quem sabia de deitasse de costas.
Quanto tempo demorou para concluir que poltronas jamais se transformariam em leito confortável? Meia hora?
Enfim, colocou o cobertor sobre o tapete e se deitou. Ergueu o braço a fim de apanhar o travesseiro, e bateu com o cotovelo numa das poltronas. Gemeu. Céus, como doeu!
Estaria Micael dormindo? Teve ímpetos de pegar o travesseiro e jogá-lo na cabeça dele.
Devia ter insistido em quartos separados. Droga, por que não o fizera?
Naquele exato momento a luz do quarto ascendeu, e no instante seguinte Micael apareceu na porta que separava a pequena sala do quarto.
Sem uma palavra carregou-a nos braços.
— Ponha-me no chão! — Sophia berrou.
Ele obedeceu mas a pôs ao lado da enorme cama de casal.
— Fique aí — disse, com a voz ameaçadora, e foi para o outro lado da cama.
— Não fico!
— Se quer luta, tudo bem. Mas cuidado com o modo como vai essa luta terminar.
— Estou tremendo de medo!
— Vai tremer, se não se deitar.
Sophia não se moveu.
— Desde quando você passou a seu um tirano ditador? — Os olhos azuis expeliam faíscas.
— Há dez segundos, Sophia.
Ela olhou para o telefone.
— A recepção pode me providenciar outra suíte. — Ela pegou o fone, mas nem havia digitado o primeiro número quando Micael cortou a conexão.
— Nem pense nisso — ele ameaçou-a.
— Como ousa agir assim?
— Muito facilmente.
Ela então apanhou um travesseiro e jogou-o nele, mas Micael com o braço desviou-o para cama.
A fúria de Micael era quase palpável.
— Três noites atrás dormimos numa cama metade desta — disse.
— Foi diferente.
Com a agilidade de um gato ele contornou a cama.
Sophia rolou para o outro lado do colchão e saiu da cama. Ela não poderia vencer, não tinha para onde ir, e lutou com fúria incrível quando Micael agarrou-a, segurando-lhe os braços com muita facilidade.
Num momento de loucura Sophia mordeu-o com força no peito, e Micael jogou-a no colchão.
Em vão ela tentava se libertar, e deu um grito quando Micael abriu-lhe as pernas e prendeu-lhe os pulsos acima da cabeça.
— Solte-me!
Ele segurava-a firme, com os joelhos. Mesmo assim Sophia arqueou o corpo tentando soltar os braços.
— Pare com isso. Vai se machucar.
— Droga, solte-me!
Sophia tinha os olhos azuis arregalado, num misto de ultraje e raiva, seus cabelos lisos estavam uma massa em desordem.
Ela fez um esforço desesperado, mas não conseguiu nada. Sua respiração arfava.
Micael esperava que Sophia voltasse ao normal, os olhos dele ficaram terrivelmente escuros. Mas havia uma calma aparente naqueles traços fortes, masculinos.
Não. Foi um grito silencioso no meio da noite.
Um gemido escapou dos lábios de Sophia, um tanto rouco, mas de desespero. O que estaria acontecendo com ela? Parecia que tudo havia sumido e Micael se tornara o total foco do lugar.
Maldito seja você, Micael. A maldição silenciosa não encontrou som.
Bem devagar, Micael baixou a cabeça e roçou os lábios nos dela, um toque suave que trouxe a Sophia muitas lembranças, que ela tentava a todo custo esquecer.
O tremor do corpo dela não passou despercebido a Micael, que contornou-lhe os lábios com a ponta da língua.
A potente excitação de Micael contra a parte mais vulnerável da anatomia feminina provocou uma sensação violenta, urgente, libidinosa em Sophia.
Ela entreabriu os lábios suplicando por mais, por muito mais do que aquela gentil sedução, e gemeu quando Micael beijou-lhe o pescoço.
Preciso parar com isso agora, antes que seja tarde demais, Sophia gemeu baixinho.
Mas sentia-se incapaz de parar com sua profunda necessidade, com a erótica magia da sedução.
Quando os lábios de ambos se encontraram de novo, Sophia beijou-o com fome, uma fome possessiva. Todo seu corpo estava em chamas. Micael soltou-lhe então os pulsos e a fez despir a longa camiseta de algodão.
Com um movimento rápido ele tirou a cueca. Sophia gritou quando Micael beijou-lhe os seios e acariciou-lhe os mamilos antes de chupá-los, sem o menor constrangimento.
Ela escorregou as mãos pelos ombros de Micael, afagou-lhe a espinha e enterrou os dedos nas nádegas firmes.
A respiração dela ficou irregular. Seu corpo estava em chamas e ela gemeu, mais alto agora, suplicando que a possuísse.
Micael penetrou-a enquanto Sophia se movia para acomodá-lo. E ele começou a se mover, bem devagar, quase se afastando completamente antes de chegar ao orgasmo, para provocá-la.
