Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros
Na maca eu estava deitada. Imóvel, sem se quer mexer um músculo para sorrir, para chorar, para bocejar. O único movimento que eu fazia, era o piscar de meus olhos. Maggie entrou na sala branca, completamente branca mesmo e me entregou um roupão vermelho e chinelos combinando. Apenas disse “Troque- se e espere” foi tudo que ela me disse, e saiu com um leve sorriso no rosto.
Comecei tirando a jaqueta jeans que eu havia ganhado de Toby no nosso primeiro momento juntos na casa dele, na varanda. Ele disse que era como um pedido de namoro diferente de todos os outros, pois ele era diferente de todos os outros garotos dessa cidade. E eu nem imaginava o quão diferente ele era, e nem o que ele trazia de vidas passadas dele. Tirei a calça, a blusa de alcinhas que Melanie havia me dado, fiquei nua em frente a um enorme espelho, que pegava do chão até metade da enorme parede.
Pude me ver de corpo inteiro. Fiquei ali em frente ao espelho observando cada parte de mim, olhos, boca, cabelos, mãos, pernas, pés e minha barriga. Magra feito um palito, barriga tanquinho como dizia Toby ao me abraçar nas poucas vezes que tivemos momentos juntos de paz. E o fim de um corpo perfeito estava por um fim de acabar, daqui a alguns minutos, aquela barriguinha estaria recheada com uma criatura sobrenatural, da qual eu não sabia nem se quer seu DNA.
Vesti o roupão vermelho me destacando no meio de tanta brancura, foi o tempo de me vestir e baterem na porta.
-- Pode entrar seja quem for. – disse desanimada, ainda me olhando no espelho.
O espelho fez o favor de me responder quem estava a entrar no quarto. Toby. Virei-me rapidamente para olhá-lo, com lágrimas nos olhos a me olhar.
-- Por que Peg, por quê? – começou ele entre lágrimas e mais lágrimas e veio ao meu encontro, logo que abri os braços para confortá-lo.
Ele se jogou sobre meus braços, como uma criança pedindo arrego. Não pude mais conter tamanho sofrimento dentro de mim, me deixei levar pelas lágrimas que estavam difíceis de segurar dentro de meu peito fraco e humano. Não queria desabar ali e nem agora, a essa altura de todos esses acontecimentos. Mas não seria capaz de continuar guardando isso comigo, sozinha, não por mais tempo.
-- Eu vou ficar bem, você sabe que estou dizendo a verdade, não sabe? – comecei.
-- Eu posso sentir que sim, mas mesmo sabendo disso, sinto como se fosse te perder em menos tempo do que imaginei viver com você. – ele me olhava nos olhos, segurando meu rosto em suas mãos.
-- Olhe. – peguei seu rosto em minhas pequenas mãos. – Eu vou ficar com você para sempre, não importa o que terei que fazer para isso. Mas de uma coisa eu sei, que te amo mais do que jamais amei alguém em toda a minha vida.
-- Eu não queria que fosse dessa maneira, não queria que você passasse por isso, nem que pagasse por meus erros. – lamentou-se.
-- Ei, ei! – disse. – Pode parar de se culpar, estou apenas cuidando de você.
-- Eu quem devia cuidar de ti, afinal, pra isso que seu pai me autorizou. Não devia ter mentido pra você, devia ter lhe contado desde o dia em que nos conhecemos.
-- E qual seria o meu pensamento? Hã? Acha que eu iria estar aqui ainda?
Ele pensou por alguns instantes até que voltei a questionar.
-- Talvez nem mais nessa cidade eu estivesse.
-- Mas pelo menos iria poder realizar todos teus sonhos e objetivos.
-- Um deles já estou realizando. – disse.
Ele fez cara de quem não tinha entendido.
-- Ficaremos juntos para sempre. Por toda a sua eternidade, juntos. Como você sempre sonhou.
-- E do quê me adianta apenas eu querer e você não? – retrucou ele se afastando de meu toque singelo em seus lábios.
-- Quem disse que eu não quero isso, Toby?
-- Não quero essa imortalidade para você Peregrina, você tem toda uma vida pela frente. Você vai poder ter filhos, envelhecer. Ter uma família. Queres morrer, mas, continuar viva por ai? – riu ele ironizando a situação, naquele momento senti como se fosse Jack ali.
-- Você está se ouvindo? – disse. – Desde que soube de sua identidade mais que temerosa para mim, passei a ter uma certeza em minha mente, um dia eu iria querer ser como você. Ter mais força poder me curar com facilidade, poder viver eternamente ao lado das pessoas que amo. Terei realmente uma vida.
