Fanfic: Encontro á meia noite
Desceram a colina em direção a Killford, mas, antes de chegarem ao pequeno local de veraneio às margens do estuário do rio, entraram num caminho que ia dar em Nethercraig. Construída com granito cinza, a casa ficava situada num outeiro verde e dava vistas para as águas brilhantes do estuário.
Ao entrarem no hall grande e alto. Pepa Gandía, a governanta de Carlos, saiu da cozinha e veio recebê-los.
- Achei mesmo que voltariam juntos. Preparei a mesa na sala de jantar. Teremos sopa, costeletas de cordeiro, batatas e legumes.
- Voltarei num instante - desculpou-se Dulce, emcaminhando-se para a escada.
Quando chegou ao quarto espaçoso que ficava ao lado direito da escada, tirou o casaco e o chapéu, e então lavou as mãos. Depois, olhou-se no espelho e penteou os cabelos vermelhos. Sua pele delicada estava com pouca pintura: os lábios rosados com uma leva camada de batom; os olhos castanhos acentuados pela sombra. A blusa e a saia pretas caíam-lhe muito bem. Ela achou que estava uma aparência calma, e esperava continuar assim. O que quer que acontecesse, não deveria permitir que Christopher a irritasse.
De pé, perto de uma das janelas da sala, ele olhava para o revaldo verde que se estendia até a borda dos rochedos baixos que davam para o mar. Virou-se quando ela entrou na sala, e foi sentar-se à sua frente à mesa. Pepa apareceu com as tigelas de sopa e colocou-as diante de cada um, conversando afavelmente como de costume.
- O senhor deve estar se sentindo cansado depois de sua longa viagem, Sr. Uckermann. Onde disse que estava quando recebeu a notícia?
- No Ártico - respondeu Christopher, seco.
- Ah sim. De fato é muito longe. E acho que o senhor levará algum tempo até se ajustar à mudança de horário. É uma maravilha a rapidez com que se pode viajar hoje em dia, mas tenho certeza de que isso não nos deve fazer bem algum.
Christopher não respondeu. Dulce tampouco abriu a boca, de modo que Pepa, não encontrando encorajamento para ficar, saiu da sala. Dulce abriu seu guardanapo, colocou-o no colo e pegou a colher.
- Quando esteve aqui pela última vez? - perguntou Christopher.
- Vim passar o Natal e o Ano Novo.
- Como estava Carlos na ocasião?
- Não muito bem. A memória falhava e ele não conseguia andar direito. Fazia muito tempo que você não o via.
- Desde setembro. Pesquei um pouco enquanto estive aqui. Ele me pareceu animado, mas bastante debilitado. Carlos não lhe contou que apareci por aqui?
- Sim, contou.
Perguntas e respostas a respeito do homem que falecera serviam para que evitassem falar sobre o próprio relacionamento, forçado e incerto, mas que era o assunto que perpassava por suas mentes.
Christopher não se dera ao trabalho de procurá-la quando estivera em Nethercraig, em setembro último, embora não lhe tivesse custado nada ir de carro até Brancaster. Mas por que ligar para isso? Ela talvez estivesse ocupada demais com seu trabalho na ocasião, de modo que não poderia vê-lo, mesmo que quisesse.
Pepa voltou à sala trazendo uma bandeja com dois pratos com carne, legumes e molho. Conversou bastante ao servir a comida e enquanto Christopher respondia a suas perguntas sobre o Canadá, Dulce estudava-o com o canto dos olhos.
Ele quase não tinha mudado. Os cabelos castanhos e sedosos não apresentavam nenhum fio branco, embora tivesse trinta e cinco anos. Talvez houvesse um pouco mais de rugas em sua testa e nos lados da boca larga, mas a linha do queixo ainda era bem proporcionada e Christopher dava a impressão de estar em ótima forma física. Vestia calça cinza-escura, camisa preta e um suéter claro.
Herdara o porte atlético, os cabelos castanhos e a pele "morena" do pai mexicano, Victor Manuel Casillas, um alegre amante da vida e das mulheres, que se casara com a tímida Alexandra Von Uckermann, quando a conhecera durante viagem de negócios à Escócia. Victor Manuel arrebatara Alexandra de debaixo do nariz do igualmente tímido Carlos Saviñon, para quem ela trabalhava como secretária, levando-a consigo para o Canadá. Anos mais tarde, depois que ele morreu num acidente de mineração em Quebec, a esposa voltou à Escócia com o jovem filho, Christopher Alexander, passando a trabalhar como governanta de Carlos. Christopher aparentemente tinha herdado da mãeo brilho cinzento no olhar e seu modo um tanto reservado.
Quando Pepa saiu novamente da sala, Dulce desviou os olhos de Christopher, fixando-os no prato que a mulher pusera diante de si. As duas costeletas pareciam passadas demais, e o repolho estava pálido e aguado. Pobre Carlos! Como deve ter sentido falta de Alexandra, de sua boa cozinha, de sua capacidade de organizar tudo em casa, de sua atenção e bondade. Ela morrera de câncer há cinco anos e Pepa Gandía fora contratada depois disso. Embora tivesse bom coração, Pepa era descuidada e sua comida deixava a desejar.
- Teriamos comido melhor se tivéssemos ido almoçar no hotel - comentou Christopher enquanto se servia das costeletas.
- Durante quanto tempo você pretende ficar aqui?
- Depende
- De que?
- Do que acontecer no escritório do advogado. Estou sendo esperado em Montreal na quarta-feira para uma reunião com a diretoria, por isso espero que possamos resolver os assuntos de Carlos nestes próximos dias.
- Onde vai se hospedar?
Ele a olhou com curiosidade.
- Nesta casa. Onde mais?
- Pensei ...
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Autor(a): purple
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1
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dalilagoiabeira Postado em 05/04/2009 - 20:54:11
oi muito boa a web, amei mesmo de verdade, e ñ sei pq ninguem comentou antes pq a web é maravilohsa, bjinhossss
vc escreva muito bem e se der posta logo, plixxxxxx