Fanfic: Inimigos Apaixonados (Ponny) (Finalizada) | Tema: Anahí e Alfonso Herrera

O juiz Randolph Puente, proeminente e rico cidadão do condado de Bloomfield, estava no corredor que dava acesso ao escritório de Alfonso. Seu terno cinza-escuro combinava com a cor de seus olhos, olhos que naquele momento encontravam-se estreitados ao observarem os amendoins espalhados pelo chão e as roupas amassadas de Alfonso e de sua neta.

Poncho sorriu para ele, constrangido.

- Olá, juiz Puente. - cumprimentou por fim.

Seu corpo estava tenso de desejo, o sangue ainda em ponto de ebulição. Tinha vontade de agarrar Any, levá-la para o escritório, fechar a porta e terminar o que tinham começado. Que fossem todos para o inferno, inclusive o avô e qualquer outra pessoa que ousasse interrompê-los.

Mas precisava encarar a realidade. Olhou para o juiz, então para Anahí, que tinha as faces coradas e os cabelos despenteados, lamentando o fato de que sua fantasia não ia se realizar.

O olhar do juiz passou de Anahí para Alfonso, então pousou no chão coberto por um carpete de amendoins.

- O que aconteceu aqui? - Randolph indagou. Any respirou fundo e respondeu:

- Estávamos dando um jeito nessa bagunça. Uns sacos com amendoins rasgaram. Não foi, Alfonso?

"Oh, claro", Poncho comentou consigo mesmo. "Todo mundo junta amendoins deitado no chão, beijando-se."

- Foi - afirmou. - Os amendoins caíram dos sacos.

O juiz franziu as sobrancelhas grisalhas ao fitar Any com ar de censura.

- Se precisa de dinheiro, por que não foi me procurar? - perguntou.

- Como assim? - Ela franziu a testa, confusa. - Não preciso de dinheiro.

- Então, por que está trabalhando aqui... numa taverna, se não precisa?

Poncho cruzou os braços e encostou-se no batente da porta. "É, Any, conte ao seu avô por que está trabalhando aqui", pensou.

Ela cruzou os braços.

- Não estou trabalhando na taverna, vovô.

- Fui informado de que você limpou mesas e serviu comida aqui, ontem. Do que você chama isso? De divertimento? - Any sentiu que seu lábio inferior começava a tremer.

- Bem... não é... mas...

- Fale, garota!

-É um... acordo de negócios - ela explicou cautelosamente. - Estou ajudando Poncho por alguns dias, enquanto ele não arruma outra garçonete para substituir uma que teve um bebê. Fez uma pausa e olhou para Alfonso.

Ele sorriu.

"Desculpe-me, Any, mas você está sozinha nessa.”, disse mentalmente.

Como se tivesse lido os pensamentos dele, ela suspirou e olhou para o avô.

- Em troca, ele está me ensinando algumas coisas sobre... administração. - mentiu. - Dando-me conselhos sobre como administrar um restaurante.

- É mesmo? - Randolph indagou, estreitando os olhos e olhando para Alfonso.

- Por que você daria conselhos a um concorrente?

Alfonso olhou para Anahí, pensou em ajudá-la, então se lembrou dos amendoins, dos quais levaria semanas, talvez meses, para se livrar. Além do mais, não podia deixar aquela oportunidade passar. Apesar do beijo ardente que tinham trocado, e mesmo ele querendo beijá-la de novo, Any era sua adversária.