Fanfic: A volta dos Vampiros | Tema: Vampiros

Quando acordei ainda meio confusa, sem saber se já era dia ou ainda era noite. Mas logo vi pela janela que ainda era noite. Meu travesseiro estava molhado por conta do meu cabelo, levantei da cama ainda com sono, os olhos fechando e eu andava como se estivesse passado semanas fora e bebido a noite toda.

Eu dormi durante três dias? Meu Deus! Procurei pelo meu celular que estava no chão, durante esses três dias já havia trinta mensagens de Toby. Peguei o celular para retornar as ligações dele.

Mas ele não atendia. A ligação ia direto pra caixa de mensagens.

-- Toby! Aconteceu algo? Ligue-me assim que ouvir essa mensagem. Desculpe se te preocupei. –desliguei o telefone e permaneci com ele nas mãos, esperando que ele me ligasse logo em seguida.

Mas nada aconteceu.

Até que ouvi alguém esmurrando a porta da sala, lá embaixo. Calcei minhas pantufas e desci, levando o celular junto comigo.

-- Mas o que é isso? – disse enquanto andava até a porta. Não deu tempo de pegar na maçaneta da porta, ele logo jogou a porta contra a parede. Quase me acertando.

-- Você é uma grande idiota, sabia Peregrina? – Jack estava exaltado, vermelho pimentão, suas veias estavam como se fossem rasgar seu pescoço.

-- O que eu fiz Jack? – disse assustada.

-- Você ainda pergunta? – agora ele já estava dentro de casa, falando bem próximo de mim. Eu estava recostada na parede, tentado encontrar proteção. Falhei.

Agora suas mãos estavam em volta de meu pescoço, me sufocando. Sentia o sangue se acumular em meu crânio me fazendo perder os sentidos. Já não conseguia ver direito o rosto dele, mas ele estava furioso comigo e ainda não entendia o porquê de tanta raiva.

Suas presas estavam à mostra tornando sua imagem mais assustadora ainda, seus olhos vermelhos demais, assustadores para mim. Foi quando comecei a chorar.

-- Por favor, não me machuque! – eu supliquei. – Onde está Toby? Preciso falar com ele. – disse entre suspiros, tentando respirar.

-- Toby?- ele riu irônico. – Rafael o levou de nós, feliz sua humana imbecil. – e agora pude sentir a dor, a mordida em meu ombro. Dei um grito de dor. Suas presas eram finas, afiadas como uma agulha. Penetrou em minha pele como se fosse uma injeção. Senti o sangue correr por meu braço, ele rasgou meu ombro. Deixando que o sangue escorresse, era o que ele queria.

Caí no chão como um saco, como se não tivesse ossos. Ainda segurando meu ombro ferido. Ele ainda tinha a mesma face revoltada, suas pressas no mesmo lugar ainda, prontas para o próximo ataque dele.

-- Por que fez isso, seu idiota! Nunca lhe fiz nada! – gritei entre lágrimas.

-- Por culpa sua Toby tentando lhe proteger acabou sendo desprotegido e levado! – ele me chutou ainda no chão. Ele veio pra cima de mim novamente, eu estava no pé da escada, ainda sangrando. Mas foi quando a minha salvação chegou.

-- Jack! – gritou Melanie, se colocando na minha frente, rápido demais. – Pare com isso! Não vê o que está fazendo? –ele apenas chorava agora, de joelhos no chão.

-- Tentou explicar pra ela o que houve? Aposto que não, Jack! – ela o acusava e eu ainda sangrava.

Ele agora estava sentado com o rosto em suas mãos, chorando como uma criança. Melanie foi fechar a porta para que os vizinhos não vissem tudo aquilo.

-- Peg, você está sangrando muito! – sua testa estava franzida em desejo pelo sangue também, mas ela parecia ser mais controlada. Ela rasgou um pedaço da blusa de Jack e tirou à chuchinha do cabelo, fazendo um curativo em meu ombro.

Ela rasgou a manga esquerda do meu pijama para poder fazer o curativo.

-- Podem dizer o que houve? – implorei soluçando.

-- O Rafael queria usar você pra entrar na tumba e tirar Rose de lá. – disse Melanie.

-- Por que não me levou ao invés de Toby, ele é vampiro. – disse.

-- É exatamente por isso, Rafael quer que ele fique preso lá. – disse Jack agora de pé.

Eu estava chocada e com raiva de mim nesse momento. Porque não atendi os telefonemas dele, porque não respondi suas mensagens? Que estúpida eu fui!

-- Não! – choraminguei.

