Fanfic: A fada da minha proteção | Tema: Fadas

Capítulo 7

O dia amanheceu lindo, o sol estava perfeito pra um mergulho no rio, depois de um café rápido, recebi a ligação de Charles dizendo que ele não poderia ir nadar, ele precisou ficar em casa pra refazer o trabalho de sociologia depois que recebeu um e-mail do professor cobrando ele de alguns erros no ultimo trabalho.

_Tudo bem Charles, fica pra uma próxima vez!_eu disse desanimado.

_Então cara, eu também tenho que te avisar que Sidney e Suelen também não poderão ir, a mãe deles ligou e pediu pra eles irem pra festa do avô neste domingo, acho que nem vão aparecer amanhã na escola, já que a viagem pra casa deles é demorada, não irão chegar a tempo.

_Nossa, Charles, que chato hein? Mas tudo bem, vou ficar aqui e estudar também um pouco, valeu!

_Até amanhã!_ele disse e desligou, me deixando meio irritado, o dia estava ótimo, e eu infelizmente teria que passá-lo trancado no quarto estudando. Mas Matilda me animou, disse que se eu quisesse mesmo me distrair não poderia ficar esperando pelos outros, mas deveria ir sozinho mesmo; e foi o que eu decidi fazer; desci as escadas do lado de fora da porta principal correndo pra não perder mais o dia, montei no arredio e sai; eu gostava da velocidade e do vento batendo no meu rosto quando eu cavalgava, me trazia lembranças boas da infância, de quando eu era feliz, de quando eu ainda tinha minha mãe; tentei afastar os pensamentos tristes, cheguei logo no rio, onde tudo estava tão lindo quanto da ultima vez, as flores, as águas, as arvores, e o cheiro de verde era bastante forte aqui, o barulho da cachoeira e a espuma alta que formava com a queda da água; deixei arredio nas sombras das arvores na grama como da ultima vez, e cheguei mais perto das pedras onde a água corria mais devagar; quando sentei tive a sensação de que não estava sozinho, e eu estava certo, foi quando a vi de longe, ela estava usando um vestido claro como da ultima vez e sentada do outro lado do rio, me esforcei pra atravessar e chegar até lá quando me assustei, não era Eva, e o vestido não era azul, era bege e a moça sentada esperando por mim era Suelen, não tive reação nenhuma quando eu a vi, parei por um instante tentando entender o que ela estaria fazendo ali e como conhecia aquele lugar, foi quando acordei com Matilda batendo na porta do quarto:

_Meu menino, parece que você se perdeu nas horas!

_Matilda? Hã... que horas são?_ eu disse ainda sonolento.

_Quase dez, se eu soubesse que você teria compromisso eu o teria acordado mais cedo!

_E como você soube?

_Tem uma jovem lá embaixo a sua espera!_ela disse com um sorriso no canto dos lábios.

_Uma jovem? Quem? É loira? Esta com um vestido azul?_eu disse preocupado

_Loira? Vestido azul? Não ela é morena, e não esta de vestido, ela disse que estuda com você e se chama Suelen! _ela respondeu achando tudo muito estranho.

_Há! Suelen! E ela esta sozinha?

_Sim, disse que precisa falar com você.

_Esta bem Matilda, obrigado, diga a ela que vou descer!_ me levantei o mais depressa possível, Suelen aqui sozinha? Deve ter acontecido alguma coisa; que sonho bobo, eu tinha que fazer algo pra tirar Eva da cabeça ou iria enlouquecer mais cedo ou mais tarde por um fantasma! Depois de uma arrumação rápida desci as escadas e fui direto para sala, onde Suelen estava me esperando sentada confortavelmente em uma das muitas poltronas que tinha na fazenda, tomando um suco preparado por Matilda e conversando amigavelmente com ela; mulheres tem um jeito estranho de conversar, elas sorriem demais umas para as outras; sem querer cortei o assunto das duas quando cumprimentei Suelen, ela estava bem humorada com um largo sorriso nos lábios, vestindo um shorts cinza até os joelhos, e uma camisa branca, ela estava de tênis também brancos muito bonitos.

_Bom dia Suelen, desculpe o atraso! Aconteceu algo?_ eu disse ainda dando um jeito no meu cabelo.

_Bom dia Joan, me desculpe eu vim te avisar que infelizmente o nosso passeio furou! _ela falou meio desajeitada.

_Esta tudo bem com os meninos? Porque eles não vieram?

_Eles tiveram que desmarcar o passeio de hoje para consertar alguns erros do ultimo trabalho de sociologia; parece que vão ter que refazer a pedido do professor Nilson e entregar amanhã no primeiro horário.

_Os dois? _ é foi o que disseram; eles tentaram ligar pra você, mas acho que seu celular estava desligado, não sei...

_Há sim! Eu o desliguei ontem, pra dormir melhor e mais tranqüilo!

_Claro! Entendo. Bom, acho que vou indo então...

_Não! É... espere, já tomou café? Quer dizer é claro que já tomou são dez horas da manhã, acho que eu vou...

_Não se preocupe comigo Joan, vim apenas pra dar o recado, pode tomar seu café, com licença!_ela se levantou disposta a ir quando eu falei mais acordado desta fez:

_Suelen, já que esta aqui, me acompanhe em um segundo café? _eu disse sorrindo desta vez.

_Há obrigada Joan, mas acho que...

_Garanto que você nunca comeu um bolo como o de Matilda! _falei olhando pra Matilda esperando ela confirmar o que eu disse e ela deu um sorriso torto e uma piscadela de lado afirmando a minha frase, o que fez Suelen se sentir mais a vontade.

_Ok Joan, eu aceito seu pedaço de bolo!

