Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

Eu me recompus em pé novamente, sem entender nada ainda. Os pares de olhos me olhavam agora, na sala pequena e cheia de silêncio. Cansei e logo falei.

-- Podem acelerar o processo de silêncio eterno e ir logo ao ponto? – disse.

-- Primeiro de tudo sua humanazinha. – disse Jack.

-- Primeiro digo eu, tenho nome. E você sabe muito bem qual é! – o atropelei antes que continuasse falando.

-- Uau! – grunhiu Melanie rindo. Jack não gostou disso.

-- Você poderia ser mais gentil comigo menina, estou te protegendo e você ainda me trata assim? – ele gesticulava, em pé.

-- Deixe de ser idiota, Jack! – minha voz agora grave.

-- Podem parar os dois? – Mel disse enfim. – Vamos ao que interessa? TOBY! – ela fez questão de usar ênfase no nome dele, chamando nossa atenção para ela.

Nos entre olhamos, eu e Jack sem muita afinidade ambos. Mas Melanie não quis saber de nossa infantilidade e tomou a frente da conversar, se sentando agora ao meu lado.

-- Bom Peg, estamos apenas querendo proteger você de tudo isso. – ela dizia afagando meu cabelo.

-- Me protegendo? Mas do quê? Toby? Rafael? Rose? – disse os nomes um por um, devagar.

-- Se faz de burra, que imbecil! – grunhiu Jack. Melanie fez cara feia para ele, que logo parou com as ironias.

-- Como eu dizia Peg! – lembrou Melanie. – Pra salvar Toby, Rafael irá querer você como... Recompensa a ele.

-- Isso mesmo minha linda vampirinha! – disse Jack, rindo.

-- Jack tem como levar a vida um pouco mais séria? Pelo menos uma vez na sua vida inútil? – disse.

-- Calada garota, a vida é minha e levo do jeito que eu quiser. Agora se concentre na história ai. Vou buscar café.

Ele se levantou e foi pra cozinha, e dava umas olhadelas pra trás pra dar uma de suas risadas sarcásticas. Idiota.

Melanie voltou a falar comigo, agora segurando minhas mãos nas suas. Geladas agora.

-- Há uma coisa peg que talvez você ainda não saiba. – ela disse.

-- Então me diga o que é Mel! – disse nervosa, ou melhor, ansiosa.

-- Rafael precisa de você para um... SACRIFÍCIO! – disse Jack trazendo a garrafa de café, se aproximando de nós ao se sentar no sofá.

-- Para um sacrifício? – disse incrédula.

-- Sim peg. Você é a chave de tudo. – disse Mel.

-- Então o que estão esperando, vamos salvar Toby! – disse já me colocando de pé.

-- Nada disso! – reprovou Melanie novamente. – Sente-se ai.

-- Viu, ela não tem cérebro essa humana. – disse Jack.

-- Tem como você ser mais... Delicado com suas palavras? – Melanie falou novamente.

Jack apenas riu tomando mais um gole de café.

-- Peg, se entregarmos você a Rafael, ele irá abrir a tumba e todos os vampiros que estão lá irão sair.

-- Mas eles não estão mortos? – disse.

-- Até o momento em que seu sangue estiver escorrendo pela enorme rocha. – disse Jack.

-- Exato. – concordou Mel. – Precisamos de um plano melhor.

-- Mas há apenas vampiros lá dentro? – perguntei.

Eles se entre olharam como se estivessem me escondendo algo, eu podia perceber afinal eu era uma humana, como Jack vivia dizendo.

-- Sim! – disse Jack. – Não é querida?

-- Isso, apenas os vampiros barra pesada. Esses darão problemas se saírem de lá, não podemos Peg salvá-lo sem entregá-la a eles. – disse Melanie, colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

-- Só se invadirmos o castelo na madrugada e tirarmos ele de lá. – Jack havia tomado toda a garrafa de café, sozinho.

-- Eu não entendo. – me levantei andando de um lado para o outro. – O que Toby faz ainda lá?

-- Se mutilando. – Jack cuspiu as palavras.

-- Jack! – reprovou Mel.

-- O que foi? Ela iria perceber na pele dele quando o encontra-se.

-- Se mutilando? Pare de brincadeira. – disse e uma ruga se formou em minha testa.

Ele estava de pé agora, falando.

-- Novamente achando que estou brincando, garota? Porque brincaria com isso?

-- Por que é de sua natureza brincar com coisas sérias. – disse mesmo.

Ele veio em minha direção, novamente pra tentar me machucar. Mas Melanie interferiu.

-- Pode parar os dois! Ambos são crianças e sem cérebro aqui nessa sala. O sujeito de toda essa história é Toby. – ela pressionou os ombros dele para baixo, pra ele sentar novamente. – Vamos focar no centro da história, por favor?! – ela disse por mim.

