Fanfic: Opostos

 Chegamos ao hotel. Cada um teria um quarto e isso muito me agradava, no estado depressivo em que me encontrava eu não seria um boa companhia.

   Derrick e Diego eram sempre receptivos comigo, mas Zoraida e Belinda me olhavam sempre torto. Talvez porque eu fosse um pouco metida, talvez porque eu não tinha mais pique para sair ou porque Derrick e Diego só faltavam me comer com os olhos, mas o fato é que elas riam e se divertiam muito uma com a outra, mas nunca comigo e, pra dizer a verdade, eu não me importava.

   Eu me trancava em meu quarto e ficava escrevendo músicas, escrevi salva-me e mostrei a Pedro, ele amou a canção e disse que eu deveria cantá-la na primeira apresentação. Criei também Algún dia, essa emocionou Pedro demais, mas emocionou mais ainda a Angelique, então decidi cantar minhas músicas inéditas em espanhol e entre elas Corazón Partío.

   Se tive dificuldades com a língua? Na verdade não. Ninel era mexicana, ela ensinava o espanhol para as meninas e eu acabava aprendendo também e estando na Espanha, me aperfeiçoei rápido.

    Finalmente, o dia do show! Eu estava mais do que ansiosa! Derrick segurava minha mão, nós cantaríamos Corazón Partío juntos. Entramos juntos no palco, nossa apresentação foi perfeita, o público amou, depois ele saiu e me deixou para cantar sozinha minhas duas músicas. O público amou, estavam emocionados com a letra e eu também, elas diziam muito pra mim.

   Eles adoraram! Tanto que clamaram por meu  nome e, no fim, eu fechei o show com Como quisiera. Foi ótimo, mas com toda a correria do show, acabei desmaiando no camarim.

   Acordei numa cama de hospital, com Angelique ao meu lado segurando a minha mão.

         Anahí: - O que houve? – Perguntei nervosa.

         Angel: - Calma, Annie, tá tudo bem.

         XXX: - Está tudo ótimo! – Era uma médica, sorridente, Doutora Paola.

        Anahí: - O que aconteceu?

         Doutora Paola: - Você teve um mal estar e desmaiou, mas isso é comum no seu estado. Gravidez não é doença, mas tem que se cuidar.

         Anahí: - O que?! – Eu berrei. – Gravidez?!

         Doutora: - Perdão, você não sabia?

         Angelique: - Doutora Paola, a senhora não pode nos deixar a sós um instante?

         Doutora: - Claro! – Ela se retirou.

         Angelique: - Annie...

         Anahí: - Que inferno! Como posso estar grávida?

         Angel: - Fala baixo, louca! Estamos num hospital.

         Anahí: - Que se dane! Como vou dar conta de uma criança, Angelique? Minha vida já é muito complicada pra que vou querer um bebê?

         Angel: - Não fale assim, é pecado!

         Anahí: - O que você sabe sobre pecados? – Naquele momento eu realemente magoei a Angelique.

         Angelique: - Vou esperar lá fora que você se acalme. – E saiu do quarto.

   Sai do quarto de hospital desesperada, despistei a Angelique e sai pela rua, já era tarde da noite e eu ainda vestia aquela roupinha de hospital, todos olhariam para mim se tivesse alguém na rua tão tarde da noite. Eu andava sem rumo, parecia um louca, como poderia criar uma criança nessas circunstâncias? Eu  pensei em me matar, em fugir, em dar a criança depois que elas nascesse, estava fora de mim, perturbada, ainda sentindo a dor de quem tinha perdido o principe encantado por armação da bruxa má.

   Eu estava tão transtornada que, sinceramente, não sei o que seria de mim se Derrick não tivesse me encontrado no meio da rua e me levado para o hotel sã e salva.

   Ainda pude ouvir ele conversar com Belinda do lado de fora do meu quarto.

         Belinda: - O que a princesinha aprontou dessa vez?

         Derrick: - Não fale assim, Belinda, ela não me parece nada bem.

