Fanfic: A fada da minha proteção | Tema: Fadas

Capitulo 11

Eu já estava cansado disto tudo, não ver Eva ou vê-la de vez enquando rapidamente era enlouquecedor, meu coração disparava com a possibilidade de encontra-la e ao mesmo tempo se roia em agonia por talvez descobrir que isso tudo não fosse real. Novamente eu estava ali como das outras vezes esperando por ela, mas desta vez seria diferente, algo no seu olhar me disse que ela viria então tratei de sentar e esperar ela vir ao meu encontro. Olhei em minha volta e tudo estava como antes a mata o rio as flores e a cachoeira tudo em seu lugar e eu aqui mais uma vez, fechei meus olhos por alguns instantes e procurei esvaziar minha mente  dos problemas, uma sensação boa me consumia cada vez mais, aprofundei minha respiração para sentir um perfume muito conhecido, meu olfato já conhecia bem o cheiro característico que começava a encher o ar da floresta o orvalho da manhã já havia evaporado com os primeiros raios do sol, mas ela trouxe o aroma agradável da manhã novamente na mata no momento em que apareceu e de trás de mim ouvi o som musical de sua voz:

_Você não desiste mesmo hein?

_E por que eu deveria?

_Vem comigo, quero te mostrar uma coisa!_ ela estendeu os braços em minha direção oferecendo a sua mão direita esperando um passo meu, e eu não recusei, acompanhei ela que me levou a beira do rio, ainda segurando minhas mãos ela se abaixou apoiando-se nos joelhos fiquei curioso com o ar de mistério que ela fazia, permaneci calado enquanto ela pousava as costas de sua mão direita sobre o leito do rio e ainda me olhando com o sorriso de lado disse:

_Apenas observe._ ela tocou a água gélida do rio que aos poucos foi mostrando uma imagem tremula, mas nítida e pude ver perfeitamente como em um filme a imagem do meu acidente com a moto na estrada da fazenda, ela estava lá, eu podia ver agora claramente que ela estava lá e que eu não estava errado nem enlouquecendo como pensava, ela evitou que eu me chocasse contra a cerca e a arvore, eu parei por alguns instantes para olhar pra ela que parecia não prestar atenção na imagem, como se fosse um filme que ela estava cansada de ver ela permanecia ainda me olhando, como se estivesse controlando minhas reações.

_O que você fazia aqui Joan?_ela quis saber.

_É o dia do acidente eu voltava da faculdade, você estava lá viu isto acontecer._ela continuou com o braço estendido sobre o rio, mas soltou de minha mão e levemente tocou minha testa pra chamar atenção pra algo que até então eu não havia notado.

_Aqui! O que ocupava sua mente neste momento?

_Eu... acho que queria chegar logo por isso perdi o controle, queria ver meu pai e matilda passar mais tempo com eles... eu acho! Mas...

_Psiuuu! Preste atenção!_ olhando o rio a imagem do nosso segundo encontro veio de repente, respirei fundo quando me vi deitado na pedra da cachoeira e notei que ela estava lá, como ela fazia aquilo? Eu perguntava pra mim mesmo todo tempo olhando ainda abismado o filme que Eva reproduzia nas águas.

_E aqui?

_Acho que estava tranqüilo, me sentia bem e livre dos problemas neste lugar!_ ela sorriu e continuou passando para uma terceira imagem que eu preferia não ver nem tão pouco recordar principalmente por ela estar ali, era a terceira vez em que a vi, quando beijei Suelen neste mesmo lugar onde estávamos agora, me senti desconfortável pela situação e ela parecia saber disto.

_Tudo bem Joan pode dizer, não há nada que possa me aborrecer agora.

_Bem... eu acho que feliz? Seria essa a palavra certa?_ ela apenas sorriu ainda aquele sorriso torto

_Agora veja, mais uma vez!_ ela passou a imagem da noite anterior em que passei o dia todo a procurá-la até acabar por desmaiar de fome quando ela apareceu.

_O que você quer me dizer com isso tudo Eva? _ ela apagou as imagens tirando a mão de sobre o rio, levantou-se para me encarar e olhava fundo em meus olhos, senti um arrepio em meu corpo quando ela começou a falar.

