Fanfics Brasil - Remember. [MICRO] Remember - AyA

Fanfic: [MICRO] Remember - AyA | Tema: RBD


Capítulo: Remember.

1070 visualizações Denunciar


http://www.youtube.com/watch?v=zzd77IOF3jY&feature=player_embedded


Leiam ouvindo a música.


 


Eu não era nenhum exemplo de caráter, nenhum cara com o qual alguém devesse se importar. Mas ela, ao contrário do mundo, se importou. Aquela garota que eu conheci durante as férias.
Aquela que por um acaso cruzou o meu caminho numa noite de bebedeira. Aquela que me fez enxergar a vida com outros olhos.

Antes de Anahí não havia nada de bom em mim, dentre todos os adjetivos que eu tinha inconseqüente era apenas mais um.

Naquela noite, mais uma vez, eu não tinha consciência de meus atos. Estava bêbado, saíra de uma festa em minha moto e por muito pouco não a atropelara.

Anahí: Você está bem? – Perguntou-me de pronto, correndo em minha direção. Havia jogado a moto para o lado para não dar de frente com ela. E em vez de gritar comigo ou ficar com raiva pelo quase atropelamento, ela se mostrava preocupada.

Alfonso: Sim. – Respondi com a voz arrastada. E um pequeno sorriso desenhou-se nos lábios dela.

Anahí: Que bom. – Estendeu-me a mão ajudando-me a levantar – Você deveria tomar mais cuidado. – Falou tirando os cabelos do rosto. Quando eu olhei no fundo daqueles olhos eu emudeci. Não conseguia dizer nada, era como se ela tivesse me hipnotizado ou algo do gênero. Como podia existir um ser tão sublime? Por um momento pensei que a loira com o vestido branco era um devaneio – Hey, acho que vou te levar ao médico.


Alfonso: Não. Não precisa. – Segurei a mão dela. – É um anjo ou o que?


-


E foi assim que começou aquele que foi o melhor mês da minha vida. Ela conseguiu me levar ao médico. E naquela mesma noite, descobriu meu endereço, me deixou em casa, me obrigou a tomar uma xícara de chá, me colocou na cama, e eu não sei durante quanto tempo ela ficou lá, só sei que eu adormeci olhando para aqueles olhos. 

Na manhã seguinte ela desapareceu, eu a procurei por toda a parte. Até que me veio à mente que talvez naquele hospital eles a conhecessem. E de fato, para a minha total surpresa, eles a conheciam bem demais.

Alfonso: Anahí? – Disse depois de entrar no quarto. Ela estava deitada, alguns aparelhos mediam seus batimentos cardíacos, dois tubinhos que entravam por seu nariz a ajudavam a respirar.

Anahí: Ah droga! Não era para você estar aqui! – Resmungou.

Alfonso: O que você... – Tentei, vê-la ali tão frágil me rompia a alma – O que está fazendo aqui?

Anahí: Alfonso, eu não tenho muito tempo. – Disse com a voz fraca. E nessa altura meus olhos já estavam marejados. Eu conhecia aquela garota a menos de vinte e quatro horas, mas simplesmente não podia suportar a ideia de ficar sem ela. – O médico me deu apenas mais algumas semanas.

Eu lentamente me aproximei da cama, sentando ao seu lado. Segurei uma de suas mãos entre as minhas. Estava fria.

Alfonso: Mas como? Você estava tão bem ontem... E... – Era tão difícil assimilar àquilo.

Anahí: Ontem eu fugi daqui. Queria sentir o vento, o mar tocando meus pés. Estava indo à praia quando você quase me atropelou. E então tive que cuidar de você. – Sorriu – Acho que foi Deus que colocou você no meu caminho, sabe, pra me sentir viva... – Ela ia continuar falando, mas a tosse a impediu.


Alfonso: Hey... – Dei um suave beijo em sua mão – Você vai ficar boa. Não seja tão pessimista!

Anahí: Eu pessimista? – Ela sorriu – Alfonso, eu não sou pessimista. Faz sete anos que eu descobri que estou doente. O médico me deu apenas uns meses e desde lá já são anos. Mas a verdade é que eu estou cansada. – Disse respirando com dificuldade.

