Fanfic: Falsa Traição - Somic | Tema: Rebelde
CAPÍTULO V
Sophia vestiu-se com cuidado, escolhendo uma elegante toalete creme. Pedrarias enfeitavam o top, num verdadeiro trabalho de arte descendo até a linha dos quadris, onde as pedras formavam longas tiras que chegavam à bainha que ondulava a cada movimento que ela fazia.
Naquela noite se esmerara no penteado e na maquiagem, e pusera uma pulseira de diamantes que combinava com os brincos. Os sapatos, como sempre, tinham salto muito alto.
Ela já jantara em sua vida com inúmeras pessoas da elite social e conversara sobre assuntos os mais variados.
Então, por que haveria de estar tão nervosa quanto a passar uma noite com alguns amigos de Micael e suas respectivas esposas?
Era verdade que, sem a menor dúvida, Micael e Sophia Borges seriam o foco de todas as atenções.
— Está pronta? — ele perguntou.
Ela virou-se para Micael notando a elegância do smoking Armani...O talhe era impecável. A camisa branca do mais fino algodão, a gravata de seda pura.
Contudo, foi o homem em si que sacudiu os sentidos de Sophia. Os olhos escuros, a boca para a qual bastava olhar a fim de se lembrar de como a sentira na sua.
Micael possuía uma sensualidade perigosa, conduzia as mulheres para si como abelhas num pote de mel. Tinha um charme primitivo sob uma fachada sofisticada. Adicionando-se riqueza e poder a isso tudo, a combinação era letal.
Sophia podia entender por que as mulheres lutavam por ele.
Como Aline lutara?
Aline fora tão longe a ponto de ter um filho dele e desmanchar um casamento. Não fora?
— Será que adquiri de repente fios de cabelo branco? Você não tira os olhos de mim! — ele exclamou.
— Não que eu tenha visto.
— Nesse caso, vamos?
As pessoas que os convidavam moravam numa graciosa casa longe da estrada principal, com magnífica vista.
Carros se alinhavam no jardim, e, dentro da casa, convidados se misturavam num enorme saguão.
Sophia entrou pelo braço de Micael e os anfitriões a apresentaram aos convidados.
Micael não a largou. Um gesto de proprietário ou para lhe dar segurança?
Sophia aceitou uma taça de champanhe.
— Acho que devemos projetar solidariedade, concorda? — ela olhou para o marido que parecia divertir-se, fitando-a.
— Seria aconselhável, não?
— Só não espere que eu encare você com ar de adoração.
— Estou desapontado. Um ar de adoração seria uma agradável mudança.
— Mas fique sossegado. Guardarei minha animosidade para quando estivermos sozinhos.
— Pelo que lhe sou incrivelmente grato, Sophia.
— Pela animosidade ou por estarmos sós?
— Por ambos.
— Você adora nossas mudanças calorosas?
Micael ergueu uma das mãos e pressionou-lhe os lábios com um dedo.
— Adoro observar suas emoções em ação.
Ele gostava de classificar cada uma delas. No momento Sophia estava nervosa, mas decidida a adotar uma fachada que apenas ele conseguia penetrar. Era visível na pulsação ligeiramente mais rápida, no sorriso artificial, na intensidade do azul dos lindos olhos.
A tentativa de Micael em acariciá-la foi espontânea, um ligeiro roçar de dedos nos ombros. Notou que os olhos dela se arregalaram à percepção do toque.
— Acho que devemos nos misturar um pouco com os outros não acha? — Sophia sugeriu e tomou um gole de champanhe. Tudo aquilo era loucura. Um simples gesto, e ela precisava controlar o instinto natural de seu corpo para não se debruçar sobre ele. — Arthur e Lua Aguiar chegaram há pouco. Podemos nos juntar a eles?
Foi uma noite agradável, o jantar delicioso. A distribuição dos convidados á mesa provou ser interessante, pois a conversa fluía com facilidade, acompanhada de risadas convidativas. Sophia estava consciente da atenção que despertava... em várias mulheres, cuja velada curiosidade permanecia o tempo todo presa em Micael e esposa.
Micael tomou uma atitude de ternura, para o desconforto de Sophia. Era evidente no toque de sua mão na dela, embora rápido.
Quando a sobremesa foi servida, ela achou que seria melhor parar de sofrer. Se fora um jogo de Micael aquele jantar, começaria a jogar.
Serviu-se então de creme caramelo e ofereceu-o numa colher ao marido.
