Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

O dia já tinha amanhecido e o sol já brilhava no céu. E eu ainda estava deitada com aquela preguiça de levantar. Eu não tinha noção de hora, mas sabia que o dia estava apenas começando para mim.

Cheguei na cidade a noite passada, estava chovendo muito então não pude apreciar muito bem a vista da cidade. Os vidros do carro estavam embaçados. Com um pulo rápido joguei o cobertor no chão, calcei meus chinelos e fui direto ao banheiro tomar um banho quente. Me enchuguei, amarrei meu cabelo em um coque no alto da cabeça. Vestida para um novo dia.

Desci para preparar uns ovos mexidos, não tinha comido nada desde que cheguei aqui. Aproveitei para fazer meu chocolate quente. Me sentando na pequena mesa que mau ocupava espaço na cozinha pequena.

— Droga ! - murmurei para mim mesma. Como sempre atrapalhada derrubei a xícará no chão.O barulho do estilhaçar do vidro no chão fez quebrar todo o silêncio e provocar ecos na casa vazia.

Levantei e peguei uma vassoura velha ao lado da geladeira. Plantei meus joelhos no chão e comecei o trabalho de limpeza. Recolhi os pedaços da xícará e joguei na lata de lixo, embaixo da pia levando junto a vassoura.

— Terminei por aqui! - respirei fundo.

E mais um banho me esperava, eu mesma ria da bagunça que eu havia feito. Meus joelhos estavam pretos, meu cabelo duro de creme. Eu realmente não sou normal, sou um poço de desastre. Fui em direção a escada e subi em direção ao meu quarto, era pequeno mas em compensação, completamente desarrumado. Comecei arrumando minhas roupas no armário, guardei meus sapatos, ajeitei minha cama. Passei um pano molhado no chão encardido de tão velho, não dava pra distinguir a sujeira e a velhice do piso cinz.

Recolhi os produtos de limpeza e aproveitei para pegar minha roupa de banho. A cozinha estava limpa, já havia deixado arrumada, banho tomado percebi que não faltava mais nenhum serviço a ser feito. Eu havia trazido comigo o roupão da minha mãe, só espero que ela não dê pela falta dele, era um dos favoritos dela.

Sequei meu cabelo e dei uma leve passada com a escova nele. O jeans que eu estava, já não dava pra saber se era azul ou preto, precisava ser lavado e desbotado de tão velho com um rasgão no joelho do jeito que eu gosto. Meu tênis sem nada a dizer, precisava de férias.

Meu estômago roncou de fome, logo senti a boca encher de água com a imagem de um enorme hambúrguer suculento. Aí que a fome apertou mais ainda, cacei minha bolsa e saí porta a fora à procura de uma lanchonete ou um restaurante pra me abastecer o meu estômago.

O sol estava radiante no céu, lindo. Os passáros cantavam e atravessavam na minha frente pousandona enorme árvore. As crianças brincavam na pracinha, os pais delas sentados nos bancos apenas observando elas se divertirem. Alguns desciam e subiam incansavelmente pelo escorregador, outros na gangorra, risadas altas e gostosa de ouvir.

A cidade era encantadora, o enorme relógio da cidade apontava que já eram meio-dia, o sino da igreja deu seu sinal de horário de missa, e várias mocinhas, senhoras entraram de véu pela enorme porta da igreja.

Quando me dei conta do quê estava procurando avistei logo de esquina uma pequena lanchonete, fui em direção a porta, entrei e não haviam muitas pessoas lá dentro. Apenas três mesas ocupadas, conversar murmuradas quase num sussurro. Assim que entrei todos os olhos se viraram para me olhar, outros de medo. Medo? Mas porque eu machucaria alguém aqui?

Aprecei meus passos indo até o balcão quem tomava conta era um rapaz, alto, cabelos loiros, olhos azuis com um boné vermelho na cabeça.

— Em quê posso ajudar? - disse-me ele

—Pode me ver um Hambúrguerm, o maior que vocês tiverem por aí. - era tudo que eu queria por hora.

Ele assentiu com a cabeça e sumiu para a cozinha, mas não demorou muito ele estava de volta com meu enorme lanchinho.

— Aqui está, moça ! - ele escorregou a bandeja pelo balcão para que eu a pegasse.