Mais uma vez, e outra, repetiu o ato, aumentando o movimento até o ritmo de ambos combinarem.
Sophia fechou os olhos e gemeu quando ele agarrou-a e rolou, deitando-se de costa.
Sophia sentiu-se bem, como se voltasse ao lar após vencer um mar tenebroso.
Lentamente levantou o corpo. Ergueu uma das mãos e com a ponta dos dedos traçou uma linha no tórax de Micael, chegando até a cintura.
Percebeu que ele se excitava. O prazer de ambos surgiu de imediato. E dessa vez foi ela quem o conduziu ao auge do arrebatamento.
Sophia adormeceu logo depois nos braços do marido, a cabeça apoiada no tórax firme.
Durante toda a noite repetiram a mesma experiência, satisfazendo suas necessidades numa lenta e mágica união.
Sophia não desejava que a noite terminasse. Quantas vezes sonhara com aquilo, vivera aquela noite, para acordar sozinha numa solidão real?
Mas quando os primeiros raios de luz surgiram no horizonte ela exultou devido ao toque íntimo, e derreteu-se no corpo de seu amante, ajeitando-se tão bem um no outro como se fossem duas metades de um todo.
Era bem tarde quando se levantaram da cama e tomaram o banho juntos. Mais tarde ainda quando pediram o café da manhã e se vestiram para partir.
Chegaram ao Rio depois do meio-dia. Micael pegou o carro no estacionamento do aeroporto e deixou-a na Abrahão antes de ir ao próprio escritório.
Devia estar cansada, Sophia pensou, mas em vez disso sentia-se cheia de energia quando pediu à secretária que lhe providenciasse um sanduíche.
Micael telefonou às quatro horas dizendo que chegaria tarde e Sophia informou-o que levaria trabalho para casa.
— Não me espere para jantar — ele disse.
— Quer que eu telefone a Marie? — Sophia indagou, mas Micael informou-a que já havia telefonado.
Já passavam das seis horas quando ela entrou em casa. Abriu a geladeira e viu uma deliciosa salada que Marie lhe deixara. Depois subiu para se trocar e encher a banheira.
Seu jantar poderia esperar meia hora para ela poder relaxar na água em movimento.
Lembrou-se do amor que fizera com Micael e se emocionou. Só em lembrar experimentou todas as sensações de novo, e gemeu.
Nada mudara, ela queria se convencer, e fechou os olhos em resignação frustrada. Mas... a quem queria enganar? Tudo mudara.
Eram quase sete horas quando vestiu um jeans, um top de algodão, e desceu para a cozinha.
A salada estava de fato deliciosa. Depois de ter comido, acomodou-se numa poltrona da sala e ficou assistindo tevê.
Devia ter dormido, porque acordou ao toque de mãos escorregando sob suas coxas.
— Micael?
— Quem você esperava que fosse?
— Ponha-me no chão — ela insistiu. — Posso andar.
— Duvida da minha habilidade em carregá-la?
E ele subiu as escadas. Sophia pesava pouco mais de uma criança, e Micael nem respirava ofegante quando chegou em cima.
— Ponha-me no chão, por Deus!
Ele obedeceu e Sophia tomou a direção de seu próprio quarto.
— Boa noite — disse.
— Onde pensa que vai? — A voz dele era de aço.
— A meu quarto.
— Não!
— O que quer dizer com esse não?
— Ontem à noite...
— Ontem à noite foi um erro.
— Com os diabos que foi.
— Nós... — ela fez uma pausa — nos deixamos levar...
— É como você chama o que houve? Nos deixamos levar?
— Como você chamaria aquilo?
— Dormimos no mesmo quarto, na mesma cama...
— Desde quando considerou minha decisão para sempre? — Sophia perguntou.
— Desde que fizemos amor na noite passada.
— Tivemos sexo apenas.
— Claro, meu amor.
Ele parecia se divertir, e Sophia lutava contra a resposta de seu corpo. Não queria sucumbir à sedução de Micael, não queria precisar lutar por sua própria preservação. Levara meses para construir uma resistência. E numa noite ele a destruíra como se a invisível muralha nunca existira.
— Estou cansada — Sophia apresentou a desculpa, em desespero. — Tudo o que desejo é ir para a cama. Minha cama. Sozinha.
— Então pode ir — ele disse. — Mas não será sozinha.
Com essas palavras ele seguiu para o próprio quarto, sem olhar para trás.
Por Deus, será que Micael não via que ela precisava de tempo para assimilar o que acontecera entre os dois? Que estava em guerra consigo mesma, e num estado de constante desaponto por ter cedido às necessidades da carne?
À luz do dia, tudo o que enxergaria era sua debilidade. Aquele homem a traíra com outra mulher. Pior ainda, aquela mulher lhe dera um filho.
Sophia queria odiá-lo, e disse a si mesma que o odiava. Mas se odiava mais ainda.
