Fanfic: Melhores Amigos? | Tema: vondy

— Simplesmente não gosto — respondeu Dulce, amuada. — Ela exagera naquele charme irlandês. E eu não acho que ela seja a pessoa certa para Christopher.

Maite estreitou os olhos para a amiga.

— Tem certeza de que não está com ciúme?

— Ciúme? — disparou Dulce, quase derramando o champa­nhe de susto. — Não seja ridícula! Você sabe que eu nunca tive ciúme dele e que sempre me dei muito bem com todas as namoradas dele!

— Eu sei, mas era porque nenhuma delas se parecia com você.

— Alison não se parece comigo!

— Parece, sim. Tenho certeza que é por isso que você não gosta dela.

Dulce virou-se e olhou para a direção de Alison e Christopher. Ela evidentemente não conseguia manter as mãos longe dele. Ele deve odiar isso, pensou Dulce, em reprovação. Ele detestava demonstrações públicas de paixão.

Por outro lado, ele não estava exatamente afastando Alison, estava?

Dulce desviou os olhos.

— Eu não tenho nada a ver com ela — disse. — Para começar, ela é morena.

— Está bem, mas mude a cor dos cabelos e dos olhos dela e o que teremos? Ela é incrivelmente bonita, tem pernas longas e bem torneadas e um ar elegante totalmente diferente de todas as outras namoradas que ele já teve. Admita, Dulce, vocês são praticamente clones!

Dulce não estava preparada para admitir nada naquele terreno.

— Nós somos totalmente diferentes e temos personalidades opostas! Eu diria que tudo o que Alison e eu temos em comum é o fato de sermos mulheres. Christopher não se cansa de me dizer como ela é prática e como gosta de fazer coisas saudáveis como escalar e acampar.

Maite deu de ombros.

— Como quiser, Dul.

— Ora — prosseguiu Dulce, defensiva —, há muito tempo ele e eu concordamos que seríamos apenas amigos. Não há espaço para ciúme.

— E você nunca o achou atraente? — perguntou Maite e, por mais que quisesse, Dulce não conseguiu olhar a amiga nos olhos.

— Ele não era meu tipo.

— E você acha que era o tipo dele?

Será? Pela primeira vez, Dulce flagrou-se refletindo.

— Ele nunca disse nada e, de qualquer forma, sempre teve aquelas namoradas cheias de espírito de aventura, que não se preocupavam com os cabelos e nem com maquiagem e que ado­ravam se levantar às seis da manhã para cozinhar. Christopher e eu gostávamos de rir na companhia um do outro e nunca quisemos estragar isso dormindo juntos. Até porque… — acrescentou ela, honestamente — ele não era nada atraente naquela época. Era meio magro e estudioso demais.

Maite olhou para Christopher no jardim.

—- Ele mudou.

— Eu sei — disse Dulce, acompanhando o olhar da amiga. Ele se destacava da multidão. O homem esguio e elegante era estranho e ao mesmo tempo familiar.

Ele estava conversando com alguém fora do campo de visão de Dulce, mas quando o viu inclinar a cabeça para trás e rir, ela sentiu um frio na barriga, como se estivesse em queda livre. A sensação foi tão intensa que Dulce teve de fechar os olhos para controlar a vertigem e, quando os abriu, estava tonta e meio enjoada.

— Sim — concluiu. — Ele mudou.