Fanfic: Te Juro Amor Eterno {DyR}

Queria que durasse essa maré de felicidade.

Olhou para o céu, as primeiras estrelas iriam começar a surgir. Passou as mãos no cabelo. Era cedo demais pra pensar no segundo passo, tinha que deixar o fim de semana chegar, para ver o que rolava.

Sentiu que alguém vinha vindo. Era Christian, que trazia na mão um sanduíche pela metade.

“Fazendo o que aqui sozinho, Diego?”, perguntou, ao sentar-se na mesa com ele.

“Meditando um pouco”.

“Hum… e posso saber no quê?” Mordeu o sanduíche, encarando-o.

“Na vida, Chris”.

“Ah, na vida ou numa certa garota, de cabelos vermelhos…”.

“Puf, dá onde você tirou essa idéia?”, ficou meio nervoso.

“Ora essa. Hoje na aula vocês estavam estranhos. Era só você falar com ela, que a Roberta sorria” Fez cara de quem suspeita de algo. “O que tá acontecendo, meu caro amigo? Isso tá estranho”.

“Christian, são coisas da sua cabeça. Que isso. Apenas fiz as pazes com ela e… estava comentando uns negócios e Roberta achou graça, sorriu e… quê? Normal”, disse a simples verdade.

“Foi assim fácil fazer ela te perdoar?”, ficou confuso.

“Sim. Ela uma menina bem flexível. Não é fresca que nem certas pessoas que eu conheço”. Lançou um olhar para ele.

“Quem? Eu? Ah”. Fez cada de indignado. “Eu não sou fresco”.

“Aquela vez que eu peguei a sua agenda telefônica, você ficou um mês sem falar comigo. Ainda não entendo porque”. Suspirou.

Christian terminou o sanduíche e o celular dele começou a tocar. Era Poncho.

“Fala”.

“Chris, eu preciso de um favor seu”. Disse, desesperado.

“O que é?”.

“Tenta despistar o Gastão, ele não deixa a Any em paz”.

“E pra que eu faria isso?”. Deu de ombros.

“Porque ela e eu temos um encontro, você sabe… a gente marcou aqui na sala de ensaios e ele não pode segui-la, senão, já éramos”.

“Tá, eu vou ver o que posso fazer”. Ouviu um monte de agradecimentos. “Mais eu não posso garantir nada. Tchau”. Desligou.

“Que ele queria?”. Perguntou Diego.

“Poncho tem um encontro com a ficante dele e precisa que eu de um jeito no Gastão, pra não estragar tudo”. Levantou-se e antes de ir, disse: “A nossa conversa não termina aqui, Diego. Eu quero saber a verdade”. Correu.

“Vai esperando”, pensou, desanimado de repente.

Para sua surpresa, alguém a quem não esperava vinha vindo, toda cheia de si, mexendo no celular, concentrada. Sentou-se na mesa com ele.

“Droga de celular, tinha que acabar os créditos justo hoje!”. Roberta se irritou.

“Oi…”.

Ela lhe dirigiu um olhar tão suave, que Diego pensou estar por fora de alguma coisa.

“Sabe, você tinha razão. Tomar sol de mais é perigoso”. Deu risada. “Estou gritando com o meu próprio celular”.

Diego sorriu.

“Nhá, essas coisas acontecem. Às vezes eu também falo sozinho ou com coisas”. Ele riu, franzindo a testa.

“Bom demais, né?”.

“Oh, e como”. Estirou-se na cadeira. “Tentando ligar pra quem?”. Sentiu curiosidade.

“Pra… minha mãe”.

“Vocês não se dão muito bem, não é?”.

“Ah, tem vezes quem sim, outras que não. Depende do meu humor”. Deu de ombros.

“Depende do meu humor”. Achou graça e a fitou. “Mais, ela é legal?”.

“Muito. Só que, é muito protetora, amorosa, eu… fico sufocada”. Confessou Roberta.

“E do que está achando ruim? É ótimo ter alguém que se preocupa com você”. Suspirou, afrouxando a gravata.

Roberta percebeu que não sabia muito dele. O que pesava tanto naquelas palavras? Talvez na vida dele fosse o contrario; não tinha ninguém que se importasse. Sentiu muita curiosidade sobre o assunto, mais pela expressão de Diego, quem sabe, não falaria nada.

Resolveu deixar para outra ocasião, quando já tivessem uma base sólida.

“O que tá fazendo aqui sozinho?”. Perguntou.

“Quem disse que eu tô sozinho? Você está comigo”. Disse ao revés.

“Ah, Diego, você entendeu”. Ficou meio vermelha, por ele a estar olhando daquela forma; como se quisesse ler seus pensamentos.

“Bem, eu estava sozinho, meditando, daí chegou o Christian, logo ele se foi e não deu nem dois minutos, e chegou à senhorita”.

“Meditando?”. Deu risada, era engraçado. Não associava isso a ele. “Essa foi boa”.

“Há, quê? Tá achando que eu não faço coisas desse tipo? Mais eu faço, Roberta”.

“E medita no quê? Em alguma garota?”. Perguntou, sabendo que estava pisando em território inimigo.

“Talvez”. Foi evasivo.

“Isso não é resposta. Diz ai, que custa”.

“É segredo, Roberta. Ah, mais, tem a ver com uma garota”. Sorriu-lhe.

“Diego! Não vai me deixar curiosa. Conta vai!”. Roberta percebeu que essa curiosidade tinha nome: interesse nele. Droga! Ainda gostava e tinha esperanças com Diego. Burrinha!

“Só posso dizer uma coisa”. Ele animou-a.

“Então diz”. Passou a mão na franja.

“Ela é bonita”. Gargalhou quando Roberta fez cara de {Quê? Só isso?}. “Há, há… eu não posso dar mais detalhes”.

“Pilantra!”.

Ficaram em silêncio. O céu estava se enchendo de estrelas. Não tinha lua nessa noite, mais umas nuvens bem transparentes, fazendo um grande circulo em certo ponto. Essa calma toda era tão maravilhosa, que Diego não conseguia explicar o que estava sentindo. Tinha o momento perfeito, a garota perfeita, e o sentimento mais forte e intenso que já havia sentido por alguém.

Escorou os cotovelos na mesa e a fitou. Roberta fez o mesmo e ambos sentiram suas gargantas secarem. Ele se aproximou um pouco mais e foi se incorporando, até estar um dedo longe do rosto dela. Roberta estava respirando rápido e o peito subia estava na mesma freqüência. Estava pensando no mesmo que ele?