Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

A noite já tinha caído e eu estava jogada no sofá enrolada com meu cobertor de patinhos dos pés à cabeça. Estava assistindo um filme de vampiros na Tv.

— O Beijo do Vampiro. - falei erguindo uma sombrancelha. Era um filme tedioso, mas ao mesmo tempo interessante. Em algumas cenas me faziam sentir medo, outras me dava tédio.

O Cara lindo era o vampiro beijoqueiro, não podia ver uma linda moça que já aplicava o beijo. A garota que fosse beijada caia no chão com o pescoço ainda sangrando, e quando despertasse seria uma deles.

— Que tédio tudo isso! - reclamei e no instante seguinte bateram na porta. — Quem será? - levantei do sofá de meias e pijama.

— Toby? - me surpreendi — O que faz aqui?

— Posso entrar?

Fiz que sim com a cabeça para que ele entrasse.

— Tô aqui pra levá-la para a festa. - ele sorriu me entregando uma enorme sacola e se sentou no sofá atrás dele.

— Apenas vistasse.

— Eu tinha esquecido dessa festa. - sorri.

— Você Peg, uma garoto linda, alta, olhos encantadores. Irá curtir a roupa, agora vá se vestir, me trocarei também. - ele me sorriu.

Fiz uma careta amigável e subi as escadas, indo pro meu quarto no fim do corredor. A fantasia estava bem dobrada dentro da sacola, retirei-a com cuidado para não amassar.

— Vampira? - eu nem pude imaginar. Era um longo vestido preto bem discreto pelo menos, na parte das costas não havia botões era como um espartilho. O decote em "V" realçou meu busto. Vestida, me apressei para passar o batom vermelho que ele havia mandado também, junto da roupa. Deixei meus longos cabelos pretos caissem sobre meus ombros.

— Pronto. - dei um meio sorriso no espelho dando uma voltinha para conferir que tinha amarrado o espartilho do vestido. Desci as escadas com cuidado e Toby se colocou de pé quando me viu.

— Minha nossa, que vampira mais linda ! - ele só não babou porque fechou logo a boca e também, não era pra tanto.

— Obrigada.

— De nada. - ficamos nos olhares por alguns instantes, mas logo ele falou. — O beijo do Vampiro, garota do hambúrguer.

Rimos.

— Pois é até que é legal, garoto dos livros. - rimos.

Ele me estendeu o braço para que eu o segurasse. Fiz. Saimos porta à fora, rumo à festa.

Na rua todas as pessoas nos olhavam, mas também estavam fantasiadas. Uns de Hulk, múmias, bruxas, vampiras e Drácula como era a fantasia de Toby.

Não demorou muito e já estávamos na escola.

" Noite de Halloween, cuidado por onde andas e em quem confias!", dizia o enorme cartaz logo na entrada do Colégio Artefato. Junto ao cartaz, tinham fantasminhas voando sobre a escola e assustando quem se aproximava.

— Que engraçado. - zombei quando tomei um susto com o fantasminha.

— Será divertido isso. - Toby comentou.

Ele pegou de leve a minha mão, me conduzindo para dentro da escola. Era difícil de andar lá dentro, eram muitas as pessoas, corredores estreitos demais. Haviam armários para os alunos guardarem suas roupas casuais. Toby foi até seu armário de número 10 à direita do corredor. Eu esperei encostada na parede tentando ser invisível, enquando ele guardava seus pertences.

— E ae Toby ! - ouvi uma voz masculina falando com ele. Toby logo fechou o armário e foi cumprimentá-lo.

— Fala Jack ! Achei que não viria. - Toby o abraçou, eu obviamente não conhecia o garoto alto, de cabelos negros, olhos azuis e como senão bastasse, com fantasia de vampiro também. Minha tentativa de ser invisível não deu muito certo.

— Olá linda vampira. - ele pegou minha mão beijando-a. — Não vai me apresentar Toby?

— Ah sim, essa é Peregrina minha amiga e companheira de baile.

O garoto Jack me fez reverência. Meu Deus.

— Peg, esse é meu irmão Jack. - terminou Toby.

