Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

Sempre fingia para si mesmo que estava apenas fazendo o que Ray lhe pedira que fizesse, justificando suas ações com a desculpa de que a estava protegendo de aproveita­dores.

Mas nada disso era verdade. Nenhum daqueles pobres rapazes no passado tinha sido aproveitador. Como poderiam, se LALI nunca contara a ninguém que herdaria uma fortuna? Eram apenas jovens que tiveram a pouca sorte de estar onde PETER sempre quisera estar. Com LALI. A imensa satisfação que sentia cada vez que conseguia o rompimento de um relacionamento mostrava bem o tipo de homem que era: imoral até a medula e terrivelmente egoísta. O que faria agora? Perguntou-se impiedosamente quan­do chegou ao corredor de cima e olhou em direção à porta do quarto de LALI. Nada, esperava. Da mes­ma forma como não tinha feito nada quando a tivera nos braços. Queria beijá-la. Que inferno! A vontade de beijá-la fora tão intensa que havia doído.

Mas o que teria conseguido, exceto fazê-la olhar para ele, não com adoração, como uma vez vira em seus olhos, e sim com desgosto? LALI finalmente se apaixonara; talvez estivesse perto de ter o que sempre quisera, casamento e filhos. Se esse Derek fosse um sujeito decente, então seria cruel fazer LALI duvidar dele. No entanto, queria que ela duvidasse. Mesmo assim, querer agir de um modo e realmente agir eram coisas bem diferentes. Ele tivera vontade de seduzir LALI por anos, mas não seduzira, certo?

PETER sacudiu a cabeça com agitação enquanto atravessava o corredor acarpetado em direção à suí­te principal. Só depois que fechou a porta sua mente se voltou de seu problema imediato com LALI para outro que teria que enfrentar no futuro quase imedia­to. Quando fevereiro chegasse, teria que deixar aquela casa, o que seria muito doloroso. Passara a gostar demais dela e das pessoas que nela viviam. Não conseguia se imaginar em qualquer outro lugar.

Era estranho. Oito anos antes, depois que Ray mor­rera e PETER se mudara para a casa, não gostara mui­to daquele quarto. Ray tinha ficado obcecado pelo estilo japonês depois de uma viagem a Tóquio; não só os jardins tinham sido mudados em Goldmine: a suíte principal fora totalmente transformada, suas paredes pintadas de branco e o macio tapete dourado arrancado e substituído por um piso de madeira. A pesada mobília de mogno fora doada para caridade e substituída por móveis de laca negra no estilo ja­ponês. A cama grande foi substituída por outra larga e baixa, coberta com uma colcha de seda escarlate, assim como os travesseiros, com ramos de flores nos cantos. Além de duas mesinhas-de-cabeceira, também de laca negra, não havia outra mobília no quarto; o closet era espaçoso o bastante para acomodar todas as roupas de Ray. O banheiro tinha sido trocado por um conjunto todo branco durante a reforma e aumen­tado para acomodar uma enorme banheira na qual quase se podia nadar. PETER gostava do banheiro, mas achara o quarto muito sério e sem a atmosfera de um quarto de solteiro. Assim, comprou três tapetes bran­cos macios para cercar a cama e algumas cadeiras de vime para os cantos. Uma enorme TV de plasma agora estava pendurada na parede oposta à cama, com acesso a todos os canais disponíveis.

Lençóis de seda negra foram suas últimas com­pras, junto com algumas cúpulas para as lâmpadas de cromo da cabeceira: vermelhas, naturalmente. A noite, o efeito era erótico e sensual.