Fanfic: Te Juro Amor Eterno {DyR}

“Não adiante. Eu não consigo esquecê-lo. Mesmo tentando fortalecer a idéia de que Deco é um cara legal, cheio de boas intenções, eu ainda gosto do Diego”, escreveu Roberta no diário. “Sei que posso estar me iludindo de novo, mais… quase nos beijamos hoje, poderia ser uma prova de que ele também gosta de mim. Claro, às vezes posso estar me enganando, mais tenho um sentimento tão bonito por Diego, que… acho que é amor”, terminou essa ultima linha, suspirando. “Como é bom te amar, Diego, e o Deco que me desculpe”, disse.

Havia conhecido Deco no show de uma banda de Rock, fazia dois meses. Ele havia dado lugar pra ela na fila dos ingressos e, Roberta tinha achado bacana a atitude. Começaram a conversar e a afinidade cresceu, logo de cara. Deco era muito divertido, a fazia rir, esquecer os problemas. Foi daí em diante que começaram a se relacionar. Telefonavam-se de vez em quando e ficavam se falando até as três da manhã. Ela nem sentia o cansaço no outro dia, essas conversas a ajudava a dispersar um pouco de Diego. No começo não viu a possibilidade de Deco se tornar algo mais importe, só que, depois, a atração, a camaradagem… a fez coloca-lo em outro plano; vê-lo como um pretendente. Deram uns beijos e foi o suficiente para ver que era a melhor opção.

Deco disse que se matricularia no Elite Way, só para ficarem perto um do outro. Roberta tinha gostado muito da noticia, mais sentia um nó na garganta.  Poderia estar cometendo algum erro irreparável. Sentiu-se aliviada (admitia) quando Deco disse que iria para Londres. E agora via o porque.

Olhou a pagina inteira que tinha escrito sobre o “possível sentimento” que estava começando a desencadear por ele. Era tudo uma mentira do subconsciente. Roberta sabia qual era a realidade e… amava Diego.

Fechou o diário. Ali dentro havia todas as palavras que poderiam provar o que estava sentindo. Olhou as estrelas. Era um costume ficar nesse lugar, contemplando a beleza natural que Deus criou. E o vento fresco era o melhor… jogando-se contra ela e seus cabelos, que esvoaçavam um pouco.

Roberta tinha o pressentimento de que estava faltando algo. Todas as noites, sentia uma sensação estranha, como se estivesse sendo… observada, correspondida de alguma forma.

Ela sorriu. Deveriam ser coisas de sua cabeça.

Levantou-se, precisava dormir uma boa noite de sono…

Roberta acordou de má vontade. Tinha uma voz muito familiar a chamando… e de repente, se despertou por completo. Sentou-se na cama, olhando-a como quem quer matar.

“Droga, Kéti! No melhor do sono!”. Passou a mão nos olhos. “Ugrrr… que você quer?”. Olhou o relógio e bufou. “Garota, são cinco da matina! Ficou louca?!”.

“Sorte a sua eu não te acordar com balde de água fria! Preciso da sua ajuda, Roberta”.

“Qual é o motivo do desespero?”. Ficou curiosa, bocejando.

Kéti era meio baixa, olhos verdes e cabelo castanho. Era muito meiga e uma das amigas favoritas de Roberta.

“Eu acho que fiz besteira, Roberta”. Disse muito aflita.

“Kéti, você tá me preocupando. O que foi?”.

“Melhor você vir comigo”.

Roberta saltou da cama e a seguiu. Andaram em silêncio pelo corredor, até chegar a uma despensa. Era um quartinho cheio de entulhos, uma cama e alguns mantimentos. Entraram e Kéti fechou a porta.

“Porque me trouxe nesse lugar?”. Perguntou, confusa.

A garota não respondeu. Passou por ela e se agachou, junto a um cesto coberto por um pano. Destapou-o e Roberta levou as mãos à boca. Não poderia ser verdade o que seus olhos viam!

“Kéti…”. Conseguiu sussurrar. “De onde você o tirou?”.

“O encontrei numa praça, Roberta, há duas semanas atrás”. Olhou o bebê no cesto e depois Roberta. “Ele não é lindo?”.

“É um menino?”. Agachou-se junto a ela.

“Sim e eu coloquei o nome de Bruninho”. Kéti afirmou, passando o dedo no rostinho do bebê.

“Kéti, você não pode ficar com ele!”. Disse, sem saber o que fazer.