Ela foi ao próprio quarto e fechou a porta. Não havia chave, e a menos que arrastasse um móvel para segurar a porta, não havia nada que pudesse fazer para impedir a entrada de Micael.
Ela lembrou-se então de que havia outros dormitórios na casa. Ocuparia um, na esperança de que isso concorreria para Micael entender sua intenção de não dormir com ele.
Escolheu um quarto, fez a cama e entrou embaixo das cobertas. Devia ter dormido no instante em que sua cabeça tocou o travesseiro. Em vez disso ficou olhando para a escuridão, tensa como um arame esticado.
Dizia a si mesma o tempo todo que não podia desejá-lo. Mas seu corpo não concordava com isso, persistia em desejar uma repetição do que tiveram na noite da véspera.
Seria tão fácil aceitar apenas a intimidade do sexo. Por que não?, uma voz interior lhe perguntava. Apenas usufruir o intenso prazer do contato físico durante os anos em que era forçada a ficar com Micael. Depois ir embora. E sem remorsos.
Impossível. Ela lhe entregara o coração, a alma, quase desde o primeiro momento em que se conheceram. Durante meses acreditara que se libertara desses sentimentos, mas a última noite tivera certeza de que tudo continuava dele. E que dele sempre seriam, seu coração e sua alma.
Odiou-se por isso. Odiou-o.
Um jato de luz entrou no quarto quando a porta se abriu, ela ficou tensa ao constatar que Micael se encontrava lá.
E se fingisse que dormia?
Mas na questão de segundos sentiu as cobertas da cama se mexerem. E a depressão do colchão provou que Micael se deitara.
Quanto tempo levaria para abraçá-la? Cinco segundos, dez?
— Quais são seus planos, Sophia?— Micael perguntou. — Um jogo de troca de camas? — Adivinhara Micael que ela estava acordada? Ou apenas arriscara? — Não fique de mau humor, Sophia.
— Nunca fiquei de mau humor em toda minha vida — ela sussurrou ao encará-lo, mas desejou que nunca tivesse feito isso, pois Micael a fitava com o cotovelo apoiado no travesseiro.
Com um movimento rápido ele acendeu o abajur de cabeceira.
— Estou tentando dormir — Sophia disse.
— Sem sucesso. Acertei?
— Isso você não sabe.
Ele roçou o dorso da mãos contra o rosto dela e depois foi abaixando até a boca de lábios crispados.
— Não faça isso, Micael.
Ela estava pálida, seus lábios tremeram ao toque da mão de Micael.
— Cansada? — ele perguntou.
— Sim.
Ele beijou-a.
— Quer que eu faça todo o trabalho? — perguntou. — A mão dele chegara até o umbigo, parara um pouco, e começava a atingir regiões mais íntimas.
— Você não faz jogo honesto. — A voz dela não era mais do que um sussurro.
— Isso é sim, ou não?
Sophia arqueou o corpo contra o dele.
E a língua de ambos iniciaram uma dança erótica. Um gemido escapou da garganta de Sophia.
Micael agia lentamente, seduzindo-a com toques gentis, e Sophia permitiu que o ato fosse conduzido a uma total entrega. A dela.
Depois, Micael segurou-a bem junto a seu corpo, os lábios contra os cabelos revoltos, enquanto roçava os dedos ao longo das costas de pele macia.
Autor(a): laryjapa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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CAPÍTULO VIII Primavera era a época tradicional dos jantares de gala, oferecidos pelas famílias mais tradicionais da cidade. A renda da primavera da maioria desses jantares revertia em favor das obras de caridade. Eram tantas festas que seria impossível almoçar ou jantar com muita freqüência em casa de ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 13
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supergabizinha Postado em 26/11/2012 - 22:32:20
Acabo mão acredito como não pode, vou chorar
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piradano_rbr Postado em 26/11/2012 - 13:19:01
LindAa pena que acabou :(((
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laryjapa Postado em 24/11/2012 - 23:05:33
Desculpa o sumiço mas to em época de prova na faculdade ai não dava pra postar,mas ai vai o ultimo capitulo e vou começar outra ,bjussss.
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supergabizinha Postado em 18/11/2012 - 13:38:09
posta mais pfpfpf!!!
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mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:20:58
Posta pela mor de Deus
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mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:15:05
Posta pela mor de Deus
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mimilinda Postado em 16/11/2012 - 19:07:24
Amei sua fic ainda ñ deu tempo de ler to mais até onde eu li tá ótima mais tarde quando eu voltar eu leio o resto
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supergabizinha Postado em 10/11/2012 - 15:48:01
posta mais pfpfpf!!!
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piradano_rbr Postado em 03/11/2012 - 19:48:38
To amndo sua web contnue assim :)
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piradano_rbr Postado em 20/10/2012 - 18:07:03
Posta maiss... Leitora novaa <---