Fanfic: Inimigos Apaixonados (Ponny) (Finalizada) | Tema: Anahí e Alfonso Herrera

Domingo era o único dia em que Alfonso permitia-se dormir um pouco mais. Ele se dava por feliz por ter um gerente como Chico, que chegava cedo ao estabelecimento, ligava as cafeteiras, acendia as grelhas e os fornos. Sua taverna era famosa não só por causa dos hambúrgueres e das pizzas, mas também por seus deliciosos cafés da manhã: panquecas, omeletes, batatas assadas, biscoitos. Alfonso adorava o cheiro e o barulho do lugar: a comida na grelha, as pessoas rindo, se divertindo, enquanto comiam e conversavam. Aquilo o fazia recordar as refeições em sua casa, quando ainda era criança. Com cinco crianças à mesa, quatro deles meninos, tinha-se de gritar para ser ouvido. O pai sempre se divertira com a bagunça dos filhos, enquanto a mãe franzia a testa e tentava manter a ordem. Mas, embora ela tentasse ser rígida, eles a faziam rir e brincar como eles. Sentia falta de seus pais. Já se haviam passado 12 anos desde o acidente de carro que custou a vida dos dois.
Bocejou e virou-se na cama. Entreabriu um olho e viu no despertador que ainda eram 08 horas. Voltou a fechar os olhos. Nas demais manhãs se levantava as seis, mas nos domingos não fazia até as 9 e meia, pelo menos. Ainda faltavam uma hora e meia para começar o dia e pretendia aproveitar cada minuto. A casa onde morava ficava atrás da cabana, uma garagem de ladrilhos vermelhos que se transformou na Taberna e Pousada Squire`s. Estava perto o suficiente para controlar o negócio dali, mas também o suficientemente longe para ter intimidade e solidão quando necessitava. Ou para ter companhia. Especificamente, companhia feminina.
Ele era um homem que apreciava as mulheres. O gênero feminino o fascinava e intrigava. Eram complicadas e misteriosas, doces e encantadoras em um momento e difíceis e incompreensíveis no seguinte. Um enigma que o encantava. Para sorte dele, as mulheres desfrutavam de sua companhia tanto como ele desfrutava da delas. Entendia bem o jogo para saber que, sendo um homem sem compromisso, era o alvo predileto das mulheres solteiras. Mas era bem honesto com todas aquelas que namorava: não queria casar. Mesmo assim, elas insistiam em parar em frente à vitrina de uma joalheria ou em levá-lo para assistir filmes que mostravam cenas de casamento. Mas Alfonso era feliz do jeito que estava vivendo a vida. Gostava de sua vida tal como era, seu negócio e sua liberdade. Sem que ninguém dissesse o que tinha que fazer ou quando. Nunca tinha de dar satisfações a ninguém. Nada de complicações, de problemas...
Enterrou a cabeça no travesseiro e gemeu. Exceto com Anahí Puente. Inf*erno. Anahí era um grande problema. A verdade é que ele não esperava que ela levaria a aposta a sério, que soubesse jogar poker, e que fosse tão boa jogadora. Mas havia uma coisa previsível nela, o fato dela ser imprevisível. Sabia que não deveria tratá-la dessa maneira, mas se não houvesse feito, ela não deixaria por menos, e ele tampouco poderia fazê-lo. Tinha seu orgulho.