— Experimente, querido — disse a ele.
Micael abriu os lábios e aceitou a oferta.
Minutos mais tarde Sophia colocou a mão na coxa musculosa. Em seguida enterrou as unhas e foi descendo na direção das virilhas.
— Vingando-se, Sophia?
— Sim.
— Não passe a fronteira.
— Eu não sabia que fronteira tinham sido colocadas.
— A retribuição tem um preço, Sophia. Não se esqueça.
— Trata-se de ameaça ou desafio?
— É a sua vez de jogar. — Os olhos dele estavam quase negros.
Talvez fosse aconselhável parar, admitiu Sophia. Temporariamente, claro, pois ainda não estava vingada.
Virou-se então para seu companheiro de mesa do outro lado, o advogado da firma, e iniciou uma conversa.
— Soube que você vai voar para São Paulo amanhã a fim de ver umas das propriedades que Renato tinha em vista — disse Micael ao advogado.
Sophia encarou o marido, contendo surpresa. O advogado da firma sabia de suas intenções, e com certeza achara seu dever relatar a informação a Micael.
— Sim, vou.
— Eu o acompanharei.
— Por quê?
— É de meu interesse, como inventariante do testamento de Renato e membro da diretoria, sancionar qualquer decisão que se fizer acerca dos negócios da firma.
— Pretendo passar uma noite lá.
— Sem problemas. Imagino que tenha reservas para o primeiro vôo.
Sophia teve vontade de ranger os dentes. Com muita habilidade Micael manobrara as coisas de tal forma que ela teria de aceitar, pois se tratava de viagem de negócios.
O café foi servido no salão. Ela sentou-se numa poltrona onde achou que ficaria sossegada por algum tempo.
Enganou-se, contudo, percebeu em poucos minutos. Micael ocupou um lugar bem perto dela e essa proximidade teve um efeito desastroso até em sua respiração. Como também em outras partes mais íntimas do corpo.
O que havia de errado com ela? Ambos estavam representando como num teatro. Assim que o carro passasse pelo portão, tudo voltaria ao normal. Quartos separados. Vidas separadas. Estavam juntos apenas por uma questão de aparência.
Então, por que sentia como se seu corpo fosse um instrumento musical à espera de que o músico o tocasse? Cada nervo estava retesado, cada palpitação sensibilizada.
Se Micael a tocasse, ela ficaria em chamas.
Saberia Micael disso? Santo Deus, esperava que não! Seria uma total humilhação. Para ela!
Queria que a noite chegasse ao fim, voltar para casa, queria se despir, remover a maquiagem e deitar-se... Sozinha.
Mentirosa... Ela queria estar com ele. Experimentar mais uma vez o que compartilharam um dia. Nos bons tempos.
Com Micael, fora mais do que sexo. Fora intimidade, uma expressão física de amor entre duas pessoas, sempre em sintonia de uma com a outra em todos os níveis.
Todos os seus instintos protetores a preveniam de que voltar ao passado seria o mesmo que cometer suicídio emocional. E ela era uma sobrevivente. Tinha de continuar sendo.
Eram mais de onze horas quando Micael decidiu sair, Sophia agradeceu aos donos da casa, despediu-se de todos e foi para o carro ao lado de Micael. Minutos mais tarde chegaram à estrada principal, a caminho do Leblon.
As luzes da rua forneciam iluminação e as árvores lançavam sombras por toda parte. Muitas casas estavam na escuridão, mas de quando em quando uma janela acessa revelava atividade no interior.
Na cada dos anfitriões havia segurança para ela, Sophia pensou. Agora estavam sós e ela consciente do perigo, encontrava-se numa situação com a qual não se sentia à vontade... agora e no futuro.
Na realidade, estava sem controle de suas emoções.
Não levaram muito tempo para chegar a casa. Num movimento rápido Sophia saltou do carro e entrou antes do marido.
O ruído do salto de seus sapatos batendo no chão de mármore soou alto no silêncio da noite.
Micael ligou o alarme, apagou as luzes.
Está fugindo de que, Sophia?, uma vozinha lhe perguntou. De si mesma?
Ela não ousou responder. Correu para o santuário de seu quarto.
Micael não a impediu.
Nesse caso, por que estava com a impressão de que ele tinha um plano em mente?
Um plano para seduzi-la?
Por quê? Para provar que poderia, se quisesse?
Ela colocou a camisola e deitou-se, certa de que dormiria logo.
