Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

-- A comida está maravilhosa Mel. – disse.

-- Obrigada peregrina, fiz especialmente para você. Como sei pouco sobre você, fiz apenas o que Toby me dizia. – orgulhou-se ela do belo almoço que havia feito.

Não era uma comida exótica, mas deliciosa. Macarronada com bolinhos de carne moída, hambúrgueres com queijo derretido sobre eles e suco de limão natural. Bom, eu preferi a minha bebida favorita. O bom e mais novo belo sangue A positivo. Esse é um dos preferidos de Toby e passará a ser o meu.

Um almoço de verdade com conversas alheias ao redor da mesa, risadas desnecessárias muitas vezes e palavras de carinho. Éramos agora uma família real. Talvez não perfeita, mas sim unida e amiga.

-- Jack sabe cozinhar também é? – disse.

-- Pois é, com uma professora dessas, qual o aluno que não aprende? – zombou ele.

-- Cara você é louco. – disse Mel rindo.

-- Te amo querida. – disse Jack a Melanie beijando-a.

-- Que nojo cara, para com isso na mesa. – brincou Toby.

-- Deixe querido, pelo menos ele não está provocando você. – lembrei dando-lhe um beijo também.

Comíamos todos felizes ao redor da mesa, na maior paz. Até a companhia tocar e tirar Melanie da mesa.

-- Olá Mel. – reconheci apenas uma voz feminina. Fui até o encontro de Melanie, e os meninos me seguiram.

-- Maggie? – disse surpresa.

-- Peg? – ela fechou um pouco os olhos para ter certeza que era eu mesma.

-- A própria, por quê? – resmungou Jack.

Ela deu um passo à frente entrando na casa sem perguntar se podia, Toby se colocou a minha frente mantendo certa distância dela comigo.

-- O que queres aqui? – disse Mel.

-- Apenas me desculpar por tudo que tenho feito. – disse ela.

-- Você? – duvidou Jack. – Nunca sentiu remorso de nada.

-- Mas passei a sentir.

-- Deixem-na falar, por favor. – pedi.

Ela pegou minha mão segurando-a firme.

-- Peço-lhe perdão por tudo que fiz a você. A todos vocês, nunca quis machucá-la.

-- E porque agiu da maneira que agiu? – disse.

-- Apenas para satisfazer a vontade de Rafael. Nunca quis machucar vocês meninos, sumindo da festa com o real assassino de tudo. – chorou ela.

Eu podia sentir que era real. Ela fez questão de pegar em minha mão para que eu visse dentro dela que aquilo não era fingimento, e sim, verdade. Ela sentia muito pelo que havia feito para todos nós.

-- Eu perdoo você Maggie. – disse abraçando-a. Eu nunca pensei em um dia faria isso, perdoar alguém que tentou me matar.

-- O que ela está fazendo? – disse Jack.

-- Ela está fazendo a coisa mais humana e mais bonita. Perdoando. – disse Toby.

-- Eu perdoo você querida, não chore. Shiu! – acariciei seus longos cabelos, fazendo-a ficar calma.

-- Obrigado Peg, obrigado! – disse ela. – Eu precisava disso.

-- Quer almoçar conosco, o almoço hoje está maravilhoso. – disse.

-- É verdade Maggie, Melanie quem fez. – disse Toby se juntando a mim.

-- É menina, entra ai e se alimenta um pouco. Ta magra demais. – brincou Jack.

-- Obrigada gente, mas o que eu tinha que fazer eu já fiz. Que foi conseguir o perdão de Peg, agora só preciso do perdão de vocês.

-- O meu você já tem, só por ter sentido remorso do quê fez com Peg. – disse Toby a abraçando.

-- O meu também querida. – logo em seguida Mel.

-- Bom, já que hoje esta todo mundo perdoando, eu perdoo também. – riu Jack de longe.

-- Então cumpri com meu dever de hoje. – disse ela tirando uma estaca de prata de sua jaqueta enorme.

-- Não, não faça isso consigo mesma. Todos nós a perdoamos Maggie. Por favor! – implorei.

