Fanfic: Melhores Amigos? | Tema: vondy

CAPÍTULO 3

Enquanto olhava sem ver os atores no palco, Dulce lembrou-se do que Maite havia dito no casamento de Anie:

— Você vai saber quando encontrá-lo.

Mas ela não sabia. Fora preciso a interferência de Will, que estava longe de ser o homem mais perceptivo, para mostrar o óbvio e agora a vida dela mudara para sempre.

O que faria? Todas as outras vezes em que não soubera o que fazer, ela falara com Christopher. Dulce temia estragar a amizade para sempre. Chris estava com Alison, lembrou-se. E ela teria que aceitar o fato de serem apenas amigos e fazer um esforço para gostar dela. Não seria fácil, mas ela tentaria.

Talvez não conseguisse dizer a Christopher como a sua vida havia mudado, mas contaria a ele sobre Will. Era idiota continuar fingindo. Nunca mentira para Christopher antes e aquilo não era certo. Se fossem amigos, como sempre haviam sido, ela simplesmente admitiria que Will não era o homem ideal.

Mas nas semanas que se seguiram, não pareceu haver opor­tunidade. E apesar da determinação de tentar gostar de Alison, achava que não seria capaz de agüentar a compaixão da outra. Ou, ainda pior: sua compreensão.

Assim, quando recebeu o e-mail de Christopher dizendo que Alison ia sair com velhos amigos e sugerindo que eles dois se encon­trassem para um drinque na noite seguinte, Dulce concluiu que seria sua melhor chance de endireitar as coisas. Algumas delas, pelo menos.

Perfeitamente, respondeu ela por e-mail.

De: Dulce Maria (dmsavinon@hotmail.com)
Para: Uckermanns.br
Assunto: RE Matar a saudade.

Parece que faz anos que não conversamos e eu tenho muito o que lhe contar. A hora de sempre, no lugar de sempre?


De: Uckermann.br (Exp.Uckers@hotmail.com)
Para: Uckermanns.br
Assunto: RE Matar a saudade.

Também tenho novidades . Até amanhã.

No dia seguinte, excepcionalmente, chegou ao bar dez minu­tos adiantada. Enquanto esperava, pediu uma bebida e sentou-se, girando o copo nervosamente nas mãos.

Dulce sentiu o coração disparar. Era uma sorte que ele não tivesse ido direto para ela porque ela não teria conseguido nem falar. Torceu tanto para que aquilo fosse uma ilusão, mas a verdade era que estava mesmo apaixonada por ele.

Christopher podia não ser o mais bem vestido, mas sua presença transpirava poder e ele foi servido em bem menos tempo que Dulce. No instante seguinte, virou-se, com uma garrafa de cer­veja na mão, em busca de uma mesa.

Dulce engoliu em seco e acenou para atrair a atenção dele.

— Dul! — exclamou ele, surpreso, inclinando-se para bei­já-la. — Você chegou na hora? O que aconteceu?

"Eu estou apaixonada por você."