Fanfic: A fada da minha proteção | Tema: Fadas

Capitulo 14

_Como você fez isso?

_É simples, mas... não muito agradável.

_Você esta bem?

_Sim.

_E não é perigoso?

_Não se eu souber me comportar.

_Se comportar?

_É. Não posso deixar minha magia revelar quem realmente sou.

_E sua familia?

_Eles vão entender.

_Que bom, mas eu não quero arriscar sua vida Eva.

_Está tudo bem Joan. Vamos, me leve para passear com o Arredio!

_Você nunca andou à cavalo antes?

_Não.

_Legal, tem medo?

_Não.

_Então vamos, me dê sua mão, suba. _Ela me olhava fixamente nos olhos com um ar de contentamento incrível. Eva subiu no arredio logo atrás de mim e segurou firme em volta de minha cintura com seus braços frágeis e delicados. Isso me fez lembrar Suelen, mas fiz questão logo de esquecer. Aquele momento era nosso, meu e de Eva, ninguém poderia estragar agora, e mesmo sabendo que corríamos risco de alguém descobrir quem ela realmente era, estávamos felizes, e eu podia ver isso através do abraço apertado que estava envolvido em mim.

_Muito bem meu cavaleiro, onde vamos? _Ela perguntava com graça.

_O que você acha de conhecer minha casa?

_Sua casa?

_Sim! Nada mais justo já que você me levou até a sua.

_Ok, mas... e sua família?

_Matilda já sabe sobre você, e Peter deve estar com as flores.

_Há sim, as flores, você vai me levar até elas?

_Se você quiser. Mas, acho que você já conhece o lugar.

_Sim, eu conheço muito bem seu novo lar Joan.

_Há uma coisa que eu gostaria de lhe perguntar Eva.

_O que você quiser Joan.

_Eu nasci aqui nesta cidade, e me mudei daqui ainda criança com minha mãe... e.

_E você gostaria de saber se eu também estive lá junto de você? A resposta é sim, estive! Sou capaz de estar em qualquer lugar Joan, desde que você esteja lá. Sou capaz de ir a muitos lugares, mas sempre tenho que voltar. Se eu me ausentar da natureza seria como deixar de ser quem eu sou, eu morreria sem meu mundo, como você já sabe.

_Nossa. Tudo isso é tão fascinante. Minha proteção, mas não pode interferir no meu destino?

_Isso.

_Mas e se o destino quisesse que eu me chocasse contra aquela árvore quando você me salvou?

_Ora, acredite Joan, seu destino queria te apresentar a mim, e não te fazer ficar todo arrebentado.

_Está bem, você me convenceu, chegamos.

Logo na entrada da fazenda, pude perceber Matilda no terraço da casa nos olhando ao longe. Aquela seria uma surpresa pra ela. Já não diria a mesma coisa de Peter. O que ele acharia?

_Olá Matilda! Quero que conheça Eva, uma grande amiga minha! _Ela olhava Eva de cima abaixo, como se estivesse procurando algo. Eva estendeu as mãos em sinal de amizade.

_Olá Matilda, é um prazer conhecer você!

_Olá! Como vai? _respondeu Matilda ainda desconfiada, mas retribuindo o gesto com um sorriso.

_E Peter?

_Ele foi até a cidade, falar com alguns fornecedores, volta depois do almoço.

_Legal, é... vou levar Eva pra conhecer as flores. Você quer?

_Sim!

_Então vamos!

_Vocês ficam pra almoçar? _Matilda perguntou entusiasmada com a idéia. E antes mesmo de eu responder Eva tomou a frente:

_Sinto muito Matilda, talvez em uma próxima vez, preciso voltar logo!

_Está bem, então fiquem à vontade. Espero que você volte Eva!

_Obrigada! _falou Eva em um tom carinhoso. Ela era sempre muito simpática, eu nunca poderia esperar o contrário dela.