-- Pare com essa falsidade, você queria isso eu posso ver. – retrucou Jack, raivoso. – Você tem medo dele, de nós. Não minta menina. DIGA A VERDADE! – ele agora gritava.

-- Acalme-se Jack! Não vai adiantar nada gritar, bater ou ameaçar. – reprovou Melanie.

-- Porque ele fez isso? – disse, Melanie me abraçava agora num abraço apertado.

-- Para te proteger dele mesmo, peg! – disse ela, num tom triste.

-- Mas... Não tenho medo dele, nem de vocês. – disse agora olhando para seus olhos.

-- UNF! – rosnou Jack.

-- Ele não quer lhe magoar e nem lhe fazer mal algum, peg! – disse Melanie. – Mas ele foi hipnotizado por Rafael, acho que será impossível de trazê-lo de volta. – ela fez uma cara triste, de insatisfação. Ainda abraçada comigo.

Estávamos todos no chão, sentados em pensamentos longes. Em Toby. Achando, tentando, encontrar uma solução para todo esse problema. Problema esse que eu causei, pois se estivesse atendido a ele, respondido a ele, ido visitá-lo e dito tudo que sinto por ele, talvez nada disso estivesse acontecendo.

Melanie se levantou, me deixando no chão, Jack imóvel com remorso do que fez, talvez. Melanie agora o abraçava em meio a toda sua fúria contra mim, que era razão dele, tudo que ele havia dito. Eu era uma humana idiota, imbecil em pensar que eles iriam me machucar. Jack tinha me mordido por estar sentindo raiva de mim, mas eu podia ver em seus olhos que era não era assim.

-- Me desculpe peg, eu não podia ter mordido você. Sinto muito! Não quero que tenha medo de mim, não sou assim. – ele me encarava agora, eu ainda estava a encarar o chão. Sem coragem de olhar pra ele.

-- Não peça desculpas, Jack! Você tem razão em tudo que disse. – olhei pra ele.

Melanie estava em silêncio, apenas acariciava Jack e ouvia toda a conversa.

-- Precisamos de você peg, só você pode trazer Toby de volta. – ele implorava agora.

Jack era durão, mas tinha um coração mole. Mesmo sendo um coração morto, sem batimentos cardíacos, mas ele tinha. Melanie também era louca por aquele homem durão e por Toby. Eu, ah, eu sou a louca apaixonada por Toby e não podia o deixar morrer por minha causa por burrice minha.

-- Eu quero ajudar! – disse cortando o silêncio mortal, fazendo eco na casa.

Melanie e Jack me olharam.

-- Eu sou humana, posso entrar e sair da tumba e trazê-lo junto comigo. – disse com esperança na voz.

-- Peregrina – disse Melanie. – Vai fazer cinco dias hoje que Toby foi com Rafael. – ela estava com um tom de voz rígido. Um nó em sua garganta.

Meu coração disparou em desespero de não poder salvá-lo mais, e quis sair correndo.

Saí correndo segurando meu braço e de pijamas, porta a fora. Vi quando Melanie e Jack vieram atrás de mim me segurando. Eu já estava em prantos. Caí ajoelhada no chão em prantos, Melanie me confortou e Jack também chorava.

-- Eu vou atrás dele Melanie. Cuide de peg assim que encontrá-los, mando contato. – disse Jack à Melanie.

-- Ok Jack, vá eu fico com ela. Cuidado meu amor. – ela disse beijando-o.

Eles estariam se arriscando por Toby e por mim, algo mais estaria errado nessa história toda. Jack se afastou de nós entrando entre as árvores, numa corrida rápida, que mal pude vê-lo sumir dentre a escuridão.

-- Toby! – eu chamava por ele enquanto deixava as lágrimas escorrerem por minha face.  Sabendo que não haveria resposta – Toby! – Melanie afagou meu cabelo. Todos que passavam ficavam olhando, como se tivessem algo pra olhar.

Melanie me levantou do chão com facilidade, me levando para dentro novamente.

-- Calma peg, Jack irá encontrá-lo. – ela tentava me tranquilizar, trazendo um copo d’água.

-- Eu o amo Mel, eu o amo! – disse segurando o copo em minhas mãos tremula.

-- Eu sei peg, eu sei. Ele também te ama e o amor faz isso com a gente, nos faz fazer coisas que nunca imaginamos fazer. Que é o que Toby fez, ele não pensou na segurança dele, apenas na sua. Em te proteger. Ele ama você, peg, pode ter certeza disso. – ela sorriu pra mim.