Fanfic: Convite ao Amor (Laliter) | Tema: Laliter

- Vamos, LALI.

A ordem de PETER, dada em voz alta, através da porta do quarto dela, foi acompanhada por uma ba­tida impaciente. O relógio de cabeceira de LALI mostrava que faltavam três minutos para o meio-dia, dois minutos além da hora marcada por PETER para ela descer.

-Estou indo - respondeu LALI, depois de um último olhar nervoso ao espelho. Estava realmente bem: o vestido de verão vermelho e branco aderia a seu corpo esguio e o penteado, com os cabelos presos em um coque, mostrava bem os novos brincos de diamante.

Não era sua aparência sexy que lhe fazia o estô­mago revirar. Era esse tal Derek. PETER descobriria alguma coisa estranha naquele relacionamento, tinha certeza! Mas agora era tarde demais. Derek estava a caminho, já telefonara para avisar que o táxi chega­ra e ele estaria na casa dela por volta de meio-dia. Com a boca pintada de batom vermelho num sorriso pretensamente feliz, LALI correu para a porta, o movimento fazendo seus brincos balançarem. Quan­do abriu a porta, PETER, recostado na grade da galeria,

olhou-a. Ainda parecia cansado, pensou ela, mas muito bonito de calça marrom e uma camiseta listra­da de mangas curtas.

- Estou pronta - disse ela, de um só fôlego.

- Sim, mas pronta para quê?

O sarcasmo de PETER a feriu, como sempre. LALI pôs as mãos nos quadris, pouco acima da barra da saia curta.

-Não lhe faria mal nenhum me dizer alguma coisa agradável de vez em quando.

PETER ergueu as sobrancelhas, como se tivesse se surpreendido com o tom desafiador na voz dela.

- É uma questão de opinião. Mas se você insiste.... - Os olhos dele percorreram novamente todo o cor­po dela... desta vez, bem mais devagar.

A garganta dela deu um nó quando o olhar dele parou em seus seios antes de subir para a boca, depois até os olhos. Mas, se esperava ver desejo em seu de­talhado exame, estava fadada ao desapontamento.

-Você está maravilhosa, LALI - elogiou ele, enfim, mas de maneira seca. - Derek é um homem de muita sorte.

LALI teve vontade de gritar de frustração quando a campainha da porta tocou, salvando-a de uma cri­se pouco característica de raiva.

- Deve ser Derek - disse LALI em tom animado, e correu para as escadas, ansiosa por abrir a porta e fazer com que PETER visse como ela e o "namorado" se cumprimentavam.

Não era Derek à porta, mas uma morena atraente, de pouco mais de 30 anos, com um maravilhoso vestido azul e um sorriso fantástico. LALI percebeu imediatamente quem era.

- LALI, suponho - disse a mulher, de modo ma­roto, depois de um olhar rápido. - Sou Chloe, namo­rada de PETER.

É claro que você é, pensou LALI com azedume. As namoradas de PETER podiam parecer diferentes umas das outras; esta tinha cabelos curtos e muito bem penteados e um corpo com mais curvas do que as outras. Mas sob as variadas aparências físicas sempre havia uma personalidade calculista, sem cordialidade ou bondade. LALI odiou Chloe à pri­meira vista.

- Olá, querida - conseguiu dizer com cortesia, antes de se voltar para ver onde PETER estava. De maneira nenhuma, ficaria conversando amenidades com aquela mulher. PETER ainda descia as escadas e sua expressão não era muito feliz.

 - Chloe está aqui - gritou ela para ele. Por um segundo, LALI poderia ter jurado que ele não tinha idéia sobre quem ela estava falando. Mas então a ficha caiu e ele se apressou até a porta, o rosto mal-humorado abrindo-se num sorriso.

- Feliz Natal, querido - disse Chloe com efusão, e atirou-se nos braços de PETER.

LALI se virou para não ter que vê-los se beijando. Seu estômago chegou a se contrair quando ouviu Chloe sussurrar algo sobre dar a ele seu principal presente de Natal mais tarde naquela noite. Foi uma sorte Derek chegar naquele exato momento, fazendo LALI esquecer a preocupação sobre o fingimento dos dois, diante da necessidade de ter ao lado alguém que a apoiasse.

- Derek, querido! - exclamou com a mesma efusão de Chloe. - Feliz Natal! Oh, é tão bom ver você! - Sol­tou um suspiro mudo de alívio quando viu como ele estava vestido. Temera que ele aparecesse com uma camisa cor-de-rosa ou algo igualmente suspeito. Mas não, estava muito atraente e masculino, com uma roupa esporte, de bermuda e uma camisa azul que Intensificava seu cabelo louro e o corpo perfeito.  

 - Você também, bebê - respondeu Derek, assus­tando LALI com sua escolha de palavra carinhosa, sem mencionar que se debruçou sobre o grande em­brulho de presente que carregava para beijá-la lon­gamente na boca.

-Você está maravilhosa! - elogiou quando se ergueu. - Ela não está maravilhosa, gente?

PETER e Chloe não disseram uma palavra. LALI ficou sem graça, mas era impossível fazer Derek parar.

- Espero que sirva, bebê - disse ele. Então pôs o presente nas mãos dela. - Vi isso numa vitrine e pensei na hora que era parecido com você.

LALI não sabia se ficava contente ou temerosa do conteúdo do embrulho. Derek tinha uma verne que estava se mostrando tão divertida quanto preo­cupante.

- Eu...eu vou abrir mais tarde - disse, desviando-se do problema. - Tenho que ajudar PETER a receber nossos hóspedes. Aliás... PETER, este é Derek - con­tinuou ela, apresentando-os formalmente. - Derek, este é PETER, meu tutor.

- Caramba! - disse Derek, ao apertar a mão de PETER. - Tinha a impressão de que você fosse muito mais velho.

LALI tentou não rir. Mas era muito engraçado ver a expressão no rosto de PETER.

- E eu sou Chloe - interpôs ela, com um sorriso doce, porém fingido. - Namorada de PETER.

LALI ficava impressionada de ver como mulheres como Chloe tinham dupla personalidade - uma toda doce para lidar com os homens e outra bem antipá­tica para as mulheres.