Fanfic: Opostos

    Era um domingo. O dia em que, normalmente, Maite apareceria. Poncho tinha saído para comprar meu pão doce e eu estava no quarto. Quando a campainha tocou, mandei logo Marise abrir a porta. Se não fosse Poncho, com certeza era a minha cunhada e eu estava ansiosa para vê-la.

    Mas um furacão adentrou minha casa e esse furacão se chamava, Marta Herrera.

            Marta: - Onde está o meu filho?

            Anahí: - Seu filho não está, Dona Marta. Bom dia para senhora também.

            Marta: Não estou de bom humor, garota.

            Anahí: - Então melhore seu humor antes de entrar na minha casa. – Só então me dei conta d eque Mai estava ao seu lado, os olhos vermelhos de tanto chorar e a feição abatida.

            Marta: - Olha aqui, sujeitinha petulante, se eu fosse você não tentava medir força comigo.

            Anahí: - Não estou medindo nada, a senhora que é muito mal educada, Dona Marta.

            Marta: - Mal educada? Eu sou apenas uma mãe que está vendo sua família se desmoronar, por causa de um filho que se casou com uma qualquer que agora influência mal a minha filha.

            Anahí: - Uma qualquer? Retire-se da minha casa agora.

    Poncho já estava chegando e já tinha ouvido metade da conversa.

            Poncho: - O que a senhora está fazendo aqui, mamãe? Veio destratar minha esposa?

            Marta: - Sua esposa? Essa sujeitinha vulgar ai, sabia que sua irmã estava grávida e manteve a boca fechada.

            Poncho: - Grávida? Como assim grávida? Minha irmã não pode estar grávida! – Maite agora chorava de soluçar.

             Marta: - E o pai da criança é simplesmente o filho da cafetina do antro onde a sua mulherzinha trabalha. O ex da sua esposa.

             Anahí: - Vejo que a senhora andou pesquisando.

             Marta: - Olha, meu filho. Pense bem, você não está destruindo só a sua vida, está destruindo nossa familia. Eu não quero mais essa menina na minha casa, para mim, Maite não é mais minha filha. – Ela disse isso e se retirou, deixando Maite sem nem ter onde se apoiar.

             Anahí: - Oh, Mai! – Eu corri até ela e a abracei dando suporte, Poncho subiu para o nosso quarto.

             Maite: - Ela quer que eu não tenha o meu bebê. – Ela chorava muito. – Mai eu quero o meu filho.

             Anahí: - Mai, você vai ter essa criança e eu vou ficar do seu lado, não se preocupe.

             Maite: - Me perdoa, Annie, me perdoa. O Poncho deve estar bravo.

             Anahí: - Com o Poncho eu me entendo, lindinha, fica tranquila.

   Levei Mai até o quarto de hóspedes e fiquei com ela, até ela dormir, depois fui para o meu quarto, Tinha uma fera para enfrentar.

   Quando entrei no quarto, Poncho estava visivelmente irritado. Mordia os lábios e mantinha os punhos cerrados, essas eram suas marcas, ele estava irritado.

             Anahí: - Poncho!

             Poncho: - Anahí, por favor, não diz nada.

             Anahí: - Poncho, deixa de ser cabeça dura.

             Poncho: - Cabeça dura?! Minha irmãzinha está grávida daquele...

             Anahí: - Daquele o que? Filho de cafetina? Você é tão preconceituoso quanto a sua mãe. Cristian pode ter crescido onde cresceu, mas ele é uma pessoa honesta, sincera, digna e se nós estamos juntos é muito graças a ela, mas também nem sei mais se foi bom, né? Cristian é um advogado, Alfonso. Pode não ser tão rico quantos os Herrera, mas está batalhando. E Ninel sempre foi uma mãe maravilhosa, amorosa, doce, coisa que a sua nunca foi. Porque se Maite fosse minha filha eu jamais a colocaria pra fora.

            Poncho: - Nós somos muito diferentes, né?

            Anahí: - Em excesso. – Meus olhos já estavam cheios d’água, eu não tinha vergonha de chorar, nunca tive, mas naquele momento eu não queria. – Uma criança é uma benção, Alfonso. Sua irmã já ama esse filho, ninguém pode obrigá-la  a matá-lo e se você virar as costas pra ela, então eu vou saber que me casei com o homem errado.

            Poncho: - Só não entendo como você pode ter escondido isso de mim.

            Anahí: - Por Deus, Alfonso! Ninguém escondeu nada. Mai só estava esperando estar pronta pra falar e cá entre nós de que ia adiantar se ela contasse antes? Vocês iriam crucificá-la da mesma forma. Mai ama Crist como eu acho que você me ama e se você não consegue entender isso, nunca me amou de verdade. – Quando eu disse isso meu coração ficou pequenininho e ai eu me dei conta da intensidade do meu amor por Poncho. Só a idéia de vê-lo irritado comigo me atormentava. Ele era minha vida, seus beijos eram meu oxigênio, seus braços eram meu suporte, seu sorriso era minha luz.

     Peguei algumas cobertas e levei até o quarto de hóspedes. Mai ainda chorava como uma criança perdida. Sentei na cama e a fiz se deitar em meu colo.

            Anahí: - Não fica assim, pequena. Você vai precisar ser forte, agora tem mais alguém que precisa de você.

            Maite: - Annie, eu não sei ser forte.

            Anahí: - Não fala assim, Mai. Você é mais forte do que pensa e vai ver que o extinto de mãe vai te transformar.

      Nesse momento olhei pra porta e vi Poncho ali parado observando a cena e com uma grande dúvida no olhar.