Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

-- Toby, diga alguma coisa. Explique-se – vociferei.

Ele se virou me olhando agora.

-- Quer que eu diga mais o que Peg? Quer que eu lamente o fato de ser uma aberração da natureza, é isso? – nunca vi Toby nervoso, essa fora a primeira vez.

-- Calma! Apenas me diga como tudo começou pra que eu possa entender melhor tudo isso.

-- Tudo bem vou lhe explicar. – ele foi até a cozinha buscar uma cadeira, voltou e colocou-a na minha frente me encarando. Seus olhos castanhos mais sérios agora.

-- Tudo começou em 1912, meu pai era médico. Ele estudava justamente sobre coisas sobrenaturais. Eu e Jack brincávamos muito na rua com alguns amigos da escola. Quando atingimos nossos 18 anos meu pai permitiu que fizéssemos uma viajem com os amigos. – ele agora andava de um lado pro outro, não conseguia ficar próximo de mim.

-- E então vocês fizeram? – disse.

-- Não chegamos lá. – sua voz agora estava rouca.

Senti um nó em minha garganta.

-- Como assim Toby? – perguntei.

-- No caminho o carro de Wes caiu de uma ribanceira. – ele agora lutava contra as lágrimas que teimavam em escorrer por seus olhos. – Meu pai foi avisado assim que aconteceu. Não demorou muito para que ele chegasse até o local, mas o tempo foi curto para Wes e pra mim também.

-- Você se machucou muito?

-- Eu já estava... – ele lutou contra as lágrimas – Morto!

Meu coração chorou e comecei a chorar.

-- Oh meu Deus Toby!

-- Wes estava muito ferido, corria risco de morte se não tomasse do sangue de meu pai.

-- Seu pai? – disse.

-- Sim, meu pai estudava medicina. Mas também pesquisava sobre Vampiros e ele numa das pesquisas dele foi pego de surpresa por um. Foi então que ele teve a certeza da existência deles. – ele agora estava sentado no sofá.

-- E como você

-- Ele me alimentou do sangue dele. – disse ele antes que eu terminasse a frase.

-- Mas não era ele quem não gostava de... Vampiros? – disse.

-- Sim, mas eu era filho dele. Estava morto Peg morto. Meu pai apenas queria ter a chance de me salvar. Ele já sabia que sangue de vampiro curava humano. – ele me olhou.

No momento era tudo novo demais pra mim, toda essa história, toda essa coisa de vampiros na cidade, convivendo comigo. Um estava sentado bem na minha frente agora. Em que momento eu saberia que ele não iria pular sobre mim drenando todo o sangue do meu corpo, deixando apenas o cadáver no chão.

-- Wes morreu após alguns dias, não aguentou as cirurgias. O pai dele não quis a ajuda do meu pai. Pra ele só iria causar problemas para Wes. – ele baixou a cabeça. Eu confesso... Estava com medo dele nesse momento, queria me aproximar dele, abraçá-lo, confortá-lo. Mas meu instinto protetor era maior, criava como se fosse um circulo a minha volta, me impedindo de chegar perto de Toby.

-- E como Jack se transformou? – perguntei.

-- Eu não queria passar o resto da minha eternidade sozinho, fiz com que ele morresse no inicio.

-- Matou seu irmão? – estava estarrecida agora.

-- Não exatamente. Foi quando Rose apareceu.

Enfim ela surgiu na história toda.

-- Rose? – disse.

-- Sim, ela foi o motivo por continuarmos vivos. Jack se apaixonou por ela, eu em contrapartida também, nos disputávamos o amor por ela. Ela transformou Jack, na verdade ela. – ele tossiu. – Ela apenas completou a transição dele, antes que ele morresse e ficasse sem volta. Mas ela nunca, nunca foi uma vampira confiável.

-- Por quê?

-- Ela é uma vadia psicótica, louca, controladora, manipuladora. Preocupa-se apenas com ela mesma, durante todos esses anos foi assim. – ele ria. – Enquanto eu e Jack brigávamos pelo amor dela, ela nos fazia de bonecos em sua mão. Até que Rafael a encontrou, houve guerra e prenderam-nos em uma tumba, incendiando-a.

Parecia até que eu estava sonhando ou lendo algum livro de vampiro.

-- E como conseguiram fugir? – perguntei.

-- Melanie nos salvou, ela ainda era humana e era louca por Jack. – ele riu. – Ela podia entrar, mas se algum vampiro entrasse não sairia mais. Então ela nos salvou em troca ela quis a eternidade ao lado de Jack.

-- Meu Deus! – era tudo que eu dizia. – É tudo tão...

-- Assustador não é? – ele completou.

-- Sim! – concordei. – Toby, eu posso imaginar o quanto tudo isso é difícil pra você. Mas não sei o que dizer sobre isso agora, nesse momento. – tentei ser o máximo possível cautelosa com as palavras. – Poderia ir embora?

-- Claro! – ele quase não conseguia se levantar. – Só espero que não esteja com medo de mim, pois eu jamais machucaria você.

-- Estou! – disse. – Me desculpe, mas você é...

-- Uma aberração. Entendi peg! – ele não me deixava terminar a frase. Foi logo saindo, sem me olhar.

-- Toby não é isso.

-- Não? Agora vai mentir pra mim peg? Você sabe que jamais machucaria você, guardei isso de você pro seu bem e você me devolve assim? – sua voz agora estava exaltada. – Eu entendo isso tudo é difícil de entender. Mas ter medo de mim? – ele apontava para ele com as mãos sobre o peito dele.

-- Toby! Por favor, me dê um tempo. – repliquei.

-- Leve o tempo que quiser o século. Apenas saiba de uma coisa. – ele pegou meu rosto em suas mãos e seus olhos penetraram nos meus. – Eu te amo peregrina, lembre-se disso. – deixando as mãos caírem o ar me dando as costas e indo embora.

Fiquei parada no vão da porta vendo-o desaparecer na escuridão da noite entre as árvores. Ele estava apaixonado por mim e eu por ele, mas depois disso tudo não tinha de onde tirar forças pra contar a ele. Meu coração surtou quando ele me tocou segundos atrás.

Fechei a porta e subi as escadas correndo, sem nem mesmo prestar atenção onde pisava. Eu queria correr até ele, mas não podia, não conseguia. Eu sentia... Medo de fazer mal a ele, a mim. Precisava ficar sozinha, hoje, amanhã, talvez por uns dias. Ou não. Afinal, eu sou humana. E chorei deitada na cama, o travesseiro já encharcado.