_Eu não sei por qual motivo Joan, mas parece que quando sua mente se desliga dos problemas deste mundo você automaticamente se liga ao meu mundo, no mundo em que eu vivo, e é assim que você passa a me ver, tirando os problemas da sua mente e se concentrando em coisas melhores, ou mais alegres como você mesmo disse!

_Tudo bem, esta certo, não é hora pra brincadeiras! Eu disse um pouco envergonhado por ela ter frisado o meu beijo em Suelen _ Você disse que entro no seu mundo, muito bem que lugar é esse?

_Você esta no meu mundo agora, ele é basicamente paralelo ao seu, e você consegue entrar nele quando desvia sua mente de coisas que possam te perturbar.

_Tudo isto é muito estranho e difícil de acreditar Eva! Talvez se eu não a visse não acreditaria que isso fosse tão real, se é que posso chamar isto tudo de real!

´_É eu sei é tudo tão estranho pra mim também Joan, e acredite que eu também acho tudo isso impossível, como você pode entrar no meu mundo?

_Há um meio disto acontecer?

_Não! Bem, pelo que sei não há um meio de você descobrir isto, são lugares totalmente distintos, mas você esta aqui e pode me ver!

_E porque? Porque não posso ver você Eva? Me diga o que você é!

_Sou um ser mágico Joan, vivo em um mundo de magia, eu sou aquilo que vocês chamam de Fada! _ela disse as palavras em um tom preocupante, como se estivesse contando um segredo que nunca pudesse ser revelado. _E como eu disse, vivo em um mundo que é paralelo ao seu, e... é isso por mais louco ou impossível de acreditar essa é a verdade, e o que me parece eu não ia conseguir esconder ela por mais tempo de você. _Os olhos dela estavam cheios de surpresa.

_É eu não iria sossegar enquanto não descobrisse! Você tem idéia do quanto eu pensei em você e nos seus desaparecimentos misteriosos?

_Eu sei! Eu sei!

_Você sabe por quanto tempo eu tenho te procurado, todos os dias, sem ter uma resposta ou qualquer pista de quem você era?

_Joan, acredite em mim, me ouça, ninguém mais do que eu sabe de tudo isso! _Ela estava de olhos fixos nos meus e em nenhum momento ela desviava o olhar, e nele estava a verdade transmitida em cada gesto que ela fazia.

_Então, porque? Porque você se escondeu de mim todo esse tempo?

_Me desculpe eu não podia, há muitas coisas que você ainda não sabe e...

_Eva! Me prometa que você não vai mais desaparecer! _Segurei firme em seu braço, eu tinha a sensação que ela iria embora a qualquer momento, e com certeza eu não iria deixar.

_Joan! Agora você já sabe como me encontrar, não há mais como eu me esconder de você!

_Então é isso? É só eu me desligar dos problemas e encontro você? Porque? Como funciona isso?

_É o que eu tenho tentado descobrir todo esse tempo. É realmente incrível pra mim tudo isso!_ Ela tocou meu rosto com delicadeza fascinada tanto quanto eu pela experiência nova que nos envolvia. Neste momento senti um aperto no meu estomago, eu ainda me recuperava do mal estar de ontem e a fome começou a apertar.

_O que você tem?

_Acho que é fome, sabe é comum em nós... humanos. _Ela sorria agora com minhas palavras.

_Há! Mas tudo bem, eu também preciso me alimentar pra continuar a viver! Vem comigo, vou conseguir algo pra gente comer. _Ela segurou em minhas mãos e me levou pra mais fundo na floresta.

_Você trouxe biscoitos? _Eu dizia enquanto andávamos.

_Não, desta vez vamos comer algo mais leve, acho que fará bem a você.

_Vai encontrar algo pra gente comer aqui na floresta?

_Sim!

_Bom... não vamos comer flores não é?

_Hum... nunca experimentei, mas, acho que frutas seriam melhores na digestão!_ ela sorriu tanto quanto eu. Ela olhava em cada arvore a procura de algo.

_Aqui, sei que você gosta destas._ ela apontava uma grande arvore de folhas verdes bem vivas, mas que não aparentava ter nenhum tipo de fruta, então ousei a perguntar:

_Vamos comer folhas? _Ela sorriu, mas depois ficou séria.

_Não! Você não reconhece este tipo de arvore?

_Bem, com certeza já devo ter visto, mas não, não sei, de que tipo é?

_Joan é uma macieira! Oh, estou frustrada com você, achei que saberia!

_É, mas não vejo nenhuma maçã! Talvez não seja a época certa.

_E não é! Mas vou te mostrar uma coisa que sei fazer, preste atenção._ ela estendeu os braços em direção aos galhos da macieira e fechou as mãos como se tivesse colhido algo que eu não vi, ela trouxe até mim e abriu aos poucos revelando uma linda maçã muito vermelha e apetitosa.

_Tome, esta é sua! _ quase sem fôlego segurei a maçã e ela retornou a arvore e trouxe outra novamente em suas mãos a qual colocou na boca e mordeu mastigando deliciosamente.

_Vamos, experimente, esta deliciosa, e além do mais não quero você desmaiando hoje! _ela me incentivava a comer.

_É..., não esta envenenada esta?

_Joan! Sou uma fada, e não uma bruxa!

_Isso é bom! Aliás, elas também existem?

_Tecnicamente não!

_Como assim?

_Bem, é complicado!

_E o seu amigo que te acompanhou ontem também é fada?_ ela gargalhava um sorriso largo, junto comigo.

_É engraçado imaginar isso, mas não, ele não é uma fada, o nome dele é Nilo, e ele é um Elfo..., um guerreiro da floresta, protege tudo o que há aqui.

_Protege? A floresta? Do que?

_De tudo que possa ameaçar nosso mundo, eles são tão poderesos quanto nós, possuem grande força física.

_E você? Também é protetora da floresta?

_Bem, não deixo de fazer minha parte, mas..., tem outras coisas que tomam mais o meu tempo. Venha quero te mostrar algo impressionante!_ ela segurou firme em minha mão direita, e correu por dentre a mata até chegarmos num lugar que parecia um caminho de pedras que há muito tempo estava esquecido, e as grandes arvores cobriam a luz do sol ali e impediam que do solo brotasse algo vivo, as plantas estavam úmidas e a terra barrosa, o verde era de um escuro quase negro e as folhagens grandes demais para dar espaço para as flores.

_Fique aqui e veja!_ eu permaneci intacto no lugar vendo Eva dançar por entre as arvores no caminho de pedras com os braços esticados e os dedos abertos como alguém que saúda a chegada de um amigo. Eu não entendia bem o que ela fazia, mas logo pude perceber a mudança na paisagem, os focos de luz do sol começaram a entrar abrindo passagem pra claridade que invadia o lugar e tornava as folhas antes muito escuras e úmidas mais vivas e secas e assim o caminho se enchia de lindas flores multicoloridas em minutos tudo havia mudado e o cenário agora parecia ter saído de uma tela pintada por um artista talentoso.

_O que achou?

_Lindo, é muito lindo, conheço alguém que iria gostar de ver essas flores crescerem tão rápido.

_É, eu também.

_Então é isso? Você torna a floresta mais bonita de se ver?

_È...

_E há algo mais?

_Bom Joan, essa parte é mais complicada, talvez seja mais difícil pra você entender.

_Acha que depois de tudo isso ainda vai me surpreender mais?

_Há, acredite é possível sim!

_É algo que eu deva me preocupar?

_Não, na verdade acho que vou te assustar.

_Bom, se fantasma você já me disse que não é, então vai lá acho que sou capaz de entender. _ela parecia se encolher ao me dizer as palavras, pronunciou uma a uma bem devagar, notei certo receio quando começou a falar, talvez por medo? Talvez não, acho que ela queria era me privar de alguns detalhes.

_Eu vivo no meu mundo Joan há muito tempo, tanto tempo que nem sei ao certo o quanto, meu dever é cuidar e proteger esse lugar, mas não só ele, em tudo existe um equilíbrio natural das coisas, vocês não viveriam sem a natureza e nem ela sem vocês, então para que haja sempre vida no meu e no seu mundo, cuidamos de tudo tanto das flores, águas, terras e animais quanto de vocês... humanos.

_Então você é tipo uma fada madrinha? _fiz a piada para descontrair.

_Talvez sim. ­_ela me respondeu, tão séria que mudei meu humor, era possível aquilo tudo?

_E garanto que há também duendes e gnomos estou certo?

_Bom, na verdade eles não existem, mas foram criadas as historias apenas para confundir vocês; sabe pra preservar o segredo.

_Sei. E você disse que vive há muito tempo? Você não parece ter mais do que a minha idade.

_No meu mundo somos todos muito jovens, a beleza da juventude nos acompanha pra sempre, e só envelhecemos quando decidimos isso.

_Há muitos no seu mundo?

_Sim, a mesma quantidade exata do seu.

_Há algum motivo pra isso?

_Como eu disse, protegemos vocês, então pra cada pessoa que nasce no seu mundo, um ser mágico é criado para servir como proteção no meu.

_Então, você é minha proteção?

_Sou, e eu tenho estado com você desde que você existe.

_Isto é realmente mais difícil de se entender, eu não sei o que dizer, você... me viu nascer e crescer e desde então esta comigo?

_Sim Joan, passei esses anos todos ao seu lado, conheço cada minuto da sua vida, e sou capaz de reproduzir qualquer momento seu como te mostrei lá no rio, e eu não sei se poderia estar te contando isso mas... estou feliz por você me ver. _o que Eva me contava soava fantasioso demais para acreditar em uma só palavra, sempre fui muito cético com relação a qualquer coisa fora do normal, mas a presença dela era mais do que suficiente para eu acreditar em suas palavras, e assim eu o fiz.

_Eu diferente de você Eva, não te conheço, e acho que o pouco que sei agora não é nada comparado com o que você sabe sobre mim, mas eu também estou muito feliz de poder ver você. E não sei se é algum tipo de magia, mas a sua presença é o que mais quero no momento. _ela sorria me olhando com seus grandes olhos brilhantes cheios de vida e juventude.

_Eu sei, tenho percebido isso nesses últimos dias.

_Mas há algo que eu ainda não entendi!

_O que?

_Eu... tive outros momentos felizes e tranqüilos, por que só agora vejo você?

_Eu percebi que isso começou acontecer depois do seu aniversário de dezoito anos.

_Essa data é importante?

_Pra vocês talvez não, mas para nós, é quando recebemos nossa primeira proteção, é quando estamos preparados para seguir com nosso destino.

_E você se lembra de todos que já protegeu até hoje?

_Na verdade apenas de você.

_Porque?

_Não somos capazes de ter sentimentos ou sensações ruins, tudo o que há em nós é bom, alegre e prazeroso, não podemos sentir mágoa, raiva, ódio ou qualquer outro sentimento ruim, se lembrar dos outros e nos momentos que passamos juntos poderia nos fazer sentir saudades, e isso é uma coisa ruim, eu acho, então nossa magia se encarrega de nos privar de coisas assim apagando tudo o que passamos com todos os que conhecemos no passado.

_Você tem razão sentir saudades não é uma coisa boa. _por mais um momento a lembrança de minha mãe estava de volta.

_Esta se lembrando de sua mãe?

_É ela me faz muita falta.

_Eu sei. _ela acariciou meu rosto em com consternação.

_Você a conhecia não?

_Claro, era uma mulher linda!

_Sim é verdade. _ procurei não ficar triste na presença dela, pois de alguma forma acho que isso a atingia direta ou indiretamente. _Então um dia tudo isso que estamos vivendo hoje terá um fim e nem eu vou existir mais no meu mundo e nem você terá lembrança nenhuma de mim?

_Exatamente. Quando você deixar de existir, eu terei outra pessoa pra proteger e me dedicarei somente a ela, é isso que acontece.

_Você escolhe essa pessoa?

_Não, isso acontece por acaso, qualquer pessoa que estiver pronta a nascer no momento que você deixar de existir, é algo automático, não controlamos isso, e por mais que tentamos não há lembranças alguma para se lembrar.

_Isto é horrível! Viver sem saber qual foi o seu passado!

_Não é não! Eu sei qual foi o meu passado! Eu cuidei e protegi alguém que viveu muito e que cumpriu seu destino. E saber que vou continuar isso pra sempre é o meu destino.

_Você tem família Eva?

_Sim, do contrario do que você pensa, eu não nasci de uma árvore.

_Bom, eu tinha pensado em uma flor.

_Moro com meus pais e um irmão que é mais velho que eu, só não sei quanto tempo. E tenho também um avô.

_Se vocês não podem morrer, onde mora sua avó?

_Eu não disse que não podia morrer!

_Achei que vivesse pra sempre, que era imortal!

_Não, há um meio de não ser imortal, mas é nós quem decidimos escolher isso.

_Como? E pra que alguém iria escolher morrer? _meu lado cético começava a emergir de dentro de mim novamente.

_Tudo se acaba um dia Joan, as coisas nascem, crescem e morrem, nós não somos diferentes, apenas temos a magia que nos protege de tal destino tão rápido, mas quando decidimos que estamos prontos escolhemos ser mortal, e aos poucos começamos a morrer assim como vocês.

_Você não sente saudade de sua avó?

_Não! Nossos antepassados ficam guardados na nossa memória com lembranças boas, foi ela quem decidiu ir, e estamos felizes por ela ter decidido isso, é uma escolha pessoal, ninguém pode interferir. No meu mundo respeitamos as decisões uns dos outros, porque sabemos o que é melhor pra nós, e diferente de vocês não somos egoístas, não pensamos no nosso bem estar, mas em primeiro lugar as pessoas que amamos.

_Eu queria não me lembrar de minha mãe somente pra não ter que sentir a dor da saudade.

_Tenho feito de tudo pra controlar sua tristeza Joan, e acredite eu sei o quanto ela era importante!

_Hum... agora que vejo você Eva me sinto mais feliz e conformado. Obrigado por você estar comigo.

_Esta se sentindo cansado?

_É estamos aqui quase que o dia todo e parece que não se passou nenhum minuto, meu relógio... sete e dez...mais que droga... parou, deve ter pifado a bateria.

_Acho melhor você ir descansar Joan.

_É Matilda vai começar a se preocupar, tenho que ir, que bom que você vai comigo, estou certo?

_É! Mas lembre-se você esta no meu mundo, e pode voltar pra ele quando quiser, agora já sabe como, mas eu tenho que dizer isso não é muito bom, é arriscado.

_Eva! Você esta comigo, eu não preciso de mais nada agora. Bom, tenho que ir, estou muito cansado.

_Eu sei, eu estarei aqui Joan, sempre.

Deixei Eva na floresta e voltei o mais depressa possível pra casa, era estranho o sol ardia tanto sendo tão tarde, eu comecei com as preocupações do meu mundo, isso fazia Eva desaparecer, mas eu sentia a presença dela ao meu lado o tempo todo e isso era bom. Deixei arredio no celeiro e passei por entre as plantações de Peter, suas flores estavam lindas e bem cuidadas como sempre, mas ele não estava lá, estranhei sua falta, a tarde ele não saia por nada da plantação. Entrei pela porta dos fundos na cozinha onde Matilda estaria terminando o serviço do dia, eu não estava com tanta fome, mas o cansaço me consumia eu precisava de um bom banho e cama, depois de perder a aula de hoje eu tinha de recuperar a energia pra estudar amanhã. Matilda estava montando a mesa para o café e como sempre preocupada me encheu de perguntas.

_De onde Você vem? Parece exausto! Dormiu fora de casa foi?

_Não Matilda sai bem cedinho hoje, lembra-se eu avisei você que sairia cedo.

_É mais disse que demoraria a voltar, o que houve porque voltou logo?

_Logo? Não... passei o dia todo fora e... são... sete e meia... meu relógio... voltou a funcionar.

_Acho que ele esta funcionando perfeitamente, são sete e meia Joan, olhe no relógio da cozinha.

_Matilda me diga que você esta servindo o café da tarde!

_Não! Este ainda é o café da manhã! O que esta acontecendo Joan, você esta me deixando preocupada, primeiro a historia da cachoeira ao sul da estrada, e agora você anda trocando o horário das refeições? Não sei se seus amigos bebem, mas eu não quero você bebendo ouviu?_ algo estava errado e eu tinha que descobrir o que era, deixei Matilda ainda falando na cozinha e subi ao meu quarto o mais depressa possível, só tinha uma pessoa pra explicar tudo isso, Eva!