Fanfic: Uma noite é pouco (ADP/AyA)
Um homem de terno!
Ninguém usava terno em Broome, principalmente aos domingos.
Uma onda de pânico invadiu-a. Quem ele era? Teria sido encontrada?
A primeira reação de Anahí foi afundar na piscina onde estava nadando. Mas seus olhos permaneciam voltados para o homem de costas como se atraídos por um ímã.
Antes que pudesse tentar reconhecê-lo ou ao menos observar suas feições, ele desapareceu por entre a vegetação do parque em direção ao bar.
Anahí respirou fundo várias vezes até sentir as batidas do coração voltarem ao normal.
Seis meses de paz. Quando começava a se sentir segura, certa de que os havia despistado, o perigo tornava a ameaçá-la. Tolice de sua parte querer acreditar que conseguiria se ver livre deles algum dia. Nem sequer naquele lugar, nos confins da civilização, à beira dos grandes desertos australianos.
A cidade costeira de Broome desenvolveu-se em torno da indústria de pérolas. Por ficar do outro lado do mundo, não apenas no sentido geográfico, mas também do ambiente dos homens ricos da Europa, Anahí escolheu-a como seu refúgio. Ali, na parte oeste da região de Kimberly, onde o clima tropical atraia turistas e não homens de negócios, ela pensou que teria condições de se estabelecer e de viver uma vida normal.
De repente, todos seus sonhos ruíram a visão daquele homem de terno.
Viu-o novamente. Mas como ele estava olhando para o outro lado, onde ficava o estacionamento, foi impossível identificá-lo.
O terno, porém, exercia a mesma função de um documento. Ele não era um cidadão local nem um turista. A temperatura invariavelmente ali a exigia um mínimo de vestuário. Ou seja, ele não estava ali a passeio, mas em uma missão. A praia não lhe despertava nenhum interesse. Era o parque que chamava sua atenção.
E Alice tinha ido para lá para comprar um refrigerante!
O medo de perder sua filha foi maior do que o medo de se expor. Anahí saiu da piscina e correu pela areia em direção às pedras que separavam o camping da praia.
Ninguém lhe tomaria Alice. Lutaria com unhas e dentes pela posse de sua filha e para mantê-la longe do pesadelo que era o mundo onde ela nascera, onde só o dinheiro importava.
As pessoas acampadas no local assustaram-se ao vê-la ofegante e com expressão assombrada. Tentaram saber o que estava acontecendo, mas ela não podia parar. Era preciso encontrar Alice antes que o homem de terno a visse. Ele parecia ter desaparecido, mas podia estar vigiando-as sem que ela soubesse.
Faltava pouco! Depois de pular sobre as pedras e correr pela grama que cobria o terreno, Anahí pulou sobre as cordas de sustentação das barracas vizinhas e chegou finalmente ao trailer onde estava morando com Alice havia seis meses.
Seu coração deu um salto diante da cena. Suas pernas se recusaram a continuar. Alice estava lá com o homem de terno. Mas, então, ele se virou e ela o reconheceu.
Não era um dos homens de Santiso. Era Alfonso Herrera, seu patrão. E, se fosse sincera consigo mesma, o único motivo que fizera permanecer tanto tempo em um lugar.
- Aconteceu alguma coisa? - ele se apressou a perguntar ao vê-la.
Seria impossível fingir que estava tudo bem com ela. Anahí apoiou as costas no veiculo e respirou fundo por várias vezes. Estava tremendo devido ao susto e também à corrida. Levou uma das mãos à altura da garganta como se o gesto lhe desse algum alivio. Com a outra, afastou os cabelos molhados do rosto.
Autor(a): believe
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