Fanfics Brasil - Capitulo 2 - parte 2 Falsa Traição - Somic

Fanfic: Falsa Traição - Somic | Tema: Rebelde


Capítulo: Capitulo 2 - parte 2

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CAPÍTULO II (PARTE 2)


 


— E a esposa de um homem quase tão rico como meu pai — Sophia terminou, com amargor.


 


— Sim.


 


— Eu odeio você.


 


— Pois bem, me odeie. Ao menos é uma emoção viva. — Ela tremia de ódio. — Mas, se for embora agora, vai apenas adiar o inevitável. — Micael preveniu-a. — E provocar outro encontro.


 


— Não quero isso — ela falou com desusada veemência. — Nada disso.


 


— Mas quer a Abrahão.


 


Era verdade. Sophia reconheceu que não podia negar.


 


Morar com o marido durante um ano resolveria mesmo seus problemas? Por quê? Claro que sim. Eram ambos adultos. Tinham obrigações diferentes no trabalho, interesses separados. Com um pouco de sorte, nem se veriam durante o dia todo.


 


Sophia ergueu a cabeça e enxergou o envelope. Disse:


 


— Não dormirei no mesmo quarto com você.


 


— Não acredito lhe ter pedido isso.


 


A voz dele era fria, quase como gelo, mas provocou um tremor em sua espinha.


 


— Começaremos na sexta-feira. À noite — ela estabeleceu.


 


— Chegarei em casa tarde.


 


— Não vejo problema nisso — Sophia ergueu uma sobrancelha com desdém.


 


Micael fez sinal ao garçom para que trouxesse o café.


 


— Não para mim. — Ela queria sair de lá o mais depressa possível, ficar longe do homem que um dia tivera seu coração, seu mundo, nas mãos.


 


O que quer que tivesse de enfrentar, enfrentaria na sexta-feira. Mas, agora, desejava ficar o mais longe que pudesse de Micael Borges.


 


Levantou-se, apanhou a bolsa, suspirando ligeiramente quando Micael segurou-lhe o pulso.


 


— O que pensa que vai fazer? — ela protestou.


 


— Eu diria, o óbvio.


 


O garçom apareceu, aceitou o pagamento, saudou-os com um sorriso ao ver a quantia da gorjeta. E Sophia não teve outro remédio senão acompanhar Micael até a saída.


 


Lá, como Micael não lhe soltasse a mão, ela ameaçou:


 


— Se não largar minha mão, gritarei — sussurrou.


 


— Vá em frente, e grite. Mulheres histéricas despertam muita atenção, em geral.


 


— Você é o homem mais impossível que conheci! Vá para o inferno!


 


— Não quer que a leve comigo para lá, quer? — Micael ameaçou-a com uma doçura perigosa que lançou ondas de gelo ao longo de sua coluna.


 


— Não quero você... e chega!


 


— Trata-se de um desafio?


 


— Uma afirmação.


 


— Um ano, Sophia. Talvez possamos ter sorte. O que acha?


 


— Duvido que seja possível.


 


— Tente — ele sugeriu apenas.


 


Sophia pegou a bolsa e tirou de dentro um molho de chaves.


 


— Do meu carro — informou.


 


— Está querendo provar alguma coisa, Sophia? Sua independência?


 


— Sim.                   


 


— Talvez eu deva seguir seu exemplo. — Ele abraçou-a num movimento rápido.


 


Sophia abriu a boca para protestar, mas nenhuma palavra escapou de sua garganta. Impossível. Apenas lembrou-se do que fora a vida entre eles dois, um dia.


 


Pelo espaço de alguns segundos sentiu-se voltando ao lar, reconhecendo sua necessidade.


 


A penetração da língua dele foi algo que a fez estremecer.


 


Santo Deus, como podia deixar-se afetar com tanta facilidade?, se questionou.


 


Com relutância ela se afastou, mas sua tristeza foi evidente e lutou com um misto de raiva e ressentimento quando ele percorreu com a ponta dos  dedos o contorno de seu queixo.


 


— Química — ela apresentou como desculpa de sua alteração.


 


— Acha? — Micael tomou as chaves da mão dela, desativou o alarme e abriu a porta do carro. Colocou a chave na ignição e ficou ao lado enquanto ela se sentava à direção.


 


— Sexta-feira, Sophia.


 


Como se ela precisasse ser lembrada! Ligou o carro e partiu imediatamente.


 


Minutos mais tarde chegava a seu apartamento.