-- Eu sei Peg e agradeço por isso, mas eu não me perdoo por todas as mortes que causei, por toda dor que trouxe a muitas pessoas. Quero acabar com isso agora mesmo.

-- Mas tinha que ser na hora do meu almoço, poxa! – zangou-se Jack.

-- Cara, até nessas horas! – reprovou Toby.

-- Desculpe Jack. – riu Maggie. – Adeus!

Ela saiu porta a fora ainda com lágrimas nos olhos, sem olhar para trás. Tentei ir atrás dela para impedir que acabasse consigo mesma, mas Toby me prendeu junto a ele.

-- Me solte! – reclamei.

-- Deixe-a fazer o que é certo.

-- Certo? Se matar é certo? – disse.

-- Ela já esta morta Peg, só ainda não foi enterrada. – disse Jack.

E pude ouvir seu ultimo som, som esse que queria dizer uma despedida. Para sempre. Voltei aos braços de Toby com lágrimas já molhando sua camisa, não pude contê-las. Era impossível.

-- Não chore querida, ela se livrou de Rafael também. Que viria atrás dela. – me abraçou Toby mais forte.

Jack voltou a falar logo, tentando mudar o clima triste na sala de estar.

-- Bom, vamos logo acabar com a comida, você precisa ir caçar Peg. – disse ele.

Fui levada ainda nos braços de Toby de volta a mesa de comida sentei-me mais já não queria mais comer. Toby quem fez uma pequena chantagem que se eu não comesse não haveria caçada. Tratei de comer, mesmo ainda sentindo uma grande tristeza dentro de mim.

Melanie tratou de limpar a mesa junto a Jack. Limparam bem rápido até.

-- Já podemos ir. – disse Melanie.

-- Acho que não vou mais. – disse.

-- Ah você vai sim. – ordenou Jack.

-- Isso mesmo, nós vamos. Todos nós. – disse Toby.

-- Oh meu Deus! – disse rindo.

Toby me levantou do sofá me pegando pela cintura, e me guiou porta a fora. Melanie e Jack já estavam correndo para dentro das árvores. Não pude nem mesmo os ver sumindo, foram rápidos demais.

-- Que tal apostarmos corrida? – gritou Toby para eles.

-- O último a chegar fica com a migalha. – zombou Jack.

-- É isso ai! – retrucou Melanie num sussurro.

-- Melhor irmos logo querida, antes que acabem com tudo. – disse Toby. – Pronta?

-- Prontíssima. – respondi.

Ele pegou minha mão firme junto à dele e corremos juntos para dentro das árvores. O vento batia em meus cabelos me impedindo de ter visão do território. Corríamos iguais, juntos ao mesmo passo, nem mais nem menos. Juntos.

-- Ei, nada de roubar maninho. – disse Jack ficando para trás com Melanie em suas costas.

-- Nada de roubar isso serve para você Jack. – riram os dois. E Toby me colocou em suas costas.

Sentia mais ainda o vento frio bater em meu rosto, abri os braços para sentir ainda mais o começo de minha imortalidade ao lado das pessoas que eu aprendi a amar. Não são pessoas perfeitas, sempre têm um motivo besta para brigar às vezes, mas sempre acham uma maneira de se resolverem. Mas uma coisa eu sei, jamais precisarei dizer adeus. Ou até mesmo se quer perdê-las para sempre de minha vida.

Pois elas entraram em minha vida no momento em que eu nem imaginava, e se tornaram minha família. E para sempre seríamos isso. Uma família. Incomum? Sim, mas unidos contra qualquer coisa e farei qualquer coisa para ajudá-los, mesmo  que isso fosse arriscar minha própria existência por eles.

Mas iremos sempre estar juntos, por que isso é o começo de uma nova eternidade. Sem laços passados apenas pensamentos futuros. Uma grande amizade, verdadeira. Perfeições não encontramos em todas as pessoas do mundo, e mesmo assim eu os amo incondicionalmente.

                                                                                     FIM.