“Mais o Bruno não tem ninguém, Roberta. Eu o achei jogado, como se fosse um brinquedo que alguém compra, usa e depois não quer mais! O meu coração é bonzinho demais pra se desfazer dele!”.

{O meu também} pensou Roberta.

“Tá, mais como você está fazendo para alimenta-lo e dar banho… essas coisas…?”.

“Menti pra cozinheira que eu não podia tomar esse leite comum, só em pó. A convenci de comprar-lo pra mim. É assim que eu estou alimentando ele. Dou chazinho à tarde e… o banho… espero anoitecer e aproveito quando não tem ninguém mais no banheiro e o lavo”. Ficou em pé. “Eu precisava contar pra alguém… cuidar dele sozinha não está sendo fácil”.

Roberta olhou um tempo o menino e também se levantou.

“Kéti, dá muito trabalho ficar com uma criança de colo e… a gente ainda nem tem vida própria, como vamos dar conta do Bruno?”.

Os olhos de Kéti se iluminaram.

“Quer dizer… que você vai me ajudar?”.

“Não disse isso, mais não posso te deixar na mão. É minha amiga, não é? Então, somos um time”. Passou o braço pelos ombros dela. “Mais… eu ainda acho que devemos passar essa responsabilidade para um adulto”.

“E se eles afastarem o Bruninho de mim? Não, eu não quero nem imaginar. Já peguei amor, Roberta, eu sofreria se o levassem”. Disse com tristeza.

“Te entendo, amiga, mais nem sabemos cuidar de nós mesma, quem dirá de um bebê”.

“E se você tivesse um filho nessa idade? Não venceria esse preconceito da idade e ficaria com ele?”.

“Com certeza! Eu jamais teria coragem de abandonar um ser inocente”. Roberta falou, vendo que ficar com o menino era uma boa opção. Só queria saber como faria para ninguém descobri-lo. Bebês precisavam de atenção vinte quatro horas e eles cresciam.

“Porque não o levamos pro nosso quarto?”. Perguntou Roberta.

“Tem certeza? E Gastão?”.

“A gente pensa nele depois, o mais importante é o Bruninho agora”. Sorriu.

“Pega ele, que eu vou levar o cesto e as coisinhas dele”.

“Ok”. Sentiu um pouco de medo.

Abaixou-se e com cuidado para não acorda-lo, pegou Bruno no colo, pondo a cabecinha com delicadeza no braço. Kéti lhe passou o pano que usava como cobertor e enrolou nele.

“Vai à frente, Kéti, e me dá cobertura”. Sussurrou.

“Sim”.

Saíram do quartinho e foram caminhando em passos lentos pelo corredor. Estava tudo tranqüilo. Roberta sentia o calor do corpinho de Bruno e sentiu um carinho enorme nascendo por essa pequena criatura. Era muito lindinho e tão… frágil. Chegaram no dormitório e Kéti lhe deu passagem. Entraram, fechando a porta sem fazer ruído, para não acorda May, que dormia profundamente.

“Aonde vamos coloca-lo?”. Perguntou Kéti.

“Do lado da sua cama, que é perto da parede, assim, ninguém consegue vê-lo. Só se chegar muito perto mesmo!”.

“Tá bem. Espera ai que eu vou arrumar a cesta”.

Roberta ficou ninando-o, para que não acordasse. Imagine o berreiro que seria! Até mesmo os meninos que dormiam no outro extremo, acordariam. Ficou vendo Kéti arrumar o “berço” do bebê e por os objetos dele ao lado. Era apenas a mamadeira, um pacote de fraldas, pomada e lenços de papel descartáveis.

“Pronto. Pode traze-lo, Roberta”.

Ela se aproximou e entregou Bruno a Kéti, que o pôs com jeito no cesto. Beijou a face do menino e se ergueu.

“Obrigada. Não sei o que seria de mim sem você”. Kéti disse com lágrimas nos olhos.

Roberta não podia ver ninguém chorando, sem se emocionar. Sentiu os olhos marejarem.

“Somos cúmplices agora e…”. Sorriu, olhando ela e depois Bruninho. “Acho que esse garotinho tem uma sorte danada”.

Kéti a abraçou. Era um alivio enorme ter com quem contar.

“Vamos dormir. Daqui a pouco vai amanhecer e temos que fazer turnos. Combinar que horas eu fico com ele e depois, a gente reveza”. Roberta falou; encaminhou-se para a própria cama.

“Boa noite, Rob”.

“Dorme”, murmurou, deitando-se com um peso nas costas…

cacazinha ;*