 


Não era tarde, alguns minutos depois das nove. Cedo demais para deitar-se e dormir. Pensou em telefonar para algumas amigas sugerindo que se encontrassem em algum lugar agradável. Porém concluiu que elas fariam perguntas, e preferia evitar perguntas no momento.


 


Em vez disso, despiu-se, vestiu uma camiseta folgada, removeu a maquiagem, acomodou-se numa poltrona confortável para assistir tevê.


 


Dormiu na poltrona e quando acordou sentia dor no pescoço e tinha uma perna adormecida. Bem depois da meia-noite.


 


Minutos mais tarde arrastou-se para a cama e ficou acordada, perseguida pela imagem de Micael, a boca grudada na dela.


 


Escolher o que pretendia levar custou-lhe mínimo esforço. Algumas roupas de trabalho e várias toaletes para as raras ocasiões sociais.


 


Fechou as malas, lançou um último olhar ao apartamento, ligou o alarme e desceu de elevador para a garagem.


 


A distância entre Ipanema e Leblon era pequena, apenas alguns quilômetros, mas teve dificuldade em controlar sua tensão ao entrar na elegante rua onde Micael morava.


 


Parou o carro, apertou o botão do controle remoto, esperou que o portão se abrisse e entrou. Havia uma série de residência na área, algumas antigas, outras modernas, dando um ar de riqueza ao condomínio.


 


O acesso ao pórtico de entrada da casa de Micael se fazia através de portas duplas protegidas por um sofisticado sistema de alarme.


 


Um casal de empregados vinha a cada fim de semana cuidar da propriedade e dos jardins, mas devia ter saído havia horas, Sophia concluiu ao entrar no hall.


 


A casa estava silenciosa, e foi impossível a ela esquecer de que vivera lá durante algum tempo.


 


O chão era de mármore, o teto alto onde havia um suntuoso lustre. À direita ficava o salão e a sala de jantar, a esquerda o escritório e a sala íntima, uma sala de almoço e a cozinha.


 


No subsolo situava-se a sala de entretenimentos, a sauna, o ginásio. Havia também uma piscina aquecida com portas para o terraço e jardins. No andar de cima havia cinco dormitórios com magnífica vista para lagoa.


 


Pelo espaço de alguns meses aquele fora seu lar. Um lugar onde dividira com Micael o amor, as risadas, e uma grande paixão.


 


Não vá lá, uma vozinha a preveniu.


 


A emoção a dominava. Tornara a entrar na casa de Micael Borges amedrontada com a tensão que imaginara iria sentir. Mas, que outra escolha tinha?


 


Nenhuma. Queria o controle da Abrahão, Sophia refletiu enquanto subia as escadas.


 


Teria Micael ocupado o quarto principal, o que um dia dividira com ela? Ou mudara-se para um dos outros quartos?


 


Sim, ocupara o quarto principal, ela constatou ao abrir a porta. Suas roupas se encontravam lá e uma série de artigos masculinos de toalete sobre a cômoda de tampo de mármore. 


 


Ela lançou um olhar para a enorme cama, e estremeceu. Como pudera ele ficar lá? Ocupar aquele quarto, aquela cama?


 


Sophia sentiu um aperto no estômago e saiu do quarto, numa tentativa de abafar suas lembranças.


 


Controle, ela possuía. Mas, por quanto tempo? E foi procurar um quarto na outra extremidade do corredor.


 


Enxergou imediatamente uma pequena escrivaninha, perfeita para seu computador. Teria Micael adivinhado que ela escolheria aquele quarto?


 


Desfaça suas malas, tome um banho, verifique seus e-mails, faça alguns telefonemas, e vá para a cama cedo, ela ordenou a si mesma.


 


Eram dez horas da noite quando se deu conta de que ainda não tinha jantado. No almoço comera um sanduíche no escritório, e seu café da manhã limitara-se a um suco e café preto.


 


Foi à cozinha. Um sanduíche de presunto e uma xícara de chá seriam suficientes. E havia quase terminado de comer quando ouviu o barulho da porta da entrada que se abria.


 


Não poderia fugir para seu quarto sem ser notada. E não houve tempo de pensar uma segunda vez. Ele entrava na cozinha.


 


A simples presença de Micael sacudiu suas emoções. Havia nele uma dramática combinação de primitiva sexualidade e poder latente que tinham efeito letal na paz de espírito de qualquer mulher. Especialmente na sua.


 


— Um sanduíche de fim de noite ou você não jantou? — Micael atravessou a cozinha e ficou a um metro de distância dela.


