Fanfic: O Reencontro
- Eu não acredito nisso ! Disse enquanto olhava para a carta e me ajeitava na cama.
- O que aconteceu? - Disse Bruno beijando o meu ombro - Que carta é essa? Pegando de minha mão.
- Não é nada demais, vou ter que ficar fora por uns dias. Falei tranquilamente.
- Por uns dias? Disse Bruno levantando a voz, parecia indignado.
- Por que você está assim? O meu chefe não vai gostar nada disso. Falei enquanto saia da cama e ia direto para o banheiro
- Você está pensando no seu chefe em vez de pensar na gente? Disse me seguindo
- Mas a gente não tem nada, está lembrado? O fitei séria.
- Como assim? Não temos? Calmamente Bruno foi se encostando na porta, parecia não acreditar nas palavras que eu tinha dito.
Tinha me esquecido como Bruno era bonito, na sua pele bronzeada, com os seus cabelos negros até o ombro e de corpo definido. Eu o conheci assim que cheguei no Brasil, me ajudou a ter uma nova vida. O Bruno era o tipo de cara de arrasva quarteirões com o seu sorriso gentil, com sua educação, mas não era para mim e nunca foi. Confesso que não consegui resistir aos seus encantos, por isso que ficamos juntos por três anos, temos uma história juntos, mas de um tempo para cá, as coisas estavam indo de mal a pior, ciúmes, da parte dele, coisa que mulher não gosta muito. Então depois de uma briga feia que tivemos, resolvi dar um tempo, ficamos dois meses separados. Uma amiga que temos em comum nos convidou para uma festa, comemorando a sua promoção no emprego e adivinha só quem estava lá. Isso mesmo , o Bruno e depois de enchermos a cara e fazermos você sabe o que, estamos aqui no meu banheiro.
- Por que não temos mais nada? Disse ele me olhando.
- Por que terminamos, não lembra? Ha dois meses atrás. Disse enquanto cruzava os braços.
- Eu me lembro. Falou em meio a um suspiro.
- Não fica assim, vai.
- É melhor, eu ir embora. Me interrompeu.
- Talvez seja melhor mesmo.
- Tchau. Ele foi se distanciando do banheiro e foi pegando lentamente a sua roupa e a vestindo e andou alguns passos até a porta e saiu. Fiquei pensando no que tinha feito. Não era certo fazer isso com alguém que sempre me deu apoio depois de uma fase difícil da minha vida, mas o meu coração era de outra pessoa desde sempre, fechei os olhos e coloquei as minhas mãos no meu rosto para tentar abafar o choro. Como eu sentia falta de lá, do meu lugar de origem e dele, só de pensar as minhas ficavam bambas. Tentei me recompor lavando o meu rosto, respirei fundo ao me ver encanrando o espelho, os meus estavam vermelhos e enchados.
- O dia hoje vai ser longo. Falei para mim mesma.
Chegando ao trabalho, foi a coisa mais fácil falar com o meu chefe, ele estava de bom humor. Apesar dos negócios, não estarem indo muito bem.
- Elizabeth,você só pode ficar duas semanas longe. Disse o meu chefe com a voz fria.
- Sim,senhor. Balançei a cabeça rapidamente - Não vou demorar, afinal eu nem quero ir.
- Não me importa, apenas vá e resolva e volte. Deu de ombros - Pode tirar o dia de folga.
Suspirei de alivio e sai rapidamente de sua sala, antes que ele podesse mudar de ideia.
Peguei o táxi assim que sai do prédio e fui até o aeroporto. O engarrafamento era longo, e o por do sol me fazia lembrar de onde eu morava, senti uma lágrima escorrer em meu rosto.
- Você está bem, moça? Disse o taxista ao me olhar pelo retrovisor.
- Estou sim, só que caiu um cisco. Dei um sorriso. Ele ficou uns minutos me observando e voltou a dirigir. Encostei a minha cabeça no vidro e fechei os olhos, pensando em como seria a minha volta e ....
- Elizabeth, você precisa ir embora. Disse Cristina assustada.
- Não vou sem você! Gritei
- Mas você vai ter que ir. Disse ela olhando nos meus olhos. Eu pude ver que Cristina estava com medo, as nossas respirações estavam no mesmo ritmo, pesadas e vacilantes, como se estivemos perdendo o ar pouco a pouco. As minhas mãos tremiam tanto, que não consegui disfarçar quando Cristina me pediu para ascender a luz do guarda-roupa em que estavamos escondidas.
- Vai ficar tudo bem. Disse Cristina ao tocar a minha mão tentando me acalmar. Sua mão estava quente, quando a olhei nos olhos, não tinha preocupação. Por que ela não estava preocupado? PORQUE?
- Você confia em mim? Disse Cristina falando tranquilamente.
- Confio. Disse tentando recuperar o folego
- Você vai ter que prestar atenção em uma coisa. Disse Cristina baixando o tom de voz - Quando os homens chegarem aqui, você vai correr por está passagem. Ela toco a mão em uma parede falsa e a empurrou. - Você não vai olhar para trás, eu a proibo.
Eu a olhei assustada - E quanto a você? Vai ficar aqui? Não pode, você tem que ir comigo. Falei apressadamente atropelando as palavras.
- Shhhh... Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. Ela falou tocando o meu rosto - Por favor, confia em mim.
Ficamos olhando para a porta e percebemos que estava silêncio - Você acha que foram embora?
Ela não me respondeu.
- Cristina? A olhei com medo
- Não. Disse ela
Abriram a porta bruscamente.
- Achei vocês. Disse um cara barbudo com uma voz medonha, ele cheirava a grama molhada e era alto demais e usava uma roupa de vaqueiro.
- Vem cá, menina! Ele foi indo em direção a Cristina.
- Vai Elizabeth! Corre! Disse ela gritando.
- Moça. Senti alguém me balançar.
Abri os olhos assustada e vista embaçada.
- Já chegamos ao seu destino.
Olhei para os lados e logo em seguida dei o dinheiro ao taxista e sai do carro. Não demorei nem 1 hora e já tinha comprado as passagens e já estava em casa arrumando as minhas malas.
Não acredito que estava indo a Portugal. Prometi a mim mesma que nunca mais iria para lá, ainda sinto que as marcas das minhas perdas, não foram cicatrizadas, perder o meu pai e a minha irmã gêmea sempre fora uma tortura. Tendo todas as noites pesadelos, com sensações diferentes, mas ultimamente, tenho tido a sensação que tem sido a minha pior companhia : O medo.
Autor(a): tatahmendes
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).