Capítulo narrado em terceira pessoa.
Fernanda chegou a sua casa como de costume. Cabisbaixa, pensativa e com alguns cadernos nas mãos. Queria apenas deitar em sua cama e tentar esquecer mais um dia da sua vida solitária e cansativa.
A jovem prosseguiu até o escritório da mãe e a cumprimentou com um beijo e um abraço carinhoso.
Clara- Como foi seu dia? – Perguntou Clara ainda com o foco na tela do seu notebook.
Nanda- Ah foi cansativo mãe... Nada diferente dos outros dias só estudo estudo estudo. – Diz a garota com ar de cansada.
Clara- Você não devia estudar tanto assim Fernanda, já lhe disse. – Agora a senhora se vira para ela com o olhar que Nanda já conhecia. “Lá vem lição de moral” pensou. - Você é jovem tem uma vida inteira pela frente. Devia aproveitar um pouco mais da sua juventude. Até entendo que você queira ter uma vida profissional grandiosa, mas esta exagerando filha. Eu gostava da época em que você saia com o Leandro, passeava, namorava um pouco. Deu para perceber como você melhorou, só que agora... – Acaricia a face da jovem.
Nanda- Ai mãe... – Suspira. – Eu sei que a senhora esta certa sobre eu me divertir mais... Só que... – Ela se cala.
Clara- Só que?
Nanda- Só que não dá para eu fazer isso sozinha. Meus colegas não são o tipo que gostem de curtir e tals... E o Leandro... Acho que já pedi pra não mencionar o nome dele né?
Clara- Olha Nanda sei que o que vou dizer vai te deixar brava, mas to começando a pensar que você foi um pouco injusta com ele também né? – Nanda arregala os olhos. – Antes que você me interrompa com seu discurso gostaria de conversar com você sobre o que tenho pensado nos últimos dias... Como sua mãe, tenho o direito de informar minha filha de tudo que ocorre a sua volta quando você não esta prestando atenção. Pensa comigo Nanda, você não acha que tratou mal o Leandro uns dias antes de dar a notícia? Você não acha que deveria ter compreendido melhor o rapaz em relação a atitude dele? Porque se você for reparar ele não estava preparado praquilo, você simplesmente o ignorou por dias deixando-o perturbado e do nada diz que vai embora. Claro que ele não permitiu contar o resto e você nem ao menos tentou, mas no meu ponto de vista os dois estavam errados e você deveria pensar sobre isso. – Clara finaliza seu discurso com uma expressão séria deposita um beijo no topo da mão da filha e retorna ao seu trabalho.
Sem acreditar em tudo que escutou no momento, Fernanda se retirou do escritório e caminhou para seu quarto. Todas aquelas informações que ela não havia pensado antes estavam agora explodindo dentro do seu cérebro e um sentimento de culpa começou a brotar em seu coração. Antes de abrir a porta percebeu que a mesma estava desencostada e ela não havia deixado assim antes. Aos poucos empurrou a porta e encontrou o quarto diferente, realmente diferente.
O que seus olhos virão destroçou seu coração e lágrimas brotaram em seus olhos. Diante de si estava a maior homenagem feita a ela em toda a sua vida. Papéis estavam pendurados na parede, uma imagem fora colocada na tela de seu notebook, uma foto fora encaixada bem na tampa da sua caixinha de jóias. Em cima da cama havia cartas e um buque pequeno de uma flor que ela não conhecia. O quarto estava enfeitado com vários tipos de papeis que contem frases, fotos, textos, figuras cortadas e coladas. Porém havia uma pequena bolinha de papel sobre a estante ao lado do notebook. Fernanda o pegou e o desdobrou encontrando uma frase escrita a mão “Te amo” e um coração pintado de vermelho. Devagar ela puxou a cadeira e se sentou. Ficou ali por um tempo parada boquiaberta extremamente emocionada. Mas como? Como isso tudo teria acontecido? Como ele teria entrado aqui e feito isso se a mãe dela permanecera na casa o dia todo? Será que...?