Caminhamos em direção as flores de Peter, Eva parecia entusiasmada com a idéia de conhecer o local, pra ela seria interessante já que o contato com a natureza a deixava feliz. Conforme nos aproximávamos da bancada de flores, ela ficava cada vez mais na expectativa de poder tocá-las. Eu não entendia ao certo o porquê de toda aquela adoração, e decidi matar minha curiosidade:

_Há algum motivo pra você querer tanto ver as flores? _ Ela me olhava feliz e parecia mais contente por eu ter feito a pergunta. E tocando de leve uma das flores de Peter ela respondeu:

_Sim Joan, há um motivo muito grande... o perfume. Sinta é maravilhoso!

Ela me oferecia a flor com a mão e eu sentia o perfume forte que saia dela.

_Sim é muito bom. Mas você age como se nunca tivesse sentido isso antes.

_Dei algumas escapadas quando ainda era criança pra fazer isso, e algumas vezes depois de adulta, mas faz muito tempo que não sinto esta sensação.

_Você não consegue sentir o perfume das flores?

_No meu mundo não! Está vendo Joan, vocês humanos tem este grande privilégio e não sabem aproveitá-lo!

_Nossa! Isto deve ser um tanto estranho!

_Apenas o cheiro da terra e dos frutos podemos sentir. Mas o perfume das flores, isto não!

_Está feliz?

_Muito. Veja, estas são Papoulas._ela apontava um maço de flores coloridas em um canto separado. _Estas deste lado são Calêndulas! Mas as minhas preferidas são estas, se chamam Amor Perfeito! Elas tem cores lindas, e algumas tem a forma de corações ou de borboletas!

_É você tem razão, são lindas mesmo! Assim como você! _ela deixou de lado as flores, olhou dentro dos meus olhos e sorriu mais uma vez, um sorriso largo e doce. Me surpreendi quando em um movimento rápido ela me abraçou, seus braços envoltos de minha cintura e seu rosto encostado em meu peito junto com seus cabelos dourados caídos nos ombros. Eu segurei firme sua cabeça e acariciei seu rosto, era tão macio e quente como o calor do fim de tarde. Ela ergueu seu olhar para mim e devagar encostou seus dedos sensíveis nos meus cabelos, passando do alto para trás na nuca, deixando claro seu intuito de me beijar. E assim aconteceu nosso primeiro beijo. Entre nós só estavam as flores e seus perfumes. O beijo foi tudo o que sempre imaginei misturado a uma sensação de paz, alegria e doçura, tudo o que Eva era e isto estava claro pra mim desde o dia em que a vi naquela estrada, era isto que ela representava  desde o dia do acidente.

_Preciso ir! _Ela interrompeu meus pensamentos.

_Eu sei, vou com você!

_Não! Está tudo bem, fique eu vou sozinha, já fiquei tempo demais por hoje, daqui a pouco alguém pode querer vir me buscar e prefiro não arriscar mais ninguém além de mim.

_Vai ficar segura?

_Vou ficar se você ficar!

_Vejo você mais tarde?

_Claro!

Eva caminhou até a entrada nos fundos da fazenda quando desapareceu ao longe. Ela voltara para seu mundo.

Fiquei mais algum tempo em companhia das flores, de alguma forma elas agora me faziam lembrar Eva. Peter iria achar interessante esta cena. Deixei os vasos de lado e me virei em direção a casa onde Matilda por certo estaria me esperando para o almoço. Na entrada da fazenda avistei a caminhonete preta do senhor Carlos entrando, talvez ele tenha vindo fazer aquela visita para Peter. Ao longe ele me viu e desceu em direção a mim.

_Olá Joan!

_Olá senhor Carlos, sinto em dizer mas meu pai não está no momento, ele foi até a cidade e...

_Eu sei Joan, passei por ele na estrada.

_Então?

_Eu precisava falar com você!

_Comigo? E sobre o que?

_Bom, vou direto ao assunto. É sobre a moça que estava com você hoje pela manhã na estrada, é sua amiga?

_Sim, é uma amiga por quê?

_Porque eu vim dizer pra ter cuidado com ela!