Fanfic: Tu, solo tu. | Tema: vondy

Dulce... Um sorriso involuntário se formou em seus lábios enquanto pensava na bela mulher. Abriu a folha de papel rapidamente e seu sorriso aumentou de tamanho.

Não durma com nenhuma espanhola. Não trouxe meus tampões de ouvido.

Ele apalpou os bolsos de sua calça, a procura de uma caneta. Assim que encontrou, colocou o papel contra a parede e logo lhe devolvia o pequeno pedaço amassado de papel. Dulce, assim que reparou que o bilhete já retornara, sentiu suas pernas vacilarem. Sentou-se no chão, apoiando a cabeça na porta e lendo a resposta, com o corpo tremulo.

Não pretendo dormir com nenhuma espanhola está noite, e mesmo se dormisse, não faria muito barulho... Mas de todo jeito, o seu sono é pesado, não é mesmo?

Ela não sabia se ria ou se ficava frustrada. Procurou a caneta e respondeu rapidamente, lhe devolvendo o bilhete no mesmo segundo.

Obrigada. Meu sono é pesado, mas não preciso ser acordada no meio da noite com alguém gritando: OH, UCKER!

Ele proibiu-se de rir alto quando seus olhos acabaram de percorrer aquela folha. O ciúme de Dulce estava saindo melhor do que encomenda, por isso resolveu começar a irritá-la um pouco, dizendo coisas que sabia que a intimidavam.

Você fala como se nunca tivesse acordado ninguém gritando o: OH, UCKER... Só que no seu caso, era: UCKERMANN, MEU DEUS. OH...

Dulce ficou com o rosto vermelho relutante enquanto lia e relia aquelas palavras ousadas que não acreditava estarem impressas no papel. Diabos, agora ele teria volta.

Pelo menos eu não falava coisas como: “Ô DELÍCIA! Você está me fazendo chegar ao céu”... E aquelas outras coisas bregas que você costuma dizer. Não sei como as suas mulheres conseguem sentir prazer com isso.

Enviou o bilhete, queimando de vergonha e de divertimento. Sabia que tinha apelado e que agora Christopher lhe responderia uma bomba.

Christopher sentou-se também, encostando a cabeça na madeira fria da porta, no mesmo lugar onde a cabeça de Dulce encontrava-se encostada do outro lado. Ela ouviu a gargalhada dele e se encolheu, tentando adivinhar o que ele estava pensando naquele momento.

Eu falo “Ô Delícia” porque você sabe que é uma delícia, María!

Pronto. As bochechas dela queimavam em chamas ardentes. Não sabia o que responder. Não tinha mais cartas na manga. Deslizou a caneta no papel e dobrou-o delicadamente, passando-o pelo vão da porta devagar.

Você me deixa envergonhada assim, cielo.