Alfonso: Shh... – Coloquei meu indicador sobre a sua boca – Não diga isso. – Aquilo não podia ser verdade. Daria a minha vida por ela se me fosse permitido – Nós ainda vamos casar, e ter filhos. – Ela riu, um riso fraco.

Anahí: Queria ter conhecido você antes, mas sabe... – Apertou fracamente a minha mão – Valeu a pena. Toda a minha vida valeu a pena só por ter conhecido você.

Revolta é a palavra que podia definir o que sentia quando saí daquele hospital. Não entrava em minha cabeça esse sentimento que me arrebatava. Era indecifrável. Eu a amava, por Deus, em menos de dois dias já poderia dizer com toda a certeza que a amava, e iria perdê-la. E o pior é que não havia nada que eu pudesse fazer para reverter isso.


-


Durante o resto daquela semana não fui vê-la, fechei-me em meu egoísmo, pensando que assim sofreria menos. Mas ao contrário disso, só sentia dor. Precisava tê-la comigo, nem que fosse por alguns instantes.

Anahí: Você sumiu. – Disse-me quando me viu parado como uma estátua na porta daquele quarto.

Alfonso: Me desculpe. – Pedi aproximando-me – Precisava pensar...

Anahí: Tudo bem, eu demorei meses para me acostumar com a ideia. Você só demorou alguns dias. – Eu sorri de leve. Não havia vontade em meu sorriso, forçara-o apenas por ela.


Alfonso: Estive pensando... – Sentei-me na beirada da cama, alcançando a mão dela – Talvez se procurarmos algum tratamento fora daqui... – Fui interrompido.

Anahí: Não perca seu tempo. Meus pais já tentaram de tudo. Fiz milhares de tratamentos e terapias. Nada é capaz de reverter o meu quadro. Eu já vivi muito mais do que todos esperavam. E quer saber o que me manteve com os olhos abertos nessa semana? – Eu esperei, cerrando os lábios para que as lágrimas que eram minha constante companhia não se fizessem presentes – Ver você outra vez. Eu precisava ver você outra vez.

Alfonso: Anahí, 
 Disse pesaroso, enquanto contornava seu rosto com o polegar – Eu amo tanto você. Pode parecer loucura, mas eu te amei desde a primeira vez que te vi. – Ela sorriu, suspirando em seguida. – Eu não quero perder você.


Anahí: Tive medo de que não sentisse o mesmo. – Confessou – E se me ama tanto quanto eu, apenas fique do meu lado, e eu te asseguro que isso vai durar para sempre. – Levou as mãos fracas até meu peito. – Não tente vencer uma batalha perdida, apenas aproveite o tempo que tem comigo. – Pediu colocando os olhos ternos sobre mim. Eu não conseguia dizer nada, apenas assenti. Deitando-me ao lado dela beijei-lhe demoradamente a testa. 

Alfonso: Durma pequena. – Sussurrei. Via que ela estava cansada. Dito isso, ela recostou a cabeça em meu ombro e ali adormeceu.


-


Um mês se passou desde então. Eu a via todos os dias. Levava flores, chocolates, ursos de pelúcia. Mas a cada dia que passava a quantidade de aparelhos ao redor dela a fazia mais intocável. 
Durante os últimos dias criei um laço muito forte com os pais dela, e foi no final de setembro que Marichelo me chamou num canto do quarto. 
Anahí havia piorado, o médico havia dito que ela tinha apenas algumas horas. E eu ainda não conseguia aceitar aquilo com tanta naturalidade como ela. Me doía pensar em ficar sem ela, mas eu sabia que havia feito o que podia para deixá-la feliz. 

Marichelo: Poncho, querido, o médico disse que é questão de horas. – Eu meneei a cabeça, não queria que aquele dia chegasse – Quero que faça uma coisa.

Alfonso: O que quiser. – Disse num silvo.

Marichelo: Vou pedir para que os médicos desliguem os aparelhos. – Eu arregalei meus olhos – Quero que a leve para ver o mar. – Concluiu. Eu sabia bem que o mar exercia certo fascínio sobre Anahí. No dia em que nos conhecemos era para a praia que ela ia, e era pra lá que eu a levaria agora. 

Anahí: Aonde vamos? – Perguntou com a voz fraquinha, enquanto eu a pegava no colo, ninando-a como uma criança.