-- Uma imortalidade você quis dizer não é? – se aproximou ele. – Veja esta novamente pensando em Jack.
-- Não estou! – vociferei pela primeira vez com Toby. – Dessa vez mesmo que você não tenha percebido isso, estou pensando em nós dois. Em mim. Como você sempre pediu para que pensasse mais em mim ao invés de pensar em Jack ou Melanie. Dessa vez penso em nós dois. – sequei meus olhos que já estavam a derramar lágrimas novamente.
-- Em nós! – sorriu ele chorando ao mesmo tempo. – Não será mais a mesma coisa Peg!
-- Por quê? Irá deixar de me amar só porque estou deixando que uma criança cresça dentro de meu ventre?
-- Não é isso!
-- Então é o que? Por que é de Jack a criança que Rose carrega no ventre e que eu passarei a carregar?
-- Você não será mais a MINHA humana. A MINHA Peregrina, você será diferente terá que aprender a conviver com a maldita sede de sangue, com as náuseas por sede, no começo da transição lamentará por cada vitima que matar. Tudo por conta da maldita sede de sangue humano. – ele por conta de sua fúria, quebrou um dos vidros da sala.
-- Não irei matar pessoas inocentes, posso me alimentar de você. Por sermos vampiros os dois, você poderá compartilhar teu sangue comigo. Ei, meu amor!
-- Não lhe contaram tudo mesmo, não é? – disse ele saindo de minhas mãos. – Como sempre Jack pensando apenas no bem de Melanie e no dele.
-- Contaram o que? – disse.
-- Do quê adiantará eu lhe dizer agora? Já está ai, trocada e pronta para acabar com sua vida. Continue. Vou ficar na sala ao lado esperando por algum sinal positivo de Rafael e sua trupe.
-- Toby! – tentei trazê-lo de volta para mim enquanto ele me deu as costas e saiu, batendo a porta. Ignorando-me totalmente. Isso foi triste, doloroso, torturante. Pior que tortura. Mas mesmo que eu saiba que tudo que ele disse sobre acabar com minha vida como humana e começar na vida da imortalidade, irei agora até o fim. Não por já ter aceitado e muito menos por conta de Jack, mas sim, por querer ficar com ele para sempre. Por toda a eternidade.
Rafael entrou logo em seguida com Rose, me tirando de meus pensamentos fora de hora. Havia uma maca ao lado da minha, foi onde ela se deitou.
-- Pronta Peregrina? – perguntou-me Rose sorrindo.
-- Sim. – disse. – Nunca me senti pronta em toda minha vida.
-- Ótimo, então acho que já podemos começar.
Apenas disse que sim com a cabeça. Sua barriga era pequena, mas totalmente fora do tamanhinho de seu corpo magrelo e escultural. E eu seria a próxima a perder todo meu corpo jovial. Mas estava decidida a fazer isso. Eu havia estado deitada naquela maca desde a noite que me acorrentaram, e só levantei com a entrada triunfal de Toby para se despedir de mim, como se eu jamais fosse voltar. Permaneci ali, imóvel. Entregue aos bisturis e tesouras pontudas.
Rafael apagou toda a luz do quarto, que se tornou breu e logo depois acendeu uma grande lâmpada sobre minha barriga e sobre a de Rose, sua maca já movimentada. Seus pés estavam na direção de minha cabeça e sua cabeça ao lado de meus pés.
Meu coração estava em disparada, não conseguia acalmá-lo.
-- Acalme-se Peg! – disse uma voz que eu conhecia.
-- Mel? – disse.
-- Estou aqui, fique calma. – pude ver o fantasma de seu sorriso entre a luz e a escuridão e sorri em reflexo disso.
Rafael aplicou apenas um spray no rosto de Rose e ela apagou. Logo depois ele veio em minha direção. Apertei a mão de Melanie que nenhum movimento fez ao meu toque de nervosismo. Ele pegou um bisturi e voltou até Rose, cantarolando. Pude ver que Maggie estava ao lado da porta, aos fundos. Apenas olhando de longe. Ele cortou a barriga de Rose como se estivesse cortando queijo, sua barriga era tão grande que me impedia de ver o rosto dela. E o sangue jorrou para fora da maca, fazendo uma poça.
Estiquei o pescoço para tentar ver alguma coisa, mas nada vi. Tudo estava embaçado. Não demorou muito ele retirou algo de dentro dela, mas fez de tudo para que eu não visse. Melanie fez uma cara estranha, tentei decifrar, mas inútil como sempre eu fui. Ele voltou e dessa vez em minha direção.