_Ótimo então venha, assim podemos continuar o assunto de ontem á noite! _ela segurou em minhas mãos e eu a levei até a cozinha onde a mesa do café estava preparada com os melhores quitutes de Matilda.

_Sente-se aqui Suelen, e fique a vontade. _disse Matilda

_Obrigada Matilda! E seu pai Joan, onde ele está?

_No canteiro com suas flores, ele acorda muito cedo e fica lá quase que o dia todo.

_Há espero conhecê-lo um dia destes!_ela disse animada.

_Qualquer dia eu te levo pra conhecer as flores que ele cultiva aqui na fazenda, são as mais lindas do mundo!

_Legal, olha que vou te cobrar hein?!

_Toma, prova um desses aqui, é especialidade de Matilda, torta de morangos! _ela aceitou o pedaço que lhe ofereci com um sorriso enorme no rosto.

_Hum! Incrivelmente delicioso! Parabéns Matilda, é muito bom! Não me lembro de ter comido um pedaço de torta bom como esse!

_Há eu não disse Matilda, não sou o único a achar seus quitutes maravilhosos!

_Há suelen, mas tem muitos segredos aí dentro, e um deles é que faço com muito carinho, por isso são tão bons! _disse Matilda toda orgulhosa.

No final do café me comprometi a acompanhar Suelen de volta pra cidade, mas ela me surpreendeu com uma proposta que não sei por qual motivo, não consegui recusar:

_Ei Joan! Os meninos cancelaram o passeio pra cachoeira, mas que tal nós dois aproveitarmos o dia pra ir até lá?

_Bom... é... não sei... acho que...

_Que isso Joan? Vai recusar o convite de sua amiga? E depois o que pretende fazer com esse dia de sol maravilhoso que esta lá fora? Ficar fechado no quarto? _ Disse Matilda quase que me obrigando a ir; Mas até que não seria uma idéia ruim, eu gostava da companhia de Suelen, e precisava me ocupar com alguma outra coisa, senão acabaria enlouquecendo de tanto pensar em Eva.

_Tudo bem! Agente vai então!

_É! Legal vai se divertido! _ela disse com um largo sorriso.

_Só tem um probleminha! _eu disse, deixando ela temerosa. _Sabe andar a cavalo?

_Não! Você não disse nada sobre ir de cavalo! _a preocupação agora era visível no seu rosto.

_Pois é, mas é a única forma de chegar até lá!

_Eu nunca andei a cavalo! É melhor desistir, tenho muito medo! _ ela disse em um tom tão dramático, quase que chorando.

_Não! Tudo bem! Eu te levo, consegue ir comigo sem sentir medo?

_Bom, assim não parece ser tão ruim! _ ela disse agora mais aliviada do susto. Eu sorria pra ela, rindo do seu medo de andar a cavalo.

Matilda passou um sermão de regras antes da nossa saída, e uma das regras era pra gente não chegar tarde, a noite na mata era perigosa por causa dos animais peçonhentos que poderíamos encontrar.

Suelen ficou conversando alguns instantes na entrada principal da fazenda com Matilda enquanto eu colocava a cela no arredio para o nosso passeio; montei e fui buscar Suelen.

_Até mais Matilda, e obrigada pelo café!_ disse ela mais uma vez

_Até mais Suelen, e tenham cuidado!_ falou Matilda enquanto Suelen descia as escadas. Ela veio ao meu encontro um pouco assustada com medo do arredio tão próximo dela;

_Pode vir, não precisa ter medo. _ eu disse estendendo minha mão direita para ajudá-la a subir, ela estava um pouco nervosa e me encarou por alguns instantes tentando tomar coragem.

_Dê-me sua mão, arredio é manso, confie em mim!_ eu disse suave.

_Arredio? Esse é o nome dele?

_É, e não se assuste ele é arredio só no nome!_falei sorrindo

_Ok Joan, confio em você! _agora era ela quem sorria segurando firme minha mão e tomando um impulso para subir no arredio e se segurar mais firme ainda em minha cintura envolvendo seus braços em torno de mim tão forte que quase não pude mais respirar, ela soltou um pequeno grito pelo susto, mas logo relaxou quando pressionei minha mão esquerda contra suas mãos tremulas de medo.

_Pode ficar tranqüila agora, logo chegaremos lá!

_Estou tranqüila Joan, confio em você!

_Então não se importará se eu correr um pouquinho não é? Só pra gente aproveitar mais o dia ok?

_Ok, só me avise quando chegar pra eu conseguir abrir os olhos!

_Há! Assim você vai perder toda a paisagem! Vamos lá se segure!_ saímos devagar até o portão da fazenda e quando estávamos longe dos olhos preocupados de Matilda me atrevi a correr um pouco só pra sentir o aperto dos braços de Suelen mais uma vez em volta de mim, ela nem parecia respirar de aflição por causa da velocidade que cavalgávamos, ao nosso lado passava rapidamente a grande variedade da vegetação da floresta, as inúmeras flores e árvores multicoloridas, no céu as nuvens  brancas pareciam nos acompanhar pela estrada junto com o sol forte sobre nossas cabeças, arredio já conhecia o lugar e parecia saber que era para lá que eu estava indo, em algumas vezes não parecia que eu o estava guiando, mas que ele me levava sozinho para lá. Suelen tentava sorrir ainda com um pouco de medo, durante o caminho eu perguntei algumas vezes se ela estava bem, e sempre respondia que sim, mesmo parecendo que não. Quando saímos da estrada e entramos na mata ela perguntou se eu saberia como voltar, eu respondi que eu não, mas que o Arredio sim, ela então sorriu achando graça na minha resposta.