 


 


Olhava para a camiseta de Sophia que chegava até as coxas, para as pernas nuas e pés descalços, e para os cabelos puxados para trás num rabo-de-cavalo. Aparência oposta à de uma executiva.


 


— Você voltou cedo.


 


— Evitando uma resposta à minha pergunta?


 


— Ambas as coisas.


 


Micael tirou a gravata e pôs as mãos nos bolsos. Achou Sophia abatida, com olheiras. Apostou que ela não dormira bem nas últimas noites.


 


— Ansiedade por causa dos arranjos forçados?


 


— Vamos tentar uma conversação cortês — Sophia sugeriu.


 


Contudo, o instinto a prevenira de que deveria ter cuidado com o que falasse. Sim, ela era prisioneira de um demônio que poderia arrastá-la a uma conflagração.


 


— Como foi seu encontro? Quer dizer jantar? — ela se corrigiu logo. Mas errara de propósito.


 


— Por que chegou a conclusão de que se tratava de companhia feminina?


 


— Adivinhei, devido à enorme quantidade de mulheres na arena de negócios.


 


— E minha inclinação pela companhia de mulheres? — Micael indagou, com voz de seda.


 


— Você tem essa reputação. — A resposta de Sophia veio rica de ironia.


 


— Não negaria minha intimidade com sócias anteriores — ele declarou com ousadia. — Mas os relacionamentos eram seletivos e significavam algo mais na ocasião.


 


— Mas não garante fidelidade nunca. Dentro ou fora do casamento.


 


— Quer que eu repita algo em que se recusa acreditar? É isso? — ele perguntou.


 


Havia eletricidade no ar.


 


— Por que se dar a esse trabalho? Já fez isso na ocasião, e não chegamos a nada. Acho que o resultado será o mesmo agora.


 


O controle de Micael era admirável, mas os olhos dele estavam escuros, quase gelados como aço.


 


— Se eu lhe fizesse a mesma pergunta em sua volta de um jantar de negócios, qual seria sua resposta?


 


— Vá para o diabo — Sophia não hesitou em responder.


 


— Frase eloquente!


 


Sophia virou-se e colocou na máquina de lavar louça a xícara que usara para o chá.


 


— Esqueça a cortesia — disse ela. — Vamos nos limitar com bom dia e boa noite.


 


— Acha que vai funcionar?


 


— A alternativa seria termos uma zona de guerra.


 


— Batalhas ganhas e perdidas? — Micael fez a pergunta.


 


— Não é importante se você ganha ou perde, mas como executa o jogo.


 


— Interessante ponto de vista.


 


— Não é mesmo? — Ela tomou a direção a porta — Boa noite.


 


— Durma bem, meu amor.


 


Essas palavras irônicas soaram nos ouvidos de Sophia enquanto ela subia as escadas, e mesmo na relativa segurança do próprio quarto, as palavras afetuosas se repetiam em seus ouvidos.


 


Consequentemente seu sono sumiu, até a exaustão sobrepujar os infindáveis cenários que ela tramava contra Micael.




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Autor(a): laryjapa

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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    CAPÍTULO 3 - parte 1   Havia certa evidência de que Micael já tomara o café da manhã quando Sophia entrou na cozinha na manhã seguinte.   O aroma de café feito na hora convidou-a a servir-se. Ela pegou uma xícara, encheu-a, colocou açúcar, pôs uma fatia de pão ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • supergabizinha Postado em 26/11/2012 - 22:32:20

    Acabo mão acredito como não pode, vou chorar

  • piradano_rbr Postado em 26/11/2012 - 13:19:01

    LindAa pena que acabou :(((

  • laryjapa Postado em 24/11/2012 - 23:05:33

    Desculpa o sumiço mas to em época de prova na faculdade ai não dava pra postar,mas ai vai o ultimo capitulo e vou começar outra ,bjussss.

  • supergabizinha Postado em 18/11/2012 - 13:38:09

    posta mais pfpfpf!!!

  • mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:20:58

    Posta pela mor de Deus

  • mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:15:05

    Posta pela mor de Deus

  • mimilinda Postado em 16/11/2012 - 19:07:24

    Amei sua fic ainda ñ deu tempo de ler to mais até onde eu li tá ótima mais tarde quando eu voltar eu leio o resto

  • supergabizinha Postado em 10/11/2012 - 15:48:01

    posta mais pfpfpf!!!

  • piradano_rbr Postado em 03/11/2012 - 19:48:38

    To amndo sua web contnue assim :)

  • piradano_rbr Postado em 20/10/2012 - 18:07:03

    Posta maiss... Leitora novaa <---


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