Alfonso: Vou te levar para ver o mar. – Disse dando um beijo demorado em sua bochecha. Ela abriu um sorriso lindo, daqueles que me faziam acreditar que tudo valia a pena. Lhe daria a lua se fosse capaz de fazê-la sorrir daquela forma. 

A deixei sentada num dos bancos daquele calçadão apenas o tempo necessário para eu me desfazer de meus tênis. Descalço, eu voltei a tomá-la em meus braços, caminhando areia adentro.


Sentei-me perto da água, colocando-a entre minhas pernas. Anahí recostou as costas em meu peito fitando o horizonte e eu a abracei.

Ficamos ali por horas, em silêncio. 

Anahí: Eu amo você, Alfonso. – Disse baixo, virando-se para olhar-me – Amo tanto. – Eu sorri em resposta, os olhos já cheios d’água – Obrigada por tudo o que fez por mim. – Pausou – E me prometa que vai seguir em frente quando eu já não estiver aqui.

Alfonso: Shhh... – Disse tocando seus lábios. Não queria ouvir aquilo, não queria pensar no que seria de mim sem ela. Lentamente colei meus lábios aos dela. Senti as mãos finas afagando meu rosto e os lábios se entreabrindo dando passagem à minha língua. Saboreando-a dei início a um beijo calmo e terno. Meu coração batia em marteladas, quisera eu poder prolongar àquele momento.

Anahí: Prometa. – Pediu ainda entre meus lábios.

Alfonso: Não sei se consigo. – Confessei.

Anahí: Basta se lembrar de tudo o que vivemos como um sonho bom. – Disse e uma lágrima rolou de meus olhos. – Agora prometa. – Insistiu, abrindo os olhos e mirando-me. Seus dedos deslizaram sobre meu rosto, secando as lágrimas que ali caíam.

Alfonso: Prometo. – Disse incerto.


Anahí: Agora eu preciso descansar. – Suspirou, voltando seu olhar outra vez para o mar, sua cabeça tombou para trás, recostando-se em meu peito.

Alfonso: Durma pequena. – Foram as palavras mais difíceis que eu pronunciei em minha vida.

E assim ela fechou os olhos, descansando, e eu sabia que ela havia ido embora imensamente feliz. Eu não poderia queixar-me, conhecê-la foi, de longe, o maior presente que Deus poderia ter me dado.

Com ela eu aprendi que a vida deve ser vivida em cada suspiro, e que a felicidade não consiste na eternidade, senão em pequenos momentos que mais parecem pequenos milagres. 
Anahí foi um milagre em minha vida. Com ela vivi em semanas um amor pelo qual muitos esperam durante toda uma vida.



Yo se que una noche te voy a encontrar
Sé que tus alas se quedan conmigo
Que desde el cielo tu abrazo es mi abrigo
Ángel divino me cuidas del mal
Sé que camino con tu compañía
Que con tu voz se me encienden los días
Aunque tu puerta hoy este más allá.
Te puedo escuchar
.

- FIM -



Comunidade no orkut 


http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=35472417



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): rosuemi

Este autor(a) escreve mais 6 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)



Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • daninha_ponny Postado em 10/08/2014 - 23:09:29

    nuss que historia amei......me fez chorar :3

  • Angel_rebelde Postado em 10/04/2014 - 22:28:20

    Quuuuue história lindaaaaaaaaaaaa ! Não queria que ela tivesse morrido, mas viveu seus últimos minutos em paz. Ameeeeeeei ! Me tocou muito. Parabéns mesmo.

  • nathmomsenx Postado em 06/05/2013 - 08:21:55

    chorei :(((( Amei essa web :)

  • rosuemi Postado em 31/10/2012 - 18:33:29

    Owwwm, obrigada, isajuje! :))) Acho que estava num dia depressivo quando escrevi essa. Haha

  • isajuje Postado em 24/10/2012 - 19:27:27

    É, amei também >.<' Muito linda amor, quase me fez chorar hein?! u_u' rsrs. Parabéns sz'

  • rosuemi Postado em 21/09/2012 - 23:15:01

    joannacarolina: Owwwwm, obrigada! *--*

  • joannacarolina Postado em 06/09/2012 - 19:21:22

    *---* Essa foi A HISTÓRIA,parabéns !


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais