Fanfic: A fada da minha proteção | Tema: Fadas

Capitulo 13

Matilda estava terminando de tirar a mesa do café quando cheguei em casa e no meu relógio marcava seis da tarde em ponto.

_Olá Joan, achei que iria demorar, esta com fome?

_Sim Matilda, acho que vou aceitar algo pra comer! _ela preparava o café me olhando com um ar de desconfiada que só Matilda tinha.

_O que foi? Há algo errado? _Me atrevi a perguntar.

_Não, tudo esta bem! _quando terminou de colocar os pães e os bolos na mesa sentou-se ao meu lado e tinha uma dúvida no olhar.

_Então meu menino, a ultima vez que vi alguém agir tão estranhamente assim foi quando seu pai conheceu sua mãe, ele tinha a mesma cara de abobado que você esta agora! _ela ria baixinho ainda me olhando.

_È Matildinha. Talvez seja sim o que você esta imaginando.

_É a sua amiga? Aquela que veio aqui?

_Não.

_Então diga, eu a conheço?

_Há com certeza não.

_É você tem razão eu não conheço tanta gente assim. Mas de onde ela é?

_Ela mora longe daqui, não a vejo sempre.

_Um dia teremos o prazer de conhece-la?

Fiquei imaginando como isso seria possível, travei com aquela pergunta, essa era uma pergunta que eu realmente não sabia responder. O que vou dizer a Matilda? Eu ainda não tinha pensado nesta possibilidade, como Eva poderia conhecer minha familia?

_Bom, não sei isso vai depender dela. O que você acha que Peter vai dizer?

_Nada, fique tranquilo.

_Ele sempre acha que sou irresponsável, talvez deteste a ideia.

_Você é como ele Joan, e ele sabe disto.

_Também acha ele irresponsável Matilda?

_Não, não foi isso que eu quis dizer... só que vocês tem muita coisa em comum, ele agiu da mesma forma que você quando conheceu Rose, com medo.

_Medo? Do que?

_Não sei, talvez porque era novo demais e tinha medo de assumir responsabilidades... _agora ela ria um pouco.

_Ainda não é um namoro Matilda. Digamos que estamos apenas nos conhecendo. _Bom isso só valia pra mim, já que Eva sabia tudo sobre minha vida.

_Ótimo. Tenha juízo meu menino, e agora termine seu café!

Ainda tomando o café e vendo Matilda dançar pela cozinha começando a preparar o jantar eu tentava encontrar uma maneira de Eva poder estar comigo aqui, no meu mundo, será que isso era possivel? Me lembro das palavras de Eliezer: _”Eva, não faça nada daquilo que vá se arrepender depois.”! Será que era tão perigoso assim? Quem poderia fazer mal a ela no meu mundo, se não nós mesmos?

Fui para o meu quarto, Peter como sempre não havia terminado o seu dia com as sementes e decidi encará-lo no jantar. Fazia tempo que não conversávamos, desde que desapareci o dia todo na floresta tentando encontrar Eva. Após um bom banho desci disposto a manter uma conversa amistosa com ele.

_Olá Joan como vai os estudos? _Ele perguntou quando eu descia as escadas, acho que ele também não queria discussão hoje.

_Há, esta tudo certo. Terminei o semestre bem.

_Que bom, o que pretende fazer nestas férias?

_Não sei, talvez ficar por aqui mesmo.

_Bom, acho que você gostaria disto aqui. _Ele tinha nas mãos um panfleto de uma agencia de viagens.

_O que é isso?

_Pensei que talvez você gostasse de ir visitar a cidade onde morou com sua mãe e marquei um roteiro por lá pra você por duas semanas. Pode escolher ficar em qualquer lugar lá, é um presente meu, por você ter se esforçado muito nos estudos.

Aquilo realmente me pegou de surpresa, eu sempre queria voltar na cidade onde vivi com minha mãe, e retornar aos lugares onde íamos, isso iria me fazer bem, seria como se ela estivesse um pouquinho presente comigo.

_Poxa pai, é... legal... mas, eu não posso aceitar!

_Aceite, eu já disse é um presente!

_Eu sei, e agradeço, mas... não tenho a intenção de viajar agora, prefiro ficar por aqui mesmo, além disso tenho alguns amigos na cidade e acho que vou ficar com a companhia deles nestas férias, talvez em um outro semestre eu possa ir.

_Bom, tudo bem, quando quiser então!

_Obrigada! Gostei muito do presente, eu realmente não esperava. _Ele recolheu o panfleto e parecia feliz por eu ter decidido ficar.

_É... acho que o jantar esta pronto, vamos?

_Sim. _Eu respondi com um largo sorriso no rosto. Eu não podia aceitar viajar agora que encontrei um motivo pra ficar, eu não gostava daquele lugar e queria fugir sempre que tinha que voltar pra cá da faculdade, mas Eva tinha me dado mais que motivos pra gostar da companhia daquele verde todo, eu não conseguia imaginar minha partida mesmo que fosse por apenas alguns dias. Mesmo sabendo que Eva iria comigo pra onde quer que eu fosse, eu não poderia tirá-la do lugar onde ela morava, mesmo que fosse por alguns minutos, ela adorava aquele lugar e como ela combinava com ele! E até eu mesmo estava disposto a encarar a estrada de terra batida e toda aquela paisagem verde somente pra estar com ela. Ela era tudo pra mim agora, e vê-la feliz fazia meu coração saltitar também de felicidade. E isso eu não iria mudar, a menos que eu tivesse um bom motivo. Durante a noite eu tentava me concentrar em Eva, e sobre tudo o que aconteceu nestes últimos dias. Eu adorava Eva, e poder vê-la era a melhor coisa que acontecia; mesmo sabendo que isso era perigoso e arriscado eu tentava não pensar no fato que o tempo parava quando eu a via. Eu estava cada vez mais envolvido com ela e não me preocupava com as consequências, um minutinho a mais ou a menos com ela não parecia que iria fazer diferença pra alguém notar.

Na manhã seguinte resolvi sair com o arredio, era certo de que eu iria ver Eva, e desde que abri os olhos na cama para este novo dia esta era minha única certeza, no resto eu pensaria depois.

Tomei um café as pressas com Matilda que me olhava curiosa, mas não ousou perguntar qual seria minhas intenções para o dia de hoje, pois eu já tinha deixado mais do que na cara meus planos.

_Você vem almoçar? _ela quis saber.

_Acho que sim, volto logo, não irei demorar.

_Tudo bem, não se atrase.

_Fique tranquila Matilda, é só o tempo de ir e voltar, beijos. _Ela ficou me olhando cautelosa e curiosa como sempre.

Peter ainda não tinha levantado, ele parecia cansado com o trabalho das flores, ficar em pé o dia todo não era fácil, mas ele gostava, parecia nem ver o tempo passar.

Arredio correu o mais rápido que pode até a entrada da trilha para a cachoeira, lá decidi ir a pé até meu destino.

Mesmo antes de chegar eu já conseguia sentir a presença dela ao meu redor, e isso era fascinante pra mim.

_O cavaleiro esta perdido?

_Eva! _ela aparecia dentre as arvores agora com mais clareza para meus olhos mortais apreciarem a beleza constante nela contida.

_Você esta ficando bom nisso!

_É eu tenho praticado muito.

_E sabe como isso é perigoso? _ela parou por alguns instantes me olhando fundo nos olhos.

_Acho que vale a pena o risco, o que você acha?

_Bom... eu acho que você se aproveita por que sabe que posso protege-lo!

_É mesmo? E você sabe como fazer isso?

_Ainda não, o tempo ainda continua parando, e como você sabe ainda é perigoso, mas eu quero tentar algo, venha! _ela me oferecia sua mão, tão branca, pequena e frágil, que quem deveria proteger era eu.

Ela caminhava de volta para estrada e parou, apenas alguns metros antes da pista, eu segurava as rédeas do cavalo com a mão esquerda e o mantinha atrás de mim, Eva enlaçava meus dedos da mão direita e estava na minha frente, ela observava a estrada muito atenta, parecia estar se certificando de que ninguém estivesse por ali, somente nós. Ela me encarava agora com olhar triste e preocupado ao mesmo tempo, eu nunca a tinha visto assim, seu semblante era de alguém que estava se despedindo ou pedindo desculpas, não há palavras para descrever a tristeza que perdurava cravado no olhar de Eva, ela parecia estar dizendo adeus a alguém de quem gostava muito e em um flash de segundo, pensei que sua despedida fosse pra mim e tentando fazê-la mudar de ideia me antecipei num grito:

_Eva não!

_Quero te mostrar o quão você é importante pra mim Joan! _ela soltou de minhas mãos e levitou alguns centímetros do chão caindo poucos segundos depois. Seu corpo todo se enrolou e ela permaneceu intacta no chão sob a grama da trilha. Em um impulso me joguei aos seus pés arrastando meus joelhos até ela para verificar como ela estava.

_Eva o que foi que você fez?! _eu mal podia conter minha preocupação em minha voz tremula, e aos poucos ela foi se voltando a mim.

_Esta tudo bem Joan, eu estou bem não se preocupe! _ela segurava firme pelo lado de dentro de meus braços com suas delicadas mãos e me olhava agora com um ar muito mais alegre.

_O que houve? _eu ainda perguntava preocupado.

_Esta tudo bem, me ajude a levantar, só estou um pouco tonta! _Era estranho ouvir Eva dizer essas palavras, ela sempre parecia tão forte e tão independente de qualquer outro ser mesmo sendo uma garota muito delicada. Quando nos levantamos ela ainda pairava suas mãos com muita força em meus braços. Seu toque era quente e ela se mostrava muito nervosa. O som de uma caminhonete se aproximando nos tirou de um olhar intenso que trocávamos um para o outro; logo reconheci o automóvel, era o senhor Carlos, ele passava a caminho da cidade, e acenou pra mim como se fossemos velhos amigos, e fez questão de parar a caminhonete pra me cumprimentar.

_Olá Joan, como vai? _ele não desceu, apenas colocou o rosto pra fora do vidro nos escarando.

_Estou bem, obrigado!

_Diga a seu pai que logo lhe farei uma visita!

_Ok, eu direi, e estaremos esperando!

_Certo, até mais então, bom dia pra vocês! _ele parecia constrangido por perceber que estava atrapalhando alguma coisa, logo acelerou e sumiu pela estrada de terra batida, sem olhar pra trás. Foi quando me dei conta de que algo estava errado.

_Eva! Achei que enquanto eu estivesse com você meu mundo parava!

_E ele para! _ela me encarava com um sorriso típico de Eva, meio angelical.

_Mas... e Carlos...

_Só que não estamos mais no meu mundo Joan... agora eu acabei de vir para o seu!