         Belinda: - E quando ela está bem? Quando não está fazendo merda, está com o narizinho empinado ou trancafiada no quarto.

         Derrick: - Talvez se você a tratasse bem...         

         Belinda: - Isso não está nos meus planos.

    Depois disso apaguei, acordei ao meio dia com a voz da Dulce Maria do outro lado do telefone.

         Dulce: - Bom dia, flor do dia!

         Anahí: - Oi, Dul!

         Dulce: - Onde você estava? Estou há quase um mês tentando falar com você, seu sobrinho já é quae um rapaz e você ainda nem o conhece. – Calma! Meu sobrinho é o filho da Maite, não da Dul, ele já nasceu dois dias depois que sai dos EUA e já não era sem tempo, a Mai estava quase estourando de tão gorda, parecia que o Caio nunca ia nascer.   

         Anahí: - Ando ocupada!

         Dulce: - Sei... Seu divórcio já saiu, Anahí, você agora é livre, totalmente livre.

         Anahí: - Melhor assim.

         Dulce: - Está tudo bem?

         Anahí: - Não!

         Dulce: - O que está havendo?

         Anahí: - Quero você aqui, te mando uma passagem e quero você na Espanha em menos de uma semana.

   E assim aconteceu, no fim de semana, Dulce Maria estava chegando no hotel. Fiquei super feliz quando vi aquele cabelinho ruivo no meu quarto.

          Anahí: - Dul! – Eu a abracei bem forte. – Que saudade!

          Dulce: - Também estava morrendo de saudades.

   O silêncio pairou no quarto e eu me sentei na cama, Dulce sabia que algo estava acontecendo e queria respostas.

          Anahí: - Imagino que você queira saber o que está havendo.

          Dulce: - Bom palpite.

          Anahí: - Bem... Eu não sei como dizer isso, por isso vou dizer bem rapidinho. Estou grávida!

          Dulce: - Graças a Deus!

   Dulce parecia ter tirado um peso das costas e eu não entendia o porque, quer dizer, Alôu! Estou grávida no meio de uma turnê, esperando um filho de um homem que acha que eu seria capaz de traí-lo na nossa própria casa.

         Anahí: - Tá louca, Dulce Maria? Estou grávida! Grávida! No pior momento possível! – Eu já começava a ame desesperar.

         Dulce:  Quem é você e o que fez com a minha irmã?

         Anahí: - Como assim?

         Dulce: - Você está esperando uma criança! Um filho! A princesa ou o príncipe que você sempre desejou! Desde quando as mulheres da nossa familia precisam de homem pra criar um filho? Você tá fazendo sucesso, Annie, dinheiro não vai ser problema, além do mais, você tem a mim, a Angel, a mamãe, a Mai...

         Anahí: - Não conta pra Mai.

          Dulce: - Não contar pra Mai que ela vai ser tia? Você está louca! Agora, você tem que parar de beber, pensa que eu não sei? Cada vez que se desespera, ou que lembra do Alfonso, entorna uma garrafa de vinho ou champanhe.

          Anahí: - Eu vou me controlar.

          Dulce: - E vai ter a nossa criança! Eu vou voltar para os EUA, resolvo as coisas lá no escritório, deixo tudo certo com o Christian e volto bem antes do bebê nascer.

          Anahí: - Você promete?

          Dulce: - Prometo!

    Dulce e Christian, tinham montado um escritório de advocacia e eram sócios, minha irmã estava prosperando e eu nem podia acreditar, ela estava tão feliz!

    Dulce ficou na Espanha por uma semana, fez amizade com Zoraida e consequentemente, eu também me aproximei dela. Descobri que ela me achava arrogante e metida, tudo bem que eu sou um pouco. Descobri também que ela nutria uma paixão pelo Diego e tinha ciumes de nós dois. Depois que a Dulce foi embora, nos tornamos amigas. Ela ainda andava mais com a Belinda e eu, mais com a Angelique, mas éramos amigas.