— Prazer ! - por fim consegui falar.

— O prazer é todo meu Peg. - ele sorriu. — Mas enfim, aproveitem a festa. Maninho, nada de beijo do vampiro, hein? - zombou ele. Toby agora estava sério, até demais.

— Seu irmão é muito gentil. - disse.

— Valeu, peg. - Toby e eu agora estávamos no salão de dança, era o ginásio. Era se como todas as pessoas da cidade estivessem ali, alguns dançavam enquanto os outros comiam das comidas sobre as enormes mesas.

Eu e Toby fomos direto ao vinhos, mas um dos professores talvez, nos reprimiu recusando com um olhar da porta para saída de emergência. A música estava alta, ao som do rei do Rock Elvis Presley.

Quando procurei por Toby, senti sua mão me puxando pra dançar.

— Sabe dançar? - falei alto em seu ouvido.

— Eu tento. - ele sorriu. Ele me conduzia na dança, sua mão esquerda segurando levemente minha cintura enquanto sua mão direita, me guiava no meio do salão. Jack estava do outro lado do salão, ele me encarava sem tentar ser discreto, eu recuava o olhar sempre que o via me olhando. Ele não estava só, estava com uma garota.

Do nada as luzes se acenderam e a música parou. Toby me soltou olhando na direção do palco. Lá estavão dois políciais.

— O que houve? - perguntei, mas vi quando Toby, Jack e a garota se entre olharam.

— Desculpem, mas a festa acabou. - gritou a polícial feminina e logo em seguida múrmurios de insatisfação. — Outro ataque e desta vez aqui, no colégio.

Toby apertou minha mão com força que me fez tremer de dor, Jack fazia sinais para Toby. Mas eu não entendia nada.

— Peço que esvaziem o colégio, o perigo pode estar pelas redondezas ainda. - a policial abriu a porta de emergência nos colocando pra fora.

— Toby ! - procurei por ele.

— Peg ! - ele gritou no meio da muvuca. — Saia eu encontro você lá fora.

Apenas fiz o que ele disse, me enfiei na muvuca e saí. Todas as luzes da cidade estavam apagadas, uma tremenda escuridão de agoniar os olhos. A cada pessoa que saia pela porta, eu torcia para que fossem eles dois. Até que os avistei.

— Onde andaram lá dentro? - disse.

— Você sabe o que fazer. - disse Jack, ele estava com os olhos vermelhos como quem estivesse passado a noite chorando.

— O que houve lá dentro? - disse agora numa voz mais sombria.

— A garota atacada foi nossa amiga, Maggie. - agora Toby falava.

Jack se levantou e foi embora sem olhar pra trás, eu podia sentir a tristeza em seu rosto e me entristeci também.

— Vou te levar pra casa Peg. - Toby andava ao meu lado atento à qualquer movimento desconhecido.

— Sinto muito por sua amiga. - afaguei seu ombro.

— Obrigada Peg. - ele sorriu pra mim, mas vi em seus olhos que ele queria era chorar.

— Eu gostava tanto dela, era uma ótima amiga - ele estava aos prantos não tinha conseguido conter as lágrimas, o carro da ambulância passou por nós nesse momento. Eu apenas o abracei tentando amenizar a dor dele, talvez desse certo, dizem que um abraço cura tudo.

— Obrigada. - ele me sorriu melhor. Já estávamos na minha casa. — Está entregue, boa noite peg.

— Sei que é difícil mas fique bem Toby.

— Pode deixar, eu vou ficar bem.

Instintivamente, me inclinei para dar um beijo na testa dele e voltei para dentro de casa. Ele me deu um ultimo adeus e saiu a passos largos. Podia ouvir os passos dele no asfalto, lentos agora, e pesados.

Passei a tranca na porta e fui pro meu quarto. A janela estava escancarada, folhas pra todo lado, minhas gavetas remexidas.

— O que houve aqui? - me perguntei estarrecida. O retrato meu ao lado de meu pai tinha sumido da cabeceira da minha cama, será que o "assassino" estaria ainda aqui?