Fanfic: Meu Deus, o sangue NÃO desceu!!!

—Você não parece estar bem. —Christopher falou olhando para mim, na sexta-feira, quando estávamos voltando da minha primeira consulta no obstetra, que, graças a Deus, me garantiu que tudo estava bem e que a minha saúde e do meu filho melhor impossível.

—E não estou. —Respondi, ainda sentindo embrulhos no estômago.

—Não? —Ele parou o carro perto de uma calçada. Olhou-me assustado.

—Calma. —Sorri débil. —Não é nada grave. Só o nosso filho fazendo festa no meu estômago.

—Você vomitou? —Ele perguntou, acariciando minha barriga.

—Várias vezes. —Suspirei me recostando no assento. — Ser mãe é difícil, sabia?

Ele sorriu.

—Você ainda está grávida, e já está reclamando? —Ele perguntou rindo.

—Não estou reclamando, Christopher. Mas é a verdade. Não é fácil. Imagine quando ele já estiver correndo por aí, falando... —Sorri ao pensar que daqui a alguns meses eu teria meu filho nos braços. O meu filho e do Christopher.

—Será que nosso filho irá nos dar muitos problemas? —Ele perguntou, voltando a dirigir.

—Espero que ele não te puxe, pois, segundo sua avó, você era um pestinha.

Olhei para ele e o vi sorrindo.

—Eu era uma criança saudável que gostava de aprontar. —Respondeu ele.

—Se você prefere colocar assim.

Recostei-me no banco do carro e senti meus olhos ficarem pesados. Dormir: a única coisa que eu não me cansava de fazer.

Acordei com ele fazendo carinho nos meus cabelos.

—Chegamos, Dul. —Ele disse perto do meu ouvido.

Suspirei, passando as mãos em meu rosto.

—Graças a Deus. Estou morta. Não vejo a hora de ir tomar um banho e descansar.

Saí do carro e me dirigi ao elevador.

—Dul... —Ele parou e franziu o cenho, ao recostar seu corpo na porta do elevador, esperando o mesmo. — Você me perdoou, mesmo, mesmo?

—Já te disse que sim, Christopher. —Repeti o que desde ontem ele não se cansava de ouvir. Tudo que eu fazia ele via como uma forma sublinhar de que eu ainda estava brava com ele, mas depois da conversa de ontem... Não acho que tenha espaços para essas coisas, na relação de pai e mãe que agora tínhamos.

O elevador chegou, subimos calados.

—Tchau. —Ele disse ao me deixar em frente ao apartamento da Anahí. —Se cuida. Amanhã venho ver vocês. —Ele beijou minha bochecha e logo depois minha barriga.

—Tchau. —Respondi ao abrir a porta do apartamento da Anny.

Entrei e me deparei com Anahí sentada com a cabeça entre os joelhos, e os dedos dentre seus cabelos. Era um mau sinal. Ela só ficava nesses estado quando estava extremamente desesperada.

—Que foi? —Perguntei me aproximando dela.

Ela se levantou com os olhos arregalados.

—Te ligaram. —Ela falou rápido, com um tom de voz que delatava preocupação.

—Pela sua cara foi minha mãe, acertei?

Ela balançou a cabeça para os lados, e então, respondeu:

—Pior.

—Então foi meu pai.

Ela novamente balançou a cabeça para os lados.

—Pior.

O desespero se apoderou de mim. O que poderia ser pior do que uma ligação do meu pai. Seria?...

—Alguém morreu. —Minha voz ficou embargada de medo.

—Ainda não, mas com certeza não vão faltar pessoas querendo te matar.

Franzi o cenho.

—Que diabos aconteceu, Anahí?! —Eu já estava praticamente gritando de desespero.

—O pastor ligou. E falou algo sobre—Ela se aproximou de mim e acrescentou, cochichando: — Assembléia geral.

Engoli em seco caindo no sofá, sentada.

Assembléia geral?!

Meu Deus, por favor, faça com que Anahí esteja alucinando.—Pedi a Deus, desesperada.

Continua...
___________________________
Pra quem não sabe, ser convidado para uma assembléia geral em uma igreja protestante é o que de pior possa te acontecer.
Vocês depois irão entender a confusão em que a Dulce se meteu.