Fanfic: Melhores Amigos? | Tema: vondy

Era mesmo, lembrou Dulce, quase em desespero. Ela havia ficado louca por Will quando o conhecera. Por que não conseguia mais se sentir do mesmo jeito?

— É que ele está longe e eu estou com saudade — falou, torcendo para que Christopher parasse de insistir. — E a casa vai ficar muito vazia agora que Anahi se casou.

— Eu tenho certeza que sim. — Para alívio de Dulce, ele havia se deixado distrair. — Você vai ficar morando lá sozinha?

— Acho que sim. Afinal, o aluguel é tão baixo. Maite não precisa do dinheiro, uma das muitas vantagens de ter um ma­rido rico! e eu poderei me dar ao luxo de ficar com a casa só para mim!

— E por que você não vai morar com Will se ele é tão perfeito? — alfinetou Christopher. — Ele não quer compromisso? — prosseguiu, salientando bem a última palavra.

— É incrível ouvir isso de você! — Dulce redargüiu, aborre­cida. — Logo você, que nunca se comprometeu com ninguém.

— É que eu estou esperando a mulher certa.

— Não é verdade — disparou Dulce. — Você tem medo de arriscar.

— Como você pode dizer uma coisa dessas? — perguntou Christopher, boquiaberto.

— É isso mesmo. Eu sei que você vive enfrentando perigos no trabalho — comentou ela.

Antes de fundar a própria empresa para treinar executivos uns dois anos antes, ele trabalhou oferecendo apoio logístico a expedições. A maioria eram expedições humanitárias de aju­da, mas ele também havia organizado algumas excursões motivacionais para empresas e outras para levantar fundos para ONGs. Dulce nunca conseguira entender por que alguém se dis­punha a pagar um bom dinheiro para se cansar, passar frio e fome por um mês inteiro, mas as expedições sempre haviam sido um sucesso.

— Mas são riscos calculados, Chris. Você já assumiu algum outro tipo de risco?

— Foi arriscado fundar a minha própria empresa — defen­deu-se ele, meio incomodado.

— Foi um risco financeiro — argumentou Dulce, sem se aba­lar. — Estou falando de riscos emocionais.

Christopher deu de ombros.

— Todos os riscos devem ser abordados da mesma forma. Basta analisar a situação de maneira lógica e ponderar os re­sultados prováveis.

Quando ele tinha um ataque de lógica como aquele, Dulce sempre imaginava como fora possível tornarem-se amigos.

— E que, no que se diz respeito aos relacionamentos, eu nunca achei que o risco valesse a pena — disse ele. — Mas isso não tem nada a ver com medo.

Era evidente que a palavra medo havia incomodado.

— Nem todo mundo é como você — acusou ele —, que investe tudo num relacionamento, cinco minutos depois de conhecer a pessoa. Com a experiência, você devia ter aprendido a se pre­servar, mas não! Você mal sai de um namoro e já mergulha em outro!

— É melhor fazer isso do que não mergulhar nunca e passar a vida inteira imaginando se não estou perdendo a chance de um relacionamento perfeito — respondeu Dulce.

— E é isso que você tem com Will? — perguntou ele, cético.

— Eu creio que sim. — Ao falar, Dulce ergueu o queixo em desafio.

— E por que vocês não moram juntos?