-- Pronta Peg? –disse ele com as luvas cheias de sangue.
-- Sim. – disse tremendo e Melanie apertou minha mão.
-- Trouxe Melanie? – disse ele direto para ela, virei para saber do que estavam falando.
Melanie tirou uma seringa do bolso e entregou para ele, olhei pra ela com medo. Ela me olhou sorrindo, passando confiança.
-- Peregrina. – falou Rafael. – Esse é o sangue de Toby juntamente com o de Jack. Se caso você como humana não aguentar com a criatura, voltará vampira.
Nada disse, apenas acenei de cabeça para que prosseguisse. Ele sorriu e aplicou a dose de sangue em minha veia. Senti o liquido entrar pela minha pele e arder, nunca pensei que sentiria uma dor daquela. Era como se estivesse dando a luz. Sem ter uma criança dentro de mim.
Rose ainda estava desacordada ao meu lado, com sua barriga ainda aberta e sangrando muito. Tentei falar, mas já não tinha forças. Foi quando senti algo fininho demais perfurar minha barriga. Foi ai que gritei.
-- AAAAA! – uma dor mortal. Melanie apertou minha mão, na tentativa de tentar acalmar a dor, mas de nada adiantou. Minhas pernas eu já não sentia mais, meus batimentos cardíacos acelerados e rápidos, sucessivamente. Pude ouvir Melanie e Rafael conversando.
-- Ela está sangrando demais, o que é isso? – dizia Mel.
Quando olhei para o lado de minha maca, um caminho de sangue, todo meu, saindo por debaixo da porta onde Maggie estava.
-- PEG! – gritou Toby do lado de fora, eu ouvia apenas zumbidos. Eu só conseguia chorar, mas não conseguia me mexer, tudo girava e só gritava loucamente de dor. Algo me mordia e me picava por dentro. Doía.
-- O que é isso Rafael? – gritou Melanie assustada.
-- Calada! – revoltou-se ele. E continuou a inserção.
Meus braços, minha cabeça, pernas, pés já doíam demais. Como se todo meu corpo estivesse inchando. Já não podia senti-los mais. Aquela criatura seria muito forte para mim, eu não iria aguentar. E novamente Toby gritou por mim do lado de fora, mas Maggie não deixou que ele entrasse e ouvi Jack acalmando ele.
-- Calma maninho, calma. Assim você não está ajudando. – dizia Jack.
-- Cala boca seu idiota, é tudo sua culpa isso. – chorava Toby.
A última coisa que fui capaz de ouvir foi à voz de Melanie a me implorar.
-- Ei Peg, resista você é forte. Peregrina, acorde! Peg! – sacudia-me ela, mas eu já não respondia mais a nada aquela altura. E ali mesmo deixei que a luz me levasse.
Autor(a): Alê
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Acordei com um barulhinho irritante, como se fosse um bipe irritante. Repetitivamente, sucessivamente, várias vezes. Tirando-me do sério. Meus olhos ainda estavam embaçados, não conseguia abri-los direito era como se eu estivesse passado à noite bebendo e agora, estivesse de ressaca. Minha cabeça latejava, doía, ardia. Girava. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 18
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fah_ Postado em 14/11/2012 - 13:41:44
não acredito já acabou!! mas ... mas ... quero mais!!!
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fah_ Postado em 14/11/2012 - 13:41:12
MAAAAIIIIIIIIISSSSSSSSS!!! =)
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fah_ Postado em 31/10/2012 - 13:20:58
posta mais!!
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fah_ Postado em 11/10/2012 - 10:20:00
ui ui!!! to amando!!! =)
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fah_ Postado em 09/10/2012 - 13:38:07
eheheh cade??!!
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fah_ Postado em 23/09/2012 - 09:28:16
ahaha continua!!!
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alessandra Postado em 20/09/2012 - 17:58:14
Eu estava começando a ler a sua ontem, mas ai precisei sair. Mas to lendo anjo ;) Valeu *-*
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fah_ Postado em 20/09/2012 - 10:43:01
ahahah gosto mesmo... leia a minha, está bem light, mas a que eu estou escrevendo para postar em novembro vai ser bem mais "sangrenta" rsrsrsr posta posta posta mais!!
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alessandra Postado em 17/09/2012 - 18:29:23
Ah que bom que você gosta fah_ , pelo jeito você é a única '') Vou postar sim, não se preocupe kkkk'
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fah_ Postado em 17/09/2012 - 10:00:19
manda mais!!! muito boa!!!