-- Ótimo! – disse.

Eu estava sentada novamente, Jack de mãos cruzadas pensando em algo pra solucionar todo aquele problema. Melanie também andava de um lado para o outro tentando achar a solução. E eu sentada, eu já tinha uma forma de resolver tudo aquilo, mas era da minha forma, a forma humana de se ver e fazer. Pra mim seria fácil invadir o castelo e tirá-lo de lá.

-- E se eu invadisse? – disse, colocando em voz alta a minha ideia.

Jack soltou um jorro de risada.

-- Você? Mas nem que você fosse a última esperança. – ele ria sem parar, já vermelho.

-- Deixe de ser idiota, posso ajudar melhor que você. – retruquei.

-- Como é? Repete! – ele estava de pé e eu também.

-- PAREM! – Melanie agora deu um grito que recuei pra trás, com o ouvido doendo agora.  Jack também.

-- Eu decidirei agora, vocês não irão decidir mais nada. – ela vociferou. – Peg irá ajudar, sim, Jack!

-- Ah não! Fomos ao fundo do poço, antes mesmo de começarmos a missão suicida. – ele zombou.

-- Idiota! – falei mal.

-- Talvez ela sim consiga trazê-lo de volta, Jack.

-- Está querendo dizer que fui inútil? – ele se ofendeu.

-- Não foi isso que quis dizer, você entendeu. – ela se defendeu.

Eu estava gostando, agora iria poder salvá-lo. Salvar o homem da minha vida. Toby. Confesso que já tinha todo o plano em minha mente, como entrar sem que me vissem, como tirá-lo de lá sem que desse por algo de errado. Eu já havia planejado tudo, sem antes mesmo deles me perguntarem nada, antes de dizerem nada.

-- Então peg, tem certeza mesmo que quer ajudar? – perguntou Melanie.

-- Claro acha que vou fraquejar agora? – disse.

-- Sim, é humana e morre de medo de vampiros. Minto? – Jack me provocou novamente.

-- Tem como parar com as brincadeiras idiotas, seu imbecil. – joguei a almofada contra ele.

Melanie já não estava mais aguentando tudo aquilo, mas o namoradinho dela não me deixava em paz. Não enquanto não me visse fraquejando na missão suicida. Suicida para mim não é mesmo? Mas eu não estava vendo o meu lado e sim, o de Toby, apenas queria tê-lo de volta em meus braços.

-- Bom peg, eu e Jack vamos pra casa agora. Iremos arrumar as coisas para a nossa... Missão e nos falamos depois, ok? – disse Melanie se juntando a mim no sofá.

-- Ok Mel, descanse um pouco para começarmos nossa missão. – ri ao dizer isso, precisava mostrar a eles que não estava com medo de me meter entre trinta vampiros sedentos por sangue, dentro de uma tumba. Apenas esperando meu sinal vermelho, meu sangue espalhado em uma rocha.

-- Bom, é melhor irmos logo. Quem sabe a “humanazinha” enquanto estiver sozinha, não pense melhor e decida desistir. – Jack riu. Melanie não gostou e beliscou ele.

-- Ai! – ele reclamou.

-- Fique bem Peg! – Melanie me deu um abraço apertado e saiu de mãos dadas com Jack. Ele sempre zombando um pouco comigo, natureza dele isso, só pode.

Recolhi a bagunça de xícaras que Jack havia feito em minha sala e coloquei-as na cozinha. A pia estava lotada de louça, mas estava sem cabeça pra isso. Subi a escada direto para meu quarto, sentando-me na cama.

Desde que chegará aqui, minha vida havia mudado. Todos os meus planos, sonhos para o futuro foram virados de cabeça para baixo. Desde o dia em que esbarrei com Toby naquela lanchonete vi que minha vida iria mudar. E foi o que aconteceu. Mudou. Totalmente. Vi minha vida mudar a cada dia, e não fiz nada para impedir tal mudança. Deixei-me levar por meus sentimentos, pelo coração. Como sempre pensamos com o coração e não com a razão do certo para nós, apenas queremos ser feliz ao lado de quem amamos. Mas esquecemos de que nem sempre isso é possível, nem sempre saí do jeito que planejamos.

Queria poder sentir as mãos de Toby nas minhas novamente, ouvir sua voz doce, suave, calma novamente. Abraçá-lo sem medo de perdê-lo novamente, e dessa vez seria pra sempre, pois eu iria salvá-lo e me salvar também. Mas pra isso eu precisava ser muito rápida em tudo. Pois meu amor por ele falava mais alto, como Jack disse, não tenho cérebro.

Ri ao lembrar isso.