Após uma hora, revirando-se na cama de um lado para o outro, resolveu descer. Trocou a camisola por um roupão e foi á piscina interna, aquecida.
Lá, tirou o roupão e mergulhou na água cristalina.
Nadou e adorou sentir a água contra sua pele. Achou que talvez se acalmasse e conseguisse dormir.
Quem sabe a imagem de Micael não a perseguisse mais, não invadisse seus sonhos.
Começava a se cansar. Hora de parar, refletiu e decidiu parar apoiando-se na beirada a fim de descansar alguns segundos.
— Cansou?
A voz lhe era familiar. Inadvertidamente soltou as mãos e mergulhou.
Segundos depois voltou à superfície, indignada, cuspindo água.
— Você me assustou — disse. — Como sabia que eu estava aqui?
— Meu sensor de segurança — Micael informou-a. — Ele emite um sol ao lado de minha cama antes de o alarme avisar, se alguma luz está acessa na casa.
— Quer dizer que tentou investigar. — Ele assemelhava-se a um anjo negro, e o roupão que ela usara a fez lembrar de que não tinha nada por baixo.
Havia toalhas no vestiário, porém ela precisava sair da piscina para chegar até lá.
Micael estendeu-lhe a mão.
— Quer ajuda?
— Se quer mesmo me ajudar vá buscar uma toalha — ela respondeu secamente.
— Mergulhando nua?
— Há quanto tempo você está aí?
— Alguns minutos.
— Seu demônio!
Micael tirou o roupão e mergulhou ao lado dela.
— Agora estamos em igualdade de condições.
— Deixe-me ir. — Ela afastou-se do marido o mais que pôde.
— Não confia em mim ou em você mesma, Sophia?
— Não quero brincar de gato e rato.
— É isso que acha que estou fazendo? Brincando?
— Acho que está se divertindo muito com a situação.
— E gostaria de fugir?
— Gostaria de sair da piscina — Sophia corrigiu-o.
— Então vá, meu amor. Não vou segura-la.
Ela nadou até a outra extremidade.
Com um movimento rápido Sophia ergueu o corpo subindo na murada de pedra e bem depressa pegou o roupão que jogara lá.
Podia ter sentindo frio, pois a água estava tépida, mas em vez disso um calor percorreu-lhe o corpo todo e seu coração acelerou. Apanhou uma toalha e com ela fez um turbante para os cabelos.
Aquela não foi a primeira vez que estivera nua na piscina com Micael. Exceto que, então... Não, pensou com firmeza, não pensaria naquilo.
Sem olhar para trás, fugiu para seu quarto. Tomou banho, lavou a cabeça, secou os cabelos e entrou embaixo das cobertas.
Olhou para o relógio. Em algumas horas, poucas, o despertador daria o alarme, e precisaria se levantar, preparar a maleta e seguir para o aeroporto.
Autor(a): laryjapa
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
CAPÍTULO VI São Paulo era uma grande cidade, de espaçosas ruas com três faixas de trânsito, bondes elétricos e clima frio. Sophia visitara a cidade havia dois anos e nada mudara, ela notou, enquanto seguiam de táxi pela familiar estrada do aeroporto. Entraram no hotel, construção modern ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 13
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supergabizinha Postado em 26/11/2012 - 22:32:20
Acabo mão acredito como não pode, vou chorar
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piradano_rbr Postado em 26/11/2012 - 13:19:01
LindAa pena que acabou :(((
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laryjapa Postado em 24/11/2012 - 23:05:33
Desculpa o sumiço mas to em época de prova na faculdade ai não dava pra postar,mas ai vai o ultimo capitulo e vou começar outra ,bjussss.
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supergabizinha Postado em 18/11/2012 - 13:38:09
posta mais pfpfpf!!!
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mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:20:58
Posta pela mor de Deus
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mimilinda Postado em 17/11/2012 - 23:15:05
Posta pela mor de Deus
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mimilinda Postado em 16/11/2012 - 19:07:24
Amei sua fic ainda ñ deu tempo de ler to mais até onde eu li tá ótima mais tarde quando eu voltar eu leio o resto
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supergabizinha Postado em 10/11/2012 - 15:48:01
posta mais pfpfpf!!!
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piradano_rbr Postado em 03/11/2012 - 19:48:38
To amndo sua web contnue assim :)
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piradano_rbr Postado em 20/10/2012 - 18:07:03
Posta maiss... Leitora novaa <---