Fanfic: Inimigos Apaixonados (Ponny) (Finalizada) | Tema: Anahí e Alfonso Herrera

Marie batera palmas. Frederico a chamara de Sexy Any. Ela sorrira. Ninguém a chamara de sexy antes. Gostara. Do salão de beleza fora a uma loja comprar a saia curta e outras peças de roupa que sempre admirara nas outras mu­lheres, mas nunca tivera coragem de usar.

Mal podia esperar para Alfonso vê-la com elas, ou melhor, sem elas. 

Sentiu um forte calor no corpo ao recordar a primeira noite de amor que tivera com Poncho, as mãos viris percorrendo seu corpo, o toque sensual dos lábios dele. Tinham se visto diversas vezes, desde aquela noite. Na segunda-feira, quando a taverna ficava fechada, eles foram até o lago, onde Alfonso contara que ele e os irmãos iam lá para apostar corrida de carros e tomar cerveja. Só de pensar em como fora gostoso e excitante fazer amor com Poncho à beira do lago, fez com que o coração dela batesse mais forte. Nunca imaginara que fosse capaz de fazer amor num lugar público, no meio de árvores, com o céu por testemunha e um amante como Alfonso Herrera.

Uma mulher não podia desejar amante mais maravilhoso, generoso e habilidoso. Num minuto ele era gentil, no minuto seguinte era impetuoso e selvagem. Os últimos dias haviam sido os mais excitantes da vida de Any. Ele fora à casa dela, uma noite, depois de fechar a taverna, levando uma garrafa de vinho. Eles tomaram o vinho na cama. E na tarde do dia anterior, Poncho a levara para a sua. Any largara a receita de croissants que estivera preparando e ficara excitada em saber que Poncho queria tanto fazer amor que não conseguira esperar até a noite.

Mas ele não queria fazer amor. Queria mostrar-lhe seu re­cém-chegado e precioso exemplar da primeira edição do livro de Ernest Hemingway, “Por Quem os Sinos Dobram”. O prazer e a alegria na expressão de Alfonso fizeram o coração de Anahí bater acelerado. Havia tanta coisa em Poncho Herrera que ela jamais imaginara, e o fato de ele querer dividir com ela algo tão especial, a fez ficar com os olhos cheios de lágrimas. Então, fora ela quem o beijara, tirara-lhe a roupa e o levara para a cama, assolada por uma incrível necessidade de fazer amor com ele, naquele exato momento. E isso surpreendera ela própria.

Suspirando, ligou a cafeteira e serviu-se de uma xícara de capuccino. Sentia-se uma idiota por acreditar que pudesse ter um futuro ao lado de Alfonso. Entendia que o relacionamento deles, ou fosse lá como fosse chamado o que tinham, não era permanente. Eles estavam... namorando. Aproveitando a com­panhia um do outro. Viviam um dia de cada vez. Nada de compromissos, nada de planos ou explicações.

E, se ela começasse a sonhar, pensando, mesmo que por um milésimo de segundo, que podia haver mais do que aquilo, tudo o que tinha de fazer era recordar que já fora abandonada na igreja uma vez. O olhar de dó de cada convidado doera demais, todos pareciam saber que Derick mentira, que fizera falsas promessas, que dissera que amava Any e a desejava como esposa por piedade ou interessado na fortuna dos Puente Portilla. Ela não queria ver aqueles olhares de "comiseração" de novo. Não seria tola novamente. Daquela vez seria bem realista. Nada de expectativas.

Mas Alfonso era honesto. Não fazia promessas, e com certeza jamais diria que amava Any. Contanto que ela não cometesse o grave erro de se apaixonar por ele, sobreviveria quando ele decidisse trocá-la por outra mulher.

Ela estremeceu, sentindo um aperto no peito. Não desejava pensar naquilo. Virou-se repentinamente e colidiu com Christopher, que tinha desligado o telefone celular. Ele a segurou pelo braço e franziu a testa ao olhar para o suéter azul dela, sujo de café.