— Obrigada - entreguei o dinheiro pra ele e peguei a bandeja nas mãos, virei e quando alguém me atropela.

— Meu Deus ! - tudo que disse. E a bandeja foi pro chão junto comigo, o alface foi pra um lado, a carne pra outro. O queijo ali já não existia mais.

— Oh meu Deus, me desculpe. Eu e minha mania de ler andando, mil desculpas. - era uma voz masculina.

Levantei a cabeça para me certificar que estava certa sobre a minha afirmação. Era alto, cabelos pretos, olhos castanhos, usava um blusa preta com uma jaqueta de couro por cima e calça jeans conjunto. E seu livro agora, estava sobre o queijo do meu hambúrguer.

— Deixe-me lhe ajudar. - ele estendeu uma das mãos para me ajudar, aceitei a ajuda colocando minha mão sobre a dele, que logo me pôs de pé.

— Você está bem?

— Sim. - olhei triste para meu lanche no chão.

— Me desculpe por isso novamente. Muito prazer, meu nome é Toby. - ele estendeu a mão para me cumprimentar.

— Não se desculpe, acontece. - lamentei — Prazer, meu nome é Pregrina. - apertei a mão dele que logo me sorriu.

— Vejo que destruí seu lanche. - ele riu e olhou meu antigo almoço.

— Pois é ! - cruzei os braços.

— Posso lhe pagar um novo lanche?

— Não precisa, já estava indo pra casa. - tentei fugir, mas ele me segurou pelo braço.

— Oh por favor, é o minino que posso fazer para me desculpar. - ele sorriu. — Faça-me companhia?

Sorri e assenti positivamente com a cabeça. Espero que dessa vez ele consiga prestar atenção onde anda. Ele fez sinal para que eu passasse na sua frente, puxando a cadeira para me sentar ao lado da janela de vidro que dava vista pra rua. Ficamos em silêncio, até ele chamar o mesmo rapaz que me atendeu. Ele fez o pedido dele e eu o meu. Enfim ele falou novamente comigo.

— Você é nova por aqui não é?

— Sim.

— Por isso todos os olhos voltados pra você. - ele olhou em volta e eu segui seu olhar. Todos me olhavam curiosos.

— Alguns recuam quando olham , parecem estar com medo. - olhei novamente pra ele.

— Vem havendo alguns acontecimentos aqui na cidade, por isso as pessoas ficam com medo quando veem gente nova por aqui. - ele sorriu. Apenas concordei com a cabeça, tentando falar o minímo possível. O rapaz trouxe nossos pedidos e logo tirei o meu da bandeja, ele riu da minha eufória de cumilança.

— Você realmente estava com fome, hein !

— Você nem imagina. - falei de boca cheia ainda, sem perceber e ele riu. — Seu livro ama queijo. - apontei pro livro caído aberto no chão, ele levantou e pegou o livro todo melado de queijo. A capa livro era sobre sobrenaturais. Mas ele limpou o livro e o tirou da minha visão.

— Onde você mora?

— Moro logo ali na frente, passando pela praça onde estão aquelas crianças.

— Que ótimo. Eu estava realmente pensando aqui. - ele deu uma pausa para tomar um gole do refrigerante. — Vai ter uma festa no meu colégio, não é nada demais só uma festa de Halloween. Seria atrevimento demais a garota do hambúrguer ir comigo? - ele estava me encarando agora, enquanto eu terminava o lanche.

— Garota do hambúrguer? - ri com isso. — Bom, atrevimento não é. Mas como sou nova aqui aceito sim, garoto do livro. -  ele riu quando eu disse isso.

— Feito, irei lhe buscar na sua casa

— Certo. - já tinha terminado meu lanche e ele também, nós levantamos juntos da mesa. Eu já estava do lado de fora da lanchonete e ele estava no mesmo passo que eu. Eu já estava em frente a porta da minha casa. Parei para olhar para ele.

— Só não tenho uma fantasia é... - tentei lembrar o nome dele. — Ah, Toby. - sorri envergonhada.

— Eu convidei, eu trago sua fantasia. - ele sorriu.

— Então nos vemos na festa.

Ele se aproximou me dando um beijo no rosto. E senti minha bochecha formigar com o toque do beijo dele. Apenas sorri e esperei ele logo sumiu de vista. Apenas entrei e esperei a noite, pois eu iria a primeira festa da minha vida.